BhMc lançou no dia 10 o videoclipe da música “Xeque Mate” pelo seu canal do youtube: Bhstudio.
Morador de São João de Meriti, Bhaman Melo, vulgo BhMc ou só Bh é Mc, produtor musical, estudante de Engenharia Elétrica na UERJ e fundador do BhStudio.
Desde 2007 é um apaixonado por Rap; em 2013 já era Mc e produtor musical, a partir daí tem trabalhado muito pra movimentar a cena do Hip Hop BXD, sempre levando a Baixada Fluminense em suas letras e produções, nessa não seria diferente.
Levantando a bandeira BXD, Bh mandou muito bem no videoclipe, com boas rimas e uma ótima produção, o som se destaca, passando uma visão do seu trajeto que não foi nem um pouco fácil e mostrando que tem muito mais por vir.
Entenda que nunca foi sorte, agora dorme com o barulho, Baixada Fluminense no bagulho.
Pra quem curtiu o clipe, acompanhe os trampos pelas redes sociais, compartilha o clipe com os amigos e se quiser gravar uma musica com qualidade, é só procurar o Bhstudio.
É possível realizar uma uma transformação cultural num bairro decadente e abandonado pelo poder público e torná-lo uma das áreas mais promissoras e visitadas da sua cidade?
A primeira vez que falei que faria algo do tipo em Morro Agudo algumas pessoas riram de mim, imagino que quando Tony Goldman, empresário americano, falou que faria o mesmo em Little San Juan, conhecida atualmente como o distrito de Wynwood, em Miami, nos Estados Unidos, as pessoas também riram dele.
O bairro era até pouco tempo atrás um território bastante hostil. Violência, drogas, armas, prostituição e gangues se sentiam confortáveis em um enclave não muito distante do centro de uma cidade que ainda tem na memória o estigma do crime e da corrupção, que a marcou na década de oitenta. Cinco anos atrás, Wynwood ainda era um desses lugares onde é melhor não entrar por engano.
Hoje, mal restam vestígios desse passado sinistro, e a região está vivendo uma efervescência cultural, social e econômica quase sem comparação nos Estados Unidos. O milagre foi da obra da arte de rua, das centenas de artistas que transformaram, e continuam transformando diariamente, a fisionomia antes deprimente de suas ruas, que se tornaram uma gigantesca pintura que salpica de cores vivas de cada casa, cada loja e cada esquina.
Marcão Baixada em Wynwood, Miami
Em 2015, o Wynwood Art District foi nomeado como um dos 4 melhores bairros dos Estados Unidos pela American Planning Association (APA).
Eu, por outro lado cresci longe de Miami, mas num bairro tão zoado quanto Wynwood. Em Morro Agudo, bairro da cidade de Nova Iguaçu, área onde inicialmente era a Fazenda Japeaçaba, de propriedade do Conde de Iguaçu, e que tempos depois passou a receber o nome de Bonfim de Riachão, e posteriormente, Morro Agudo, em homenagem à Fazenda Morro Agudo. Hoje em dia o bairro também é conhecido como Comendador Soares, graças ao comendador Francisco José Soares, dono da fazenda. Mas a população prefere Morro Agudo.
Durante todo o esse tempo o bairro teve pouco progresso e as melhorias urbanas mais relevantes iniciaram-se no ano de 1931, quando foi aberta a Rua Tomás Fonseca, principal rua do bairro, ligando até a estação de trem, que foi pavimentada em 1951.
Eu ouvi muitas vezes que nada de bom havia no local. Cansei de ouvir também que quem melhorasse de vida financeiramente deveria sair do bairro, e vi muitos irem embora.
Na minha infância muitos dos meus amigos foram assassinados, quase sempre um matava o outro por conta de brigas sem sentido, crimes menores e drogas. Nunca um crime foi investigado. Não havia policiamento. O esgoto era a céu aberto na maioria das ruas. Não haviam atividades culturais para os jovens. A única coisa que havia era um total descaso por parte do poder público. Estávamos literalmente entregues a nossa própria sorte.
Contudo, sempre enxerguei em Morro Agudo um grande potencial, pois além de atualmente ser um dos bairros mais importantes da cidade de Nova Iguaçu, há uma grande concentração de artistas – muito bons – e está localizado estrategicamente entre a rodovia Presidente Dutra e a linha férrea, possibilitando diversas formas de entrar e sair do bairro.
Comecei a viajar para alguns lugares do mundo e conheci alguns bem legais, e sempre imaginei que algumas coisas poderiam ser replicadas em Morro Agudo, meu objetivo sempre foi criar algo para ‘enriquecer’ a comunidade, impactar positivamente na economia local, na educação, aumentar a auto-estima dos moradores e inspirar iniciativas semelhantes ao redor do país e quem sabe do mundo.
Dudu de Morro Agudo em Wynwood, Miami
De todos os locais que conheci, Wynwood foi o que mais me chamou atenção, pois lá o graffiti fez toda a diferença e eu tenho certeza que o graffiti também será o carro chefe que realizará essas transformações no meu bairro e consequentemente na minha cidade.
Há um ano idealizei o Galeria 20-26, projeto que tem como objetivo criar painéis grafitados nas principais ruas do bairro, principalmente nas ruas por onde passam os ônibus intermunicipais, criando uma galeria de arte urbana a céu aberto. A ideia é iniciar uma relação com os moradores para que cedam seus muros para a arte, e também um intercâmbio entre grafiteiros do bairro com grafiteiros de outras regiões.
Com isso pretendo deixar a arte do graffiti em mais evidência na região, assim como os artistas, e consequentemente aumentar a procura pela arte, principalmente pela juventude local, pois assim formaremos novos artistas e haverá uma expansão natural do projeto. O intuito é deixar o local mais bonito e fazer com que cada vez mais pessoas circulem pelo bairro, para pintar ou somente para apreciar os graffitis.
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É claro que tudo isso orbita em torno do Instituto Enraizados, organização de hip hop que criei há 18 anos e cujo a sede é o bairro de Morro Agudo. Veja bem que eu não disse que a sede é “em” Morro Agudo, mas “o” bairro de Morro Agudo, pois acredito que vamos impactar todo o bairro através da cultura hip hop, e quando eu digo impactar, quero dizer nas escolas, na economia, na segurança pública, no transporte, na política, resumindo, impactar a sociedade de diversas formas diferentes, porém conectadas.
Durante esses 18 anos, os quais 10 anos foram dedicados quase que exclusivamente ao bairro, já tivemos um grande progresso, pois centenas de pessoas de diversos países como Estados Unidos, França, Alemanha, México, Curaçao, Chile, Cuba, Portugal, Etiópia, Irlanda, Itália, Uruguai, Colômbia, Canadá, entre outros, já estiveram no bairro para colaborar com o Enraizados, praticar suas artes e/ou interagir com outros artistas, tudo de forma bem orgânica, contudo nos próximos dez anos, pretendo intensificar e focar em atividades que tragam cada vez mais pessoas para o bairro.
Nossas atividades de intercâmbio são eventos como o Caleidoscópio e o Sarau Poetas Compulsivos que tem a missão de conectar o bairro com outros locais, assim como os artistas. E anualmente atingimos diretamente 2.000 pessoas, trazendo muita gente de fora para o bairro.
No próximo ano inauguraremos o Espaço Enraizados, um centro cultural para prática e promoção da cultura urbana, e tenho certeza que terá um impacto muito positivo no bairro e e será muito importante para o hip hop na região. Será um espaço com biblioteca, estúdio de gravação, núcleo de comunicação (rádio, TV e revista), espaço multi-uso para cursos, seminários, ensaios e co-working e um dormitório para que artistas de outros locais possam passar a noite no bairro.
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Com um ano e meio do projeto Galeria 20-26 conseguimos realizar cerca de 07 painéis no bairro, com 26 grafiteiros, da Baixada, do Leste Fluminense, da Zona Oeste e da Zona Norte. Nossa expectativa era que somente a partir de 2019 os turistas começassem a circular pelo bairro, contudo em 2016 a Casa Fluminense e os parceiros da Campanha #Rio2017, que estavam num projeto que previa pedalar de Japeri a São Gonçalo, fizeram uma parada em Morro Agudo para conhecer a Galeria 20-26 e ainda almoçaram no Buteco da Juliana, um bar onde acontecem muitas atividades culturais no bairro.
Em 2017 aconteceram 03 intercâmbios internacionais no Espaço Enraizados, trazendo pessoas dos Estados Unidos e da França para Morro Agudo.
Esses fatos me faz acreditar que em 2018, quando o Espaço Enraizados será inaugurado, poderemos trazer cerca 120 grafiteiros de diversas partes do mundo para o bairro para pintar pelo menos 12 painéis durante o ano, contudo acreditamos também que outros painéis serão criados por iniciativa dos próprios artistas e moradores. Além destas atividades, o Instituto Enraizados realizará também muitas outras com os outros elementos da cultura hip hop, tudo isso sendo divulgado e documentado pela nossa equipe de mídia alternativa, criando um ecossistema de inovação.
A referência a “ecossistemas de inovação” remete claramente para a analogia aos ecossistemas biológicos pondo em evidência a multiplicidade, a interdependência e o fenômeno de co-evolução entre os atores que o compõem, todos irmanados num objetivo comum, a evolução dos participantes.
Esse conjunto de atividades e atores nos dá força o suficiente para fazer com que 10.000 pessoas se desloquem para vivenciar e contribuir com nossas atividades culturais anualmente.
A faixa, que tem produção assinada pelo próprio artista, é o carro-chefe de sua última mixtape, “Bastidores de uma Vida Aleatória” e vem causando frenesi pelas festas e eventos por onde o rapper passa.
O vídeo também marca uma nova fase da produtora com a qual Marcão já trabalha, que deixa de ser a Pitanga Audiovisual para se tornar a roloB; o clipe foi exibido em primeira mão durante um coquetel exclusivo de lançamento da nova marca na última sexta-feira.
No último sábado, dia 15 de julho, aconteceu inauguração da praça na comunidade de Campo Belo, em Nova Iguaçu, tão sonhada pela população local.
O Instituto Enraizados foi convidado de última hora pela secretaria de cultura de Nova Iguaçu para produzir um painel de graffiti com o tema “paz”, pois muitos muros do bairro haviam sido pintados de branco.
Dudu de Morro Agudo, coordenador executivo do instituto, consultou o grafiteiro FML – coordenador do Galeria 20-26, o principal projeto de graffiti do Enraizados, sobre a possibilidade de reunir tantos grafiteiros de última hora. FML disse que não seria fácil, mas convocaria alguns dos principais parceiros da instituição, pois apesar de toda a conturbação, a causa era nobre.
Esse momento e essa praça eram realmente muito importantes para a população do bairro.
No sábado pela manhã, por volta das 08 horas, os grafiteiros Solo, Ops, Saicus, Henry e FML, todos integrantes da Crew 400ml, chegaram no Espaço Enraizados e tomaram um café da manhã arregado e logo depois foram rumo a Campo Belo, infelizmente alguns parceiros não puderam comparecer.
Chegando na comunidade todos ficaram de bobeira com o tamanho da praça e a qualidade da obra. Todos os grafiteiros se apresentaram para o Fabinho Cabral, coordenador da ong local e começaram a pintura. O grafiteiro Dante chegou um pouco depois e também deu início a sua parte do mural.
Prefeito Rogério Lisboa com DMA, FML, Solo e Ops……
Muitos secretários municipais estavam presentes, como o Fernando Cid, de meio ambiente; o Juarez Barroso, de cultura; além do Miguel Arcanjo, presidente da FENIG; Elton Cristo, presidente da Emlurb; além da Deputada Federal Rosângela Gomes e do o Prefeito Rogério Lisboa.
O Graffiti é uma arte visual fantástica e um dos elementos da cultura Hip Hop.
Centro de muita polêmica por sua classificação perante a sociedade que hora a tem como arte e hora a considera um ato de vandalismo; Ela provoca amor e ódio em sua história recente, e episódios como o de São Paulo são sempre latentes, tanto em gestões municipais passadas como na atual (o atual prefeito mandou apagar vários painéis com a arte no centro da cidade num claro episodio de falta de conhecimento e desrespeito aos artistas). O graffiti enfrenta o dia a dia com muita cor, emoção e lágrimas.
Um cara que me orgulha e muito ter conhecido no Enraizados foi o FML. Sempre com aquela fala tranquila, observador e inteligente em suas colocações e traços. Trabalha com crianças que apresentam necessidades especiais na Zona Oeste do Rio de Janeiro e produz artes inacreditáveis com suas latas.
Bati um papo rápido sobre início de carreira, inspirações, e claro, de seu trabalho que é muito inspirador pra todos nós, principalmente os que trabalham com crianças e adolescentes. Para se ter ideia do problema enfrentado na educação fluminense, hoje no Rio de Janeiro 2,5 milhões de jovens estão fora da escola por diversos motivos, como por exemplo, falta de identificação com o que é ensinado. As oficinas de grafite podem e devem ser um grande estímulo para a atração destes meninos e meninas de todas as idades.
Mas vamos ao papo!
Cleber: Como você se interessou pelo graffiti e quais foram suas referências?
FML: Então, de 1997 para 1998, comecei a ouvir rap. Já tinha visto algumas pinturas em paredes em filmes americanos, porém ainda não tinha despertado interesse em saber como fazia, mas já me chamava a atenção. E a pichação era algo que me chamava – e ainda chama – atenção, porque eu ando pelas ruas tentando ler as escritas nos muros.
Até que na escola, eu conheci alguns pichadores. Tive uma passagem muito rápida pela pichação. Descobri que eu não queria fazer aquilo, porém eu respeito, fiquei só no desenho (no papel). Eu desenhava muito mal, mas os amigos do ‘Xarpi’ e os que não eram do ‘Xarpi’ diziam que eu desenhava bem. Meu irmão desenhava melhor do que eu e ficava rindo dos meus desenhos. Acho que esse fato, dele rir e dizer que eu desenhava mal, me fez desenhar na prática e estudar mais e mais desenho, até que hoje meu irmão não desenha e curte meus desenhos no Facebook! (risos).
Mas minha entrada no graffiti foi ao ver uma matéria do grafiteiro Fábio Ema no jornal ‘O dia’. Tinha uns desenhos dele e infelizmente perdi este jornal em uma enchente. Ali comecei correr atrás do que era graffiti, na época descobri que o Ema dava oficina lá em São Gonçalo, até fiz contato, mas o triste era que eu não tinha grana pra sair de Austin(Nova Iguaçu- Região metropolitana do Estado do Rio de Janeiro) e chegar a São Gonçalo (distante 60km).
Fui em busca de informação, mas era difícil porque a internet era pra poucos. Um primo que também desenha, mas não estava ligado no graffiti se aproximou e mostrei pra ele, dizendo: Vamos fazer isso?
O primeiro desenho foi horrível! Colorgin e Latex água amarelo; algumas pessoas passavam e gritavam “vai pichador”; os caras do Xarpi passavam e diziam “Caraca! Tá muito maneiro!”.
Depois conheci a aerografia, eu tinha preconceito sobre essa técnica, digo, não preconceito, mas falta de informação. Mas meu primo se interessou e eu embarquei com ele. Hoje pretendo voltar a estudar essa técnica de aerografia.
Depois de alguns anos consegui assistir uma palestra com Ema no Sesc e nessa época eu já sabia que aqui tínhamos o Dante e alguns outros grafiteiros bacanas. Fiz oficina na Fundição Progresso com o Chico e o Preas Nação Crew. Preas foi o cara que abriu minha mente, e aí comecei a pesquisar sobre tudo o que é arte e até artesanato. Também já fiz oficina com Bobi, Bunys e Combo em um projeto social.
Minha outra referência no início foi o grande profeta Gentileza (Gentileza fazia enormes graffitis na Zona Portuária do Rio de Janeiro com frases pregando o amor entre as pessoas).
O primeiro desenho foi horrível! Colorgin e Latex água amarelo; algumas pessoas passavam e gritavam “vai pichador”; os caras do Xarpi passavam e diziam “Caraca! Tá muito maneiro!”.
Fale sobre o seu trabalho com as crianças.
FML: Trabalho em uma instituição chamada CAPSIi (Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil) que cuida de crianças com transtornos mentais graves. Lá fazemos um trabalho de inserção destas crianças e adolescentes na sociedade. Eu desenvolvo algumas oficinas e uma delas é a de graffiti. Na saúde mental temos uma data onde comemoramos o dia da luta antimanicomial, que é no dia 18 de Maio.
Deixe algumas dicas pra quem quiser saber mais sobre esses assuntos.
FML: Como dica de livro, eu deixo o “O Holocauto Brasileiro”. Tem o documentário também no youtube com o mesmo título.
Sobre meu trabalho com grafitei e arte em geral é só curtir e seguir:
Instagram: @fmlgraffiti
Pagina no facebook: @amotinta
Depois do recente lançamento dos clipes de Vazioe Lupa, agora é a vez de Esquimó, uma das faixas que mais se destacaram no álbum de estreia do Djonga, Heresia, lançado no começo de 2017.
Com uma produção e direção de excelência feita pela Devastoprod NTPFilmes, o clipe foi gravado no Capão Redondo e conta com participações especiais de Mano Brown, Clara Lima, Febem, entre outros.
Djonga segue firmando seu nome e mostrando pra que veio, com maestria e seu jogo de palavras, largando linhas pra nem morto ser calado. A música está disponível em todas as plataformas digitais.
O rap é preto, o rap é cultura marginal, isso é um fato, porém o rap vem se consolidando cada vez mais no mercado musical. Contratantes, gravadoras estão vendo a expansão do gênero como meio de lucro, pois o rap está sendo aceito nos meios de comunicação, em programas de televisão, novelas, etc.
Com um público fiel e um possível novo público-alvo se torna interessante fazer parte do “jogo”. Mainstream, amigos, business.
Porém entra um fator importante, boa parte desse público fiel se apega a raiz, as origens e acreditam que os rappers não devem estar na TV, pois seria sinal de que eles se venderam e não os representam mais.
Muita das vezes entende-se erroneamente que a nova e a velha escola do rap não se misturam, cada um teve sua ideologia, mas ambos são uma só família, uma só cultura, por isso é de suma importância uma música como “Pragmático”, onde Dexter rima com CHS, Coruja BC1 e ADL, esse intercâmbio só fortalece os laços e mostra pra velha e nova geração de fãs o talento de ambas, assim, perpetuando o respeito pelos trabalhos dos artistas envolvidos.
As vezes a galera apoia a ida aos meios midiáticos, desde que se mantenha a postura e não os censure, super concordo, se for pra estarmos presentes, que seja para representar tudo aquilo que pensamos (liberdade de expressão). Vocês realmente acreditam que o rap perdeu a essência porque ele vem ganhando o mundo? Vocês acreditam que o rap tem que ser um gênero sempre marginalizado?
A questão mais que importante de tudo isso é que o rap tem que estar em todos os lugares, com as mais variadas vertentes, tenha seu público fiel e conquiste cada vez mais novos adeptos. Não veja a mídia como um inimigo, mas sim como um instrumento de propagação de trabalho.
Hoje resolvi falar sobre a importância do beatmaker.
Pra quem não sabe, o beatmaker é um “produtor de batidas”, ele produz bases ou instrumentais para os Mc’s gravarem suas músicas.
O beatmaker é tão importante quanto o Mc, ele dita o ritmo da música assim como um dj dita o ritmo de uma festa.
Infelizmente o trabalho do beatmaker é muito desvalorizado, mesmo com o crescimento que tem na cena do rap, muitos mcs não pagam o valor real de um beat, o que chega ser ridículo as vezes. Vemos ótimos beatmakers que não conseguem sobreviver do seu trabalho e acabam fazendo outras coisas para garantir sua renda, deixando o talento de lado.
Mcs não deixem de investir em seus trabalhos, paguem por um bom beat, paguem por uma boa gravação, paguem por um bom clipe, além de estar valorizando outros trabalhos, vai valorizar o seu!
É isso rapaziada, vamos ficar por aqui, vou deixar uma lista com o trampo (link anexo ao nome) de alguns beatmakers da Baixada que mandam muito bem, dá um confere.
As “Escritas Urbanas” são o tema do bate-papo promovido pelo coletivo #KDmulheres no próximo sábado (15) às 16h na Praça Roosevelt (centro de São Paulo). A atividade encerra um ciclo de uma série de ações do projeto Resgate, Inclusão e Protagonismo de Mulheres Escritoras contemplado pelo edital municipal Redes e Ruas no último ano
Participam do evento a poeta Elizandra Souza, a Dj Luana Hansen e o Sarau das Pretas faz uma intervenção cenopoética. A mediação é da jornalista Lívia Lima. A ideia é promover um debate sobre saraus, hip-hop e literatura negra feita por mulheres.
Elizandra Souza
As participantes do encontro possuem mais de uma década de envolvimento com a cultura urbana e prometem levar essa experiência ao bate-papo. Elizandra Souza escreve há 16 anos, publicou os livros Punga e Águas da Cabaça, além de ter editado a antologia “Pretextos de Mulheres Negras” e o livro “Terra Fértil” (Jenyffer Nascimeto) pelo coletivo Mjiba. É integrante do coletivo Sarau das Pretas, que há pouco mais de um ano realiza intervenções cenopoéticas em diferentes espaços, propondo reflexões sobre a mulher negra na escrita e no mundo.
Luana Hansen tem 17 anos de carreira no hip-hop, é lésbica assumida e milita em questões feministas e LGBT. Já Lívia faz parte do coletivo Nós, mulheres da periferia, projeto idealizado por mulheres que conhecem e vivenciam o universo feminino de comunidades e bairros da periferia de São Paulo e imediações.
Para as idealizadoras do projeto, Martha Lopes e Laura Folgueira, o intuito das rodas de conversa é valorizar o protagonismo das mulheres na literatura em seus múltiplos formatos. O projeto Resgate, Inclusão e Protagonismo de Mulheres Escritoras inclui um portal (http://kdmulheres.com.br) com perfis e entrevistas com escritoras brasileiras, além de um mapeamento de mulheres que estão se iniciando no campo da escrita e da literatura. A iniciativa contemplou também uma série de cinco debates com autoras e especialistas na escrita em toda a sua diversidade. Já aconteceram conversas sobre escrita digital, literatura periférica, literatura feminina sob a perspectiva LGBT e literatura das mulheres negras.
SERVIÇO
Roda de conversa “Escritas Urbanas”
Quando: 15 de julho, sábado, das 16h às 19h
Onde: Praça Roosevelt (Praça Franklin Roosevelt, 100)
Quanto: Grátis
Informações: www.kdmulheres.com.br
Quando a matéria é marketing, JAY-Z dá aula. O rapper continua lançando produtos linkados ao seu novo álbum 4:44. Há quem diga que existe um filme estrelado por Mahershala Ali, Lupita Nyong’o e Danny Glover, sendo gravado, cujo trailler já foi lançado para divulgar o álbum.
Na tarde desta segunda-feira (10 de julho), o Tidal – sua plataforma de streming – lançou “Footnotes for 4:44”, uma espécie de série misturada com documentário, onde Kendrick Lamar, Will Smith, Chris Paul, Meek Mill, Chris Rock, entre outros falam da importância da vida familiar, explorando também as lutas sofridas por homens afro-americanos na América.
“Todo mundo quer ser necessário em algum nível”, diz Rock no início do vídeo.
Para o segundo episódio, Jay-Z mergulha em sua ineptidão para o amor, e conta o por que lutou para amadurecer tão rápido quanto Beyoncé na arte de amar e de construir uma família. Ele não põe a culpa por seus erros em seu pai, mas também diz que a reconciliação com o coroa não sarou todas as feridas.
Ele diz que o casamento dele com a Beyonce é muito lindo, mas não foi totalmente construído com verdades, por isso chega uma hora que as coisas começam a ruir e o público repara. Por isso estão tentando deixar tudo de lado e reconstruir do zero.
Jay-Z revelou também que a turnê do disco 4:44 passará por 31 cidades, iniciará no dia 27 de outubro em Anaheim, Califórnia.