A Adidas achou que estava fazendo tudo certo para o lançamento da nova camisa do Flamengo, escalou o funkeiro Nego do Boréu e preparou um filme “bem humorado”, mas o tiro saiu pela culatra e a torcida não gostou nem um pouco do trabalho.
Segundo alguns torcedores a ideia de colocar um “urubu drone” sobrevoando o Rio levando a nova camisa do Flamengo até que foi uma boa sacada da Adidas, contudo o ator insistindo em falar “FRamengo” o tempo todo, deu um prato cheio para os rivais zoarem o clube, os torcedores, os jogadores e tudo mais.
A relação Tênis x Hip-Hop é longa e -permanecerá- duradoura. Não é de hoje que diversas figuras do Hip-Hop são vistas ovacionando e prestando reverência à modelos e marcas de tênis. Alguns se arriscam até mesmo à desenhar modelos para algumas marcas, como é o caso dos rappers Kanye West e 2 Chainz e o famoso sneakerhead DJ Clark Kent, que está no Top 10 mundial dos maiores colecionadores de tênis. A cultura sneakerhead tem seu nascimento fortemente atribuído ao Hip-Hop e para a coluna de hoje, reservei vídeos clássicos e outros nem tanto, onde alguns rappers abordam sobre os ‘papatos’ nas letras.
RUN DMC – “My Adidas”
O grande BOOM da cultura sneaker provavelmente tenha se dado após o lançamento de “My Adidas”, do RUN DMC. Numa época em que a Adidas nem era tão famosa, a música eternizou o modelo “Superstar” e a marca ainda fechou um contrato de US$ 1 milhão com os caras.
Nelly – “Air Force Ones”
A galera que não é tão antenada e que conhece o Nelly só pela música “Dilemma”, com a Kelly Rowland, não deve nem imaginar que ele fez uma música homenageando o tênis Air Force 1, da Nike. Um dos meus tênis favoritos da cultura sneakerhead, por sinal.
É, pelo jeito a cortina de fumaça foi liberada, seleção convocada, especulações rolando nas conversas, opiniões, enfim todo brasileiro é um técnico não é mesmo ? Euforia (ou não) à parte, o governo brasileiro através da Embratur resolveu se posicionar em relação a distribuição de algumas camisas oficiais da adidas que já tinham sido fabricadas em larga escala, e estavam disponíveis para o público em seus pontos de venda oficiais.
A questão é: Sem cerimônia, a adidas lançou camisetas com um cunho altamente apelativo, e com conotação explicitamente sexual, demonstrando seu profundo desrespeito ao povo brasileiro, enxergando-o como brinquedo puramente sexual e descartável.
Uma das camisas estampa a frase “I love Brazil” (Eu amo o Brasil). O “love”, no caso, estava em formato de um coração de cabeça para baixo, com um triângulo simulando um biquini, o que transformava a imagem numa bunda feminina.
Blusas da adidas
Na outra, em uma mulher de biquíni segura uma bola com frase: “Lookin´ to score in Brazil” (Buscando marcar gols no Brasil), numa suposta referência à conquista de mulheres.
Enquanto o país tenta mudar essa imagem lá fora, uma empresa do porte da adidas reforça essa imagem negativa desvalorizando nossas mulheres e mostrando-as como mercadorias, muitos realmente aportam em nosso país com a intenção de turismo sexual independente da ocasião, afinal sabemos que isso é prática comum, sem contar com os maníacos que residem por aqui, então percebe-se que o alerta vermelho está ligado e que nós, formadores de opinião necessitamos urgentemente instruir os que acham que tudo é festa e que vivemos no país da gozolândia, a sair do estado de letargia.
Podemos sim apontar caminhos, contribuir e denunciar, isso pode ser feito pelo disque denúncia 2253-1177 ou pelo disque 100, ou http://www.safernet.org.br/site/denunciar
No Brasil, a cada 26,7 quilômetros há um ponto vulnerável de exploração sexual infantil, segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Há casos registrados de menores oferecendo os corpos por até R$ 2,00. Mais de 100 mil meninas são vítimas de exploração sexual no Brasil, apontam os dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Está mais do que na hora dessa galera respeitar nosso país, mulheres, jovens e crianças; ações punitivas exemplares precisam ser aplicadas, então fiquemos de olho, a favor da copa ou não, só sei que no jogo contra a impunidade, estamos perdendo de goleada.
Enquanto isso na sala de justiça…
… um número mínimo de párias chafurdam nos bilhões, (isso mesmo, com B) nos orçamentos e acordos astronômicos voltados à capital do RJ, onde uma orgia com o erário público ocorrerá de tal forma que faria Calígula ruborizar de vergonha. E aqui estamos nós nos confins de uma galáxia distante, (ou seja Nova Iguaçu, Baixada Fluminense), tentando se virar com as migalhas que sobram dos orçamentos e incentivos convivendo absurdos dignos de um roteiro kafkiano, mas nós somos resilientes, forjados no mais puro e resistente material, a esperança, pois se não fosse ela, não teríamos como encarar o cinza futuro que desponta no horizonte.