Tag: Baixada Fluminense

  • Serial Killer é o símbolo do descaso do Estado contra a Baixada Fluminense

    Serial Killer é o símbolo do descaso do Estado contra a Baixada Fluminense

    O que você fez nos últimos 09 anos? Sailson José das Graças matou 43 pessoas.

    Será que se aos 17 anos ele cometesse o primeiro assassinato no Leblon (área nobre do Rio de Janeiro), chegaria a essa marca de 43 assassinatos sem ser preso? A resposta é… NÃO!!! CLARO QUE NÃO!!!

    Porque certamente a imprensa cairia em cima, o Governador colocaria toda a polícia do Rio de Janeiro para investigar, invadir, torturar e matar até achar o assassino, mas na Baixada não é bem assim, a realidade aqui é outra. As mortes de conta-gotas não chamam atenção, uma morte aqui e outra lá são apenas mortes do cotidiano, a vida aqui vale menos, pra não dizer que não vale nada.

    Atualmente a região da Baixada Fluminense se encontra mais violenta do que a cidade colombiana de Medelin, que foi classificada pela revista Time, em 1988, como “a cidade mais violenta do mundo”, com uma taxa de 440 homicídios por 100 mil habitantes. Hoje em dia Medelin exibe a marca de 40 homicídios por 100 mil habitantes, uma taxa bastante alta se comparada com a média mundial de 10 homicídios para cada 100 mil habitantes, contudo bem menor do que a taxa de 52 homicídios por 100 mil habitantes da Baixada Fluminense.

    Para quem está assistindo de fora, isso pode até ser um choque, contudo para quem mora nos municípios da Baixada Fluminense é algo quase normal. Crimes aqui são cometidos e não são investigados, dificilmente alguém vai preso por um homicídio, ainda mais quando a vítima é pobre.

    Sempre tive a desconfiança de que a Baixada nunca esteve nos planos de segurança pública do Estado, porém tive essa certeza ao ouvir a fala do Vinicius George, delegado da polícia civil, durante uma mesa que participamos no Observatório de Favelas no sábado passado (13), onde ele afirmou que a polícia funciona do jeitinho que tem que funcionar e o Estado está presente em todos os lugares, inclusive na Baixada. O problema, segundo ele, é que a polícia e o Estado não funcionam e estão presentes do jeito que nós queremos. A polícia foi criada para atender os interesses da corte (hoje governantes e elites) e controlar o resto (o povo). Afirmou que enquanto a sociedade não mudar, a polícia não muda. As atitudes da polícia só mudam com uma maior pressão popular.

    Segundo dados do Governo Federal, Duque de Caxias e Nova Iguaçu são a segunda e terceira cidade do Estado do Rio de Janeiro mais perigosas para um jovem negro, com idade entre 15 e 29 anos viver. Aqui é onde os jovens mais matam e mais morrem. Aí eu te pergunto: – Quais são as políticas públicas de segurança para a juventude negra na cidade? NENHUMA!!!

    No momento especialistas forenses, psicólogos e psiquiatras estudam o caso para saber se Sailson é ou não um Psicopata. Mas qual diferença isso faz agora? 43 pessoas já morreram e a culpa é do Estado. Um estado omisso. Que entrega toda uma população, cerca de 4 milhões de habitantes, à própria sorte.

    Pra mim, a mensagem surreal que Sailson passa com sua prisão é de que a Baixada Fluminense é “Terra de Malboro”: – Venham matar aqui, não serão presos. A Baixada Fluminense está sitiada e o Estado assiste nossas mortes de camarote.

     

     

  • Os prodígios da Baixada Fluminense

    Os prodígios da Baixada Fluminense

    Formado por três MCs e um DJ da Baixada Fluminense à pouco mais de dois anos, o #ComboIO se destaca como um dos principais grupos de rap do Estado do Rio de Janeiro.

    Pra quem não tá ligado(a), o #ComboIO é um coletivo de rap formado por Dudu de Morro Agudo, Léo da XIII, Marcão Baixada e DJ Léo Ribeiro, idealizado por DMA a partir de um insight de um trabalho de faculdade para ser uma start up, o empreendimento se tornou um coletivo de rap bastante promissor.

    A proposta do grupo é, a partir da experiência de cada integrante, extrair o sumo, que é a essência do trabalho que desenvolvem. Por isso focam sempre e prioritariamente em suas carreiras solo, porque essa atitude é o fundamento que contribui para o sucesso do coletivo. Contudo se o grupo fica uns meses sem tocar, os fãs já começam a pirar, especulando um fim precoce do coletivo, que segundo DMA é apenas um embrião superdesenvolvido.

    O #ComboIO está sem dúvidas entre os principais grupos de rap do Estado do Rio de Janeiro, e essa afirmativa se confirma cada vez mais quando se analisa a sua curta trajetória e o tanto de conquistas.

    Desde sua criação, em meados de 2012, colecionam uma turnê pela França em 2013, a gravação de um disco de nome homônimo; a gravação de dois videoclipes na França: #ComboIO & La Melodie des Askars sem contar mais um de cada integrante do coletivo em carreira solo; reportagens na TV: Estúdio Móvel; e uma infinidade de shows em importantes eventos, como poderão conferir na galeria que montamos abaixo.

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    [tab title=”VIDEOS”]

    #COMBOIO

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    FINAL DE SEMANA

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    ANA

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    BAIXADA EM CENA

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    LA MELODIE DES ALKARS

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    [tab title=”MUSICAS”]

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    [tab title=”FOTOS DE SHOWS”]

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    Rio+20 – Junho de 2012 – RJ
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    ImaginaRio – Julho de 2012 – RJ
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    #ComboIO com Cabeça de Nego e André Ramiro – Agosto de 2012 – Belford Roxo – RJ
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    Favela Toma Conta – Outubro de 2012 – Itaim Paulista – SP
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    FLUPP – Novembro de 2012 – Morro dos Prazeres – RJ
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    Lona Cultural de Jacarépagua – Novembro de 2012 – RJ
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    Celebra Hip Hop – Novembro de 2012 – Cinelândia – RJ
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    Baixada é Hip Hop – Novembro de 2012 – SESC de Nova Iguaçu – RJ
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    Programa Zoasom – Novembro de 2012 – Rádio Mec – RJ
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    Banca de FreeStyle Enraizados – Fevereiro de 2013 – Arena Carioca Jovelina Pérola Negra – Pavuna – RJ
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    Semana do Hip Hop de Mesquita – Março de 2013 – Mesquita – RJ
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    Terra do Rap – Julho de 2013 – SESI Nova Iguaçu – RJ
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    SLAM Le Royal – Junho de 2013 – Nancy – França
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    Broc´N Roll – Junho de 2013 – Nancy – França
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    Love Lay – Junho de 2013 – Nancy – França
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    Quaison – Junho de 2013 – Nancy – França

     

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    Batidas e Rimas – Agosto de 2013 – Queimados – RJ
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    Conexão Rap – Outubro de 2013 – Guarulhos – SP
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    Bala na Agulha – Janeiro de 2014 – Irajá – RJ
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    Buraco do Getúlio – Fevereiro de 2014 – Nova Iguaçu – RJ
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    Pevirguladez convida – Março de 2014 – Teatro Raul Cortez – Duque de Caxias – RJ
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    FAU021 – Novembro de 2014 – Fundição Progresso – Lapa – RJ

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  • NRC lança WebVideo da música “Mundo que vivo”

    NRC lança WebVideo da música “Mundo que vivo”

    O grupo NRC, de Nova Iguaçu, formado por Einstein MC, LC e Pitoco, lançaram, a cerca de 20 dias, o WebVideo da música “Mundo que Vivo”, com participação do NT Autonomia e produção de Ualax MC.

    Atualmente o vídeo se encontra com 391 views no youtube, a meta dos caras são 1000 views.

  • O direito ao voto

    O direito ao voto

    Para quem é da minha geração sabe o quanto votar nas eleições é importante.

    A espera de longos anos sem esse direito criou uma expectativa muito grande, não apenas para aqueles que já havia experimentado o exercício do voto, mas também para aqueles que cresceram ouvindo relatos dos mais velhos.

    Em 1982, a primeira eleição direta para governador foi acompanhado com muito entusiasmo por todos, inclusive pelos jovens que ainda não tinham 18 anos, que era o meu caso. Mesmo assim, nos fizemos presente nas ruas, nas campanhas, tentando entender o que era aquele momento, que não foi dado, foi conquistado por lutas que duraram 21 anos, como se a maioridade da ditadura militar fizesse ela desfalecer. Era vibrante saber que nossos pais, tios, professores… tinham lutado contra a opressão, contra o silêncio imposto, contra a censura na música, no cinema, no teatro, na literatura e que tínhamos recebido o legado de fazer acontecer na prática o real conceito de democracia.

    É significante lembrar que na eleição de 1982, a Baixada Fluminense teve um papel imprescindível com relação a vitória de Leonel Brizola. O eleitor da Baixada sabia muito bem o que precisava, de um representante no governo do estado que fosse na raiz dos problemas sociais da população de baixa renda. Problemas esses que geravam desigualdades de duas formas, a dificuldade de sair de casa para o trabalho sem ter onde deixar os filhos e o direito à educação pública de qualidade.

    Como as mulheres sempre tiveram maior responsabilidade sobre a educação dos filhos, era muito complicado, como ainda é hoje, ir trabalhar sem ter onde deixar suas crianças. A construção dos Centros Integrados de Educação Pública – CIEP, da qual o idealizador do projeto foi Darcy Ribeiro, realizou-se nas favelas e nas periferias como um todo. O projeto era a Revolução na Educação que até hoje esperamos, onde as crianças e jovens tinham educação formal (curricular), atividades culturais, esportivas, atendimento médico e odontológico, além de uma alimentação supervisionada por nutricionistas. Como o horário era integral, pais e mães podiam trabalhar mais tranquilos, já que seus filhos estavam sob cuidado de diferentes profissionais.

    Em 1984, novamente grande expectativa, novamente tomamos as ruas pelas Diretas Já. Lembro que foi emocionante ver tanta gente na av. Presidente Vargas, no centro do Rio. Não houve repressão policial, como vi na Jornada de Junho de 2013. O governo do estado, políticos, sindicalistas, artistas, intelectuais e o povo estavam do mesmo lado porque havia um interesse comum na sociedade brasileira, resgatar o processo democrático. Todos estavam lutando, gritando pelo direito ao voto, pelo direito a um dos exercícios que faz da democracia e da vida republicana ser legítima.

    Lembro também que acompanhei pelo noticiário a votação da Emenda Dante de Oliveira, emenda que daria o direito de na próxima eleição o povo brasileiro votar nos candidatos para Presidência da República. Infelizmente o colégio eleitoral em Brasília não aprovou. Foi decepcionante, frustrante.

    É interessante notar que, muitas vezes a história guardando suas devidas proporções, gosta de se repetir. Quando na implantação da República no Brasil, no final do século XIX, houve um acordo entre as elites para que a República fosse comandada primeiro por militares, e só depois veio a chamada política do café com leite. No final do século XX quem disputou o cargo para presidente, Paulo Maluf de São Paulo e Tancredo Neves de Minas Gerais. Quem vence pelo voto indireto é o mineiro que não chegou a tomar posse. Tancredo Neves morreu no dia 21 de abril, mesma data da morte de seu conterrâneo Joaquim José da Silva Xavier, sendo esse no final do século XVIII. Quem assume é o vice José Sarney, protagonista muito atuante na ditadura, latifundiário do nordeste, onde até hoje sua família tem grande atuação em cargos públicos.

    Por que estou relembrando, capturando a história e a minha memória?

    Por mais que saibamos dos problemas de corrupção e dos descasos com as demandas da população mais pobres, com seus problemas que parecem que não serão resolvidos, não podemos desistir, abrir mão de direitos conquistados. Apesar dos desvios de conduta por parte dos politiqueiros, não podemos esquecer que já houve um tempo no Brasil que apenas os homens brancos possuidores de uma certa quantia de bens materiais podiam participar das eleições, onde os pobres, os negros e as mulheres não possuíam o mesmo direito.

    Um exemplo emblemático é Nelson Mandela, o grande líder na luta contra o apartheid na África do Sul que perdeu a liberdade por mais de 20 anos. Ele nunca desistiu de lutar por uma maior participação de seu povo na cena política. O que muitos podiam achar, na época, que era utopia em uma África dominada por brancos, virou real, tão real que ele mesmo se tornou Presidente da República eleito pelo voto.

    Então por que existe um movimento em pleno século XXI para que pessoas anule um direito que foi conquistado a duras penas? A quem pode interessar que renunciemos nosso voto consciente em candidatos que possuem propostas razoáveis, plausíveis? O que é mais coerente, continuar a luta ou desistir? E se desistimos quem realmente ganha essa batalha?

    Para além do voto, temos a obrigação de acompanhar os trabalhos daqueles que são eleitos, e, principalmente daqueles que votamos. Hoje temos uma ferramenta que facilita esse trabalho, a internet.

    Quando vejo que votei em pessoas que estão fazendo a diferença, sinto que estou caminhando, sinto que os sonhos daquela menina estão aos poucos se concretizando. Porém, hoje como mulher e como cidadã sonho ainda mais alto, pois sei que muito ainda temos que conquistar para a Baixada, para o Rio de Janeiro e para o Brasil.

  • Programação completa do #AquiTemPalco de Morro Agudo

    Programação completa do #AquiTemPalco de Morro Agudo

    #AquiTemPalco é uma iniciativa da Ambev e suas marcas que oferece palco a artistas de todo o Brasil, mapeando e descobrindo novos talentos e promovendo a cultural regional.

    Em parceira com o Ministério da Cultura/Funarte, o #AquiTemPalco valoriza a cultura das comunidades e os artistas selecionados tem a oportunidade de se apresentar em diversos palcos. O projeto piloto começa no Rio de Janeiro, nas comunidades de Morro Agudo e do Vidigal.

    Veja a programação para as próximas semanas em Morro Agudo:

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    13 de novembro (Quinta-Feira)

    Onde: Bar do Mauro – Rua Lopes de Araújo, 16 – Ouro Preto, Morro Agudo
    Shows com: Felipe Ribeiro, Lisa Castro e Marcão Baixada


     

    20141110-00-projeto_topo_face-Bar-Vâmo-Ali

    14 de novembro (Sexta-Feira)

    Onde: Bar Vâmo Ali – Rua Professor Leonardo, 135 – Cerâmica, Morro Agudo
    Shows com: Banda Genômades e Léo da XIII
    (+) Batalha de Rap


     

    20141110-00-projeto_topo_face-Bar-do-Kaka

    15 de novembro (Sábado)

    Onde: Bar do Kaká – Rua Ipojuca, 315 – Jardim Nova Era, Morro Agudo
    Shows com: Só Damas e Marcão Baixada


    16 de novembro (Domingo)

    Onde: Bar do Magalhães – Rua Conselheiro Jorgino, 26 – Compactor, Morro Agudo
    Shows com: Regis Clement e Efeito Urbano


     

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    20 de novembro (Quinta-Feira)

    Onde: Bar do Chico – Rua Turíbio da Silva, 19  – Tenda Mirim, Morro Agudo
    Shows com: Em Cima da Hora e Macedo Griot
    (+) Intervenção de Graffiti


     

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    21 de novembro (Sexta-Feira)

    Onde: Bar da Loira – Jardim Nova Era, Morro Agudo
    Shows com: Robson Gabiru e LM Cia de Dança


     

     

    22 de novembro (Sábado)

    Onde: Bar do Paulinho – Rua Bartolomeu Bueno, Morro Agudo
    Shows com: Em Cima da Hora e comédia com Flávio Show


     

    23 de novembro (Domingo)

    Onde: Bar da Denise – Rua Conselheiro Jorgino, 101 – Compactor, Morro Agudo
    Shows com: LM Dança + “Grupo a confirmar”


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    27 de novembro (Quinta-Feira)

    Onde: Ratoeira do Gordo – Rua Lopes de Araujo, 309 – Ouro Preto, Morro Agudo
    Shows com: Só Damas e comédia com Flávio Show


     

    28 de novembro (Sexta-Feira)

    Onde: Vitor Grill – Rua Antônio Coelho, 310 – Cerâmica, Morro Agudo
    Shows com: Felipe Ribeiro


     

    29 de novembro (Sábado)

    Onde: Bar do Ailton – Rua Dona Lia, 56 – Grajaú, Morro Agudo
    Shows com: “A confirmar”


     

    30 de novembro (Domingo)

    Onde: Buteco da Juliana – Rua Ângelo Gregório, 145 – Centro, Morro Agudo
    Shows com: Encontro de Saraus (Poetas Compulsivos + Sarau Catando Contos + Sarau Donana…)
    (+) pocket shows com Regis Clemet, Robson Gabiru e Só Damas.

  • Marcos Lamoreux: morando numa mochila e procurando confusão boa

    Marcos Lamoreux: morando numa mochila e procurando confusão boa

    Tenho estado ausente com as minhas colunas de sexta-feira, é um compromisso que assumi aqui e com o qual falhei nas últimas semanas; e o texto que era pra eu entregar ontem, tô entregando hoje, mas acredito que valeu a demora e torço pra que vocês gostem.

    Entrevistei um dos caras mais “rua” que eu conheço. Cria de São João de Meriti, vegano, figura fácil nos shows de Hardcore do Rio, do Brasil e quiçá, do mundo. Marcos Lamoreux, um verdadeiro Itinerante, que vaga por aí em busca de boa confusão. Lembro da primeira vez que o vi pessoalmente, foi em 2011, quando uma amiga estava de passagem no Rio e fui encontrá-la em uma loja de doces perto da Praça do Skate de São João, a loja era do pai de Marcos e ele trabalhava lá na época.

    Alguns meses se passaram e o reencontrei numa apresentação do BNegão junto com o Digitaldubs no SESC de Meriti e meses depois estávamos no mesmo SESC no show da banda Confronto, no meio de uma roda de pogo (roda punk, bate-cabeça). Nunca tinha dado um mosh na minha vida, e tava super afim de me jogar do palco aquele dia, só que super grilado da galera ver um gordo em cima do palco e abrir espaço pra eu me ferrar de cara no chão. Ele, um rato dos moshs do Rio me explicou: “É simples cara, não se joga de cara, deixa seu corpo leve, para que as pessoas possam te segurar com facilidade”.

    Conclusão: Foram 2 moshs, um de cima do palco, e outro da própria platéia, onde me levantaram e eu fui de um lado pro outro do Teatro do SESC. Dia histórico, memorável.

    Em seguida descobri que o “Marquinho” também fazia beats, e outras inúmeras coisas típicas de um itinerante. E 2 anos depois, ele se prepara pra lançar seu 1° livro que não poderia ter outro nome que resumisse a vida dele: “Minha Casa é Minha Mochila”. Saiba mais sobre isso e um penca de outras coisas que esse rapaz faz, porque parado ele não fica.
    Primeiro de tudo… Quem é o Marcos Lamoreux?
    Marcos Lamoreux é um cara bem complicado, oficialmente ele é documentarista, guia de turismo e metido nas artes visuais, mas ele quer mais, eu quero mais. Eu quero ser tudo o que eu posso ser. Eu tô sempre em shows de hardcore, faço uns lanches veganos pra vender e tô sempre com um freelancer ou assunto da faculdade pra resolver. Não gosto muito de me definir mas acabo sempre o fazendo, eu sei quem eu sou porque todos os dias eu me descubro, todos os dias eu (r)existo.
    Como a sua criação em vivência em São João de Meriti contribui pra sua formação?
    Falar de São João é falar de exclusão, pobreza. Sempre foi mesmo que indiretamente. Aqui eu aprendi muito do que sei e meus amigos e família estão aqui, eu adoro esse lugar.
    Tive a oportunidade de conhecer a Europa, Angola,  o Brasil inteiro e viajar por toda a América do sul, nessas viagens eu coloquei em prática tudo aquilo que aprendi aqui, a sobreviver e a superar.
    Como é o esquema de ser vegano? Você tem amigos que comem carne? Interage bem com eles? Eles curtem as comidas que tu faz?
    O veganismo é amor, praticar esse amor a vida e a dignidade, não consumir nenhum tipo de produto de origem animal;
    leite, ovos e seus derivados, carnes, mel, couro e algumas costuras coisas que as pessoas não fazem ideia de que veio de algum animal como por exemplo glicerina que basicamente é gordura.
    É também ir contra a sociedade de consumo, eu tenho vários amigos que insistem fazer brincadeiras, eu não ligo muito algumas são engraçadas outras são ridículas, mas eu me dou bem sim, porque como disse veganismo é amor.
    Como é seu envolvimento com a arte? Quando foi que tu parou e pensou: “Vou lançar um livro” e qual o porquê do título “Minha Casa é Minha Mochila”?
    Como disse antes superação, sempre me superar. O título é parte de uma música do rapper Funkero (Um Drink No Inferno); e quando ouvi aquilo me identifiquei na hora porque eu me sinto em casa em qualquer lugar, não é preciso muito pra eu me sentir bem.
    A ideia do livro veio porque muita gente ouvia minhas história de viagem e sempre diziam que um dia eu iria lançar um livro, achei que a hora tinha chego e to batalhando muito pra que isso aconteça.
    Eu já fiz graffiti, pinto telas e já fiz algumas batidas de Rap e já tive banda de rock, já produzi alguns documentários pra fora do Brasil e tento o tempo todo me renovar, alguma coisa nova mas semelhante esquecer as antigas.
    Publicar um livro, lançar uma música, um vídeo, enfim… Tudo isso envolvem processos burocráticos…
    Quais estão sendo as dificuldades pra botar esse livro na pista? E quais os meios que você está utilizando para fazer isso acontecer.
    Editoras funcionam como  gravadoras, a primeira editora que entrei em contato tinham uma esquema muito bom, eu não iria tirar um centavo do bolso e as vendas seriam online, concordei em quase não receber direitos autorias com a  promessa de o valor final do livro ser acessível, o que não aconteceu. Agora estou em um formato de financiamento coletivo, onde as pessoas doam valores estabelecidos e recebem o livro em casa e uma recompensa que vária de acordo com a quantidade doada. No site tem tudo explicado direitinho.
    Assista o vídeo onde o Marcos explica sobre o livro e divulga a campanha no catar.se. Aqui ele mostra o seu talento como ator:
    [yframe url=’http://www.youtube.com/watch?v=ZeNwWzk1uvE’]
    Quem é que fecha contigo no teu dia-a-dia nessas viagens, shows e correrias doidas?
    Qualquer um que venha pra agregar, todos são bem-vindos assim como eu fui bem vindo em muitos lugares, conheci pessoas incríveis em lugares bem comuns ou situações completamente doida.
    Eu tô sempre por aí, com a mochila nas costas procurando uma confusão boa.
    E por último, gostaria que você deixasse um salve pra galera que acompanha o Portal Enraizados…
    Pra todo mundo que ta ligado no Portal enraizados, um grande abraço, um beijo e um salve. Eu convido vocês a conhecerem mais sobre algumas coisas que eu falei aqui, veganismo principalmente. Se você não puder ajudar financeiramente, entre nos links, compartilhe os vídeos e fique por dentro que ainda terão varias novidades e um evento pra lançar o livro.
    Saiba mais
    Campanha para lançamento do livro no catarse: catarse.me/pt/minhacasaminhamochila
    Tumblr do Marcos: destruirotumbler.tumblr.com/
    Evento no Facebook sobre o lançamento e a campanha: facebook.com/events/344097522426611/
  • Rede Escuta Baixada – As Vozes da Música na Baixada

    Rede Escuta Baixada – As Vozes da Música na Baixada

    Nos últimos 2 anos da minha vida tive a honra de trabalhar num projeto que conecta duas coisas que sempre são pautas aqui no Portal Enraizados: Música e Baixada Fluminense.

    Esse projeto é o Rede Escuta Baixada, você pode ter ouvido falar pouco dele ou até mesmo nunca ter ouvido falar. Mas o REB já ouviu muita gente por ai e tá disposto a compartilhar tudo!

    Esse projeto é uma pesquisa-extensão que tem como objetivo estudar a música da Baixada e suas implicações sociais. Em resumo, estudar antropologicamente a BF através de sua música. Um dos métodos usados são as entrevistas. Nesses momentos pude conhecer melhor alguns artistas que já era fã e outros que nunca tive a oportunidade de trocar ideia.

    Pra quem trabalha com música na Baixada Fluminense, esse é um material indispensável!

    Você pode ter acesso a todas as entrevistas pelo Youtube clicando aqui !

     

     

  • [26-SET] Batidas e Rimas, em Queimados (RJ)

    [26-SET] Batidas e Rimas, em Queimados (RJ)

    O evento Batidas e Rimas foi prejudicado pela chuva no último sábado, mas nosso camarada Romildo TâmoJunto não deixa a peteca cair e vai terminar o evento na sexta-feira, dia 26 de setembro. Isso é muito respeito pelo hip hop.

    Hoje ele publicou em sua time line no facebook: “Amanhã a partir das 18hs estaremos novamente na Quadra da Delegacia aqui em Queim@2 finalizando a programação do BATIDAS & RIMAS do último sábado que ficou prejudicada devido a chuva.”

    A programação tá chapa quente, com Shows de:

    • Tonny Boss;
    • Dmaua MC;
    • Mais Um Sanatório #MUS com Wladinir Onni / Tiago Mac / GUIZO;
    • RAPresenta.

    E mais o lançamento de atrações da quebrada: Ao Giro e Grupo Califórnia.

    Batalha de Sangue valendo regata do evento.

    Nas carrapetas estão os DJs Julio Moska e  DJ Alex Mesquita.

    Confirme presença no facebook: BATIDAS & RIMAS

  • Hip Hop discute o consumo responsável de bebida alcoólica

    Hip Hop discute o consumo responsável de bebida alcoólica

    O Movimento Enraizados, em parceria com a Ambev, promoverá, no dia 20 de setembro, o evento “DIA DE RESPONSA – RAP SK8 RUA”, que tem como objetivo iniciar – através da cultura hip hop – uma discussão com a juventude dos bairros de Nova Iguaçu sobre o consumo responsável de bebida alcoólica e a prevenção do consumo antes dos 18 anos de idade.

    Dentre as atividades a serem realizadas está a “Blitz Nos Bares” para identificar os bares com o cartaz da campanha +ID que visa orientar os proprietários a exigir a carteira de identidade dos jovens no momento da venda, com a finalidade de evitar a venda de bebida alcoólica para menos de idade.

    Os jovens multiplicadores responsáveis pelas atividades de conscientização fazem parte do projeto “Jovens de Responsa”, são rappers, DJs, fotógrafos, cineastas e jornalistas, com idade entre 14 e 25 anos, que a partir das 14 horas se reunirão na Praça de Skate de Nova Iguaçu, para realizar as atividades interativas com outros jovens da cidade.

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    WSO e Pitoco batalhando.

    “O diálogo sobre bebidas alcoólicas é fundamental para que os jovens conheçam os riscos do consumo indevido, e o hip hop cumpre muito bem esse papel de interlocutor”, diz Dudu de Morro Agudo, coordenador do projeto Jovens de Responsa, em Nova Iguaçu.

    O evento vai culminar em uma Batalha do Conhecimento comandada pelos rappers veteranos Léo da XIII e DMT, e uma sequência de shows de rap com os grupos NRC, Myle, One Way, Zoe, Zero Dollar e Aimée.

    [yframe url=’https://www.youtube.com/watch?v=o5DhrjQG8OA’]

    Flyer_FaceBook

    Serviço:
    “DIA DE RESPONSA – RAP SK8 RUA”
    Dia 20 de setembro à partir das 16 horas
    Na Praça de Skate de Nova Iguaçu
    Infos: (21)9.6563-0554
    FaceBook: https://www.facebook.com/events/948174275198255/

  • É pegar e fazer

    É pegar e fazer

    Há tempos que falamos aqui neste portal da autonomia que o cenário do Rap na Baixada Fluminense vem adquirindo. Dávamos muita ênfase aos eventos, festas, rodas culturais, batalhas de MCs.

    A galera se junta, se organiza, junta uma grana pra alugar um som ou pega emprestado com alguém e faz acontecer. Na 1ª edição vão 10, na 2ª 20, e por aí vai… até o evento conquistar espaço e público. A Banca de Freestyle Enraizados, o MusicAção na Pista, o Baixada Under Fest, o Batidas & Rimas… São alguns dos eventos que vem se firmando como agregadores do público do Hip-Hop na Baixada Fluminense.

    Tem gente que acha que selo é coisa de EUA, coisa de quem tem MUITO dinheiro pra investir, e ás vezes é algo que é só pegar e fazer.
    Em Nova Iguaçu, acompanho as atividades da D-Club Music, que vem lançando alguns artistas no cenário musical e agora está se organizando para cair pra dentro das produções audiovisuais.

    Nith é um dos artistas que lançou recentemente um trabalho pelo selo e se prepara para as filmagens do clipe.

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    Em Nilópolis, a gente tem o trabalho da Umdergrau Records, que já trampa com música e audiovisual, vem produzindo alguns dos novos artistas do Rap na Baixada Fluminense, além de organizar coletâneas com artistas da região.

    Escute diversas músicas no SoundCloud da Umdergrau Records.

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