Autor: Instituto Enraizados
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Abertas as inscrições para a residência artística o Cordel como Agente de Transformação Social em Morro Agudo – Nova Iguaçu
O Centro Cultural Casa de Jota Rodrigues e o Museu de Arte e Cultura Urbana da Baixada Fluminense estão com as inscrições abertas para a Residência Artística O Cordel como Agente de Transformação Social, que será realizada em Morro Agudo, na sede do Centro Cultural.
Trazendo a junção da cultura nordestina com a cultura hip-hop, a residência tem como objetivo difundir essas expressões culturais, bem como a história local, e democratizar o acesso à arte e a cultura através do fortalecimento de espaços, expressões e agentes culturais da Baixada Fluminense.
Na residência serão oferecidos laboratórios teóricos e profissionalizantes, com discussões sobre a História e a Cultura de Nova Iguaçu; Museologia Social; Cultura Nordestina: Literatura de Cordel, Xilogravura e Repente, e Cultura Urbana: Hip-Hop, e oficinas práticas de Xilografiti (Xilografia com Grafiti), Rapente (Rap + repente), e cordel do Hip-Hop.
O público-alvo para atuação na residência é de artistas do hip-hop, estando aberta também a demais artes urbanas. A seleção dos artistas está sendo por uma chamada pública.
As inscrições vão até quarta-feira, dia 25/06/2025.
O formulário de inscrições e a chamada pública estão na bio do Instagram do projeto @cordelagentesocial.
O encerramento da residência será com a Mostra Jota Rodrigues, visando a difusão das ações realizadas pelo Centro Cultural e divulgação das obras produzidas pelos artistas durante a residência, entre outras atividades artísticas e culturais, além de serviços sociais.
Além desses espaços culturais, o projeto tem ainda como realizadores a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado do Rio de Janeiro e o Ministério da Cultura por meio da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB).
O lançamento interno da chamada pública, para os artistas do Museu BXD, ocorreram no dia 07/06, na Casa de Jota.
Acompanhem as redes do projeto para acessar as atividades! https://www.instagram.com/cordelagentesocial/.
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GB Montsho: Reflexões sobre educação clandestina e formação política no RapLab
Paulo Gabriel Queiroz Pereira, conhecido como GB Montsho, tem 23 anos de idade, iniciou no RapLab em 2016, com 15 anos de idade. Morou em Nova Iguaçu, Pavuna, e atualmente reside em Anchieta. É estudante de Letras na UFRRJ, em Nova Iguaçu, onde faz parte do diretório estudantil. Além disso, é rapper e poeta.
GB tornou-se uma figura central em minha pesquisa porque, além de ser um jovem que está há quase uma década participando do RapLab, esteve presente em 130 dos 150 encontros que realizamos, sendo responsável por trazer muitos dos jovens participantes, incluindo os outros dois personagens com quem conversei: Debrah e Jatobá. Minha conversa com GB ocorreu em 31 de março de 2024 e está transcrito abaixo.
GB Montsho duranta apresentação no evento Baixada Rap Festival, onde foi o campeão. Fale um pouco sobre você?
Bom, sou GB Montsho, tenho 23 anos e nasci em Nova Iguaçu, mas atualmente moro em Anchieta.
Acredito que hoje sou alguém que busca apenas viver tranquilo, tá ligado? Sou um cara que faz seus corres na política, faço parte do movimento negro e também do movimento estudantil. Além disso, sou estudante de Letras na UFRRJ, trabalho na área de revisão de texto e faço parte do diretório estudantil da minha universidade.Além disso, dedico parte do meu tempo à escrita de poesias.
Mas na prática, eu quero estar movimentando pessoas, para que possamos alcançar uma vida tranquila para todos. Porque acredito que não podemos simplesmente ignorar. A gente não consegue mais passar batido hoje. São vários atravessamentos.E a escolha que fiz de ser um cara do hip-hop, que busca conscientização, faz com que esses atravessamentos doam mais. Eles se tornam mais evidentes, pois não há como ser do hip-hop e não mudar sua maneira de agir perante o mundo. Não apenas em pensamento, mas também em seu comportamento nas ruas. É uma parada que te persegue. Acho que eu sou um cara normal, um estudante, um trabalhador.
Um estudante que se esforça para conseguir se manter na universidade, enfrentando muitas dificuldades. Que está indignado e deseja ter uma vida normal. Que não é essa vida que está colocada aí pras pessoas.Você se lembra da primeira vez que participou do RapLab?
A primeira vez foi em 2016, na Arena Jovelina Pérola Negra, na Pavuna, eu tinha 15 anos.E como é que você ficou sabendo da atividade?
Foi através do Inbute. Eu lembro que comecei a querer fazer rap aos 14 anos, então me juntei com a galera que tinha um grupo de rap de São João de Meriti. Fui a um evento na Pavuna, que ocorreu no Museu do Graffiti lá.Se não me engano, o RapLab era às quartas-feiras, e o evento era às terças. O Inbute disse que haveria algo na Arena na quarta-feira, e eu comecei a participar.
Por acaso foi quando a gente estava para fazer o rap “Rio 2017”, um rap que fizemos em 2016, falando sobre 2017. Se eu não me engano era um rap de um projeto específico.Naquele dia, conheci muita gente, o Marcão (Baixada) estava indo para o RapLab, o Léo da XIII, a rapaziada toda. E esse RapLab foi mais cheio, porque era uma parada da Casa Fluminense, era um projeto específico.
A partir daí eu estava sempre presente. Toda quarta-feira que tinha RapLab na Arena, eu estava lá.O que te motivou a frequentar o RapLab com tanta assiduidade naquela época e a continuar indo?
Pra mim, especificamente, foi primeiro o lance da experiência, porque eu já tinha interesse em fazer rap. Não entendia exatamente para que o RapLab era voltado, por exemplo.
O RapLab, na maioria das vezes, é feito com a galera mais crua do rap do que com quem de fato faz a parada. Eu não sabia exatamente o que era, mas sabia que era uma parada de desenvolvimento do rap, que era de graça, e que tinha a possibilidade de eu me desenvolver em alguma coisa, de gravar música e tal.Só que quando eu chego lá e vejo uma rapaziada que entendia da parada, aí eu falo: – ‘Mano, vou continuar vindo nessa parada aqui’.
Primeiro, porque era legal, isso era um elemento. Nessa época, eu estava morando na Pavuna com a minha mãe, e aí, na quarta-feira à noite, eu não tinha nada para fazer, então era algo para eu fazer ali. Era uma galera legal, e fazendo rap.Como eu queria viver disso, na época queria ser rapper, queria ser famoso, toda essa história. Porque a gente achava que ia começar a fazer rap e deslanchar. Eu achava que a galera tinha muito para ensinar, e tinha mesmo. Lembro que quando o Marcão (Baixada) ministrava as oficinas, ele dava várias dicas de como encaixar o flow na música, aquelas coisas que eu não sabia. Acho que essas coisas, principalmente, fizeram com que eu continuasse.
Como foi que você começou a participar desse projeto durante a pandemia?
Primeiro foi essa parada do Jatobá, porque mandei mensagem no grupo em que ele estava. Lembro que o Dorgo me enviou uma mensagem falando sobre um projeto. O Dorgo me disse assim: – ‘Pô, mano, a gente queria fazer com adolescentes, de 15 a 20 anos.’ Então, mandei nos grupos, e foi nessa que veio o Jatobá.Só que lembro que eu fazia os corres das cestas básicas e vivia no Quilombo Enraizados durante o dia. Como era pandemia e eu não tinha internet em casa, usava a internet do Enraizados. E assim fui ficando.
Lembro que eu era o único que fazia o RapLab de dentro da sala com vocês. Eu ia para o Enraizados para participar do RapLab. Não participava de casa.
E aí foi indo, tá ligado?GB Montsho, Baltar e Dorgo, durante os encontros do RapLab. E aí você foi ficando?
É… Eu fui ficando. Primeiro, porque acho que durante a pandemia houve o ponto alto do lockdown. Conforme ele foi se afrouxando, porque as pessoas precisavam trabalhar e várias outras coisas nesse sentido.
A cabeça das pessoas foi ficando muito loucas também, né? E tem isso, eu não ia simplesmente, mas eu participava presencialmente também.Isso se devia à nossa troca de ideias antes do RapLab. Às vezes começávamos trocando ideias antes do RapLab, depois íamos para o RapLab, e depois a troca de ideias continuava.
Às vezes, essa troca de ideias se estendia até tarde. Lembro que era uma correria para pegar o último ônibus, porque os horários dos ônibus estavam limitados até as 21h30, devido à pandemia.Acho que esse espaço para trocar ideias era muito interessante, porque a gente ficava filosofando. Era mais do que apenas discutir sobre rap. Houve dias em que, conforme o lockdown foi afrouxando e as mentes das pessoas ficavam agitadas, as coisas voltavam ao normal. Tive a sensação de que a participação no RapLab diminuiu. Então, íamos atrás das pessoas, e elas voltavam a frequentar novamente.
Mas esvaziava de novo. Nos dias em que estava mais vazio, às vezes a gente nem conseguia fazer rap. Mas tínhamos a troca de ideias, que era como filosofia, mas a gente podia falar sobre… sei lá, por que Malcolm X não escreveu um livro?
Falar de coisas profundas e até de uma coisa completamente “não profunda”, e falando de forma profunda de uma coisa “não profunda”. Então, eu acho que era uma coisa que deixava sempre as ideias fluindo ali.
Acho que também era uma espécie de ócio criativo, porque normalmente não temos tempo para pensar. Parece que quando estamos pensando, refletindo, maquinando algo, não estamos fazendo nada de concreto, estamos desperdiçando tempo que poderia ser utilizado para produzir algo material.Para algumas pessoas, produzir pensamentos não é o mesmo que produzir algo material, sabe? E acredito que o RapLab era uma forma de conseguirmos produzir pensamentos sem nos sentirmos culpados.
Porque todos nós tínhamos várias coisas para fazer, mas no RapLab, acreditávamos que estávamos produzindo algo, que estávamos fazendo rap e, ao mesmo tempo, essa produção era a troca de ideias.E não necessariamente algo muito bom surgiria dessa troca de ideias. Isso também era algo incrível. Porque não precisávamos necessariamente fazer um rap excelente em cada RapLab. Só precisávamos fazer as palavras rimarem uma com a outra, e isso já era suficiente. Mas a partir daí, várias outras ideias muito boas surgiam.”
GB Montsho se apresentando no Festival Caleidoscópio. Dentre os 156 encontros, três temas foram os mais discutidos. O terceiro lugar ficou com a ‘questão racial’, algo relacionado à questão racial. Foram cerca de 20 encontros em que falamos sobre esse assunto. O segundo lugar foi ‘resistência’. E o primeiro lugar, correspondendo a dois terços dos encontros, foi sobre ‘luta de classes’.
Por que você acha que discutimos tanto sobre luta de classes durante esse período?”
Eu até pensei que o primeiro lugar seria a questão racial, mas faz sentido ela estar em terceiro, especialmente devido à composição da galera que frequentava o RapLab. Havia muitas pessoas negras, mas era um grupo bastante diverso.
Uma coisa se destacava em relação à outra, mas as questões estavam interligadas.E eu acho que o motivo de termos falado tanto de “luta de classes” foi justamente porque era uma coisa que unificava geral.
Como as histórias com o Jatobá. A gente vinha com um papo e o Jatobá vinha com uma reflexão totalmente diferente, da vivência dele em Rocha Miranda. E aí tinha isso, a galera da Baixada tinha outra ideia.Por exemplo, o Dorgo e o Baltar eram de Morro Agudo; eu era do Carmari, e estava frequentemente em Morro Agudo; tinha a RVN, que era de Xerém; o Jatobá, de Rocha Miranda; o PS, de Saquarema.
Só que essa questão de ser pobre era o que impactava a todos, inclusive para manter a estrutura do RapLab funcionando. Quantas vezes foi difícil realizar o encontro porque a internet do Jatobá estava ruim?Então, acho que isso também mostra que era uma galera muito consciente de todo o contexto em que vivíamos. Conseguíamos entender que havia um motivo para as coisas acontecerem daquela forma. Não éramos uma galera acomodada com a ideia de ser pobre. Compreender que éramos pobres porque, por exemplo, a qualidade dos alimentos que consumíamos era muito ruim, era apenas reconhecer o óbvio.
Eu acho que também éramos uma galera sedenta por conhecimento, que pensava: – ‘Ah, sou pobre, mas por que sou pobre? O que eu posso fazer a partir do momento em que entendo como pobre?’
E é por isso que acho que faz sentido esse top 3 dos temas: luta de classes, resistência e a questão racial.”O que é formação política, no seu entendimento?
Então, no meu entendimento, acredito que a formação política segue o mesmo caminho do letramento racial. Não apenas no que diz respeito à questão racial, é claro, mas considero que alguém que possui letramento racial também possui uma formação política em relação a essa questão.Uma pessoa com letramento racial sabe que é negro, reconhece as injustiças raciais que enfrenta e entende que o sistema pode não ser favorável a ela. Isso é parte do letramento racial.
Por outro lado, alguém com formação política não só vai entender essas coisas, como vai ser um sujeito ativo. Não vai somente entender que é negro e que enfrenta injustiças, mas vai procurar se mobilizar com outras pessoas ao seu redor, trocar ideias e trabalhar em conjunto para encontrar maneiras de combater o racismo.Se tornará um sujeito ativo, buscando articular formas de mudar essa situação. E eu acredito que isso está totalmente relacionado ao estudo da questão racial, por exemplo, ter conhecimento de causa. Não basta apenas confiar na própria experiência; para ter formação política, é essencial compreender também as vivências das pessoas ao redor.
Para isso, é preciso minimamente ouvir, ler, conviver com pessoas diferentes que possam contribuir com essa formação ao longo da vida.
Além disso, esse processo não acontece de uma hora para outra. Não basta frequentar um curso de formação política e se considerar formado. É um processo contínuo de aprendizado, de entender outras perspectivas, de conhecer mais.Dudu de Morro Agudo e GB Montsho durante esta conversa. Você mencionou algo aqui certa vez que realmente me deixou intrigado, e desde então tenho refletido sobre isso com frequência: o que é exatamente a Educação Clandestina?
A Educação Clandestina é uma forma de educação não formal. Fico pensando que é chamada de clandestina porque, de certa forma, é oculta ou restrita. Não é oficialmente proibida ou institucionalmente reprimida nos dias de hoje. Não há proibição oficial de adquirir livros de autores como Clóvis Moura ou Abdias do Nascimento.Mas, ao mesmo tempo, em algum momento, já foi assim. Certos tipos de estudos que realizamos já foram considerados subversivos. Acredito que é nesse sentido que se encaixa o conceito de Clandestino.
Apesar de precisarmos de um ensino formal devido à estrutura do sistema em que vivemos, onde é necessário ter uma formação formal para conseguir um bom emprego e desenvolver uma carreira, o conceito de Clandestino permanece relevante.Pois, para conseguirmos nos desenvolver enquanto seres humanos, precisamos da educação clandestina, pois o ensino formal tem suas limitações e ele é historicamente negado para nós. Na escola, aprendemos a ler, porém não desenvolvemos plenamente habilidades como raciocínio crítico e interpretação dos significados implícitos. Acredito que isso é função da educação clandestina, e eu acredito que essa educação clandestina precisa ser desenvolvida entre nós.
Eu penso muito sobre a educação popular, especialmente sobre aqueles que utilizam métodos freirianos para alfabetização. Acho isso uma coisa incrível. Embora eu já tenha lido sobre Paulo Freire, nunca havia presenciado na prática o processo de alfabetização, a galera alfabetizar um pedreiro falando sobre ele ser pedreiro, os caras falam de reforma agrária.
O que você diria para um jovem para participar de uma atividade do RapLab?
É desafiador, porque acredito que depende do contexto em que eu estaria com esse jovem.
Penso que o RapLab cumpre diferentes funções sociais. Ele proporciona um espaço de socialização, onde as pessoas podem trocar ideias e fazer amizades.Além disso, serve como um espaço de educação, ensinando fundamentos básicos para aqueles que desejam se tornar MCs. É impressionante como o RapLab consegue ensinar fundamentos básicos de como ser um MC que faz total diferença.
Se observarmos as pessoas que passaram pelo RapLab, como o Inbute, por exemplo, podemos perceber que a maneira como elas trabalham na música hoje é completamente diferente daquelas que não passaram pelo projeto.
Porque essas pessoas tiveram uma rede de outras pessoas que ensinaram como fazer rap, como mardar um flow, e isso não era a função do RapLab, não está no programa do RapLab fazer isso. Mas as pessoas fazem. Você consegue aprender outras coisas, porque você não vai se prender só naquilo que é o objetivo central, tem outras coisas que atravessam.
Acho que depende muito de onde esse jovem vem. Mas, de modo geral, eu diria que o RapLab é um lugar onde ele pode aprender de uma maneira muito diferente da escola. No RapLab, o aprendizado não é abordado da mesma forma que na escola. Ele vai ter gosto por aprender, tá ligado? E ele vai trocar ideia com gente que é igual a ele, o que torna a experiência divertida.
Não é um aprendizado chato. Muitos jovens associam educação à chatice. Eles pensam: – “Vou para a escola, que chato”. No entanto, no RapLab, a mentalidade é diferente: “Cara, vou lá aprender e isso vai ser muito legal, além de estar com uma galera bacana”.
GB nos encontros para a gravação das músicas do RapLab Como você convenceria a diretora de uma escola? Você usaria os mesmos argumentos que usou com o estudante?
Então, para a diretora, acho que já vai ser diferente.
Para a direção de uma escola, o RapLab representa uma oportunidade valiosa para enriquecer a experiência educacional dos alunos. Primeiramente, muitas escolas enfrentam limitações no acesso a atividades culturais, e isso faz falta no currículo de formação de um estudante.E eu acho que só esse elemento já é o suficiente para uma pessoa querer ir RapLab na sua escola. O RapLab é uma iniciativa que aglutina todos os estudantes. Onde todos os estudantes tem oportunidades de aprender conforme o seu tempo. Desde os mais reservados e tímidos até os mais extrovertidos e barulhentos, o RapLab consegue alcançar todos os alunos.
Quando estamos envolvidos no RapLab e percebemos que há um aluno mais retraído, conseguimos incentivá-lo a participar através da atmosfera criada no ambiente, estimulando-o a se expressar.
Eu não me lembro de um RapLab em que alguém não tenha falado; pode ter ocorrido, mas não me recordo. E o que aquela pessoa diz, as outras não encaram como algo determinante, entende? Porque o RapLab não busca ser certo ou errado, ele simplesmente existe. Portanto, as pessoas se sentem mais à vontade para expressar suas opiniões, pois há espaço para o contraditório.Existe espaço para você dizer que essa parede é azul, outro afirmar que é amarela, e ainda outro argumentar que é vermelha, e então discutir sobre isso. Por essa razão, acredito que o RapLab é capaz de reunir todos os tipos de estudantes, desde os mais agitados até os mais reservados, desde aqueles com dificuldades de alfabetização até os que têm mais facilidade nessa área. o RapLab consegue aglutinar todos eles.
Isso já é argumento suficiente para um diretor querer o RapLab em sua escola.
Saiba mais sobre o GB:
https://www.instagram.com/gabrielgb.up -
Rap e educação: quando aprender faz sentido [Dudu de Morro Agudo]
O presente artigo é composto pela narrativa de uma série de encontros que aconteceram dentro de um CIEP, em Morro Agudo, Nova Iguaçu, onde percebemos o educando como produtor do conhecimento por oposição ao papel de repositório que por vezes lhe é imposto. Nesse sentido buscamos compreender os motivos que fizeram com que estudantes, que supostamente tinham defasagem na aprendizagem, se desenvolvessem e mudassem seu comportamento após a participação em atividades culturais dentro da escola, sendo mais específico, experienciando a prática do #RapLAB, um laboratório de rap que mescla rodas de conversa, composição e gravação de música.
CITAÇÃO
Dudu de Morro Agudo & Reist, Stephanie. (2019). O rap e a educação: quando aprender faz sentido. Políticas Culturais em Revista. 11. 58. 10.9771/pcr.v11i2.28684. -
DJ Dorgo se apresentará domingo (10), ao lado de grandes nomes do rap, em prol das vítimas das enchentes da Baixada Fluminense
Na última sexta-feria (01) uma tempestade colocou toda a Baixada Fluminense em estado de alerta, foram registradas enchentes em muitos bairros de Nova Iguaçu e Belford Roxo, inclusive em alguns lugares que nunca antes havia enchido.
Pedro Bonn, produtor executivo do grupo Yoùn, convocou uma galera pesada para fazer um show beneficente no próximo domingo (10), às 14 horas, em Nova Iguaçu, para arrecadar alimentos e dinheiro para as famílias que foram vitimadas por essa enchente nas cidades de Belford Roxo e Nova Iguaçu.
DJ Dorgo, cria de Morro Agudo, além de DJ, é poeta e MC. O jovem artista de 27 anos que vem se destacado na cena do hip hop e do SLAM, principalmente por ser um artista polivalente, é um dos grandes nomes dessa line de peso, que conta também com artistas como Black, De La Cruz, Ebony, King, Izrra, Zuleide, Kalebe, Big Jow e EOJ, além, é claro, do grupo YOÙN.
Tudo foi organizado de forma muito rápida, por isso quem quiser obter informações em primeira mão, é melhor ficar ligado no perfil do projeto BXD Fortalece, no Instagram (www.instagram.com/bxd_fortalece).
O ingresso para entrada no evento será em forma de donativos, então quem estiver interessado em curtir esses shows basta levar 2kg de alimentos não perecíveis ou 2 produtos de limpeza, é importante dizer também que além dos donativos, todo o lucro obtido com a venda de bebidas será destinado às vítimas.
DJ Dorgo
DJ, produtor cultural, arte educador, poeta e mestre de cerimônia são as profissões exercidas por Dorgo, cria de Morro Agudo que carrega a Baixada em cada ato.
Apesar de atuar em tantas frentes, Dorgo sempre foi DJ, foi como deu início a tudo que é hoje e a arte dos discos ainda é sua paixão.
Siga: https://www.instagram.com/dorgodj
SERVIÇO
BXD Fortalece
Quando: 10 de abril de 2022 às 14 horas
Onde: Rua Ceará, 98 – Jardim da Viga, Nova Iguaçu, RJ
Mais infos: https://www.instagram.com/bxd_fortalece -
Carta aberta aos amigos e amigas do Instituto Enraizados
Decidimos escrever esta carta para marcar o início de um novo ciclo em nossa trajetória, como um documento que aponta pro futuro.
O Instituto Enraizados é uma organização com 22 anos de existência, atuando principalmente com a juventude de periferia, fisicamente em Morro Agudo e dentro dos limites da Baixada Fluminense, mas com tentáculos que tocam diversas partes do mundo, afinal fomos campeões mundiais de hip hop nos Estados Unidos, fizemos turnê pela Europa e América do Sul, e artistas de diversas partes do mundo pisam anualmente em Morro Agudo para nos visitar.Nesses 22 anos é sabido que tivemos altos e baixos, muitas conquistas, mas também muitas provações que nos forçaram a desenvolver habilidades que nos permitiram crescer mesmo nas adversidades.
Algumas e alguns de vocês devem lembrar que inauguramos um novo espaço no Quilombo Enraizados chamado “Café com Livros” pouco antes do início da pandemia e foi justamente nessa época que fizemos a última edição do Sarau Poetas Compulsivos, era março de 2020 quando nos percebemos novamente sem chão.O mundo parou
Tínhamos a opção de parar junto com o mundo ou tentar nos manter em movimento, nos reinventar em meio ao caos que estava se formando.
Decidimos começar a correr, e então o nosso espaço “Café com Livros” se transformou em um depósito de cestas básicas, itens de higiene e limpeza, roupas, brinquedos e kits para as crianças, graças a parcerias com instituições como o Instituto Ekloos, o Banco da Providência e o Instituto Phi (que formam o coletivo Rio Contra Corona), a Ação da Cidadania, o CISANE (Centro de Integração Social Amigos de Nova Era), o JICs (Grupo de estudos e pesquisas com Juventudes, Infâncias e Cotidianos), a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), além de diversas pessoas que nos ajudaram de diferentes formas.Muitas pessoas que não eram tão próximas de nós começaram a se aproximar, atuando como voluntários numa missão coletiva: levar alimentos para as famílias da Baixada Fluminense que estavam passando por dificuldades. Muitas dessas famílias eram formadas por artistas que não estavam podendo trabalhar por causa da pandemia.
Foram muitas as famílias que conseguimos ajudar nesses dois anos de pandemia, inclusive as nossas próprias famílias. Conhecemos Morro Agudo que não conhecíamos, uma realidade de pobreza extrema que estava ao nosso lado o tempo todo, mas que nós não enxergávamos.Foram momentos difíceis, mas não deixamos de praticar nossa arte.
Seguimos criando e nos reinventando
Migramos nossas atividades do presencial para o virtual durante a pandemia.
Em parceria com o NAV (Núcleo de Atenção à Violência) realizamos mais de 150 encontros do RapLab virtualmente, no projeto Oficina de Palavra, com jovens de diversas partes do Brasil, gravando dezenas de músicas, além de encaminhar alguns jovens para tratamentos psicológicos gratuitos; realizamos duas edições virtuais do Festival Caleidoscópio, uma delas patrocinada pelo Oi Futuro e pela British Council, onde pudemos fazer um intercâmbio com o rapper Mohammed Yahya, do Reino Unido; a outra patrocinada pela SECEC (Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro), através da Lei Aldir Blanc, onde pudemos fazer circular o recursos financeiros principalmente nas mãos de artistas e profissionais pretos, mulheres e LGBTQIA+; realizamos também o “Baixada Rap Festival” com recursos da Lei Aldir Blanc através dos editais da Secretaria de Cultura do Município de Nova Iguaçu.
Auxiliamos centenas de artistas da Baixada Fluminense, presencialmente e através das lives “Periferia Bem Maior”, onde contamos com o apoio de professores da UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) e do IFRJ (Instituto Federal Fluminense), para que os artistas da região conseguissem acessar os recursos da lei em seus municípios.
Criamos o “Acampamento Musical”, atividade que reúne jovens para a prática do rap, e realizamos diversos encontros no Quilombo Enraizados; demos vida ao nosso calendário externo e recebemos atividades de nossos parceiros, como um encontro de lideranças organizado pela Casa Fluminense; integramos o juri global do The Mic Africa, um reality show de rap realizado com artistas de dez países do continente africano (Etiópia, Gana, Quênia, Ilhas Maurício, Marrocos, Nigéria, Ruanda, Senegal, África do Sul e Tanzânia); realizamos o tradicional encontro de artistas chamado Dia da Rima; e por fim estabelecemos parcerias com algumas empresas, onde conseguimos “empregar” alguns dos nossos, e mesmo em meio a tanta adversidade conseguimos fazer algum dinheiro circular entre nós.Essas são algumas das nossas realizações durante a pandemia. Consideramos necessário contar essas coisas boas porque foram muitas as coisas ruins que aconteceram durante esse período, e as coisas ruins costumam ter mais visibilidade e às vezes um peso maior. Sofremos com a perda de pessoas próximas, mas temos a certeza que ajudamos a salvar muitas vidas, e tornamos mais leves as vidas de muitos, isso porque atuamos juntos!
Novo ciclo
Acreditamos que 2022 será um ano onde se iniciará um novo ciclo, um ano de rompimentos significativos, um ano de renovação.
E estamos aqui para falar das nossas intenções para essa nova fase e convidar vocês a fazerem parte desse nosso novo momento, com novas conexões e vôos ainda mais altos, mas sem tirar os pés do chão, sem deixar de lado a nossa essência e os nossos valores.O Quilombo Enraizados tem sido percebido em todo o Estado do Rio de Janeiro como um lugar de potência, de união, de afeto e acolhimento, prova disso são os cinqüenta e seis pedidos que recebemos solicitando autorização para a realização de atividades no nosso quintal durante este ano de 2022. São 56 pedidos que vieram não somente da Baixada Fluminense, mas de artistas e grupos culturais de diversas partes do Estado do Rio de Janeiro.
Entendemos então a importância do Quilombo Enraizados como um necessário equipamento cultural do Estado do Rio de Janeiro, parte por nossa atuação nesses 22 anos, mas também pela escassez de espaços para práticas culturais em diversas periferias do Estado. Entendemos o Quilombo Enraizados também como um importante espaço de educação não formal.
Por isso, uma das nossas metas para 2022 é avançar em variadas frentes. Iniciamos as obras para construir o nosso tão sonhado estúdio, uma das solicitações mais frequentes dos jovens artistas da cidade, apostando que esse estúdio será um divisor de águas, não somente para nossas produções artísticas, mas para toda a cena musical independente da região metropolitana do Rio de Janeiro.
Estávamos nos preparando para anunciar a volta do Sarau Poetas Compulsivos em março deste ano, mas com essa alta no número de casos de COVID-19, a gente recuou e decidiu deixar pra dar essa notícia mais pra frente, mas temos outras notícias tão significativas quanto.Estamos iniciando também outras pequenas obras no Quilombo Enraizados, uma delas é de uma sala onde serão as aulas do nosso CURSO POPULAR MÃE BEATA DE IEMANJÁ, um projeto que está sendo desenhado numa parceria inédita entre nós do Instituto Enraizados, o PerifaZumbi e um grupo de professoras parceiras. As aulas do curso estão programadas para iniciar no primeiro semestre deste ano.
O nosso espaço híbrido Café com Livros (biblioteca, loja, doceria, bar e office services) será reinaugurado em breve; continuaremos com os encontros mensais do Acampamento Musical; voltaremos com o Cine Tela Preta às quartas; com o Sarau Poetas Compulsivos no primeiro sábado de cada mês (assim que possível); oficinas de hip hop e teatro; cursos de produção cultural e audiovisual; rodas de conversa.
Todas essas atividades fazem parte dessa nossa nova fase e estão conectadas a um sonho antigo, um sonho de tornar o Quilombo Enraizados um espaço autosustentável, um espaço capaz de desenvolver estratégias que busquem promover a inovação sociocultural e difundir a cultura cultura urbana como promotora de conexões e relações sociais capazes de ampliar o alcance dessas inovações.
Nossas experiências nesses dois anos de pandemia nos comprova que esse ecossistema sociocultural já existe de forma orgânica, e nos propomos a sistematizá-lo afim de potencializar nossas ações num conjunto dinâmico de relações, serviços mútuos e interdependências que ampliam nossa probabilidade de sobrevivência enquanto artistas periféricos.
O grande desafio de todo espaço cultural, como o nosso, é a dificuldade de captar recursos para honrar os compromissos diários, visto que contas como as de energia, internet, telefone, água etc, chegam religiosamente todos os meses, além de tarifa bancária, taxas, contador, entre outras. Por isso, a gestão dos recursos costuma ser um verdadeiro malabarismo.Uma das principais formas de captarmos recursos para manter nossas atividades é através dos editais públicos, contudo é nítido que nos últimos anos os editais ficaram cada vez mais escassos, principalmente os federais, visto que o Ministério da Cultura se transformou em um secretaria sem recursos, nos fundos do Ministério do Turismo.
Para enfrentar esse grande desafio apostamos nas atividades culturais que iremos promover no Quilombo Enraizados nesse ano de 2022 , por isso convidamos cada uma e cada um de vocês para, assim que a pandemia nos der uma trégua, participar de nossas ações, adquirir nossos produtos, visitar nossa sede sempre que possível e participar do “Dia do Pix”, uma ação mensal onde todos podem colaborar com o Enraizados com quantias a partir de um real.
Vocês são o combustível dessa nave cultural.
Estamos nos preparando para os próximos 22 anos e gostaríamos de ter você mais perto, pois há lugar para “quase” todos no Enraizados, como diz um provérbio africano: – “Somos como uma floresta, quando você está do lado de fora acredita que somos densos, quando está dentro, vê que cada árvore tem seu lugar”.Nova Iguaçu, 14 de fevereiro de 2022.
Instituto Enraizados
Para mais informações basta acessar o nosso canal www.linktr.ee/InstitutoEnraizados. -
Caminhos do Graffiti: FML disponibiliza curso gratuito de graffiti para iniciantes
O grafiteiro FML, conhecido pelo seu trabalho na área da saúde mental, vai disponibilizar gratuitamente seu curso de graffiti. São seis vídeo aulas onde o grafiteiro de Nova Iguaçu explica os primeiros passos para quem deseja mergulhar no mundo do graffiti, mas que nunca teve contato com a arte do spray.
FML, cujo o nome e batismo é Fagner Medeiros de Lima, é um dos grafiteiros mais requisitados da Baixada Fluminense e tem, além de uma obra extensa, um conjunto de diverso de atividades, entre as mais importantes está a curadoria do evento Expo Urban Art, que transformou a loja da Nextel, em Nova Iguaçu, numa galeria de arte. No Instituto Enraizados lidera o projeto “Galeria 2026”, cujo o objetivo é criar paineis de graffiti no bairro, transformando-o assim em um bairro turístico a partir das artes visuais, como em Wynwood, nos Estados Unidos.
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Os interessados e interessadas em se inscrever no curso, basta preencher o formulário disponível neste link: http://bit.ly/CaminhosDoGraffiti
SERVIÇO
O que: Curso de Graffiti “Caminhos do Graffiti”
Quando: 22 à 27 de fevereiro, às 14 horas
Onde: Na página do projeto no facebook, mas para ter acesso precisa de inscrever.
Quanto? De graça.O projeto CAMINHOS DO GRAFFITI é financiado com recursos oriundos do Fundo Nacional de Cultura nos termos da Lei Federal No 14.017 e realizado na cidade de Nova Iguaçu.
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Cidadania LGBT e o Respeito à Diversidade: Fundação Perseu Abramo abri inscrições para curso
Nestes tempos de retrocessos, preconceito e LGBTfobia, estudar sobre os direitos LGBT e nossas conquistas é fundamental para derrotarmos o fascismo.
Estão abertas até o dia 7 de fevereiro as inscrições para o curso EAD “Cidadania LGBT e o respeito à diversidade”, realizado pela Secretaria Nacional LGBT do Partido dos Trabalhadores (PT) e pela Fundação Perseu Abramo (FPA). O curso é gratuito, aberto não filiados, online e não depende de formação prévia, bastando que a pessoa interessada seja alfabetizada e tenha um computador com acesso à internet.
A aula inaugural será realizada no dia 7 de fevereiro, às 15h30, no Armazém da Utopia – Av. Rodrigues Alves, 299, Rio de Janeiro (RJ). A presença não é obrigatória, pois o evento será transmitido ao vivo e o vídeo ficará disponível na plataforma de curso.
O curso dará certificado e as inscrições podem ser feitas até dia 07/02.
O curso
O curso “Cidadania LGBT e o respeito à diversidade” aborda questões que envolvem as orientações sexuais e identidades de gênero no plano da sociedade e das relações com o Estado; o resgate histórico do contexto do Levante de Stonewall, nos Estados Unidos; a constituição e organização dos coletivos precursores do movimento LGBT no Brasil; o papel do segmento dentro do partido e a diferença entre as militâncias política e partidária; a comunicação como forma de resistência e outros assuntos. O curso também ajuda a fortalecer as pessoas LGBTs.
Difusão do conhecimento
Difusão do Conhecimento é um projeto de formação criado pela Fundação Perseu Abramo em 2014. O projeto segue uma trajetória de ampliação no número de cursistas, de territórios atendidos e eixos temáticos desde sua criação. Até 2019 passaram pelos cursos do projeto cerca de 30 mil alunos.
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MARGINAL GROOVE: novo projeto musical capitaneado por Dudu de Morro Agudo
“Se você ainda não ouviu falar de Marginal Groove, se prepare pra conhecer o groove mais marginal do Brasil”.
Isso é o que promete o rapper Dudu de Morro Agudo, que foi atração do Rock In Rio em 2019, festival onde foi criado e se desenvolveu o projeto Marginal Groove.
Mas afinal, o que é “Marginal Groove”?
Dudu afirma que, além de um formato de show interativo e dinâmico, é também o nome do coletivo de músicos que se uniram em prol da experiência de criar e misturar novos sons e estilos musicais como rap, rock, trap, reggae, punk, samba rock, dentre outros.
“Em tempos de divisão, estamos remando contra a maré, e fortalecendo os laços pra dar nosso recado com mais intensidade e pluralidade”, afirma Rogério Sylp, um dos vocalistas ao lado de Dudu de Morro Agudo.
Pergunto se é igual B Negão e os Seletores de Frequência. Sylp confirma e complementa: – “É como se fosse Chico Science e Nação Zumbi. Sempre que Dudu de Morro Agudo se apresentar com banda, o show será “Dudu de Morro Agudo & Marginal Groove”.
Essa história começou em meados de 2019, quando o rapper Dudu de Morro Agudo entrou para o time seleto de artistas que se apresentariam na edição deste ano do Rock In Rio, no palco do Espaço Favela. DMA, como também é conhecido, começou a montar seu time, pois tinha a ideia fazer umas novas versões das músicas do seu disco e montar um espetáculo que interagisse com o público.
Quem teve o prazer de assistir ao show no Rock In Rio talvez não fosse capaz de imaginar que aquele não seria o show originalmente pensado pelo rapper, como nos conta Dudu: – “A ideia era ter um diretor musical e artístico que definiria o formato do show e as músicas, mas o cara me deixou na mão. Então os próprios integrantes da banda começaram pensar nas músicas, enquanto eu pensava no formato do show. A gente queria uma parada bem marginal, misturando o orgânico da banda com o eletrônico do DJ”.
O primeiro a ser contactado pra integrar a equipe foi o DJ Dorgo, que já acompanha DMA nos shows, depois foi a vez do rapper Gustavo Baltar, que responsável pelas dobras com o pedal de efeitos, sonho antigo do DMA que também queria bailarinas no show, por isso convidou Rebeca Pereira, que já havia participado do show de lançamento do seu disco “O dever me chama”, na Pavuna, em 2018.
Inicialmente os músicos da banda Setor Bronx que o acompanharia no festival, contudo antes de fechar com a banda foi convidado a assistir a um ensaio da banda iguaçuana T-Remotto, formada por Rogério Sylp, Dom Ramon, Fábio Spycker, Ghile e Rafael Bertozzi, que havia acabado de fazer uma versão da música da “Juventude BXD”.
DMA ficou impactado com a energia do som e então perguntou ao Rogério Sylp se eles topariam participar do seu show no Rock In Rio. Todos aceitaram e o bonde então foi crescendo. O último a ser chamado para compor a equipe do show foi o polivalente Mateus Cayuma, que assumiu a percussão.
Já nos primeiros ensaios as coisas começaram a fluir, segundo eles tudo era muito divertido. Logo apelidaram o coletivo de Marginal Groove.
Fizeram shows na Teatro Oscar Niemeyer, em Niterói, e na Praça de Morro Agudo, em Nova Iguaçu, antes de se apresentarem no Rock In Rio, onde foi um sucesso absoluto, rendendo uma crítica super positiva do jornalista e crítico musical Bernardo Araújo, no podcast “Ao Ponto”, do O Globo.
Depois do Rock In Rio fizeram show no Galpão 252, em Nilópolis.
Para 2020 Dudu de Morro Agudo promete dar um rolé pelo Brasil com a banda, começando por São Paulo. “A produtora Hulle Brasil tá trabalhando pra fechar uns shows no Rio e em São Paulo ainda nesse primeiro semestre. A banda é grande, são dez pessoas e mais a equipe, não dá pra ficar rodando pra cima e pra baixo toda hora porque requer uma logística enorme, mas já estamos fechando umas coisas bem legais”, afirma o rapper que, já tem uma grande experiência em turnês internacionais, com shows na Europa, Estados Unidos e América do Sul.
“Mas com banda é outra história”, finaliza Dudu.