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  • MV Bill e 2Pac: A união de dois mundos em “Só Deus Pode Me Julgar”

    MV Bill e 2Pac: A união de dois mundos em “Só Deus Pode Me Julgar”

    Em um cruzamento de gerações e culturas, as músicas “Só Deus Pode Me Julgar” de MV Bill, lançada em 2002, e “Only God Can Judge Me” de 2Pac, lançada em 1996, se encontram em um terreno comum, onde a resistência e a autoafirmação são os pilares que sustentam as vozes de dois ícones do hip-hop mundial.

    As letras dessas músicas, compostas em diferentes contextos e momentos, convergem em uma mensagem de determinação, desafiando os padrões sociais e reivindicando a autonomia individual perante as adversidades. Tanto MV Bill quanto 2Pac expressam a ideia de que apenas Deus pode julgar suas ações e escolhas, rejeitando os julgamentos da sociedade.

    MV Bill – “Só Deus Pode Me Julgar”:
    “Só Deus pode me julgar, por isso eu vou na fé
    Soldado da guerra a favor da justiça
    Igualdade por aqui é coisa fictícia”

    2Pac – “Only God Can Judge Me”:
    “Só Deus pode me julgar
    Aquilo que não me mata só me deixa mais forte
    E eu não entendo porque as pessoas acham que
    Precisam ficar me dizendo como viver a minha vida”

    Esses trechos compartilham uma mensagem poderosa de autenticidade, resistência e determinação, enquanto desafiam a autoridade e os julgamentos externos.
    No trecho de MV Bill, ele proclama que somente Deus pode julgá-lo, expressando sua fé e confiança em um poder superior. Ao se declarar um “soldado da guerra a favor da justiça”, ele reforça seu compromisso com a luta por um sistema mais justo e igualitário. A referência à igualdade como algo fictício sugere uma crítica contundente à realidade social brasileira, onde a igualdade ainda é uma meta distante e muitas vezes ilusória para grande parte da população.

    Por sua vez, 2Pac também invoca a autoridade divina. Ele reflete sobre a resiliência diante das adversidades, argumentando que as experiências que não o destroem apenas o fortalecem. A linha “E eu não entendo porque as pessoas acham que/ Precisam ficar me dizendo como viver a minha vida” ressoa com uma mensagem de independência e autoconfiança, desafiando a interferência externa na sua forma de
    viver e se expressar.

    Ambos os trechos destacam a importância de manter a própria integridade e autenticidade, mesmo diante das críticas e pressões sociais. “Only God Can Judge Me” de 2Pac foi produzida por Doug Rasheed, um renomado produtor musical americano, enquanto “Só Deus Pode Me Julgar” de MV Bill foi produzida pelo DJ Luciano Rocha.

    MV Bill, nascido Alex Pereira Barbosa, inspira-se em suas vivências nas favelas do Rio de Janeiro para criar músicas que denunciam a injustiça social e promovem a resistência. Já 2Pac, ou Tupac Shakur, vindo de um contexto de pobreza e violência nos Estados Unidos, utiliza sua arte como uma forma de expressar suas frustrações com as injustiças do mundo, transmitindo mensagens de empoderamento para comunidades marginalizadas.

    As letras de ambas as músicas são marcadas por críticas sociais contundentes, abordando temas como desigualdade, injustiça racial, corrupção e violência. MV Bill discute a realidade das favelas brasileiras, enquanto 2Pac enfrentava questões como segregação e opressão nos Estados Unidos.

    As músicas “Só Deus Pode Me Julgar” de MV Bill e “Only God Can Judge Me” de 2Pac representam um testemunho poderoso da força do hip-hop como veículo de expressão e resistência. Em um mundo onde as vozes dos marginalizados são frequentemente silenciadas, essas músicas ecoam como hinos de determinação e empoderamento, unindo dois artistas e duas realidades em uma busca comum por justiça e igualdade.

    As referências bibliográficas para a elaboração do texto são baseadas nas análises das letras das músicas e no contexto dos artistas. Seguem algumas fontes que podem ser utilizadas para aprofundar o estudo:
    1. Biografias e Análises Críticas:
    ○ Chang, Jeff. Can’t Stop Won’t Stop: A History of the Hip-Hop Generation. St. Martin’s Press, 2005. (Este livro oferece uma visão abrangente da evolução do hip-hop, incluindo o impacto de 2Pac na cena musical).
    ○ MV Bill e Celso Athayde. Cabeça de Porco. Objetiva, 2005. (Este livro co-escrito por MV Bill oferece uma visão detalhada de suas experiências e visão sobre a desigualdade social no Brasil).
    2. Entrevistas e Documentários:
    ○ Entrevistas de MV Bill disponíveis em portais como G1 e Folha de S.Paulo.
    ○ Documentário Tupac: Resurrection (2003), dirigido por Lauren Lazin. (Este documentário sobre a vida de 2Pac fornece insights sobre suas inspirações e lutas).

  • “Thupeque Xacur x Notórious Biaigi”

    “Thupeque Xacur x Notórious Biaigi”

    A falta de identidade do Rap tupiniquim abrange todas as áreas, sem mencionar a óbvia influência norte-americana na parte musical e estética, também copiamos o comportamento idiota de alguns rappers de lá.

    Tem os passa fome que tentam pagar de milionário fazendo clipes em carrões, mansões etc.

    Tem os que alimentam rivalidade bairrista como fossem legítimos membros da Costa Oeste e Leste. Essa semana me deparei mais uma vez com briga de “rappers”, aquela história de um fazer música para afrontar o outro.

    Fico pensando que se alguém quiser fazer um Rap para me atacar eu ficaria lisonjeado, pois levando em conta o trabalho que dá para fazer um, seria um elogio.

    Elogio esse que na maioria das vezes não encontro tempo nem para fazer a minha mulher. Na verdade acho que eles fazem isso para aparecer, pois isso rende. Inclusive eu, que os abomino, caí na armadilha e escrevi um texto a respeito.

    Influência maldita!

  • Quem é Dr Dre?

    Quem é Dr Dre?

    Quando eu comecei a achar que poderia conhecer música por intermédio do meu pai – Luiz Bigode -que é DJ até hoje, eu descobri um mundo fascinante, o mundo do Eletro ou Eletrofunk, também conhecido como Bass, Funkbeat, Eletrônico, Pancadão e outros termos …

    Eu, desde então ia a todos os bailes funks que tinha aqui na Baixada Fluminense e muitos na cidade do Rio.

    E um deles marcou muito a minha vida, O Casino Bangu. Esse era f#&%… tinha sempre uma multidão de pessoas na porta 3 horas antes de começar o baile e a fila dava voltas no quarteirão e esse baile
    conseguia isso por um único motivo, lá tocava música boa.

    A atração desses bailes era o DJ, só ele e a equipe arrastavam milhares de pessoas para as noites de baile funk, que eram radicalmente diferentes dos bailes de hoje.

    Dentre os milhares de discos de vinil que a galera curtia, tinha um chamado The Fly, do grupo Word Class, o grupo do Dr Dre.

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    Dr Dre

    Andre Young, apelido Dr. Dre, nascido no dia 18 de fevereiro de 1965, em Los Angeles, Califórnia, surgiu na cena musical no final da década de 1980, é um dos mais conhecidos dentre os produtores de rap da atualidade.

    Começou sua carreira na música como DJ em um clube de Los Angeles chamado “Eve After Dark”. O responsável por esse clube, conhecido como Lonzo, contratou Dr. Dre e outro DJ do local, Yella, juntamente com o Cli-N-Tel (um amigo do colégio de Andre) para formar o grupo World Class Wreckin’ Cru.

    A produção acontecia nos fundos do clube, onde havia um mini-estúdio de 4 canais, onde foram gravadas as primeiras músicas do grupo.

    Eles entraram no Top 40 R&B de sucessos, na BillBoard, com o single Turn Off The Lights.

    Logo, o World Class Wreckin Cru deixou de ser uma prioridade para Dr. Dre e Yella formaram um novo grupo afiliado ao selo da gravadora Ruthless Records com um jovem chamado Eazy E. Dizem que com dinheiro obtido pela venda de drogas.

    O grupo N.W.A (abreviação de “Niggaz With Attitude”, que significa “Negros com Atitudes”) cujos membros são Dr. Dre, DJ Yella, MC Ren, Ice Cube e o próprio Eazy E, são o mais puro fanfarrão.

    Suas músicas viraram hinos das ruas (embora grupo não tenha tido apoio da mídia nem da MTV) e seus membros viraram os mais notórios representantes do que viria a ser batizado de gangsta rap: um gênero musical do hip hop com letras de hedonismo e violência.

    Seus protagonistas justificavam o estilo chocante das músicas dizendo que eles apenas estavam contando como a coisa é.

    O Grupo N.W.A lançou 3 álbuns (nessa ordem):

    1. N.W.A And The Posse;
    2. Straigh Outta Compton;
    3. Efil4Zaggin (Niggaz4Life ao contrário)

    Todos produzidos pelo Dr. Dre e DJ Yella.

    Durante seu tempo na Ruthless, Dr. Dre também produziu o álbum do grupo “Above The Law” e do rapper The D.O.C.

    Dentro do N.W.A. houve desentendimentos entre os membros. Ice Cube havia deixado o grupo após o segundo álbum e o Dr. Dre após o terceiro, em 1991 – foi o fim do N.W.A.

    Após isso, Dr. Dre fundou, juntamente com Marion Suge Knight, ou Suge Knight, o selo de gravadora Death Row Records (ou Corredor Da Morte) e o primeiro CD lançado por ela foi do próprio Dre, chamado The Chronic.

    Os singles desse CD (músicas que tocavam na rádio pra promover o
    álbum) foram “Fuck Wit Dre Day”, “Let Me Ride”, “Nutin But A ‘G’ Thang”
    (esse, em destaque, já foi eleito o melhor single da década de 90 e é
    considerado por alguns o melhor singles de rap de todos os tempos) e Lil’ Ghetto
    Boy.

    Depois, Dr. Dre também produziu o álbum do Snoop Dogg chamado Doggystyle, mixou o álbum do Dogg Pound e contribuiu com algumas faixas para outros artistas, inclusive o viciante single do Tupac
    chamado California Love (junto de Roger Troutman).

    Anos depois, começou a haver desentendimentos entre os dois fundadores.

    Desntendimentos sempre né?

    Dr. Dre achava que estava ganhando pouco por ser o produtor criador dos grandes sucessos que impulsionavam as vendas de discos e, descontente com a maneira como Suge Knight controlava a
    Death Row, ele sai de lá declarando que “o gangsta rap estava morto”.

    Por esse motivo e outros, como Tupac, um dos mais conhecidos artistas, havia morrido e Suge vai pra prisão, a Death Row decai.

    Pouco tempo depois, Dre funda a Aftermath Entertainment existente até hoje. De lá vieram grandes nomes do hip hop americano como Eminem e 50 Cent.

    O que seria do rap sem esse mano? Não sei.

    Sei que poucos homens interferiram tanto, positivamente, no geral para o que chamamos cultura. E eu já ouvia esse cara quando ele tinha meses de carreira. Procurem o funk clássico “SuperSonic”, do grupo feminino JJFad.

    Sabem quem fez?

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