Autor: Nala Zuri

  • Sarau Poetas Compulsivos reúne poesia, música e política em Morro Agudo no dia 05 de julho

    Sarau Poetas Compulsivos reúne poesia, música e política em Morro Agudo no dia 05 de julho

    No próximo sábado, 05 de julho de 2025, o Quilombo Enraizados, em Morro Agudo (Nova Iguaçu), será novamente tomado pela arte, pelo afeto e pela resistência. Quem é de casa sabe que toda edição é especial e essa não é diferente, como sempre reunindo artistas da palavra, do som e da política cultural em uma noite histórica.

    Desde 2013, sempre no primeiro sábado do mês, o sarau transforma o Quilombo Enraizados em um verdadeiro templo da palavra viva. Criado pelo rapper, educador e produtor cultural Dudu de Morro Agudo, o evento nasceu com a proposta de valorizar a literatura periférica, misturar gerações, linguagens e fortalecer o circuito cultural da Baixada Fluminense. De lá para cá, foram mais de 150 edições, revelando talentos, fortalecendo redes de criação e afetividade e acolhendo múltiplas vozes da periferia.

    A edição de julho traz uma programação potente e diversa, se liga nessa viagem:

    • A jovem cantora Terê BXD, de 20 anos, estreia no palco do sarau com sua voz suave e marcante. Natural da Baixada Fluminense, Terê começou a cantar ainda bebê e hoje se apresenta como uma artista em construção, carregando influências que vão de Maria Bethânia a Calcinha Preta, sempre com autenticidade e sensibilidade.
      “Canto. E se canto, é porque ainda existo”, afirma a artista.
    • O poeta LuiX HN traz seus versos como instrumentos de resistência e cura. Poeta da rua, da escuta e do silêncio, LuiX escreve como quem respira e grita por dentro. Sua poesia atravessa, emociona e expande, revelando sentimentos intensos em forma de palavra.
    • E para coroar a noite, a deputada federal, artista e gestora cultural Jandira Feghali lança seu livro de estreia, “Cultura é Poder”, publicado pela editora Oficina Raquel. A obra propõe uma reflexão crítica sobre o papel da cultura na democracia brasileira, costurando a trajetória política e musical da autora com temas como diversidade, racismo, guerra cultural e políticas públicas. O prefácio é assinado pela ministra Margareth Menezes.

    A apresentação do sarau será conduzida pela poeta Lisa Castro, com intervenções poéticas de Átomo Pseudopoeta e discotecagem dos DJs Dorgo e Imperatriz, que garantem o clima divertido e acolhedor da noite. Como sempre, haverá microfone aberto, convidando pessoas do público para declamar e assumir o protagonismo.

    “Quem escreve, resiste. Quem declama, liberta”.

    SERVIÇO
    📍 Quilombo Enraizados – Rua Presidente Kennedy, 41, Morro Agudo, Nova Iguaçu – RJ
    📅 05 de julho de 2025 (sábado)
    ⏰ A partir das 19h
    🎤 Microfone aberto
    💰 Entrada gratuita
    📲 Mais informações: https://www.instagram.com/p/DLWRdBdsJoQ

  • Campanha “Vidas em Suspenso na Baixada” nasce com potente Master Class sobre Emergência Climática

    Campanha “Vidas em Suspenso na Baixada” nasce com potente Master Class sobre Emergência Climática

    A tarde desta quarta-feira (16) foi marcada por uma aula histórica no Quilombo Enraizados. A Master Class “Mudanças Climáticas e o Caminho da Água na Baixada”, com a geógrafa Juliana Coutinho e o professor e ambientalista Alex Vieira, não apenas provocou reflexões profundas como também lançou a semente de uma nova frente de ação: a campanha “Emergência Climática: Vidas em Suspenso na Baixada – Entre a Lama e a Torneira Vazia”.

    A atividade, que faz parte da formação do CPPEC (Curso Prático de Produção de Eventos Culturais) e da décima edição do Festival Caleidoscópio, reuniu alunos, educadores, artistas e lideranças da região para um debate sobre a crise hídrica e os desastres ambientais que assolam os territórios periféricos. Entre dados, experiências e provocações, ficou evidente que a Baixada Fluminense vive uma emergência climática invisibilizada, onde o racismo ambiental e a negligência do poder público se misturam com o sofrimento cotidiano da população.

    Foi a partir dessa aula que nasceu a campanha. O incômodo coletivo virou ação.

    Uma campanha para dar nome ao que vivemos

    A Campanha Emergência Climática: Vidas em Suspenso na Baixada – Entre a Lama e a Torneira Vazia tem como objetivo mobilizar, sensibilizar e informar a população sobre os impactos diretos das mudanças climáticas em nosso território – com foco nas enchentes, na escassez de água e no sofrimento muitas vezes invisível da saúde mental das famílias.

    Entre os principais eixos da campanha, estão:

    • 4 Master Classes com especialistas em clima, território, racismo ambiental e políticas públicas;

    • Exposição imersiva presencial com fotos, vídeos e relatos sobre as enchentes;

    • Galeria digital no Instagram, construída com moradores e artistas da Baixada;

    • Publicações no Facebook, voltadas especialmente para o público dessa rede, que costuma ser o público mais experiente;

    • Atos simbólicos e intervenções urbanas que estimulem empatia e reflexão;

    • Lançamento de uma publicação final, com falas, registros e relatos do processo.

    Próxima Master Class já é parte da campanha

    Na próxima terça-feira, 23 de abril, às 14h, o Quilombo Enraizados recebe mais uma Master Class imperdível do CPPEC – Curso Prático de Produção de Eventos Culturais.

    Com o tema “Mudanças Climáticas e Soluções Urgentes”, essa aula vai nos provocar a refletir sobre as transformações climáticas que já estão afetando diretamente nossas vidas, especialmente nas periferias, e pensar juntos quais caminhos podemos trilhar para resistir e agir.

    Para esse papo potente, convidamos duas referências em suas áreas de atuação:

    🌿 Johari Silva – Ativista LGBTQIAPN+, comunicador, educador popular, mobilizador e pesquisador social, com uma trajetória marcada pelo engajamento nas lutas por justiça climática e direitos humanos.
    🏙️ Tainá Michelino – Formada em Arquitetura e Urbanismo, atua com inovação social e projetos urbanos que impactam positivamente as comunidades, especialmente nas periferias de Nova Iguaçu.

    Esta atividade integra a a campanha “Emergência Climática: Vidas em Suspenso na Baixada – Entre a Lama e a Torneira Vazia”, que tem como foco discutir os impactos da crise climática na saúde mental das populações periféricas, promovendo informação, cuidado e mobilização coletiva.

    📍 Local: Quilombo Enraizados – Morro Agudo, Nova Iguaçu
    🗓️ Data: 23 de abril de 2025
    🕒 Horário: 14h
    🎟️ A entrada é gratuita, mas as vagas são limitadas!
    Garanta já a sua!
    Inscrições: https://www.sympla.com.br/evento/master-class-mudancas-climaticas-e-solucoes-urgentes/2920815

    Participe da campanha

    Se você mora na Baixada ou área da região metropolitana do Rio de Janeiro, já enfrentou enchente, falta d’água, ou simplesmente quer fortalecer essa luta, participe do grupo da campanha no WhatsApp e ajude a construir coletivamente essa mobilização.

    Acesse o grupo aqui:
    https://chat.whatsapp.com/L9MGJss8xpMEhFpJMDFAjH


    Não é só sobre o clima. É sobre território, memória e sobrevivência.
    É sobre não deixar que nossas vidas sigam em suspenso entre a lama e a torneira vazia.

  • Festival Caleidoscópio X: Masterclass promove reflexão prática sobre produção cultural e finanças pessoais

    Festival Caleidoscópio X: Masterclass promove reflexão prática sobre produção cultural e finanças pessoais

    No dia 09 de abril, às 14h, será realizada a primeira masterclass do Festival Caleidoscópio 2025, também chamado de Festival Caleidoscópio X, em celebração à sua décima edição.

    A iniciativa é do Instituto Enraizados, com patrocínio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, viabilizado por meio de uma emenda parlamentar do deputado estadual Andrezinho Ceciliano, atual prefeito de Paracambi.

    O encontro será transmitido ao vivo pelos sites do Festival Caleidoscópio e do Instituto Enraizados, com inscrição gratuita pelo Sympla.

    A atividade faz parte do Curso Prático de Produção de Eventos Culturais (CPPEC) e tem como tema “Os desafios da produção cultural e da gestão financeira na vida real”. A masterclass será dividida em duas aulas de 30 minutos, com Sabrina Azevedo abordando os dilemas e estratégias do dia a dia da produção cultural, e Felipe Guimarães compartilhando caminhos práticos para uma organização financeira mais saudável e possível. Ao final, haverá 30 minutos de interação com o público.

    A proposta é fortalecer o conhecimento e a prática dos participantes, trazendo para o centro do debate a vida real dos produtores e artistas periféricos. Sem fórmulas prontas, a masterclass foca na experiência concreta, abordando temas muitas vezes negligenciados em formações tradicionais, e parte do princípio de que a produção cultural é, antes de tudo, feita por pessoas com trajetórias complexas, que enfrentam múltiplos desafios.

    Público prioritário e inscrições

    A atividade é aberta ao público, mas foi pensada especialmente para jovens a partir dos 18 anos, da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, com foco em pessoas pretas, mulheres e integrantes da comunidade LGBTQIAPN+ — respeitando o compromisso do festival com a diversidade.

    Serão disponibilizadas duas formas de participação: online, com inscrição pelo Sympla, e presencial, com 50 vagas limitadas. Não há nenhum pré-requisito além da vontade de participar.

    Troca real, com pessoas reais

    Mais do que uma palestra, a masterclass quer provocar uma reflexão profunda e prática sobre como as pessoas lidam com o trabalho na cultura e com suas finanças. “A ideia é que os participantes possam aplicar o que aprenderem não só na sua vida pessoal, mas também no desenvolvimento do Festival Caleidoscópio e de outros projetos futuros”, afirma Dudu de Morro Agudo, coordenador do Instituto Enraizados.

    A proposta é que essa e as próximas masterclasses também tenham um impacto transformador — fortalecendo trajetórias e promovendo o crescimento pessoal e coletivo dos participantes.

     

    SERVIÇO:

    Master Class: Os desafios da produção cultural e Gestão financeira
    Palestrantes:
    Sabrina Azevedo e Felipe Guimarães
    Quando:
    09 de abril, às 14 horas.
    Onde: Quilombo Enraizados – Rua Presidente Kennedy, 41, Morro Agudo, Nova Iguaçu, RJ

    INSCRIÇÕES:

    🔹 Presencial – vagas limitadas
    📍 Link de inscrição:
    👉 https://www.sympla.com.br/evento/master-class-desafios-da-producao-cultural-e-gestao-financeira/2899519

    🔹 Online – transmissão ao vivo pela internet
    📍 Link de inscrição:
    👉 https://www.sympla.com.br/evento/master-class-desafios-da-producao-cultural-e-gestao-financeira-on-line/2899561

     

  • Festival Consciências: Roda de Conversa e sessão exclusiva do RapLab no Sesc Nova Iguaçu

    Festival Consciências: Roda de Conversa e sessão exclusiva do RapLab no Sesc Nova Iguaçu

    O Festival Consciências chega à sua segunda edição no Sesc Nova Iguaçu, no dia 22 de fevereiro de 2025 (sábado), das 10h às 19h, com entrada gratuita.

    O evento, que tem como tema “Não há bem-estar social com racismo”, celebra a identidade negra por meio de uma programação diversa, incluindo shows, oficinas, exposições, rodas de conversa e feira de empreendedores negros. O evento trará uma roda de conversa com Lisa Castro, Aline Nascimento e Dudu de Morro Agudo, além de uma sessão do RapLab, reunindo intelectuais, artistas e produtores culturais para fortalecer o debate e a produção artística periférica.

    Realizado pela área de Educação do Sesc RJ, o evento faz parte de uma iniciativa voltada à educação antirracista e ao combate ao racismo estrutural, promovendo representatividade e fortalecimento da cultura negra.

    O Festival Consciências é uma oportunidade de aprofundar o debate sobre identidade, arte e história da Baixada Fluminense, ao mesmo tempo em que fortalece a expressão e criação coletiva por meio do rap. Inscreva-se e participe!

    Roda de Conversa: A Baixada Fluminense como Potência da Negritude

     

    A mesa de diálogos propõe uma reflexão sobre a contribuição da população negra para a construção e manutenção da identidade da Baixada Fluminense. Com a participação de personalidades que vivem e produzem nesse território, a discussão busca dar visibilidade às histórias, lutas e resistências que moldaram a região.

    Participantes:

    Aline Nascimento – Especialista em História da Baixada Fluminense

    Dudu de Morro Agudo – Mestre e doutor em Educação pela UFF e fundador e diretor executivo do Instituto Enraizados

    Lisa Castro – Multiartista da Baixada Fluminense

    📍 Local: Salão Nobre do Sesc Nova Iguaçu
    🕙 Horário: 10h às 12h
    📌 Inscrição: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLScWvOeURp_z9EGx_Y0KagK6fKaffJ3_MNZ6g2te1kVgNh2vyw/viewform

    RapLab: Arte, Educação e Tecnologia através do Rap

     

    O RapLab é uma atividade que une expressão artística, aprendizado coletivo e tecnologia para estimular a produção de conhecimento por meio do rap. Estruturado em cinco etapas – Roda de conversas, palavras orientadoras, jogo da composição, musicalização e gravação –, o laboratório promove um ambiente de troca, criatividade e experimentação musical.

    📍 Local: Salão Nobre do Sesc Nova Iguaçu
    🕐 Horário: 13h às 15h
    📌 Inscrição: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfx4ZPLoqIF0rgRd9hoUXHdRnFh5uFhevMJUnZIlptFfznG0A/viewform

    📌 Serviço – Festival Consciências

    📍 Local: Sesc Nova Iguaçu (R. Ewbank da Câmara, 90) – Salão Nobre do Sesc Nova Iguaçu
    📅 Data: 22/02/2025 (sábado)
    🎟 Entrada gratuita (sujeita à lotação) – Ingressos já disponíveis na bilheteria.

  • DMÁtomo e Eric Beatz: A conexão criativa por trás de ‘Símbolos’

    DMÁtomo e Eric Beatz: A conexão criativa por trás de ‘Símbolos’

    O terceiro álbum da parceria entre Dudu de Morro Agudo e Átomo Pseudopoeta, conhecido como DMÁtomo, é uma imersão na ancestralidade e na cultura africana. Intitulado “Símbolos”, o projeto mergulha na riqueza dos Adinkras, símbolos originários do povo Akan, do Gana, que representam conceitos filosóficos e ideológicos. Cada faixa do álbum é uma homenagem a um desses símbolos, conectando o passado à contemporaneidade por meio da música.

    Com beats assinados por Eric Beatz, que construiu uma atmosfera sonora rica e envolvente, “Símbolos” traduz em ritmo e poesia os significados profundos de cada Adinkra selecionado. O álbum não é apenas uma obra musical, mas um convite para refletir sobre valores universais que atravessam gerações.

    Dudu de Morro Agudo, Eric Beatz e Átomo Pseudopoeta

    As Faixas e Seus Símbolos
    Nyansapo (Sabedoria)
    A primeira faixa, Nyansapo, aborda o símbolo da sabedoria, inteligência e paciência. A letra reflete a busca por conhecimento, o equilíbrio entre emoção e razão, e a importância de decisões sábias em meio aos desafios cotidianos. O beat de Eric Beatz evoca introspecção, com camadas melódicas que sugerem um diálogo interno.

    Aya (Resiliência)
    Aya, a segunda faixa, é uma celebração da força e resistência diante das adversidades. Conhecido como o símbolo da samambaia, que cresce em condições difíceis, o tema da música é a superação e a determinação. O ritmo é pulsante e contagiante, traduzindo a energia de quem nunca desiste.

    Akofena (Coragem e Justiça)
    Na terceira track, Akofena, o símbolo das espadas cruzadas, DMÁtomo explora o conceito de coragem e a luta por justiça. A música é uma ode aos guerreiros que enfrentam a opressão com firmeza. Os versos são contundentes, enquanto o beat cria uma atmosfera musical tranquila, o que causa quase uma contradição na obra, mas ao mesmo tempo mostra versatilidade.

    Ananse (Sabedoria e Complexidade)
    A quarta faixa, Ananse, celebra o símbolo da aranha, associada à sabedoria, à estratégia e à complexidade das narrativas. Aqui, a dupla constrói uma teia lírica intricada, remetendo às histórias que formam a identidade e a memória coletiva. A produção de Eric Beatz incorpora sons que remetem ao movimento e à criação, reforçando a metáfora.

    Osram Ne Nsoromma (Amor e Harmonia)
    Encerrando o álbum, Osram Ne Nsoromma representa o amor, a união e a interdependência entre o homem e a mulher. A faixa é uma celebração à harmonia e aos laços que nos conectam como seres humanos. Com um tom mais suave e melódico, essa música finaliza o álbum com uma mensagem de esperança e união.

    Dudu de Morro Agudo, Eric Beatz e Átomo Pseudopoeta

    Um Álbum de Resistência e Arte
    “Símbolos” é mais do que um álbum; é um manifesto cultural. DMÁtomo e Eric Beatz entregam um trabalho que ultrapassa as barreiras do entretenimento, transformando o rap em uma ferramenta de resgate histórico e espiritualidade. Cada faixa é um mergulho em conceitos que continuam relevantes, oferecendo aos ouvintes uma experiência que é tanto estética quanto educativa.

    O lançamento de “Símbolos” marca um momento importante na carreira de DMÁtomo, consolidando a dupla como uma das principais vozes do rap contemporâneo. O álbum estará disponível em todas as plataformas digitais a partir de 31 de dezembro de 2024, e promete inspirar e impactar profundamente quem o escutar.

    Para conhecer mais sobre o projeto e mergulhar nessa jornada simbólica, basta acessar as plataformas digitais ou acompanhar as redes sociais do grupo. DMÁtomo e Eric Beatz entregam, com “Símbolos”, um presente para a cultura brasileira e para os apreciadores do hip hop consciente.

    SAIBA MAIS

    Lançamento: 31 de janeiro de 2024, às 00:00

    Pega o link: https://www.youtube.com/playlist?list=PLX9JOOz-sqHVi_dcrBb18X8WLhtLYczEb

  • Aquilombamento Criativo: A celebração do “Dia da Rima” no Quilombo Enraizados

    Aquilombamento Criativo: A celebração do “Dia da Rima” no Quilombo Enraizados

    No dia 27 de dezembro, o Quilombo Enraizados celebrou mais uma edição do “Dia da Rima”, um evento que já se consolidou como um marco na cena cultural da Baixada Fluminense. Há mais de dez anos, o encontro reúne MCs, beatmakers, cantores e poetas para uma celebração de fim de ano repleta de música, criatividade e colaboração.

    Este ano, o evento contou com cerca de 20 participantes ativos, incluindo cantores e poetas, além dos tradicionais MCs e beatmakers. Como sempre, o “Dia da Rima” trouxe momentos de surpresa e inovação, com a dinâmica de sorteio dos grupos e beats. Contudo, essa dinâmica gerou momentos de tensão e emoção, já que alguns convidados ainda não haviam chegado na hora dos sorteios, enquanto outros exigiam que seus nomes estivessem garantidos na lista.

     

    As regras do “Dia da Rima” são projetadas para instigar a criatividade dos participantes e desafiá-los a sair de suas zonas de conforto. Esse propósito se mostrou essencial, mesmo diante das tensões iniciais. A proposta do sorteio de grupos e beats tem como objetivo criar combinações inéditas, forçando os artistas a colaborarem com pessoas e estilos que não conhecem, o que resulta em uma produção mais rica e diversa.

    Outro ponto de tensão foi a seleção dos beats. Alguns participantes queriam ouvir mais opções antes de se comprometerem, mas a organização manteve o foco no caráter desafiador do evento. Os beats foram disponibilizados de forma limitada justamente para estimular escolhas rápidas e intuitivas, alinhadas ao espírito colaborativo e experimental do “Dia da Rima”.

    Apesar das tensões iniciais, o evento foi um sucesso. A liderança de Dudu de Morro Agudo, Átomo e Dorgo foi essencial para manter a harmonia e garantir que todos os participantes tivessem a chance de brilhar. Dudu também foi responsável pela gravação das faixas produzidas durante o evento, marcando uma nova fase, em que todas as músicas gravadas serão registradas e lançadas, preservando os direitos dos artistas.

    O “Dia da Rima” também se consolidou como uma grande celebração de fim de ano para os Enraizados. Além da música, houve comida e bebida, com destaque para o churrasco preparado pelo chef Samuka Azevedo, que contribuiu para criar um ambiente acolhedor e festivo.

    Um dos momentos mais marcantes foi a audição do disco “DMÁtomo 2024”, uma parceria entre Dudu de Morro Agudo e Átomo, com produção de Eric Beatz. As faixas do disco, que será lançado no dia 31 de dezembro em todas as plataformas digitais, captaram a essência de um hip hop experimental, ao mesmo tempo em que exploraram novas sonoridades e temas.

    O evento também marca o início dos projetos do Enraizados para 2025, que incluem residências artísticas e formações voltadas para a música e o mercado. Essa visão de futuro reforça o compromisso do Quilombo Enraizados com a cultura e a criatividade como ferramentas de transformação social.

    Para mais informações sobre projetos:
    (21)9.6566-8219 (Whatsapp)
    http://www.instagram.com/InstitutoEnraizados

     

     

     

     

  • Escambo [Átomo Pseudopoeta]

    Escambo [Átomo Pseudopoeta]

    Buenos dias, bon jour,
    um tour…
    pela miséria.
    preto versus azul,
    Cabul…
    colônia de férias.
    Brincar de matrix,
    se esquivar da rajada.
    do choro um remix,
    ra! dizer que é risada.

    Cidade maravilha,
    brilha…
    o sol para todos.
    mas só uns nessa ilha,
    tem palmeira por toldo.
    Chá de boldo se brinda,
    sem fazer cara feia.
    engole a seco e ainda,
    diz que saboreia.

    Pra quê educação?
    há pão,
    pra encher a pança.
    Tio Sam faz canção.
    então…
    a gente que dança.
    ritmo de festa,
    sincronismo no passo,
    derrubem a floresta,
    pra termos mais espaço.

    Curtir hit pornô,
    melô…
    proibida.
    lixo a se decompor,
    luxo na avenida.
    s.i.d.a. cidra nas veias,
    festejar revellion.
    enterra ontem na areia,
    limpe o CD-Rom,
    ouço o, ron, ron… do motor,
    doutor fecha o vidro.
    não é por causa da cor,
    dão-te o valor… devido.

    Tem até acrobata,
    no sinal vermelho.
    levem ouro e prata.
    deixem apenas espelho.
    Não pra que se enxergue,
    reflita a respeito.
    pau-brasil leva o jegue,
    dá-se por satisfeitos.
    Perdendo terreno,
    como fosse molambo.
    Nós que agradecemos,
    valeu pelo escambo.

  • Mantra [Lisa Castro]

    Mantra [Lisa Castro]

    O tamanho da sua saia, a cor do seu batom
    O decote da sua blusa, se rebola até o chão
    Se bebe wisk, cerveja, shandon, catuaba
    Se bebe vinho barato só pra afogar as mágoas

    A ideia é essa, pois ser livre é um direto divino
    De corpo, mente e alma repita isso como um hino
    Permita-se e não acumule angustia
    O mundo está doente, cheio de gente injusta

    Seja a cura, seja pura, verdadeira como só
    Você sempre foi e sempre será a melhor
    És mui inteligente, és quem nos dá animo
    Peça fundamental de sobrevivência pra esse mundo insano

    Carrega o peso nas costas pelo fato de ser mulher
    Sem ter e liberdade de ser quem realmente quer
    Esse mundo não te merece tu é boa demais
    Erga sempre a cabeça e não olhe para trás

    E como manta repita cem vezes se necessário
    A culpa não é sua se agiram como otário.

    A CULPA NÃO É SUA SE AGIRAM COMO OTÁRIO
    A CULPA NÃO É MINHA SE AGIRAM COMO OTÁRIO
    A CULPA NÃO É NOSSA SE AGIRAM COMO OTÁRIO
    A CULPA NÃO É SUA SE AGIRAM COMO OTÁRIO

    Se convença na potência de sua existência
    Nessa selva de concreto onde só prezam aparência
    Tu viu o nascimento da morte
    Sentiu que ainda pode ser forte

    Uma junção de furacão, com uma brisa suave
    Ferocidade de leoa e a mansidão das aves, mas a astúcia da serpente
    Só observando os que não querem te ver contente, atente
    Ao que realmente é importante
    Relaxa, unanimidade não é uma constante

    Não deve nada a ninguém, nem satisfação sequer
    Seja o que lhe convém, se curte homem ou mulher
    Eles arrotam moralismo com um misto de cinismo
    Com intenção pura e simples de te levar pro abismo

    Eu sei, tem dias que tá brabo
    Eu sei, tem dias que é complicado
    Só não se perca ao entrar, no fim do túnel há luz
    Me dê a mão pra cruzar esse caminho de cruz

    Dançando e cantando o mantra: Nunca mais volto pro armário
    A culpa não é sua se agiram como otário

  • Alvos [Lisa Castro]

    Alvos [Lisa Castro]

    Tramaram de nos matar
    Combinamos sobreviver
    Aprendendo com os Griot’s como devemos proceder
    Se instrua, se ame, busque suas raízes
    Construa conexão com sua matrizes

    Corpo, alma e mente sã, liberdade do sistema
    Muita fé no amanhã, somos livres de algemas
    Dão a faca e o queijo pra que tu saia do prumo
    Simplesmente estar vivo é nosso sonho de consumo

    A cada 23 minutos é um dos meus que se vai
    Não adianta ir pra igreja e pedir oração ao pai, vai !
    Deus está vendo suas mãos sujas de sangue
    Mas aqui se faz aqui se paga, efeito boomerang

    Cidadão de bem, família tradicional
    Se enquadra no perfil de um exímio boçal
    Raça de sangue sugas, hipócrita racista
    Se nome está anotado bem aqui na minha lista.

    Negra

    Ao genocídio do preto, meu povo grita CHEGA!

  • No balanço do mar [Aclor]

    No balanço do mar [Aclor]

    No balanço do mar, teu olhar me encontrou
    No toque da brisa, teu cheiro me encantou
    Era um axé que o destino soprou
    Na dança da vida, nosso amor se formou

    Foi no encontro de almas, na força do (axé)
    Que a gente se achou, se perdeu, se entregou de (fé)
    Nossos corações batendo no mesmo ritual

    No brilho do sol, tua pele reluz
    No ritmo do atabaque, nossa paixão conduz
    Era um samba, um canto ancestral
    Nosso amor é um guia, é luz sem igual

    Foi no encontro de almas, na força do axé
    Que a gente se achou, se perdeu, se entregou de fé
    Nossos corações batendo no mesmo ritual

    No canto do orixá
    Teu sorriso é meu farol, minha paz, meu lugar
    Num abraço tão profundo, encontro de mar e céu
    Nosso amor é divino, é doce como mel

     Foi no encontro de almas, na força do axé
    Que a gente se achou, se perdeu, se entregou de fé
    Um amor espiritual, um sonho tão real
    Nossos corações batendo no mesmo ritual