O nome do grupo é algo extremamente interessante, primeiramente nos parece autoexplicativo, mas em sequência nos leva a varias reflexões.
DMauá, um dos integrantes do grupo, classifica como um grupo novo de um projeto velho. É que os caras são um de cada canto metrópole do Rio de Janeiro, como Vila Isabel, Bento Ribeiro, Queimados, Santa Marta e Olinda, que se conheceram na correria do dia a dia do rap e foram bolando as ideias até que pudessem transformá-la em realidade.
E eles transformaram suas ideias em um produto incrivelmente surpreendente.
Um clipe daqueles de tirar o fôlego, muito bem produzido e editado, com efeitos que nos obrigam a assistir pelo menos três vezes para não perder nenhum detalhe importante, e esse mérito e totalmente destinado ao Kinho, mano da Praça da Bandeira que tá fortalecendo a cena na Baixada Fluminense, pois também gravou o clipe da Txlxmvfiv, de Mesquita.
Jota Chou, Jão, Moedão GreenBoy, DMaua e Felix lapidaram a letra contundente e carregada de protestos, principalmente e quase que exclusivamente referenciando os principais nomes da classe política contemporânea.
O beat de Neguim Beats e as técnicas da Toka FK deram vida ao som.
Música é uma ode às rimas e a liberdade de expressão, com mistura de rap e samba
Em tempos de censura da arte no Brasil, o rapper e educador carioca Allan de Souza, o Pevírguladez lança, no próximo dia 16 de novembro o clipe “Direito de Rimar”, em uma homenagem a poetas e MCs, pela liberdade de expressão e que levam a rima como profissão. O clipe é parte do disco Manual Prático de Malandragem – volume 2, que vem sendo produzido há quatro anos.
Com participação de poetas da cena dos slams – campeonatos de poesia falada – como Mel Duarte e demais integrantes do Slam das Minas –SP o rapper que tem mais de 15 anos de carreira aposta na força da expressão para este trabalho.
Nos primeiros minutos do vídeo, Mel Duarte dá o tom: “foi a melhor escolha que fiz na vida”, disse, ao se referir à profissão poeta. Na letra, Pevírguladez canta para o que ele chama de “griôs das ruas. A canção traz ainda um refrão adaptado do samba “É proibido sonhar”, de Batatinha, mesclando o rap com o samba.
“O direito de rimar é algo nobre, uma dádiva de quem foge do lugar comum para habitar no universo das palavras, levando sabedoria e vivências às pessoas. O direito é do poeta, do cantor, do slammer, do artista de rua, do compositor, enfim, o direito de rimar é do povo”, comentou Pevírguladez.
O vídeo que tem direção de Higor Cabral foi gravado em São Paulo, com captação de cenas em diferentes slams. “A cena dos slams tem crescido muito no Brasil, mas é muito forte em São Paulo e eu queria captar esse movimento, que é diferente do universo das batalhas de rap, mas que traz na poesia falada a mesma força e o impacto de uma letra de rap. Acho que são mundos bem próximos e que devemos valorizar”, disse.
Sobre Pevírguladez
Com mais de 15 anos de atuação no hip-hop brasileiro, Pevírguladez é educador no Rio de Janeiro e faz “hip-hop malandro”, em uma mistura de rap com samba ao cantar o cotidiano dos subúrbios cariocas.
O novo álbum, com lançamento previsto para o primeiro semestre de 2018, terá participações de Carlos Dafé, Aleh Ferreira, Raphão Alafim, Dj Nato PK, Xará e Lu Fogaça.
Já o videloclipe contou, além da direção e edição de Higor Cabral, que também captou cenas, com Camila Guimarães, produção musical de Bruno Danton e mixagem e masterização de Luiz Café.
Música produzida colaborativamente faz parte de projeto piloto que será lançado em 2018 pela startup Hulle Brasil e o Instituto Enraizados.
Dudu de Morro Agudo, Shu Rodrigues, Passarinho e DJ Dorgo se uniram em uma experiência inédita.
Durante cerca de um mês e meio, cinco artistas se reuniram para fazer música no subúrbio do Rio de Janeiro. Até aí não teria nada de novo, se estes artistas não estivessem conectados a um projeto que visa fortalecer e estruturar a cena do hip hop na região metropolitana do Rio, principalmente nos bairros de periferia.
A ideia é, além de desenvolver um guia para quem deseja empreender no rap, com informações sobre direitos autorais, registro, distribuição e comercialização das músicas nos meios físicos e digitais, também realizar formações e encontros entre intelectuais, profissionais da música e artistas.
DMA, Passarinho, Dorgo, Baltar e Shu
Por isso estão documentando todas as etapas da cadeia produtiva de um rap: formação, produção, distribuição, promoção, comercialização e exibição de serviços musicais, reunindo informações importantes e medindo a eficiência de algumas estratégias já utilizadas freqüentemente pelos artistas contemporâneos.
O piloto do projeto foi chamado de “Desafio RapLAB” e como produto surgiu a música “dinheiro”, que os rappers Dudu de Morro Agudo (38), Shu Rodrigues (24), Passarinho (19) compuseram depois de uma discussão filosófica sobre o significado do dinheiro na nossa sociedade. O interessante é que os rappers têm idades, visões, vivências e estilos completamente diferentes, o que deixou o música com um formato totalmente experimental e respeitando a “cultura do DJ”, o refrão, ao invés de ser cantado, foi construído com colagens e scratches do DJ Dorgo (23).
Compuseram a música depois de uma discussão filosófica sobre o significado do dinheiro na nossa sociedade
A música e o videoclipe da música “Dinheiro” foram lançados no último dia 12 de outubro, no canal da Hulle Brasil, no Youtube.
Gravar um videoclipe não é tarefa fácil, mas gravar um videoclipe inteiro em plano sequência é uma tarefa bem mais complicada, ainda mais quando tem quatro personagens, roteiro e direção.
Sabendo que seria um desafio grande, Dudu de Morro Agudo chamou quem tem experiência na área, a galera da produtora RoloB, Camila Guimarães e Higor Cabral, especialistas em produzir clipes de rap de baixo custo e altíssima qualidade.
“Eu estava muito preocupado com a estética do clipe também, além de ser em plano-sequência, eu queria que fosse algo com uma pegada documental, meio teatral, e a RoloB sabe bem como fazer isso”, revela Dudu de Morro Agudo, idealizador do projeto.
O projeto, que contou com a parceria de uma série de profissionais e empresas, faz parte de um projeto bem maior que será lançado em 2018 e, segundo os realizadores, mexerá com a cena hip hop em todo o Rio de Janeiro.
“Estamos conversando com a OneRPM, a Spotify, o SEBRAE, a UBC e outros parceiros para realizar um primeiro seminário que acontecerá na Casa de Cultura de Nova Iguaçu”, afirma Fernanda Rocha, da produtora da Hulle Brasil.
Os fãs do hip hop começarão a sentir a diferença em meados de 2018, quando a Hulle Brasil promete inflar a cena com dezenas de novas músicas e videoclipes de artistas iniciantes e veteranos do rap carioca. A empresa afirma que não agenciará nenhum artista, apenas colocará em execução um novo modelo de negócios.
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Gravar um videoclipe não é tarefa fácil, mas gravar um videoclipe inteiro em plano sequência é uma tarefa bem mais complicada, ainda mais quando tem quatro personagens, roteiro e direção.
[box type=”info” align=”aligncenter” class=”” width=”500″]Para quem não sabe, plano sequência é uma filmagem que registra a ação de uma sequência inteira, sem cortes.[/box]
Sabendo que seria um desafio grande, Dudu de Morro Agudo chamou quem tem experiência na área, a galera da produtora RoloB, Camila Guimarães e Higor Cabral, especialistas em produzir clipes de rap de baixo custo e altíssima qualidade.
“Eu estava muito preocupado com a estética do clipe também, além de ser em plano-sequência, eu queria que fosse algo com uma pegada documental, meio teatral, e a RoloB sabe bem como fazer isso”, revela Dudu de Morro Agudo, idealizador do projeto.
A música e o videoclipe da música “Dinheiro” foram lançados no último dia 12 de outubro, no canal da Hulle Brasil, no Youtube.O projeto, chamado “Desafio RapLAB”, reuniu os rappers Dudu de Morro Agudo (38), Shu Rodrigues (24), Passarinho (19) e o DJ Dorgo (23), para participar e documentar todas as etapas da cadeia produtiva de um rap: formação, produção, distribuição, promoção, comercialização e exibição de serviços musicais.
O projeto, que contou com a parceria de uma série de profissionais e empresas, faz parte de um projeto maior, que será lançado em 2018 e, segundo os realizadores, mexerá com a cena hip hop em todo o Rio de Janeiro.
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FICHA TÉCNICA DO PROJETO
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[tab_title] MÚSICA [/tab_title]
[tab_title] CLIPE [/tab_title]
[tab_title] IMAGEM [/tab_title]
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[tab] Letra: Dudu de Morro Agudo, Shu Rodrigues e Passarinho. Scratches e colagens: DJ Dorgo Beat: Baltar Mix/Master: Dudu de Morro Agudo
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Roteiro: Dudu de Morro Agudo (Hulle Brasil) Direção: Higor Cabral (RoloB) Fotografia: Camila Guimarães (RoloB)
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workart/Logo: Jotacê (Estúdio Etc)
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PARCEIROS: RoloB, Arena Carioca, Jovelina Pérola Negra e Estúdio ETC.
DIREÇÃO EXECUTIVA: Hulle Brasil REALIZAÇÃO: Instituto Enraizados
LETRA: (Dudu de Morro Agudo)
Quanto é que vale a liberdade?
Reza a lenda que o rapaz tá privado da luz do sol.
Seu crime foi transitar pela cidade
portando na mochila uma garrafa de pinhosol.
Um quilo de paz tá valendo quanto?
Pra qual santo eu tenho que rezar pra amenizar a dor (da mãe)?
Eu quero dinheiro, mas por enquanto
tô emprestando bom senso pra ver se a vida tem valor
Na sociedade do consumo,
os moleques pra comprar um nike tão vendendo fumo
pra consumo da sociedade do consumo.
Eu presumo que a sociedade tá perdendo o rumo.
A facilidade não é normal, você sabem bem
que a e felicidade não é “real”, e eu sei também
que no fundo a qualidade não importa
quando a cor da ganancia que bate à porta.
(Shu)
A vida é uma roda gigante
constante e cara e eu sigo distante
buscando espaço na parte de cima
com pouca estatura, não tive estrutura e o grito da rua me encheu de culpa do acúmulo fácil de matéria prima.
Calote arisco, alternativa pra burlar a fila,
mas olho grande não entra na China,
me disse a minina que vivia bancada pela mesada do tio bacana que fortalecia
a sua facul de medicina, né?
Visão é ampla, mas sem lupas Julliet ninguém leva fé.
O que importa é o adereço né?
Da minha alegoria. Eu sonho um dia
parar com a correria,
mas corro em círculos, vivendo ciclos obliquos,
tendenciosos a me fazer mais omisso.
As notas que me tocam não me enchem os bolsos,
mas meu talento é maciço.
Eu só queria fugir disso,
enquanto tudo em minha volta tem um preço,
eu nao tenho valor nisso.
(Passarinho)
O dinheiro é o novo lobo do homem.
Tem uns cara cheio de grana se sentindo lobisomem.
Onde a plata gira é onde o plomo come
e quem não tem capital de giro passa fome.
O dinheiro é o novo espelho da colonização,
por ele o presidente vende a natureza da nação.
Você tem o dinheiro no bolso
ou o dinheiro tem você na mão?
E o povo não tem mais saída,
a cotação do Dólar é mais alta que a nossa expectativa de vida.
Capitalismo louvadeus, faz amor comigo
e depois me decapita.
Enquanto uma nota de 100 for Deus
não existirá um profeta verdadeiro.
Eu escrevi 16 barras de ouro
que valem mais do que dinheiro.
O lançamento oficial da música e do videoclipe de “dinheiro” é no feriadão do dia 12 de outubro, contudo você já pode ir saboreando um pouco das imagens e da sonoridade nesse teaser de um pouco mais de 20 segundos.
A música é resultado de quatro encontros entre Dudu de Morro Agudo, Shu Rodrigues, Passarinho e DJ Dorgo, que a partir do desdobramento do projeto #RapLAB, aceitaram o desafio de criar uma música colaborativa.
O beat foi produzido pelo Gustavo Baltar. A letra foi escrita no primeiro encontro, que aconteceram sempre às quartas-feiras. Nos encontros seguintes realizaram ensaios para lapidar a letra, gravaram a música e o videoclipe. “O processo foi cansativo, principalmente porque tivemos que ir no centro do Rio para registar a obra e o fonograma, mas foi muito satisfatório também”, afirma Dudu de Morro Agudo, idealizador e coordenador do projeto.
No lugar do refrão utilizaram colagens e os scratches ficaram por conta do DJ Dorgo. A música tem uma pegada bem experimental, por isso na hora do videoclipe, chamaram a produtora RoloB pra assumir a missão. O clipe foi gravado num emocionante “plano sequência” dentro da Arena Carioca Jovelina Pérola Negra, e esteticamente ficou a cara da música.
O Workart (logo criado especificamente para a música) foi desenvolvido pelo designer Jotacê, do Estúdio ETC, e vai estar em todos os produtos que serão desenvolvidos a partir da música.
O clipe da música “SONHOS” com direção de Levi Rieira Vatavuk, foi gravado no verão de 2017 na comunidade do Bonete em Ilha Bela – SP e será lançado no próximo dia 09 de setembro nas redes sociais do Inquérito e no Programa Manos e Minas, da TV Cultura.
A música faz parte do álbum Corpoe Alma Remix, quinto disco do Inquérito, grupo de rap formado na região de Campinas-SP com quase duas décadas de atuação no movimento hip-hop. Lançado em novembro do ano passado o CD conta com participações de grandes nomes da música brasileira, como Ellen Oléria, Arnaldo Antunes, Emicida, Rael, Natiruts e DJ KL Jay (Racionais).
O clipe contou com a participação dos moradores do Bonete e o roteiro retrata o dia-a-dia de um professor que chega à ilha para dar aula às crianças da comunidade. “A sugestão para gravação do clipe foi ideia do nosso diretor, Levi Riera Vatavuk, que mora em São Sebastião e conhecia a Ilha. Como abordamos o tema dos sonhos, da educação, encontramos personagens no Bonete que eram tudo aquilo – e muito mais – que a música dizia! Ficamos apaixonados pelo local, pelas pessoas, pelos olhares, pelos sonhos de cada um… Isso resultou em um trabalho sensível que iremos lançar primeiramente para eles, os moradores do Bonete. E depois, para o público em geral”, conta Renan Inquérito.
Nesta quarta-feira (06/09), foi realizada uma sessão com os moradores da ilha, com um telão instalado ao ar livre. A atividade contou ainda com a presença dos autores da música e da equipe de gravação, que além de comentar sobre o clipe realizarão um sarau de poesia, a Parada Poética.
Neste ano a música “Sacolinha”, do rapper Dudu de Morro Agudo, completa 25 anos e o videoclipe 05, e para comemorar resolvemos relembrar do processo criativo e da polêmica em que ela resultou.
“Eu escrevi a música com 13 anos, gravei com 28, produzi o videoclipe com 32 e hoje, com 38 anos, ela continua atual”, afirma Dudu.
É uma música atemporal que critica a conduta de algumas igrejas e suas lideranças, gerando questionamento e reflexão a partir do humor, de forma descontraída. A animação 2D, elabora pelo cineasta Bruno Thomassim, ajudou para que um assunto relativamente sério fosse absorvido pelo público com mais leveza, fazendo com que o primeiro clipe do rapper fosse um grande sucesso.
A frase mais famosa da música é a pergunta: -“Vamos recolher a sacolinha?“, você sabe o porquê disso?
CONFIRA A ENTREVISTA ABAIXO
Dudu de Morro Agudo
Portal Enraizados: Você é ateu?
Dudu: Não. Eu acredito numas paradas aí.
Quais paradas, qual a sua religião?
Eu não tenho religião. Vou em tudo e não fico em nada. Acredito nas energias, nas árvores, nos gnomos, em Deus, nos santos. Em tudo, tá ligado? Acredito em tudo que não posso provar que não existe. Se tu me falar que uma parada existe, já era, respeito e bola pra frente. O problema todo é que eu não concordo quando usam essas coisas para fins lucrativos.
Quando você lançou o clipe, alguma pessoa, algum líder religioso veio te criticar, falar que você estava fazendo errado, que ia pro inferno ou alguma coisa do tipo?
Sim, antes de eu lançar o disco, um amigo meu que é evangélico veio me questionar, brigar comigo mesmo, me dar esporro, dizendo que eu ia pro inferno, que não podia ter feito isso, que eu estava denegrindo a igreja e, consequentemente, Deus.
Eu fiquei perplexo por ser um cara tão próximo da gente e ter uma visão tão antiquada, quadrada. A minha reação foi chamar outro camarada e realizar um debate. Então eu fiquei meio neutro na história e deixei os dois debatendo, pois os dois eram evangélicos, e cada um colocou seu argumento.
O que estava a meu favor, falou que achava que não tinha nada demais na música e que se eu cheguei àquela conclusão foi porquê eu fiz uma análise, passei por uma experiência e relatei em forma de música, poderia ser uma tese, um quadro ou qualquer outra coisa. E que qualquer revista que se comprasse, ou até mesmo quando se ligasse a TV, viria que tudo era realidade.
Bea: Vi uma tirinha na internet que mostra que é muito bizarro quando você mexe com a igreja católica ou evangélica. Não pode fazer sátira falando disso por que é pecado, mas as pessoas fazem isso diariamente com o candomblé, a “macumba” é pejorativa e as religiões de matrizes africanas são usadas o tempo inteiro em filme, mas não podem fazer o mesmo com as religiões protestantes.
As pessoas me questionavam: – “Porque você não faz isso com os muçulmanos? Eles vão te explodir.”
Mas ninguém lembra que há um tempo a igreja católica tava queimando gente. Eu não teria problema em mexer com a ideia dos homens bomba, eu mexeria com os caras e não com a religião em si, por que o islã não tem nada a ver com o que os homens bombas fazem, é só você ter um entendimento um pouco maior da religião pra entender isso. Da mesma forma que o cristianismo não tem nada haver com o que os pastores fazem, são pessoas sem escrúpulos que se utilizam de MÁ FÉ para enganar pessoas. Negociam a fé.
Você só cai nisso quando tá no fundo do poço, muito fodido, ou você tá muito doente, sua família muito doente, eles se aproveitam disso, ou seja, quando você tá vulnerável o cara vai lá e acaba de te foder.
Dudu de Morro Agudo
Essa história do clipe, da sua mãe te levar pra igreja, ela realmente aconteceu?
Não, essa história não é real. Minha mãe só me levou pra igreja no meu batizado, quando eu era bebê, depois ela nunca mais quis me influenciar em nada, nem primeira comunhão eu fiz.
O que aconteceu foi o seguinte. Na minha pré-adolescência eu e uns amigos íamos pra uma festa, mas uma das meninas que saía com a gente não podia ir porque tinha que ir pra igreja com a tia, aí decidimos comprar a causa da menina e ir junto pra igreja. A igreja era a catedral da Universal, na Suburbana. Eu nunca tinha visto nada como aquilo, parecia um mundo. Fiquei perplexo com a quantidade de dinheiro que circulava ali dentro, o pastor perguntava “quem pode dar R$100.000,00 (cem mil reais)?” e um monte de pessoas levantavam as mãos, saíam e recebiam uma oração especial, depois os pastores pediam R$50.000,00, e assim por diante.
Mas quando chegava R$1.000,00 já era uma oração genérica, pra todo mundo. Pessoas esclarecidas caiam nessa onda e doavam coisas que não tinham, deixavam faltar coisas em casa pra poder colaborar mais com a igreja. E depois aconteceu na minha família, casos com a minha vó, minha tia.
A partir daí eu fui fazendo a primeira parte da música, comecei a escrever com 13 anos e terminei com 19, quando a Bea tinha nascido, eu tinha um tempinho sobrando e então escrevi o final da música. Cinco anos depois tudo continuava exatamente do mesmo jeito e cada vez mais coisas vinham à tona.
Hoje em dia tu escreve uma música, como por exemplo eu escrevi a música “Legado”, que é sobre a Copa do Mundo, e ela tem um prazo de validade, passou a Copa do Mundo e aquilo já não funciona mais, mas Sacolinha é uma música atemporal, é um problema que é recorrente, não só no Brasil, mas em vários lugares do mundo, e nos lugares mais pobres são onde eles mais se agravam.
Dudu de Morro Agudo
Victor: Essa música é para as pessoas despertarem?
Eu acho que a música tem um papel social, o meu rap tem isso, pra fazer as pessoas pararem para analisar. Eu não quero que ninguém concorde comigo, quero que as pessoas acordem pra vida e tirem suas próprias conclusões, vejam se aquilo realmente acontece. Mesmo que não seja na profundidade que eu narro, desejo que cada um seja capaz de analisar em que profundidade é.
Bea: Mas também tem isso, se não chocar, as pessoas não se interessam e não param pra ver, tem que ter aquele choque.
Se for muito melódico as pessoas não ouvem a letra. Eu cantarolo algumas músicas que eu nunca parei pra analisar a letra.
De onde surgiu a frase “Vamos recolher a sacolinha?”
A inspiração veio do Tim Tones, personagem do Chico Anysio. Eu assistia muito na minha infância, sempre fui muito fã, mas certo dia aquilo tudo o que ele protestava começou a fazer muito sentido pra mim, ao ponto de eu ter que fazer uma música.
Hoje, 25 anos depois, a sua ideia sobre a igreja continua a mesma ?
Piorou bastante, surgiram novos personagens que são bem piores dos que tinham a 25 anos atrás, tem uma legião do mal agora, tem Valdomiro, Silas Malafaia, RR Soares, Bispo Macedo, tem Agenor Duque e a mulher dele que eu nem conheço, tem os outros da Renascer que foram pegos no aeroporto cheios de dólares.
Teve uma parada que aconteceu que eu quase voltei pra igreja, não me converti nem nada, mas quase voltei a frequentar, foi no batismo da Bea, porque o pastor era meu parceiro, ele me chamava de “Dudu Cabeção” eu chamava ele de “Pastor Bilão” e era maneiro e você via que aquilo ali era de verdade, não tinha nada de valor na igreja, você via o pessoal passando necessidade ali pra pagar uma conta.
Mas a partir do momento em que o cara começa a querer construir prédio, botar tudo de blindex, estacionamento gigante e depois cobrar pelo estacionamento, pastor chegar com carro importado na igreja e dizer que o pastor tem que dar exemplo. Eu já ouvi isso. O cara na rádio disse: – “Você acha que Jesus andava num burrico velho ou num burrico 0km?”
Formado por Fael Tujaviu, Kelson da Construção e DJ 2D, o grupo Malícia Urbana, da Zona Norte do Rio de Janeiro, surgiu em 2002, a partir de uma Crew de Grafiteiros, mas o rap só rolou mesmo dois anos depois.
Sempre com esse estilo contestador, o grupo já lançou alguns webclipes, contudo em ‘Cidade dos Meninos’ arriscaram em um videoclipe com uma mensagem bem mais forte e uma produção de primeira.
Com a ideia de mostrar a realidade em que vivem a partir de uma ponto de vista bem particular, roteirizaram um clipe recheado de armas – réplicas segundo Fael Tujaviu, mas que com a emoção da letra e imagens bem cortadas, parecem muito armas de verdade.
Kelson e Fael
Contudo Fael, ao ser questionado sobre uma possível interpretação dúbia por parte do público, que poderia acusar o grupo de apologia ao crime, ele rebate: – “A gente tem essa preocupação sim, isso foi motivo de muito diálogo entre nós, poderíamos fazer um clipe diferente com certeza, porém agente resolveu botar a cara e usar as imagens pra ilustrar o que estávamos querendo dizer. Nossas crianças estão vendo armas aqui agora, porém não tem nada de arte por trás dessas armas e elas levam eles pro caminho que a nossa arte não quer que ele vá. A gente pretende passar como mensagem é que temos escolhas na vida, independente da nossa situação social, e algumas dessas escolhas nós já sabemos o destino”.
A ideia de fazer o clipe surgiu em 2014, contudo somente esse ano conseguiram colocar em prática, foram 10 dias de gravação para transformar o roteiro elaborado pelo Coletivo CRUA em realidade, foi um roteiro feito a várias mãos. O coletivo ainda fez uma preparação que transformou os amigos próximos do dos rappers em atores, inclusive a mãe de um deles.
O clipe tem uma história bem bolada por trás de tudo, uma letra com conteúdo e uma outra vítima que fica em primeiro plano quando o clipe acaba. A mulher. A mãe. A guerreira.
Cena do videoclipe Cidade dos Meninos
“Essa é uma história real que se repete frequentemente, já vimos diversas pela cidade. A Mulher, a Mãe, que segura uma barra que ninguém pode imaginar, ela teria que ter um papel de destaque nessa história. O fato de ter muitas cabeças mexendo com o roteiro, e entre essas pessoas homens e mulheres, de experiências diferentes dentro de favela, gerou esse resultado, que o Malícia Urbana curtiu muito”, completa Fael.
O grupo não pretende deixar o vídeo somente na internet, pois o Coletivo CRUA tem um projeto chamado “Cinegrada”, uma mostra audiovisual, e a ideia é exibir o clipe nas comunidades próximas e onde mais forem chamados.
Vale a pena ver o vídeo diversas vezes e fazer uma reflexão. Veja e deixe um comentário abaixo.
A faixa, que tem produção assinada pelo próprio artista, é o carro-chefe de sua última mixtape, “Bastidores de uma Vida Aleatória” e vem causando frenesi pelas festas e eventos por onde o rapper passa.
O vídeo também marca uma nova fase da produtora com a qual Marcão já trabalha, que deixa de ser a Pitanga Audiovisual para se tornar a roloB; o clipe foi exibido em primeira mão durante um coquetel exclusivo de lançamento da nova marca na última sexta-feira.
Depois do recente lançamento dos clipes de Vazioe Lupa, agora é a vez de Esquimó, uma das faixas que mais se destacaram no álbum de estreia do Djonga, Heresia, lançado no começo de 2017.
Com uma produção e direção de excelência feita pela Devastoprod NTPFilmes, o clipe foi gravado no Capão Redondo e conta com participações especiais de Mano Brown, Clara Lima, Febem, entre outros.
Djonga segue firmando seu nome e mostrando pra que veio, com maestria e seu jogo de palavras, largando linhas pra nem morto ser calado. A música está disponível em todas as plataformas digitais.