Tag: Celebração

  • A universidade rimou: uma tese, muitas histórias

    A universidade rimou: uma tese, muitas histórias

    Nem sei por onde começar. São tantas coisas a dizer, tantos sentimentos que permeiam meu coração, mas vou começar do jeito que dá—transbordando o que sinto, deixando que as palavras fluam.

    Este processo de pesquisa foi, sem dúvida, um grande aprendizado. Aprendi a olhar para lugares que antes não enxergava, a ouvir de forma atenta e afetuosa essa juventude potente que orbita o Quilombo Enraizados e participa das atividades do RapLab e tantas outras, e a refletir sobre nossas próprias práticas e vidas. Mas, acima de tudo, aprendi a inventar mais futuros possíveis para nós.

    Conectei minhas redes a outras redes educativas, e isso expandiu meus horizontes de uma forma que eu jamais imaginei. Lembro-me de uma conversa que tive com minha grande irmã, Lisa Castro, quando ainda estava no mestrado. Ela me perguntou se a universidade tinha me mudado. Na época, respondi que sim, mas que minha presença e de tantos outros iguais a nós, também tinha mudado a universidade de alguma forma.

    Hoje, minha resposta seria diferente. Diria:

    — Sim, minha amiga, entrar para a universidade mudou minha vida. Ou melhor, mudou as nossas vidas, a minha, a sua e de tantos outros que suas redes se cruzam com as nossas.

    Graças a essa jornada acadêmica, conheci pessoas incríveis e me conectei com o grupo de pesquisa Juventudes, Infâncias e Cotidianos (JICs), onde encontrei pessoas que hoje são parte importantíssima do Enraizados. São pessoas que nos ensinam tanto quanto aprendem conosco. Graças a essas conexões, chegamos ao terceiro ano do Curso Popular Enraizados, com contribuições fundamentais da Bia, da Júlia e da Maria, à terceira turma de teatro em parceria com o Projeto Teatro Nômade, graças a Luísa e a toda turma do Projeto Teatro Nômade, e esses projetos não só impactaram minha trajetória, mas também envolveram minha esposa, meu filho e a família da própria Lisa. Hoje, minha irmãzinha cursa pedagogia, minha esposa está prestes a entrar para cursar história na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, aqui em Nova Iguaçu, ambas estudaram no Curso Popular Enraizados. Meu filho, com apenas sete anos, já atuou em duas peças teatrais.

    As redes foram se cruzando, as possibilidades se ampliando, e hoje vejo dezenas de pessoas que tiveram suas vidas transformadas a partir dessas conexões.

    O dia da defesa de doutorado foi um dos mais intensos da minha vida. Organizar transporte, lanches, presentes, preparar slides, ensaiar… Um turbilhão de tarefas. Nada disso seria possível sem a força coletiva de tantos amigos que chegaram e nunca mais saíram.

    Um amigo conseguiu o ônibus, outro a van, e minha esposa preparou cuidadosamente os kits de lanche para todos. Samuca estava mais ansioso que eu, porque percebia que, no meio da produção desse dia, eu não encontrava tempo para ensaiar minha apresentação.

    Antônio Feitosa chegando no Quilombo Enraizados, às 5:30 da manhã

    Baltar, Higor, FML, DMA, Samuca e Kaya

    Enraizados rumo a UFF, de ônibus

    Marcamos a saída para as 5h30 da manhã, e todos chegaram pontualmente ao Quilombo Enraizados. Dorgo seguiu comigo de carro, que já estava carregado com um isopor cheio de bebidas e gelo, projetor, caixa de som, cabos e outros equipamentos. Seguimos viagem cantando para aliviar a tensão, embora eu estivesse em um estado quase mecânico, semelhante ao que senti no dia do nosso show no Rock in Rio. A meta era clara: viver o dia, fazer o que havia sido ensaiado e não improvisar. O famoso “sorria e acene”.

    Mas, como em toda grande história, imprevistos aconteceram.

    Ainda na Avenida Brasil, um carro bateu na traseira do meu. O barulho foi assustador, e saí do carro sem conseguir disfarçar minha insatisfação. O motorista do outro veículo estava visivelmente nervoso, mas, felizmente, não houve grandes danos e seguimos viagem.

    Ao chegar na UFF, outro desafio: o auditório reservado para a defesa estava ocupado por um evento de química. Tivemos que nos adaptar rapidamente e mudar para o auditório do Bloco F. Mesmo com os contratempos, tudo foi resolvido com o apoio das minhas amigas do JICs, que cuidaram da burocracia, do café da manhã, da comunicação da mudança de sala e de mais um monte de coisas. Luísa, Inês, Bia, Andreza, Pedro, Laís, Ravelly, Rebecca… Quase todas e todos  estavam lá. Senti falta da Patrícia, da Clarice, da Maria Fernanda que infelizmente não puderam estar presentes.

    Minha amiga Emília me recebeu com um presente logo na minha chegada —uma linda orquídea e um bolo de rolo, um gesto de carinho que guardarei para sempre. Ana Massa, amiga de quase duas décadas, também estava lá. Foi emocionante perceber que aquela conversa que tivemos anos atrás, em Paris, sobre fazer eu doutorado, quando eu ainda nem tinha começado a graduação, finalmente se concretizava.

    Lista de Presença?
    Valter Filé observando a apresentação de Dudu de Morro Agudo

    Ana Enne, minha querida amiga e professora da UFF, que conheci lá pelos anos de 2010, quando trouxe sua turma de graduandos para conhecer o nosso Pontão de Cultura e nossa rádio web, onde o âncora era uma criança de 11 anos. Ela também esteve presente.

    Cada detalhe foi pensado com amor e dedicação. Higor Cabral e Josy Antunes registraram tudo com filmagens e fotografias, Aclor fez belos registros em vídeo e Baltar criou um flyer incrível para divulgar o grande dia. A presença de tantos amigos, colegas e familiares tornou tudo ainda mais especial.

    A banca era o time dos sonhos. Sou fã de cada membro, tanto por suas trajetórias acadêmicas quanto por seus posicionamentos políticos e ideológicos. Adriana Facina, Adriana Lopes, Valter Filé, João Guerreiro e minha orientadora, Nivea Andrade. Infelizmente, Erica Frazão não pôde estar presente por motivos pessoais, mas sua contribuição na qualificação foi fundamental.

    Banca formada por Adriana Facina, Adriana Lopes, Nivea Andrade, João Guerreiro e Valter Filé, ao lado Dudu de Morro Agudo

    Como homenagem à cultura hip hop, fizemos um zine, inspirado nos coletivos dos anos 90, com o resumo da pesquisa e as letras das músicas “Reflexões que ainda me tiram o sono”—uma criação nascida dentro da universidade, na disciplina Psicologia da Arte, ministrada pela professora Zoia Prestes, a quem sou imensamente grato—e “Jovem Negro Vivo”, a música mais emblemática dos encontros do RapLab.

    Durante a defesa, a banca fez apontamentos valiosos, que renderam discussões até no ônibus de volta para casa.

    Quando chegou minha vez de falar novamente, a emoção tomou conta. As lágrimas vieram, e aquele nó na garganta que sempre aparecia até nos momentos de ensaio da apresentação ou quando simplesmente imaginava o dia da defesa, estava lá, presente. Refletir sobre a própria trajetória é uma viagem cheia de turbulências.

    Ao final, Nivea Andrade fez uma fala emocionante, tecendo palavras sobre minha mãe, meus filhos, minha companheira e os mais velhos do Enraizados. Foi uma homenagem afetuosa e respeitosa, que tocou fundo em todos nós.

    E então, o veredito foi lido: APROVADO.

    Adriana Facina, Adriana Lopes, Nivea Andrade, Dudu de Morro Agudo, João Guerreiro e Valter Filé

    JICs: Rebecca, Ravelly, João, Gabi (agachada), Bia, Nivea, Dudu, Duduzinho, Luísa, Inês (ao meio), Laís (agachada), Andreza e Pedro

    Imperatriz (filha), Lúcia (mãe), Alcione (tia e madrinha) e Milena (prima)

    Fernanda Rocha (esposa) e Dudu de Morro Agudo

    O bonde todo.

    A festa começou. A universidade rimou e rimou. Vieram os abraços, as mensagens inundaram o WhatsApp, as redes sociais explodiram. O Enraizados inteiro se tornava doutor.

     

    Depois, a celebração continuou no Quilombo: cantamos, rimos, choramos, bebemos, comemos, caímos, tomamos banho de chuveiro, dançamos. A felicidade era palpável.

    No dia seguinte, acordei cedo e fui para o Quilombo arrumar tudo, sozinho lavando o quintal e refletindo sobre as últimas 24 horas. Os vizinhos já me chamavam de “doutor”, perguntando quando poderiam ler minha tese. Eu respondia com sorrindo:

    — Logo! Semana que vem estará nas ruas!

    Como se fosse meu novo disco.

    A ficha ainda não caiu completamente, mas sei que este não é o fim —é o início de uma nova e longa jornada. Agora é hora de agradecer, viver o momento e seguir desenhando futuros possíveis.

    Amo cada uma e cada um de vocês!

  • O Dever Me Chama: Dudu de Morro Agudo & Marginal Groove transformam o Quilombo Enraizados em palco de resistência

    O Dever Me Chama: Dudu de Morro Agudo & Marginal Groove transformam o Quilombo Enraizados em palco de resistência

    No coração da Baixada Fluminense, o Quilombo Enraizados se tornou palco de um dos eventos culturais mais marcantes deste ano: o show “O dever me chama”, liderado pelo rapper Dudu de Morro Agudo e a banda Marginal Groove. Esse espetáculo, que mesclou música, cultura periférica e resistência, não apenas movimentou a cena artística local, mas também deixou um legado significativo para a valorização da identidade cultural da região.

    O Quilombo Enraizados, conhecido por ser um espaço de resistência e afeto na Baixada Fluminense, foi escolhido estrategicamente como o local para sediar o evento. “Nunca pensamos em outro lugar para realizar esse projeto”, afirma Dudu. O Quilombo é um espaço simbólico que reúne diversidade e oferece um terreno fértil para a expressão artística e intelectual dos jovens da periferia.

    Dudu de Morro Agudo

    Baltar

    Como em qualquer produção cultural de grande porte, “O dever me chama” não foi exceção quando se trata de enfrentar desafios técnicos e logísticos. A equipe trabalhou arduamente para garantir que o evento acontecesse conforme planejado, mesmo com recursos limitados. Um dos principais desafios foi o horário apertado devido a outra atividade no local, além de imprevistos técnicos com iluminação e som. Apesar disso, a superação desses obstáculos demonstrou o comprometimento e o profissionalismo da equipe.

    A recepção do público durante o evento foi extremamente positiva. “A reação do público foi a melhor possível”, comentou Dudu de Morro Agudo. Mesmo aqueles que não conheciam as músicas da banda se envolveram ativamente com os artistas. As músicas inéditas “Reflexões que Ainda me Tiram o Sono” e “Quanto Vale”, ambas escritas por Dudu, e “Precisamos consertar a quebrada“, escrita por Gustavo Baltar, foram recebidas de forma especial, tocando o público tanto emocional quanto intelectualmente.

    Ghille

    Dorgo DJ

    Sylp

    O evento também cumpriu um papel essencial no fortalecimento das redes culturais da Baixada Fluminense. “Um show com essa qualidade técnica foi importante para fortalecer as redes culturais e valorizar a nossa identidade enquanto artistas periféricos”, destaca Dudu. A apresentação não foi apenas um show, mas uma reafirmação dos valores e expressões culturais periféricas. O evento exaltou a estética e a linguagem típica da juventude da Baixada, reforçando sua importância na cultura brasileira contemporânea.

    O sucesso de “O dever me chama” abriu caminho para novos horizontes. Dudu e sua equipe já estão planejando a produção de novas músicas e videoclipes, levando a proposta para outros espaços e fortalecendo ainda mais a mensagem. O impacto positivo do evento também gerou novas oportunidades, como o convite para uma apresentação na edição especial de aniversário da Batalha de Morreba, evento emblemático da cultura hip hop local.

    Dom Ramon

    Spycker

    Rob Rocha

    “O dever me chama” foi um marco não apenas para Dudu de Morro Agudo & Marginal Groove, mas para toda a cena cultural da Baixada Fluminense. O evento provou que, mesmo diante de desafios técnicos e financeiros, a força da colaboração e da criatividade periférica pode produzir experiências culturais transformadoras. O Quilombo Enraizados, como sempre, se reafirma como um espaço vital para a cultura e a arte da região, e os passos futuros da equipe de Dudu prometem continuar essa trajetória de resistência e inovação.

    Produção do Evento
    Produtor Executivo – Hulle Brasil
    Produtor Geral – Dudu de Morro Agudo
    Assistente de Produção – Samuel Azevedo e Dorgo DJ
    Coordenador de Palco – Wladimir Mad

    Equipe Artística e Musical
    Diretor Artístico – Ghille

    Banda/Músicos
    Dudu de Morro Agudo – voz
    Baltar – voz
    Rogério Sylp – voz
    Ghille – guitarra
    Spycker – guitarra
    Dom Ramon – baixo
    Rob Rocha – bateria
    Dorgo – DJ

    Técnicos de Áudio e Vídeo
    Diretor de Vídeo – Higor Cabral
    Operador de Câmera – Higor Cabral, Josy Antunes, Samuel Azevedo e João Ferreira

    Iluminador – André Felipe & Rob Rocha
    Técnico de Som (PA) – André Felipe
    Engenheiro de Som – André Felipe
    Técnico de Gravação – André Felipe
    Editor de Vídeo e Colorista – Josy Antunes

    Equipe de Cenografia e Iluminação
    Cenógrafo – Dudu de Morro Agudo
    Técnico de Cenário – Samuel Azevedo
    Operador de Luz – André Felipe

    Patrocínio e Marketing
    Patrocinadores – Governo Federal, Ministério da Cultura, Estado do Rio de Janeiro e a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa
    Parceiros e apoiadores – Instituto Enraizados, FENIG, Prefeitura de Nova Iguaçu, Secretaria de Cultural de Nova Iguaçu

    SAIBA MAIS

    Para conhecer mais sobre o trabalho de Dudu de Morro Agudo & Marginal Groove e acompanhar os próximos passos da banda, acesse as redes sociais dos artistas. Fique por dentro das novidades, eventos futuros e da rica produção cultural da Baixada Fluminense.

  • Ninja e “Nuvem Ent” celebram o lançamento de “Bloco”, em parceria com Rico Mesquita

    Ninja e “Nuvem Ent” celebram o lançamento de “Bloco”, em parceria com Rico Mesquita

    No vasto universo musical, descobrir novos talentos é uma jornada que se assemelha a garimpar ouro. No entanto, quando dois artistas notáveis como Ninja e Rico Mesquita se encontram em uma encruzilhada de batalhas musicais, o resultado transcende as expectativas, dando início a uma colaboração única que promete marcar época.

    A trajetória dessa aliança musical começou no final do ano passado, quando Ninja se deparou com o talento notável de Rico Mesquita em uma batalhas de MCs. O brilho inegável do Rico chamou a atenção do Ninja, um entusiasta da música eletrônica desde o início de sua carreira. Esse encontro promissor marcou o ponto de partida para uma colaboração que se revelaria extraordinária.

    Rico Mesquita, com sua energia característica do trap – entre outros estilos, apresentou ao Ninja uma versão de uma música em desenvolvimento, fruto de sua parceria com o talentoso Passarinho. O que poderia ter sido uma fusão comum de estilos tomou um rumo surpreendente quando Ninja, inspirado por sua paixão pela música eletrônica, viu a oportunidade de explorar uma convergência única de gêneros.

    A música, inicialmente moldada pela pegada trap de Rico e Passarinho, desencadeou uma reviravolta emocionante ao se aventurar por territórios mais eletrônicos. Essa transição não apenas prometia uma experiência auditiva singular, mas também mergulhava nas raízes musicais profundas do próprio Ninja. Enquanto Rico Mesquita se aventurava em um terreno inexplorado, sua energia contribuía para um contexto sonoro completamente novo.

    O processo de produção instrumental expandiu-se para incluir talentos como “AJ Beatmaker” e “Bino”. Durante uma sessão criativa, a ideia de adicionar uma guitarra surgiu organicamente, adicionando camadas emocionais à música. A colaboração entre os artistas e produtores revelou-se vital na criação de uma peça musical rica e envolvente, proporcionando uma experiência sonora única.

    Quando o foco se voltou para o videoclipe, a criatividade dos envolvidos brilhou intensamente durante a gravação da voz em estúdio. A proposta de um clipe em preto e branco, com o refrão mais próximo e os versos mais abertos, ganhou vida graças à visão única de Ninja, Rico e Passarinho. Mesmo diante das limitações de espaço, a aplicação do chroma key ofereceu uma solução inovadora, transformando a ideia inicial em uma experiência visual intrigante.

    O envolvimento direto dos artistas na produção do videoclipe, especialmente de Rico, trouxe uma dinâmica única ao projeto. Adaptando-se às circunstâncias, a colaboração estreita resultou em um videoclipe envolvente que complementa perfeitamente a atmosfera da música, proporcionando uma experiência audiovisual completa.

    Essa colaboração entre Ninja, Rico, AJ Beatmaker e Bino não apenas transcendeu fronteiras de estilos musicais, mas também destacou a magia que ocorre quando mentes criativas se unem. Desde a descoberta do talento nas batalhas até a criação de uma obra única, essa jornada é um testemunho da riqueza que surge quando a música se torna uma verdadeira colaboração artística.

     

    A Nuvem Ent e o Futuro Artístico na Baixada

    Por trás desse projeto inovador está a “Nuvem Ent”, muito mais do que uma gravadora – é um verdadeiro hub artístico, conforme descrito por Ninja. Seu propósito vai além do convencional, visando fornecer suporte a cada artista, independentemente da forma de expressão artística, permitindo que eles se concentrem exclusivamente em criar sua arte com excelência.

    Questionado sobre o objetivo do novo projeto de gravações, Ninja enfatizou a missão de expandir a presença da Nuvem em toda a Baixada. “A meta é alcançar todas as pessoas próximas, incluindo aquelas que ainda não conhecem a Nuvem, e estabelecer a produtora como uma referência abrangente na região”.

    Ao olhar para o futuro, a visão da “Nuvem Ent” é ambiciosa: realizar diversos projetos em várias áreas, consolidando ainda mais sua presença e influência nas expressões artísticas da região. A colaboração musical entre Ninja e Rico Mesquita é apenas o começo de uma jornada promissora, onde a “Nuvem Ent” busca não apenas descobrir talentos, mas também elevar a cena artística local a novos patamares de criatividade e expressão.