No programa A NOTA CERTA de hoje dou dicas de como mixar sua música, algumas técnicas, mas outras são toques mesmo, pra você ficar esperto e prestar atenção nos detalhes. Se você se atentar aos pequenos detalhes perceberá que no final poderá fazer toda a diferença.
Eu utilizo o programa Reaper, mas essas dicas funcionam em qualquer software, o grande lance é meter a mão na massa o quanto antes, pois a prática leva a perfeição.
A música que eu utilizei se chama “Mundinho”, que vai integrar meu novo disco. É uma voz guia que eu achei aqui no computador, como o projeto estava em 85BPM, fui no site CCMixter.Org e peguei uns samples e fiz esse beat.
No próximo programa vou ensinar a pré-masterizar esta música, não chamo de masterização porque esse é um processo bem mais complicado, mas vou apresentar uns pluggins monstros e ensinar como usá-los pra você fazer sua pré-master e jogar seu o som na pista.
Quem faz música independente gosta de colocar sua música no máximo possível de lugares para que chegue a um maior número de pessoas, mas as vezes isso é uma grande ilusão, se não houver uma estratégia, talvez as coisas não funcionem do jeito que imaginemos.
Quer saber qual das plataformas é melhor para colocar sua música? Eu dou dica de duas plataformas: SoundCloud e Youtube; e digo qual é a minha opinião sobre as duas. Assista o vídeo e anote os “bizus”.
Olá amigos e amigas, estou de volta para mais uma coluna aqui no Portal Enraizados, desta vez vou tratar de um assunto muito comum, mas de nome difícil: procrastinação.
Procrastinação é o diferimento ou adiamento de uma ação. Para a pessoa que está a procrastinar, isso resulta em stress, sensação de culpa, perda de produtividade e vergonha em relação aos outros, por não cumprir com a suas responsabilidades e compromissos. A procrastinação crônica pode ser um sinal de problemas psicológicos ou fisiológicos. (fonte wikipedia)
Apesar de já conhecer o ato, pois ora ou outra me pego a procrastinar, o termo conheci através do meu camarada Luiz Carlos Dumontt, que conheceu em uma palestra que assistiu na internet. A partir deste momento fiquei mais atento, tentando não cometer mais o tal ato.
No início da semana passada eu e o Átomo – rapper do grupo USAL – começamos a produzir nosso novo disco, chamado DMÁtomo. Nossa ideia era começar na segunda-feira (07) e terminar na sexta-feira (11), mas só conseguimos terminar hoje (14), por causa de uma infinidade de problemas que impossibilitaram nossos encontros.
Átomo gravando
Diferente do ano passado, que produzimos todo o disco de segunda à sexta-feira, neste novo disco, apesar de levarmos oito dias, nos encontramos apenas 04 vezes.
Eu tinha todas as desculpas que eu precisava para não terminar o projeto, ou adiar por mais alguns dias. Meu macbook que a quatro anos nunca havia dado sequer um problema, pifou. A internet ficou mais lenta do que o normal. O outro PC ficou travando como nunca antes. Tive problemas familiares, problemas no trampo, problemas na faculdade, problemas não faltaram, mas identifiquei todos e segui em frente com o nosso projeto.
Hoje eu e o Átomo, entre uma e outra gravação, conversávamos a respeito disso e ríamos das pessoas que não fazem suas correrias e colocam a culpa em tudo e todos que podem, como na esposa, nos filhos, no patrão, nos amigos, etc… quanto faltam argumentos ele apela e põe a culpa no diabo, alegando que o inimigo tá furioso.
Vale a pena dar uma conferida na música que o Átomo fez sobre esse tema: Advogado do diabo.
Hoje, já são quase 23 horas e minha coluna quase não sai. Porque?
Porque um monte de coisas deram errado novamente, meus equipamentos não colaboraram, mas aqui estou eu, aqui estamos nós. O vídeo da série “A Nota Certa”, que faço semanalmente, farei assim que conseguir comprar um novo cartão de memória para a câmera, mas independente do vídeo, a coluna saiu.
Estivemos limitados, porém nada até agora nos parou, e logo logo vocês poderão conferir nosso segundo álbum, “5incronia” e meu novo video.
Existem diversas formas de oferecer serviços pela internet, dezenas de lojas virtuais gratuitas para vender seus produtos, inclusive os produtos digitais como músicas e livros, porém o método mais fácil é utilizando as redes sociais e o Pay Pal.
Atualmente 06 em cada 10 MCs também produz beats e os comercializa pela internet, ou pelo menos tenta comercializar. O problema agarra na hora de receber a grana, ainda mais se seu cliente estiver fora do país.
Através das redes sociais você pode ter contato com 70% do seu público alvo, inclusive de outros países, o google translator facilita a comunicação e o Pay Pal arremata na hora de receber a grana. Pra distribuir o produto você pode utilizar o simples e eficiente email do GMail, dependendo o tamanho do arquivo, ou então serviços de disco virtual como o Mega, o 4Shared ou qualquer outro da sua preferência.
Através do Pay Pal você pode enviar faturas, cobrar por email e receber em cartão de crédito e o seu cliente pode parcelar em até 12 vezes se quiser. Simples assim, dá uma olhada no vídeo que fiz!!!
Galera, espero que vocês curtam o vídeo de hoje. Deu trabalho pra fazer, mas acho que valeu a pena.
Sei que tem muito APP de caô por aí, mas esse é a vera, abaixo disponibilizo dois tracks pra vocês, um é beat, produzi para a matéria, fiz em 15 minutos pra provar que se você se esforçar um pouco pode tirar bons resultados desse aplicativo. O outro é um som que gravei no disco DMÁtomo, fiz todo no celular e depois exportei para o Reaper para poder gravar a voz.
Pra quem não tá ligado(a), comecei a fazer um programa pra web voltado para “música, empreendedorismo e tecnologia”. No primeiro programa falei sobre como ganhar dinheiro com sua música na internet, mas recebi mensagens me perguntando como registrar a música, sendo assim revolvi fazer este programa abordando esse assunto que deixa tantos artistas em dúvida.
Existem três motivos – ou mais – para você registrar sua música e 03 maneiras – ou mais – de se fazer isso.
Meu objetivo com essa coluna não é falar da complexidade dos Direitos Autorais, mas informar da forma mais simples possível as formas e a importância em termos nossa música registrada.
MOTIVOS:
01 – Garantir todos os seus direitos: Quase sempre vemos problemas relacionados a direitos autorais, principalmente relacionado a artistas midiáticos. O último que lembro foi sobre a música “Ai se eu te pego”, do Michel Teló, que tocou em tudo quanto é lugar do mundo, mas depois descobriram que foram duas estudantes, Karine Assis Vinagre e Amanda Grasiele Mesquita Teixeira da Cruz, que fizeram parte da letra. Elas entraram com uma ação é contra Sharon Acioly e Antônio Dyggs, que registraram a música, e também contra a Editora Musical Panttanal Ltda, a Teló Produções, a gravadora Som Livre, a Apple Computer do Brasil e o próprio Michel Teló.
Elas demoraram, mas conseguiram provar que o som era delas, graças a um vídeo do youtube, gravado em um show de Sharon Acioly, onde ela diz que foram as meninas que fizeram a música.
Só pra gente entender. Se as meninas tivessem registrado a música, nada disso teria acontecido, porém elas não acreditaram – e nem eu acreditaria – que aquela música faria o sucesso que fez, sendo assim, registre todas as suas músicas, pois somente a “Ai se eu te pego” rendeu mais de 10 milhões de reais.
02 – Registrar a melodia – As vezes, a música chama mais atenção do que a letra. É um grude. Lembra da música Vagalume, do grupo Pollo? Tem gente que não tem ideia do que diz a letra da música, mas a melodia do refrão nos persegue.
Sendo assim, registrar uma melodia é tão importante quanto registrar uma letra, pois sem a melodia, a música Vagalume não vale de nada. Sim, é possível registrar somente a melodia.
03 – Registrar o fonograma – Tem gente que não sabe o que é o fonograma. Fonograma é a gravação, a música gravada. O registro de um fonograma é o ISRC, que só pode ser feito por um produtor fonográfico. Ele garante que você receberá os direitos conexos se houver execução pública da sua música. Como exemplo, posso falar novamente da música “Ai se eu te pego” e da música “Vagalume”, que tocaram na rádio, na televisão, foram cantadas em shows por outros artistas e etc… Tudo isso é revertido em dinheiro e se os “proprietários” não houvessem registrado, essa grana estaria no ECAD e depois de cinco anos, se não aparecesse o dono, hehehehe, sumiria.
MANEIRAS:
01 – Biblioteca Nacional – A primeira forma de registrar a sua música, poesia e/ou letra, é através da Biblioteca Nacional. O ideal é você comparecer à Rua da Imprensa, nº. 16 – 12º andar, Castelo – Rio de Janeiro. Lá eles vão te dar o “Formulário de Requerimento de Registro” para você preencher e vão gerar o GRU para você pagar no Banco do Brasil.
O valor para o registro é R$20, não importando se você vai registrar 01 ou 100, o valor é o mesmo.
02 – UBC – registro de obra – A UBC faz parte do colegiado que integra o ECAD, são dez instituições de todo o Brasil. Lá você pode registrar sua obra de maneira muito simples e de graça. É ainda mais fácil registrar do que na Biblioteca Nacional, pois na Biblioteca Nacional, para registrar uma melodia, você precisa levar uma partitura, nas UBC basta enviar um MP3 com a melodia.
03 – UBC – registro do fonograma – Na UBC é possível registrar também o fonograma, mas você precisar te um cadastro de produtor fonográfico.
O ideal é que você faça todos os registros possíveis, lembrando que tem muito pilantra oferecendo servições na internet e cobrando absurdos para fazer um serviço que você ou não gastaria nada ou gastaria muito pouco.
Qualquer dúvida é só me chamar nos comentários ou me enviar um email dududemorroagudo@gmail.com
Olá meus amigos e amigas leitores da minha coluna semanal aqui no #PortalEnraizados. Hoje começarei com uma frase de Hélio Garcia: – “Não se faz política sem vítimas”.
Tudo começou na abertura da Copa do Mundo. As pessoas pensavam em voz alta.
– Será que ela vai? – Acho que não, pois podem vaiá-la. – Isso faz parte do processo.
Resumindo a história. Ela foi. E ninguém poderia imaginar que uma vaia seria um grande elogio perto do que aconteceu. Um coro mandava a presidenta do Brasil, Dilma Roussef, tomar no cú.
Eu fiquei totalmente sem ação. Estava dirigindo, vindo do hospital com meu pai, estava ouvindo a BandNews FM. Durante as dezenas de engarrafamentos eu dava uma zapeada nas redes sociais e constatava que era real. Achei essa atitude de uma extrema falta de respeito. Onde já se viu mandar uma mulher, uma senhora de 66 anos de idade tomar no cú? Quem seria capaz disso?
Foram os brasileiros que se julgam cultos e melhores que a maioria de nós, outros brasileiros. O s xingamentos partiram da áreaVIP do estádio (conforme G1 e Folha), composta basicamente por quem pagou R$ 990,00 nos ingressos e por “celebridades”, que entraram de graça no estádio, com ingressos cortesias, principalmente artistas da Rede Globo de Televisão e demais redes de TV. [leia mais no blog do Tarso]
O deputado Jean Wyllysdisse que sentiu vergonha e que a vergonha foi maior porque a gente que puxou a vaia se considera “fina, culta e educada” e vive chamando de “mal-educados, grosseiros e sem-modos” aqueles que não têm a sua cor, a sua renda nem seus privilégios.
O apresentador Luciano Huck condenou os xingamentos promovidos por “torcedores” brasileiros à presidente Dilma Rousseff: – “Pode gostar ou não, acompanhar ou não as suas ideias e sua condução do país, mas não pode xingar porque é uma falta de educação, e somos um país, um povo educado, e não pode ser mal-educado”.
Porém, segundo alguns veículos de internet, o apresentar deixa claro que não apoia a presidenta, o mesmo reuniu cerca de 40 celebridades em sua casa para homenagear o candidato do PSDB Aécio Neves, o que levou os atores Thiago Lacerda e Paulo Betti a um pequeno desentendimento. Thiago convidou, via rede social, vários colegas de profissão para a reunião na casa do Huck, marcando-os em uma foto. Mas Paulo Betti respondeu de uma forma irônica, o que Thiago não curtiu, mandando uma indireta ao Paulo Betti, que por sua vez termina o assunto com esse direto de “esquerda”:
– “Thiagão querido, o colega de profissão sou eu! Eu que escrevi esse comentário e coloquei (risos). Democracia é cada um expressar o que pensa e se expor publicamente apoiando e discutindo política, civilizadamente, sendo responsável!
Não sei por que minha ironia chocou você… Achei engraçado reunião política na casa de Luciano Huck. Bem-vindo à disputa política! Sempre vai ter ironia, quando não tem briga e porrada, e às vezes perda de emprego e etc. A situação de hoje já foi oposição, e te garanto que é tão difícil ser oposição quanto ser situação. Abração!”.
A situação atual do país é confusa pra quem discute política, mesmo sem estar ligado a algum partido, como é meu caso.
Mas na política você precisa escolher um lado, não necessariamente um partido.
No fundo é uma mistura de lógica, estratégia e matemática, onde o saldo tem que ser maior que 5. Resumindo, nessa cama de gato, qual é a melhor opção?
Me encontrei na frase da professora Adriana Facina, assim como outras 77 pessoas que compartilharam e com mais 245 que curtiram sua postagem: – “O Brasil do PT está muito distante do Brasil que eu quero. Só que o Brasil do PSDB é exatamente o Brasil que eu não quero de jeito nenhum. Em resumo, não contem comigo para vaiar a Dilma”.
Enquanto isso, nos bastidores políticos partidários, todos se aproveitam dessa situação para fazer “política” e apontar seus dedos sujos uns aos outros. PT e PSDB não poupam ofensas uns aos outros. PSB e PSOL seguem a mesma linha.
Não seja inocente, nada é por acaso na política.
Como as redes sociais são o termômetro sobre os fatos mais recentes, é lá que acompanho a temperatura em tempo real, sinto o calor nas postagens, como foi o caso da postagem – ou do ato de coragem – do Marcus Faustini, onde ele enquadra a todos os que gostaram, acharam bonito, vibraram escondido ou compartilharam os xingamentos à Dilma. […] por favor deixe de ser meu amigo por aqui.
Lembrei de uma postagem parecida do Pablo Capilé (Fora do Eixo), onde também pedia para as pessoas que concordassem com algo – que não me lembro o que – deixassem de ser seus amigos na rede social.
Já vi tanta gente mudando de lado conforme seus interesses pessoais, que chego a acreditar que se por algum motivo eu houvesse colocado meus “amigos” virtuais ou presenciais em cheque, hoje estaria vagando sozinho.
A questão é que apesar de todos os tapetes puxados e escândalos que envolvem políticos todos os dias, a política é a única forma de mudar o país, e nada, nada mesmo, justifica a tamanha falta de respeito que o mundo presenciou na abertura da Copa do Mundo.
É por essas e outras que vou na linha do Paulo Betti: – “Democracia é cada um expressar o que pensa e se expor publicamente, apoiando e discutindo política, civilizadamente, sendo responsável!”.
Termino minha coluna com uma frase de Aldo Cammarota: – “A política parece um pouco com lavar janelas. Seja qual for o seu lado, a sujeira está sempre do outro lado”.
Perdoem-me, mas eu não deixaria de escrever sobre a Copa do Mundo às vésperas do evento. Como diriam meus amigos jornalistas, não perderia este gancho por nada, e ainda mais tendo a oportunidade de rechear com as UPPs. Perdoem-me novamente, mas vou pra cima deles.
Como diria Roberto Carlos: – Esse cara – do título – sou eu! E volto a afirmar: – Não sou bandido e amo futebol, mas não sou a favor da UPP e da Copa do Mundo.
Coloquei um sinal de interrogação, porque as pessoas com as quais converso, seja “cara a cara” ou via redes sociais, sempre me questionam com um sonoro: – Como assim?
Me faltariam argumentos se eu morasse no bairro com o metro quadrado mais caro do Rio de Janeiro, tivesse tido uma criação que se resumisse em olhar para o meu próprio umbigo e consequentemente achasse que o Estado se resume ao playground do meu prédio.
Mas não, sou de uma parte do Rio de Janeiro onde o azul está desbotado, da galáxia onde moram os motoristas, empregadas domésticas, garçons, pedreiros e tantos outros que são humilhados diariamente no bairro em questão.
E aí você me pergunta:
– DMA, não estou entendendo. O que tem a ver uma coisa com outra?
Simples caro(a) leitor(a).
O mundo não passa despercebido por mim, pois sinto as pessoas.
Esse ano de 2014 é um ano de amadurecimento, pois tudo fica mais claro, parece final de novela.
Sendo assim é importante esclarecer que quando digo que não sou a favor, não quer dizer que sou contra.
Vamos analisar os fatos.
ESCLARECIMENTO 01
Não sou bandido, mas não sou a favor da UPP. Porque?
Você acha que o governador, quando implantou as UPPs, queria proteger os moradores das comunidades dos bandidos que ali estavam durante décadas? Pense um pouco antes de responder.
Ou será que o governador queria proteger os turistas que chegariam aos montes por causa dos mega eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas? Simplesmente limpar os caminhos e entornos de onde os gringos vão passar.
Mas espere um pouco aí, para onde vão os bandidos depois que instalam as UPPs?
Talvez por estar na Galaxia Baixada Fluminense, eu sinta minha pele queimar a cada bandido novo que chega na região. A cada toque de recolher, a cada pessoa que morre, a cada novo jovem que se entrega para as drogas.
ESCLARECIMENTO 02
Vamos então analisar a outra parte.
Amo futebol, mas não sou a favor da Copa do Mundo.
Como assim?
Simples. O nosso país tem outras prioridades. A Copa do Mundo foi a oportunidade de algumas pessoas ganharem dinheiro que não conseguirão gastar em 3 vidas. Posso estar sendo leviado em afirmar algumas coisas sem ter provas, mas deixei de ser inocente a algum tempo.
Nossa Copa do Mundo custou cerca de R$30 bilhões, é a mais cara que as três últimas Copas do Mundo JUNTAS!!!
Mas como o Ronaldo disse: – Não se faz Copa do Mundo com hospitais.
Então Ronaldo, foda-se a Copa do Mundo, porque eu quero hospital, escola, emprego…
Como eu havia dito, as UPPs não são pra proteger a população de origem popular do Rio de Janeiro, mas proteger os turistas e seu rico dinheiro e evitar que o filme do Governador seja queimado. Sendo assim, o governo instala as UPPs e não prendem ninguém. Depois o policial truculento reprime o povo e tá tudo dominado.
Esse é o nosso legado!!!
A SOLUÇÃO
O que nós podemos fazer para mudar essa situação?
Primeiramente parar de reproduzir tudo o que os outros falam, parar de compartilhar o que é engraçadinho nas redes sociais sem ao menos analisar antes. Como já disse em outras colunas, não é que sejamos plano B, nós da Baixada Fluminense não estamos nos planos, assim como São Gonçalo não está.
Precisamos mostrar nosso próprio ponto de vista sobre o que acontece no Estado, mostrar nossa força juntos.
Na próxima quinta-feira, dia 12 de junho, começa a Copa do Mundo. Um dia antes (quarta-feira, 11 de junho) eulanço o videoclipe da música legado, pois essa é a minha forma de dizer que eu não estou de acordo com o que está acontecendo na minha cidade, no meu estado e no meu país. Minha meta é mostrar isso pro mundo, pois nós já estamos cansados de saber.
Se quiser/puder me ajudar a propagar essa ideia, inscreva-se aqui.
Filmar as injustiças e compartilhar não é só arte, é luta!!!
O IDEAL
Porque não sou contra?
Imagine como seria se as UPPs fossem uma política de segurança que visasse os interesses da população, para trazer a paz efetivamente. Como seria se o Brasil fizesse o dever de casa, estivesse com os hospitais em condições de receber a população com um mínimo de dignidade e estando tudo em ordem, recebesse um evento como a Copa do Mundo.
Mas infelizmente o mundo precisa saber, sob a ótica da Baixada Fluminense e de São Gonçalo, o que significa a Copa do Mundo e a política de segurança do Estado para as periferias.
Depois da Copa do Mundo, as coisas tendem a esfriar um pouco, então a hora é essa.
Ele é baiano, de Vitória da Conquista, tem 28 anos e já teve uma treta com o Cabal.
Essa poderia ser a chamada de uma matéria sensacionalista de um rapper gangsta dos anos 80, mas não, apesar de ser tudo verdade, estou falando de uma cara tranquilo, franzino, que prega a paz e que atualmente vive em Guarulhos-SP, é pai de três filhos – inclusive, um que acaba de nascer – e acaba de lançar um disco de rap, mas com uma sonoridade que nitidamente sofre uma grande influência do reggae, o que o faz conquistar fãs fora do rap, mas sem perder o respeito e admiração de quem tá dentro dessa cultura tão exigente com seus artistas, principalmente quando o assunto é lealdade ao estilo. Parece com a história do Rael e do Criolo? Acho que sim, mas o Sensato tem um “quê” a mais.
Foi recentemente contratado pela gravadora Ibotirama Records, do seu parceiro e empresário JB, que também é rapper, baiano e morador de Guarulhos; juntos selecionaram uma equipe de produtores/beatmakers não tão conhecidos como os monstros Daniel Ganjaman e os americados K-Salaam & Beatnik, mas que também conseguiram produzir, a várias mãos, um álbum ímpar em um estúdio que está longe de ser um cinco estrelas.
Segundo o próprio Sensato, seu som é criativo, melódico, crítico, sarcástico, poético, mas de fácil entendimento, sendo assim não se espante se na próxima semana você ligar a TV e o ver sentado na poltrona do Jô.
Dudu de Morro Agudo – Qual o teu nome meu mano? Sensato – Jairo Santos Araújo
Porque Sensato?
Eu usava C4, em 2006, e quando gravei o primeiro trampo em 2007, com o JR Junior, e fiz a página no myspace, o Cabal achou e me intimou.
Ele disse que só tinha espaço pra um C4 no Braza, ele. Retruquei, mas depois de um tempo preferi mudar, pra não perder o fonema, Sensato. (risos)
Porém Sensato, sensatez, é algo que eu prezo nas rimas, sempre prezei, apesar de isso por si só já denotar demência ou insanidade. (mais risos)
Amarelou pro Cabal?
Amarelei não, preferi não ter o mesmo codinome que ele.
Achei que esse era seu primeiro trampo. Já gravou algo antes?
Em 2007, um trampo que nunca saiu, chamado “Força e Resistência”. Foram 10 faixas, com produção de JR Junior, hoje conhecido como Juninho Lutero.
Ele é lá de Vitória da Conquista né?
É, aquele mesmo bicho doido. (risos)
Fiquei sabendo que ele agora é evangélico. É por isso que o trabalho não saiu? (Muitos risos) O meu?! Não, não foi por isso.
Eu não me sentia pronto e por isso não me esforcei pra por na rua, ficou só entre amigos.
Sensato
Agora você está preparado? Qual a sua idade hoje?
Me sinto apto. Não como gostaria, porque sou meio perfeccionista, porém meio desleixado, mas tenho uma mente melhor hoje, aos 28 anos.
Quem ouve teu som percebe que tu bebe em outras águas além do rap. Qual a tua formação musical?
Primeiro música evangélica, cantei no grupo de criança. Depois seresta, forró, bastante reggae na adolescência e por aí vai… Gosto daquelas musicas que nunca envelhecem, os chamados Flash Backs.
Tenho uma boa influência do reggaeman Gregory Isaacs, acho que isso caracteriza a suavidade do flow.
Como está a repercussão do disco Insana Sensatez? E porque esse nome? São minhas loucuras cara… Na verdade são as neuroses por que passei e tenho passado nestes últimos 4 anos.
Neuroses?? O disco é super positivo e motivador. A faixa 05 (Na disposição) é uma que eu choro quando ouço, parece que tu fez pra mim, é motivadora demais. A “Gata Parida” tem protesto e musicalidade. (Risos) Porra negão, obrigado cara!
É massa demais ouvir essas palavras.
O disco tem dado o retorno que você esperava? Sim. Ainda é bem recente, veio junto com meu terceiro filho.
Tá com filho pequeno? Tô cara, é Levi o nome, não foi planejado, como muita coisa em minha vida, mas dou esta mesma vida pelo pivete.
Sensato
Mas como está a repercussão, a galera tá comentando, tu tá fazendo show? O disco tá bem o que eu esperava, principalmente no que diz ao entendimento do conceito total, algo criativo, melódico, crítico, sarcástico, poético, mas de fácil entendimento.
Show ainda não. JB tá na responsa disso, mas por conta do meu filho, pedi pra ele ficar de boa só um tiquim.
A galera tá curtindo, todos que adquiriram gostaram e comentaram. Bons comentários, eu até quero ouvir críticas mais incisivas, mas até agora nada.
Sobre os comentários, a “Gata Parida” e a “Marião” são as mais aplaudidas aqui.
E Marião, quem é? Marião são todas as “negas embassadas” que vivem a vida, faz o que prefere sem se importar com o que os outros falam. A primeira inspiração foi mainha… foi ela quem cortou um pivete com um canivete que ela mesma fazia. Então fui lembrado das mulheres desse perfil que conheço e fui criando a música.
É uma homenagem a elas, do meu modo. (risos)
Sensato
E a participação do Slowdabf? Uma de minhas felicidades foi poder rimar com Slowdabf, um cara de um grupo que ouvia há um tempo já.
Eu toco o teu disco no meu carro todos os dias, pra públicos diferentes, idades, etnias, religiões, gênero e todos gostam. Algumas pessoas que ouviram disseram que você é um fenômeno, ainda melhor que Rael e o Criolo. Você já havia ouvido tal comparação? Hahahaha!!!
Caralho! Olha, um professor meu disse que eu tenho que tá no Manos e Minas e que meu disco é de Wolrd Music, isso me lembrou do Criolo, que é uma boa referência. Um outro brother ouviu a “Na disposição” e disse que meu som é tipo o do Rael.
Então a galera tá apontando na direçpão certa? Tá véi! (risos)
Num é que tá? (mais risos)
E a produção? Quem assina? Uma galera… a maior parte das bases são do Tchiago Consega; tem uma linda base feita pelo Léo da XIII; tem uma do meu parceiro de Salvador, Diego 157; tem do pastor, que é a Kizomba, faixa 11; tem do Gilmar de Andrade.
Sensato
Parece que é banda. Teve alguém que tocou algum instrumento? Sim. Marcos Paiva toca baixo acústico apenas na faixa 2. Só essa teve instrumento.
Até ia sair uma música com banda, mas não deu pé.
Quem é responsável pelo disco? A gravadora Ibotirama Records, do JB.
Deixe um salve pra galera que tá lendo tua entrevista. Um salve pra todos os loucos aí do Portal Enraizados, já te falei o quanto aprecio essa parada.
Obrigado mesmo velho, Hip Hop é uma força muito positiva que nos reanima a cada dia.
Já tinha terminado o texto da minha coluna quando recebi algumas mensagens dizendo que estava havendo um tiroteio terrível em Austin – bairro aqui de Nova Iguaçu. Mudei minha coluna, que falaria de empreendedorismo na música, para escrever novamente sobre o aumento do índice de violência na Baixada Fluminense, pois considero importante essa discussão aos pés de uma eleição e aos pés de um evento internacional como a Copa do Mundo.
Sou nascido e criado em Morro Agudo, Nova Iguaçu.
Na minha adolescência era inimaginável a notícia que li hoje no site do G1: – Na ação foram apreendidos dois fuzis, uma metralhadora, um revólver, uma pistola, um veículo roubado, sete carregadores, três radiotransmissores, uma luneta (equipamento que é acoplado no fuzil) e um caderno de anotação do tráfico. O caso vai ser registrado na 58ª DP (Posse).
Há cerca de dois anos, quando meu tio chegava em casa, foi surpreendido por três assaltantes fortemente armados, que levaram o seu carro. Isso aconteceu na minha rua, em frente a minha casa. Quando fomos atrás para saber o que havia acontecido, os policiais, que conseguiram prender os bandidos em Belford Roxo, disseram que eles eram de uma favela do Rio de Janeiro que acabava de receber uma Unidade de Polícia Pacificadora. Vieram para a Baixada, para roubar carros, fazer assaltos, conseguir armas e “tomar” uma outra favela de uma facção rival.
Já naquela época eu acenava para um grande problema na região. Muitos disseram que eu estava exagerando.
Há uns dois meses, quando eu estava na faculdade, minha filha me ligou dizendo que havia toque de recolher na comunidade, que era para eu voltar rápido para casa. Logo depois o Samuca Azevedo me ligou dizendo a mesma coisa. Em seguida recebi outra e outra ligação, de amigos preocupados com minha segurança. Eram bandidos que estavam na comunidade e queria implantar uma boca de fumo em uma comunidade próxima. A polícia chegou e houve tiroteio.
Pra mim está claro que Nova Iguaçu – e toda a Baixada Fluminense – não é prioridade quando o assunto é Política de Segurança Pública. Não é que estamos em segundo plano, nós não estamos “no plano”.
O que você sente quando lê uma matéria como a da jornalista Maria Inês Magalhães, para o Jornal O Dia, que diz o seguinte: – Áreas pacificadas têm mais PMs que toda a Baixada Fluminense. UPPs têm 4.360 policiais militares para 200 mil moradores. A Baixada Fluminense, região com 3.651.708 habitantes em 13 cidades conta com 2.910 agentes.
Em outra matéria, o jornalista Leandro Prazeres, para o site UOL, diz o seguinte: – […] a Baixada Fluminense viu um aumento de 25% no número de homicídios dolosos, saindo de 1.381 em 2012 para 1.728 em 2013. O percentual é quase o mesmo das tentativas de homicídios, que subiram 26% entre 2012 e 2013.
Hoje é apenas uma evolução do que já está sendo anunciado a alguns anos. Quando eu questiono a você sobre a Copa do Mundo, eu não estou surfando em uma onda do #NãoVaiTerCopa, estou querendo discutir as implicações que o evento traz pra nós. O legado que fica para nós é esse, porque o governador do Estado quando põe UPP nas favelas do Rio de Janeiro, em uma época pré-copa, não está preocupado com a população das favelas, ele está preocupado com a segurança dos gringos e com a imagem dele e do Estado. No final, tudo é por dinheiro.
Os bandidos que trocaram tiro com a polícia hoje aqui em Austin, segundo informações que obtive, vieram do morro Chapadão e ocupara o Morro Mirando Leal. Pela manhã foram roubar a casa de um comerciante do bairro, que chamou a polícia e desencadeou a série de mortes e perseguição, deixando a população desesperada e sem um posição real do que está acontecendo.
O saldo de hoje?
01 policial morto (morador de Austin);
01 policial ferido (meu vizinho, morador de Morro Agudo);
04 bandidos mortos;
01 bandido ferido (mas vai morrer, porque foi pro Hospital Geral de Nova Iguaçu);
02 bandidos presos;
804.815 pessoas amedrontadas.
Como resultado:
A população que já tinha dezenas de problemas, agora tendo que se preocupar com a própria segurança;
Milicianos se aproveitando do descaso do poder público;
Candidatos (como o Garotinho) se aproveitando da situação e já tentando marcar reuniões com as lideranças locais.
ESTAMOS NOVAMENTE NA MÍDIA, DAQUELE JEITO QUE SÓ AS MAZELAS SÃO MOSTRADAS: