O rapper MH é um dos principais nomes da cena em Tianguá, no Ceará. Construindo rimas utilizando como referência frases e versos de artistas como Luiz Gonzaga, Patativa do Assaré e dos repentistas Caju e Castanha, consegue aproximar o público mais jovem desses poetas que cantam a alma do Nordeste, ao mesmo tempo em que populariza o rap na região.
Seu estilo de fazer rap une o tradicional e o contemporâneo, resgatando a memória popular sampleando os sons de sanfona, da zabumba, do triãngulo, do pandeiro, além das melodias de pífano, que são remixadas com maestria pelo DJ Sales Medeiros.
Sua música está chegando forte no Rio de Janeiro, mais precisamente nas rodas de rima da Baixada Fluminense, onde os DJs tocam principalmente a música “Mandacaru Gang”.
Mas a história de MH no rap começou timidamente no ano de 2006, quando lançou seu primeiro CD, intitulado “Demonstração”. E após concorrer com mais de 400 músicos de todo o Brasil e conquistar o primeiro lugar em um concurso nacional de jingles, realizado pela Secretaria Nacional Antidrogas – SENAD, pôde morar em Brasília e consequentemente se aproximar da cena do rap nacional e então alavancar sua carreira.
Quando voltou para sua cidade natal, no ano de 2009, totalmente renovado e bem mais experiente, estabeleceu parcerias com importantes DJs da região, como os DJ Natal, Sales e Mazili. Aos poucos foi desenhando seu próprio estilo, exaltando a cultura nordestina, mesclando a música regional com as batidas de trap e boombap, até que em 2014 lançou a mixtape “Frenético”, onde o mesmo define como “um verdadeiro caldeirão de estilos musicais”.
MH durante apresentação
Novo disco
MH começou o ano de 2018 lançando vídeos e singles em seu canal do Youtube, que já soma mais de 150.000 visualizações, e está preparando o show de pré-lançamento de seu novo álbum “Nordeste Bass” onde cria combinações capazes de animar “qualquer festa”.
Tianguá – CE
Tianguá é um município brasileiro do estado do Ceará, fundado em 1890, com cerca de 70 mil habitantes, e que fica localiza-se na microrregião da ibiapaba, mesorregião do Noroeste Cearense. Segundo o livro “Tianguá… Raízes de sua história e de sua cultura”, Tianguá é um termo aportuguesado dos vocábulos tupi “Tyanha” (gancho) e “Guaba” (a água), que quer dizer: o gancho que prende as águas, em alusão ao rio Tianguá e seus afluentes.
Tianguá fazia parte do território da Villa Viçosa Real da América, antiga aldeia tabajara chefiada pelo morubixaba Irapuã.
A cidade surgiu em torno de uma pequena capela católica, feita de taipa e coberta com palhas de babaçu, erigida em louvor a Senhora Santana. No município, assim como na maior parte da Serra da Ibiapaba, é muito comum o plantio da cana de açúcar, batata-doce, caju, morango, tomate e pimentão, além de outras frutas e hortaliças.
No Turismo, o açude forma uma prainha, utilizada pela população para lazer nos finais de semanas, chegando a receber centenas de pessoas oriunda das mais diferentes e distantes cidades da região. O local oferece uma excelente opção para a prática de pesca esportiva. Em sua gastronomia local, o visitante poderá desfrutar de diversos tipos de pratos com os mais variados peixes.
Fontes: Site Guia Turismo Brasil: https://www.guiadoturismobrasil.com/cidade/CE/335/tiangua Wikipedi: https://pt.wikipedia.org/wiki/Tianguá
Vivemos tempos sombrios nunca vistos antes, o país passa por um processo de reestruturação política, mas com os mesmos personagens, que por sua vez encontram-se envolvidos em grandes escândalos de corrupção, enquanto isso o povo sofre com o alto índice de desemprego e a desesperadora sensação de vulnerabilidade, agravada ainda mais com o terror psicológico que o governo faz com a intervenção federal no Rio de Janeiro.
Mas nada disso se compara com a dor da perda.
Os nossos guerreiros e guerreiras estão sendo executados. Rocinha, Complexo do Alemão, Complexo da Maré, Maricá e históricamente a nossa Baixada Fluminense.
A execução de Marielle fez o Brasil guerreiro sangrar.
Nosso papel enquanto artistas, ativistas e militantes é não esmorecer diante da dor, nossa missão é motivar os nossos irmãos e irmãs que ficam, e proteger os nosso pequenos guerreiros que impactarão o futuro, e nada melhor que nossa arte, nossa voz que ecoa.
Juntamos todas as nossas forças para fazer essa edição do Sarau Poetas Compulsivos e por isso preparamos atividades incríveis, além de trazer convidados de peso.
Nossos convidados serão os poetas Laris & Poeta Invisível, e a nossa atração musical fica com o jovem Cayumá. Apresentação Lisa Castro, DJ Dorgo e intervenções de Dudu de Morro Agudo e Gabriel Montsho.
Nessa edição teremos o Slam Compulsivos, sorteio de livros, distribuição de poesias, DJs, videoclipes e… A LEITURA DO MANIFESTO ENRAIZADOS CONTRA A VIOLÊNCIA NO RIO DE JANEIRO.
PROGRAMAÇÃO
19:00 – DJs & Distribuição de poesias
20:00 – Abertura / Poesia da Hora / Sorteio de livros
20:20 – Poeta Invisível
20:35 – Slam Compulsivos
21:00 – Poesia da Hora / Sorteio de livros
21:10 – Open Mic
21:20 – Manifesto Enraizados
21:30 – Laris
21:45 – Slam Compulsivos
22:00 – Poesia da Hora / Sorteio de livros
22:10 – Cayuma
22:30 – Slam Compulsivos
SERVIÇO O que? Sarau Poetas Compulsivos Quando? 07 de abril de 2018, às 19 horas Onde? Buteco da Juliana, rua Ângelo Gregório, 145, Morro Agudo, Nova Iguaçu, RJ Quanto? De graça. 0800
O rapper Marcão Baixada lançou na madrugada do dia 24 de fevereiro mais um clipe.
Agora foi a vez da música Preto Gordo Style ganhar sua versão audiovisual caprichada, gravada em Via Light, em Nova Iguaçu, sob o olhar único das lentes de Camila Guimarães, da Rolo B, sob direção de Higor Cabral e um com um elenco escolhido a dedo, formado por Ewerton Nascimento, Raiane Silva, Jalmyr Vieira, Anna Carolina Rocha, Felippe Silva, DJ LN, Paulo Barros, além do próprio Marcão.
O clipe tem uma pegada bastante descontraída, e não podemos deixar de comentar que a música também foi um protesto para que as marcas street wear comecem a produzir também pra galera plus size.
Valeu Marcão Baixada, você acertou mais uma vez!!!
Faltando menos de uma semana para o Festival Manifeste SP, a produção anunciou mais uma atração. O rapper do Rio de Janeiro Marcão Baixada é um dos artistas confirmados, em uma grande lista de atrações que irão se apresentar nos dois dias música.
A confirmação veio esta manhã, nas páginas oficiais do Festival.
Marcão se apresentou no último dia 13 em Duque de Caxias, durante a turnê conjunta das bandas No Longer Music (USA) e Medulla (BR). A turnê também passará pelo Festival nos dois dias, dividindo o headline com o rapper Raffa Moreira.
Confira o lineup dos 2 dias do Festival:
20/01 @ Vale do Anhangabaú – São Paulo | Início: 12:00h
– Medulla
– No Longer Music
– Raffa Moreira
– Black Days
– Voltare
– NDK
– Rimas e Melodias
– Marcão Baixada
– + atrações à confirmar
Entrada gratuita
21/01 @ Calçadão Dom Pedro II – Centro de Guarulhos | Início: 12:00h
– Medulla
– No Longer Music
– Raffa Moreira
– João Perreka e os Alambikes
– Lumière
– Yannick
– Caikan
– + atrações à confirmar
Na última quarta-feira, Dudu de Morro Agudo se reuniu com seis jovens moradores de bairros da cidade de Nova Iguaçu para realizar a terceira matéria da série Juventude e Mobilidade Urbana, da 1ª Chamada Pública do Fundo Casa Fluminense.
A ideia desta terceira matéria era gravar um podcast de uma hora de bate-papo sobre Mobilidade Urbana baseado na experiência das duas primeiras matérias publicadas aqui no Portal Enraizados onde eles relataram a saga da juventude da Baixada Fluminense para chegar ao Rio de Janeiro e a circulação da juventude pela própria Baixada Fluminense, conforme os links abaixo:
Nesta roda de conversa eles puderam explanar sobre problemáticas nas estruturas locais e estaduais, propuseram soluções e levantaram questões muito importantes sobre o transporte público, fazendo comparativos entre a periferia e o centro.
Ouça o podcast abaixo:
[box type=”info” align=”” class=”” width=””]O trabalho Juventude e Mobilidade Urbana: a conexão cultural entre a Baixada Fluminense e o Centro. de Marlon Gonçalves, Beatriz Dias e Flávio de Assis, faz parte de uma série de reportagens sobre Mobilidade Urbana da 1ª Chamada Pública do Fundo Casa Fluminense e está licenciado com uma Licença Creative Commons – Atribuição 4.0 Internacional.[/box]
Estamos de volta com mais uma matéria falando sobre Mobilidade Urbana. Na primeira, eu (Dorgo) e Beatriz Dias, afim de respondermos algumas questões relacionadas com a juventude e a mobilidade urbana, decidimos acompanhar três outros jovens que cortaram cinco cidades, em uma trajetória de mais de 40 quilômetros, em busca de uma nova experiência cultural. <<leia aqui>>
Beatriz Dias e Dorgo
A matéria de hoje tem a mesma dinâmica, mas com uma missão diferente: curtir o Rap Free Jazz, em Duque de Caxias.
O Rap Free Jazz é um evento no formato de Roda Cultural, realizado pelo Coletivo FALA há dois anos, com o intuito de ser itinerante e levar os acontecimentos da Baixada Fluminense para a própria Baixada, através das artes.
No dia 21 de outubro, rolou a edição do Rap Free Jazz com seletiva para o Duelo Nacional de MC’s, de onde saiu um representante da Baixada Fluminense. O evento aconteceu na Praça do Galo, no Parque Fluminense, em Duque de Caxias, e teve seu início ás 18:30.
Nossos personagens neste artigo são:
• Albert Paula (Einstein NRC), 21 anos, Mc e Beatmaker.
• Camila Lemos, 22 anos, Produtora e empreendedora.
• Victor Carvalho, 22 anos, Produtor cultural e técnico em eletrônica.
A ideia desse artigo, assim como no último, é responder algumas questões relacionadas com a mobilidade urbana sob a ótica da juventude periférica, como opções de transporte, valor das passagens, estado de conservação do coletivo e segurança.
Para que você possa se situar, o Parque Fluminense é um bairro do município de Duque de Caxias, com cerca de 13 mil habitantes, que faz divisa com o município de Belford Roxo. A Praça do Galo se localiza próximo a estrada do China, uma das principais vias do bairro, que fica a 23,6 quilômetros de distância de Morro Agudo, bairro mais populoso da cidade de Nova Iguaçu, local de partida da nossa jornada.
As nossas opções de transporte eram:
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1. Trem da Super Via, sentido Central do Brasil. Baldeação na estação Maracanã, novo trem sentido Gramacho e descer na estação Duque de Caxias e outra condução até a praça. Um trajeto total de 02:20 (duas horas e vinte minutos) de duração, com o custo de R$8,20 (oito reais e vinte centavos).
2. Ônibus até a rodoviária de Nova Iguaçu. Ônibus da viação Flores “115-Duque de Caxias” até a Estrada do China e andar cerca de 05 minutos até a Praça do Galo, trajeto com 02:00 (duas horas) de duração e custa de R$7,80 (sete reais e oitenta centavos).
3. Ônibus na Dutra (várias opções) até o “Posto 13”, com trajeto de cerca de 15 minutos. Ônibus da viação Flores “115-Duque de Caxias” ou o “116-Duque de Caxias”, também da viação Flores, até a estrada do China e andar cerca de 05 minutos até a Praça do Galo, num trajeto com 01:30 (uma hora e trinta minutos) de duração, com o total de 01:50 (uma hora e cinquenta minutos) custando R$8,60 (oito reais e sessenta centavos).[/padding]
As principais metas desse rolé eram economizar e não chegar tarde no evento. Como a faixa de preço não diferenciava muito entre as opções, demos preferência ao tempo de viagem e fomos pela Dutra, por ser um trajeto mais curto e mais rápido.
Saímos de Morro Agudo às 18:00 e esperamos cerca 40 minutos pelo ônibus, que demorou 25 minutos pra chegar ao Posto Treze, lá esperamos cerca de 01 hora pelo ônibus que nos levaria até o Parque Fluminense, num trajeto que durou cerca de 01:50 (uma hora e cinquenta minutos), tendo como tempo total da viagem 03:55 (três horas e cinquenta e cinco minutos), contrariando a estimativa de tempo apresentada pelas empresas de ônibus.
O mesmo trajeto de carro leva em média 36 minutos de duração.
O Einstein diz que “é muito complicado pra todo mundo circular, até mesmo dentro da Baixada Fluminense, pois muitas vezes temos que pegar 2, 3 e até 4 conduções pra chegarmos no local que desejamos. Se tiver sem dinheiro e precisar esperar um ônibus específico, pode ficar horas no ponto esperando”.
Camila acrescenta a fala de Einstein dizendo que “não é uma experiência muito agradável, se você não tem dinheiro, perde o direito de ir e vir, que teoricamente seria um direito de todos”.
Albert Paula (Einstein NRC), 21 anos, Mc e Beatmaker
Como já foi dito, escolhemos esse trajeto para poupar tempo, porém os atrasos e as estradas cheias de buracos tornam o percurso cada vez mais difícil e demorado.
Quando perguntamos ao Victor sobre os obstáculos de transitar entre as cidades da Baixada Fluminense, ele comenta com humor “que tem vários obstáculos, literalmente”.
“É muito complicado gastar cerca de R$20,00 com transporte estando desempregada, é uma situação muito difícil. O que culmina também na perda de muitas oportunidades de emprego, por conta das empresas darem preferência a pessoas que gastam menos passagem”, diz Camilla.
A segurança é uma das maiores preocupações dos jovens que se aventuram para curtir eventos em outras cidades, o perigo que estávamos correndo com os equipamentos na rua acabou resultando na falta de dinâmica na hora de tirarmos algumas fotos, por mais que estivéssemos em grupo, o medo falava mais alto.
Rap Free Jazz
Para Einstein “o gasto não compensa, por que as ruas são muito danificadas, os transportes são de péssima qualidade, os horários são muito incertos e além de tudo isso, os passageiros sofrem com a falta de segurança”. “Não sei se mais policiamento nas ruas resolveria” comenta Camilla, em tom de descontração.
Chegamos ao nosso destino com 01:55 (uma hora e cinquenta e cinco minutos) de atraso, já estava no segundo round da batalha de MC’s e mesmo assim valeu muito a pena. Vimos um representante da Baixada Fluminense levando a vaga para a seletiva do Duelo Nacional de MCs, além do show de Felipe Westt com a participação do Einstein.
Victor Carvalho, 22 anos, Produtor cultural e técnico em eletrônica.
Próximo ao fim do evento, nos deslocamos um pouco e fomos até o fim da praça conversar sobre o tema abordado. Como ainda eram 03:30 da manhã conversamos com bastante calma, já que os ônibus só voltariam a circular às 05 horas da manhã.
Camilla afirma que “os principais problemas de mobilidade são, além do valor alto das passagens, o perigo de transitar pelos lugares e a baixa rotatividade dos ônibus que, além de demorar, param de circular cedo muitas das vezes”.
Ao ser questionado sobre a experiência de se deslocar de Morro Agudo até o Parque Fluminense (local onde aconteceu o evento) Victor diz: “Pô, a gente tem que gastar uma grana boa e ainda ficar no mínimo duas horas em condução, se eu tivesse carro, com certeza iria preferir transitar de carro, tudo bem que tem os problemas de trânsito e etc, mas o custo-benefício acaba compensando mais”.
Após cerca de uma hora de conversa fomos andando até o ponto de ônibus, e na saída da Praça encontramos uma menina que perguntou se estávamos indo para o ponto de ônibus, e ao afirmarmos ela perguntou se podia nos acompanhar, pois estava sozinha e com medo, fato que infelizmente já faz parte de nossas rotinas, ainda mais quando se é mulher.
Chegamos no ponto de ônibus, mas dessa vez não esperamos muito, em menos de 10 minutos passou o primeiro ônibus para Nova Iguaçu, embarcamos e durante o trajeto, a cena cotidiana se repetiu, Beatriz foi assediada dentro do transporte público.
Camila Lemos, 22 anos, Produtora e empreendedora
Ao chegarmos em Nova Iguaçu, aproximadamente às 06:20 da manhã, esperamos mais uns 20 minutos até pegarmos o ônibus para Morro Agudo. Chegamos às 07:10 em casa.
O rolé teve 13 horas e 10 minutos de duração, desde a hora que saímos de casa até a hora que chegamos, porém 06 horas e 15 minutos foram destinados ao deslocamento, o que é um absurdo se tratando de um trajeto que pode ser feito em menos de uma hora de carro.
No final das conversas com cada um, os questionei sobre algumas soluções que segundo eles poderiam ser tomadas para melhorar o transporte público.
Einstein acha que “a principal melhoria a ser realizada é a manutenção dos ônibus, que são precários e obviamente a passagem, que já ultrapassou o absurdo, porém o poder público deveria intervir nisso, fazendo algum tipo de fiscalização quanto ao serviço oferecido pelas empresas de transporte público”.
Na opinião de Camilla “só aumentar a rotatividade dos ônibus já resolveria bastante coisa”.
Para Victor “as empresas deveriam disponibilizar mais linhas de ônibus, uma grade de horários melhor e seguida à risca”. Ele diz também que “as empresas deveriam fazer alguma espécie de plataforma onde os passageiros pudessem acompanhar os ônibus, para saber o horário exato em que ele chegará ao ponto, evitando transtornos ao esperar os coletivos por muito tempo”.
Odeio pensar na ideia de não termos controle sobre a vida, a ideia de que existe um destino nos esperando, é de certa forma assustadora. Nossas vidas são baseadas em escolhas, cada um tem o controle sobre sua própria vida e as escolhas nos levam a determinados destinos.
O que é chamado de acaso é na verdade, as escolhas de outras pessoas te levando a outro destino, isso por que vivemos em sociedades capitalistas e sempre um pequeno grupo de afortunados fazem escolhas que vão afetar vidas de milhares de pessoas.
As minhas escolhas podem não garantir o meu próprio destino.
Vou me usar como exemplo, eu escolhi ser Dj, trabalhar com isso, viver disso, mas sou obrigado a trabalhar em coisas completamente diferente, para pagar as contas e por comida dentro casa, fazendo com que, muitas vezes eu não consiga exercer minha função como Dj mesmo dando o máximo do máximo, mas eu não abaixo a cabeça, as minhas escolhas coincidiram com as de outras pessoas e me trouxeram aqui, basta eu saber disso pra focar em priorizar minhas escolhas e deixar bem claro que, eu vou viver como Dj, vou ser um dos mais brabos e ter meu trampo valorizado. Essas são minhas escolhas e esse será meu destino.
Faça suas escolhas, pense antes de tomar decisões.
Antes de votar em qualquer político por ter colocado asfalto ou por ter lhe dado 50 reais, pense em quanto isso pode mudar a sua vida, pense em tudo que você já abriu mão por um misero salário mínimo e principalmente estude as propostas antes de se decidir.
O RapFree Jazz é um evento realizado pelo Coletivo FALA a dois anos, com o intuito de ser itinerante e levar os acontecimentos da Baixada Fluminense para a própria Baixada através das artes.
Quando eu digo artes é porque o RapFree Jazz faz uma junção de todas as artes, se tem alguma expressão artística que ainda não rolou no evento é porque ainda não passou na cabeça deles, mas quando passar…
Em seus dois anos de vida o RapFree Jazz já teve diversas intervenções artísticas como: Rap com dj e mc, break, graffiti, exposições de fotos, artesanato, projeções, poesia, bandas de diversos gêneros e até mesmo esporte já rolou no Free Jazz.
O RapFree Jazz é a troca de conhecimento, de afeto, de curiosidade e de música, é um evento que engloba muitos âmbitos, é voltado pra cultura do Hip Hop mas ao mesmo tempo ele abraça outros públicos, pois além do Rap, rola Funk, Reggae, samba, entre outros.
A principal propostas do evento é a Jam Sessions onde os Mc’s rimam em cima, fazendo improvisos ou mandando um som, muitas vezes rola até a final da Batalha em cima da Jam, como já presenciei e foi simplesmente mágico.
A próxima edição do RapFree Jazz será no próximo sábado dia 16 de Setembro a partir das 18:00 horas na Praça do Galo, Duque de Caxias, será a edição de aniversário com direito a uma Batalha de Mc’s temática com Dj Jeff Jay, batalha all style com Dj Tecnykko no comando das pick-ups, exposições, dança com grupo MOVIMENTE-SE, apresentação Acústico do Mc Silva KS e pra fechar com chave de ouro, intervenção do Literatura das ruas, com direito a uma biblioteca comunitária, distribuição de poesias ou letras de rap dos artistas locais e shows de Dorgo Dj e Einstein Mc.
Se você já conhece o Coletivo Fala ou o RapFree Jazz não precisou nem ler essa coluna pra decidir ir ao evento, mas caso você ainda não conheça presencialmente, não deixe de ir, porque depois vai ficar chorando arrependido.
A Baixada Fluminense tem um dos maiores índices de desemprego do país, segundo dados da Casa Fluminense divulgados em Abril de 2016, cerca de 195 mil pessoas ficaram desempregadas nesse período, de lá pra cá o índice só aumentou, hoje são cerca de 1.300.000 desempregados.
Com tantos desempregados, não só na Baixada Fluminense, mas em todo o país, acaba se destacando quem pensa fora da caixinha.
Pensar fora da caixinha não é algo simples, sair da zona de conforto é tão difícil quanto arrumar um emprego, mas mesmo em tempos de crise alguns conseguem, e nesse caso, pensar fora da caixinha é empreender.
Empreendedorismo é ter a disposição de resolver problemas, ter ideias inovadoras, habilidade de organizar e liderar pessoas, mas a parte principal é ter determinação.
Para os moradores da Baixada Fluminense empreender não é novidade, pois eles só tem duas escolhas: ser um trabalhador comum que enriquece o patrão; ou empreender pra ter uma vida melhor e mais digna. Lógico que não é fácil, mas pra quem vive na margem tudo é difícil e mesmo com tantas dificuldades pode se ver um aumento considerável no empreendedorismo da região.
A juventude é a principal responsável por esse aumento, tendo em vista o quanto é difícil ganhar dinheiro, os jovens apresentam ótimas ideias de empreendedorismo com o passar do tempo. Temos ótimos exemplos como: o Bh Studio que é um estúdio onde o músico pode comprar desde o instrumental até gravar e lançar um videoclipe; o Brechó Original Bxd que é um brechó itinerante e online já há bastante tempo e pretende lançar sua marca Original Baixada no próximo ano;a Páia da Boa que foi criada pelo Mc e Beatmaker, Gustavo Baltar com o intuito de ser sua fonte de renda e hoje já é um negócio mais bem estruturado, trabalhando com encomendas e com vagas abertas para revendedores.
Se estiver desempregado e se interessar em ser um revendedor Páia da Boa pode entrar em contato com Baltarou Dorgo.
Existem outros empreendimentos que não foram citados mas que tem um impacto positivo assim como esses, no próximo domingo dia 3 de Setembro acontecerá a Feira Gambiarra na Praça do Skate de Nova Iguaçu com exposição de artesanato, brechós, culinária caseira e artesanal. Uma grande parte desses empreendedores estará lá pode ser uma ótima oportunidade de conhece-los, fazer umas comprinhas consciente nos brechós, comer umas delícias culinárias e curtir as apresentações das Dj’s Moonjay, Lari Hill e kakao. Vale apena conferir!
Se você gostou da coluna, leia as últimas onde falei sobre o transporte público e a cultura na Baixada Fluminense e na próxima quinta tem mais.
Nunca desista do seu sonho, independente de qual seja esse sonho, você pode realiza-lo.
Nunca ignore uma ideia, são das ideias mais loucas que nascem as melhores coisas.
Nunca duvide de você, pois apenas você pode se impedir de conquistar o que quer.
A Baixada Fluminense é o epicentro da cultura no Rio de Janeiro, a região que é marginalizada gera conteúdos incríveis, como: poesias, músicas, livros, entre outros.
A cultura na Baixada sempre foi muito rica, apesar da falta de atenção e verbas destinadas a mesma.
Na última coluna falei do transporte público, ou melhor dizendo da falta dele, também citei alguns outros problemas que podem afetar drasticamente a cultura na região, porém mesmo com tantos fatores contra, vemos uma explosão cultural na Baixada Fluminense.
Grande parte disso é devido a ocupação dos espaços públicos, a juventude vem produzindo saraus de poesia, rodas culturais e feiras criativas, reunindo centenas de jovens nesses espaços, com intuito de revitalizar os espaços ocupados, valorizar a arte e os artistas locais e enaltecer o poder que os cidadãos têm, fazendo pressão política e pedindo por melhorias.
Morro agudo lugar onde cresci e aprendi tudo que sei hoje, é um ótimo exemplo, temos artistas excepcionais, que realmente fizeram a diferença na região, Dudu de Morro Agudo, Lisa Castro, Átomo e Antonio Feitosa são alguns deles que através da arte e da cultura tem trazido melhorias não só pra Morro Agudo e sim pra todo território Fluminense.
Muitos nomes não foram citados aqui, mas o intuito é mostrar a você um pouco do que a Baixada tem e faz em relação a cultura, a terra de Serginho Meriti, Robson Gabiru e Jota Rodrigues está muito bem representada.