A Baixada Fluminense é o epicentro da cultura no Rio de Janeiro, a região que é marginalizada gera conteúdos incríveis, como: poesias, músicas, livros, entre outros.
A cultura na Baixada sempre foi muito rica, apesar da falta de atenção e verbas destinadas a mesma.
Na última coluna falei do transporte público, ou melhor dizendo da falta dele, também citei alguns outros problemas que podem afetar drasticamente a cultura na região, porém mesmo com tantos fatores contra, vemos uma explosão cultural na Baixada Fluminense.
Grande parte disso é devido a ocupação dos espaços públicos, a juventude vem produzindo saraus de poesia, rodas culturais e feiras criativas, reunindo centenas de jovens nesses espaços, com intuito de revitalizar os espaços ocupados, valorizar a arte e os artistas locais e enaltecer o poder que os cidadãos têm, fazendo pressão política e pedindo por melhorias.
Morro agudo lugar onde cresci e aprendi tudo que sei hoje, é um ótimo exemplo, temos artistas excepcionais, que realmente fizeram a diferença na região, Dudu de Morro Agudo, Lisa Castro, Átomo e Antonio Feitosa são alguns deles que através da arte e da cultura tem trazido melhorias não só pra Morro Agudo e sim pra todo território Fluminense.
Muitos nomes não foram citados aqui, mas o intuito é mostrar a você um pouco do que a Baixada tem e faz em relação a cultura, a terra de Serginho Meriti, Robson Gabiru e Jota Rodrigues está muito bem representada.
Neste ano a música “Sacolinha”, do rapper Dudu de Morro Agudo, completa 25 anos e o videoclipe 05, e para comemorar resolvemos relembrar do processo criativo e da polêmica em que ela resultou.
“Eu escrevi a música com 13 anos, gravei com 28, produzi o videoclipe com 32 e hoje, com 38 anos, ela continua atual”, afirma Dudu.
É uma música atemporal que critica a conduta de algumas igrejas e suas lideranças, gerando questionamento e reflexão a partir do humor, de forma descontraída. A animação 2D, elabora pelo cineasta Bruno Thomassim, ajudou para que um assunto relativamente sério fosse absorvido pelo público com mais leveza, fazendo com que o primeiro clipe do rapper fosse um grande sucesso.
A frase mais famosa da música é a pergunta: -“Vamos recolher a sacolinha?“, você sabe o porquê disso?
CONFIRA A ENTREVISTA ABAIXO
Dudu de Morro Agudo
Portal Enraizados: Você é ateu?
Dudu: Não. Eu acredito numas paradas aí.
Quais paradas, qual a sua religião?
Eu não tenho religião. Vou em tudo e não fico em nada. Acredito nas energias, nas árvores, nos gnomos, em Deus, nos santos. Em tudo, tá ligado? Acredito em tudo que não posso provar que não existe. Se tu me falar que uma parada existe, já era, respeito e bola pra frente. O problema todo é que eu não concordo quando usam essas coisas para fins lucrativos.
Quando você lançou o clipe, alguma pessoa, algum líder religioso veio te criticar, falar que você estava fazendo errado, que ia pro inferno ou alguma coisa do tipo?
Sim, antes de eu lançar o disco, um amigo meu que é evangélico veio me questionar, brigar comigo mesmo, me dar esporro, dizendo que eu ia pro inferno, que não podia ter feito isso, que eu estava denegrindo a igreja e, consequentemente, Deus.
Eu fiquei perplexo por ser um cara tão próximo da gente e ter uma visão tão antiquada, quadrada. A minha reação foi chamar outro camarada e realizar um debate. Então eu fiquei meio neutro na história e deixei os dois debatendo, pois os dois eram evangélicos, e cada um colocou seu argumento.
O que estava a meu favor, falou que achava que não tinha nada demais na música e que se eu cheguei àquela conclusão foi porquê eu fiz uma análise, passei por uma experiência e relatei em forma de música, poderia ser uma tese, um quadro ou qualquer outra coisa. E que qualquer revista que se comprasse, ou até mesmo quando se ligasse a TV, viria que tudo era realidade.
Bea: Vi uma tirinha na internet que mostra que é muito bizarro quando você mexe com a igreja católica ou evangélica. Não pode fazer sátira falando disso por que é pecado, mas as pessoas fazem isso diariamente com o candomblé, a “macumba” é pejorativa e as religiões de matrizes africanas são usadas o tempo inteiro em filme, mas não podem fazer o mesmo com as religiões protestantes.
As pessoas me questionavam: – “Porque você não faz isso com os muçulmanos? Eles vão te explodir.”
Mas ninguém lembra que há um tempo a igreja católica tava queimando gente. Eu não teria problema em mexer com a ideia dos homens bomba, eu mexeria com os caras e não com a religião em si, por que o islã não tem nada a ver com o que os homens bombas fazem, é só você ter um entendimento um pouco maior da religião pra entender isso. Da mesma forma que o cristianismo não tem nada haver com o que os pastores fazem, são pessoas sem escrúpulos que se utilizam de MÁ FÉ para enganar pessoas. Negociam a fé.
Você só cai nisso quando tá no fundo do poço, muito fodido, ou você tá muito doente, sua família muito doente, eles se aproveitam disso, ou seja, quando você tá vulnerável o cara vai lá e acaba de te foder.
Dudu de Morro Agudo
Essa história do clipe, da sua mãe te levar pra igreja, ela realmente aconteceu?
Não, essa história não é real. Minha mãe só me levou pra igreja no meu batizado, quando eu era bebê, depois ela nunca mais quis me influenciar em nada, nem primeira comunhão eu fiz.
O que aconteceu foi o seguinte. Na minha pré-adolescência eu e uns amigos íamos pra uma festa, mas uma das meninas que saía com a gente não podia ir porque tinha que ir pra igreja com a tia, aí decidimos comprar a causa da menina e ir junto pra igreja. A igreja era a catedral da Universal, na Suburbana. Eu nunca tinha visto nada como aquilo, parecia um mundo. Fiquei perplexo com a quantidade de dinheiro que circulava ali dentro, o pastor perguntava “quem pode dar R$100.000,00 (cem mil reais)?” e um monte de pessoas levantavam as mãos, saíam e recebiam uma oração especial, depois os pastores pediam R$50.000,00, e assim por diante.
Mas quando chegava R$1.000,00 já era uma oração genérica, pra todo mundo. Pessoas esclarecidas caiam nessa onda e doavam coisas que não tinham, deixavam faltar coisas em casa pra poder colaborar mais com a igreja. E depois aconteceu na minha família, casos com a minha vó, minha tia.
A partir daí eu fui fazendo a primeira parte da música, comecei a escrever com 13 anos e terminei com 19, quando a Bea tinha nascido, eu tinha um tempinho sobrando e então escrevi o final da música. Cinco anos depois tudo continuava exatamente do mesmo jeito e cada vez mais coisas vinham à tona.
Hoje em dia tu escreve uma música, como por exemplo eu escrevi a música “Legado”, que é sobre a Copa do Mundo, e ela tem um prazo de validade, passou a Copa do Mundo e aquilo já não funciona mais, mas Sacolinha é uma música atemporal, é um problema que é recorrente, não só no Brasil, mas em vários lugares do mundo, e nos lugares mais pobres são onde eles mais se agravam.
Dudu de Morro Agudo
Victor: Essa música é para as pessoas despertarem?
Eu acho que a música tem um papel social, o meu rap tem isso, pra fazer as pessoas pararem para analisar. Eu não quero que ninguém concorde comigo, quero que as pessoas acordem pra vida e tirem suas próprias conclusões, vejam se aquilo realmente acontece. Mesmo que não seja na profundidade que eu narro, desejo que cada um seja capaz de analisar em que profundidade é.
Bea: Mas também tem isso, se não chocar, as pessoas não se interessam e não param pra ver, tem que ter aquele choque.
Se for muito melódico as pessoas não ouvem a letra. Eu cantarolo algumas músicas que eu nunca parei pra analisar a letra.
De onde surgiu a frase “Vamos recolher a sacolinha?”
A inspiração veio do Tim Tones, personagem do Chico Anysio. Eu assistia muito na minha infância, sempre fui muito fã, mas certo dia aquilo tudo o que ele protestava começou a fazer muito sentido pra mim, ao ponto de eu ter que fazer uma música.
Hoje, 25 anos depois, a sua ideia sobre a igreja continua a mesma ?
Piorou bastante, surgiram novos personagens que são bem piores dos que tinham a 25 anos atrás, tem uma legião do mal agora, tem Valdomiro, Silas Malafaia, RR Soares, Bispo Macedo, tem Agenor Duque e a mulher dele que eu nem conheço, tem os outros da Renascer que foram pegos no aeroporto cheios de dólares.
Teve uma parada que aconteceu que eu quase voltei pra igreja, não me converti nem nada, mas quase voltei a frequentar, foi no batismo da Bea, porque o pastor era meu parceiro, ele me chamava de “Dudu Cabeção” eu chamava ele de “Pastor Bilão” e era maneiro e você via que aquilo ali era de verdade, não tinha nada de valor na igreja, você via o pessoal passando necessidade ali pra pagar uma conta.
Mas a partir do momento em que o cara começa a querer construir prédio, botar tudo de blindex, estacionamento gigante e depois cobrar pelo estacionamento, pastor chegar com carro importado na igreja e dizer que o pastor tem que dar exemplo. Eu já ouvi isso. O cara na rádio disse: – “Você acha que Jesus andava num burrico velho ou num burrico 0km?”
Camila Guimarães e Higor Cabral são casados, pais de uma linda menina chamada Maria Flor e sócios em uma produtora chamada Pitanga Audiovisual, onde além de garantir o ganha pão, permite que coloquem em prática muitas ideias legais.
Durante os últimos anos eles produziram muitos clipes de rap, principalmente dos MCs da Baixada Fluminense, onde destacam-se Marcão Baixada, Léo da XIII e Einstein. Em março eles ministrarão no Espaço Enraizados um curso totalmente experimental de audiovisual, com ênfase na produção de videoclipes.
Aproveitando a oportunidade que tivemos, nós, da Hulle Brasil, fizemos uma entrevista pra lá de exclusiva com eles. Esperamos de todos e todas curtam muito!!!
Hulle Brasil – O que é a Pitanga Audiovisual?
Pitanga Audiovisual – É uma produtora criada por nós para que pudéssemos colocar pra fora tudo o que ficávamos pensando quando não tínhamos condição de ter uma câmera. Tudo mesmo.
Buscamos sempre captar as imagens de forma artística, porém orgânica e visceral ao mesmo tempo. Gostamos de deixar fluir, sem muita firula. Prezamos pelo real até quando estamos fazendo algo mais controlado como um clipe. São nesses pilares que a Pitanga se apoia.
Mas não se engane, no fim somos apenas um casal que adora fazer vídeos (risos).
Vocês já produziram muitos clipes de rap, como começou essa correria na cena?
Um belo dia fizemos um trabalho em um evento do Dia da Baixada. Foi um show com vários MCs no SESC Nova Iguaçu. Ali entrevistamos Marcão Baixada, Slow da BF, Dudu de Morro Agudo e muitos outros.
A partir daí foi totalmente natural entrarmos nesse mundo. Além de começarmos a curtir de verdade o trabalho do pessoal, fomos aos poucos conhecendo mais a fundo cada um. Conhecemos o Enraizados e passamos a acompanhar a produção cultural da Baixada, coisa que a gente, morando aqui desde sempre, não conhecia.
Ficamos muito próximos do Marcão Baixada e propomos a ele fazer um clipe. Porque como dissemos numa pergunta anterior, queríamos fazer, colocar pra fora. E estávamos curtindo de verdade o trabalho da galera. Ele aceitou e fizemos “Baixada em Cena” na guerrilha total, do jeito que a gente sempre faz, pois quase sempre a nossa condição e a do artista não permite uma produção maior. A partir daí muitas pessoas vieram perguntar sobre o nosso trabalho. Já fizemos outras coisas com outros estilos musicais, mas o rap predomina totalmente, pois já estamos inseridos na cena.
A gente conhecia bem pouco sobre rap e fomos aprendendo enquanto fomos trabalhando dentro da cena. Isso foi incrível porque hoje o que mais toca em casa é rap.
Quantos videoclipes vocês já fizeram?
Nunca contamos, mas deve estar em torno de 10. Tem muita coisa já gravada que em breve estará na rua.
É só rap? Porque?
90% sim. Não nos limitamos. Mas por estarmos inseridos na cena acaba que rola muita indicação de um artista para o outro.
Como surgiu a ideia de fazer esse curso de audiovisual com ênfase em videoclipe?
A gente sempre pensou em fazer algo assim. Principalmente focando na produção em condições precárias, na guerrilha. Porque não adianta nada ensinar a trabalhar com equipamentos incríveis e numa produção que dificilmente as pessoas conseguirão participar no começo.
Estamos há 4 anos nessa e fizemos pouquíssimas produções maiores como quando produzimos junto da Leila, do Eu Amo Baile Funk, e do pessoal do Apavoramento o clipe “Paradinha”, do MC Duduzinho. Não participamos da parte audiovisual do clipe em si, fizemos o vídeo de making of e a produção executiva e de set.
E a ênfase em videoclipe é porque é a coisa que mais estamos fazendo nos últimos tempos, sem contar os trabalhos com casamento. Já temos uma boa bagagem em produzir algo sem muita estrutura e conseguir um resultado legal.
Higor Cabral
Vocês são donos de uma produtora, não é contraditório formar pessoas que podem ser seus concorrentes?
Não mesmo! Inicialmente pode parecer, mas além de podermos ter pessoas para poder trabalhar conosco futuramente, “formar concorrentes” é ótimo para aumentarmos a diversidade de coisas produzidas.
Tem muita gente que gosta de esconder o jogo, não dizer como faz isso ou aquilo. Como conseguiu tal coisa. Não temos problema nenhum com isso. Estamos sempre trocando informações valiosíssimas com todos.
Acho essa troca essencial para a evolução da cena audiovisual na Baixada. Tem muita coisa pra fazer em relação a vídeo. E outra coisa que pensamos muito é: – “Só 3 produtoras vão fazer todos os clipes de todos os artistas?”
Não faz sentido algum, pois cada um tem uma estética e originalidade a oferecer.
Como esse curso vai funcionar na prática? Tipo dias e horários, conteúdo e como serão as aulas?
Vai acontecer do dia 15 ao dia 19 de março, das 16h às 20h. Cada dia será totalmente diferente do outro. No primeiro dia falaremos sobre a nossa forma de trabalho e viajaremos entre referências e nossos trabalhos antigos.
No segundo dia conversaremos com Léo da XIII e Dudu de Morro Agudo sobre a música e veremos todo o norte para a produção do clipe de uma forma totalmente livre, nós não pensaremos nada sobre o clipe até o curso.
Essa urgência será um diferencial para o curso também, teremos pouco tempo para resolver tudo. No terceiro dia definiremos tudo de roteiro e produção. A partir do quarto dia já estaremos filmando, editando e colorizando.
Na outra semana faremos a conclusão do curso com uma festinha e exibição do clipe pronto.
Já fizemos o clipe da música “Novos Planos” do Léo da XIII e sempre fica aquele gostinho de quero mais. Um dia ele veio falar sobre fazer um clipe dessa música. E naquela mesma semana nós estávamos falando sobre finalmente colocar algo como um curso em prática. Aí juntamos tudo. Falei com o Léo que falaria com o Dudu sobre isso e aí a gente aproveitava e usava o clipe como um produto do curso. E já temos o artista para o próximo curso, será uma música ainda não escolhida do Marcelo Peregrino.
Camila Guimarães
Todo o processo de produção e concepção do videoclipe será coletivo, isso me parece complexo, pois serão muitas cabeças pensando coisas diferentes tanto para roteirizar, gravar e editar. Têm certeza que isso vai dar certo?
Então, vai ser totalmente experimental. Na verdade vai ser como um exercício de criatividade. Com muitas cabeças pensando, tudo pode ser ótimo e horrível ao mesmo tempo. Mas acho que o mais legal do curso vai ser isso.
Ver como podemos nos perder, pensar mil coisas impossíveis e depois colocar os pés no chão. Já que o curso tem a premissa de ser uma produção de custo quase zero. Penso nas pessoas saindo desse curso com a mente aberta e a certeza de que podem fazer tudo que quiserem.
Vai ser um experiência completa pois teremos o clipe pronto no final. Isso é um diferencial sensacional para as pessoas verem que fizeram a diferença naquele projeto. Porque é assim mesmo que acontece, a pessoa que não é a roteirista do projeto dá a melhor ideia para o roteiro, o próprio artista dá a melhor ideia de direção, alguém do elenco acaba pegando a câmera e filmando.
Aconteceu isso em “Psico” do Marcão, não conseguiríamos subir numa laje para filmar de cima, daí um dos caras do elenco filmou pra gente.
O Espaço Enraizados ainda não está pronto, mas mesmo assim vocês decidiram fazer o curso no quintal, no chão de terra. Qual o motivo?
Já estávamos com essa vontade a muito tempo. então queríamos fazer logo (risos).
E um curso de audiovisual num quintal, embaixo de uma árvore, pisando no chão de terra, me parece uma belíssima ideia. Vai ser um ambiente informal e com uma produção feita na raça; Exataamente o que o curso propõe.
Em breve a sede do Enraizados estará totalmente reformada e nós vamos usufruir de todo conforto e estrutura. Mas nunca podemos esquecer dos momentos difíceis, pois é exatamente nesses momentos que mora a genialidade e a criatividade de fazer algo único.
Depois de 4 anos estamos com condição de alugar uma câmera melhor para os clipes, mas nem sempre foi assim. Precisamos saber fazer acontecer com tudo e com nada.
Pitanga Audiovisual em ação
Qual resultado vocês esperam com esse curso?
Não esperamos um resultado imediato ou algo que mude totalmente quem participar.
O que esperamos é mostrar uma perspectiva que talvez eles ainda não tenham enxergado sobre a produção audiovisual. As vezes a gente pensa que tudo acontece de uma forma mágica, mas no curso vão ver a quantidade de erros, problemas e gambiarras que precisamos fazer para tudo dar certo no final.
Só assistir ao clipe não traz toda essa noção dos bastidores. É só assistir algum making of de um filme milionário de Hollywood que você percebe o quão complicado é, mesmo com milhões disponíveis.
Então a ideia é o pessoal sair desse curso com uma ideia mais desconstruída do que é fazer um vídeo.
E pro futuro, pretendem fazer outros?
Com certeza! Temos várias outras ideias que em breve colocaremos em prática. A ideia vai ser sempre plantar uma sementinha que aos poucos vai brotar na cabeça da galera. De que dá pra fazer muito com pouco, de que é possível fazer as paradas acontecerem e no fim de tudo, poder conseguir algum dinheiro com isso.
Se esperássemos ter algum dinheiro antes de fazer algo, não existiria 90% da classe artística aqui na Baixada. Temos que arrumar um jeito de fazermos antes pra conseguir algo depois. E as vezes isso pode ser bem depois.
Inclusive esse curso de videoclipe já tem até outra edição, só não sabemos quando, mas vai ter.
Dudu de Morro Agudo e Átomo desenvolvem o projeto DMÁtomo, onde produzem, escrevem e gravam músicas experimentais. A ideia do projeto é gravar um disco em uma semana. Já gravaram dois discos que não foram divulgados.
Uma das músicas mais interessantes já gravadas é um reggae love chamado “Felisardas” cujo o nome faz referência ao nomes de suas esposas FErnanda e LISA Castro respectivamente. A música tem um tom engraçado onde os rappers insinuam que suas mulheres são mulheres de sorte por os ter conhecido.
Dudu de Morro Agudo lançou uma web série de uma temporada e quatro episódios chamada YoutUBER Piloto Oráculo, onde interage com outros internautas através das redes sociais pedindo perguntas diversas que responde durante os episódios da série.
Na série Dudu é um motorista de UBER que entre uma corrida e outra, responde as perguntas dos internautas, de dentro do carro mesmo, filmando a si próprio.
Neste último epsidódio, DMA – que está de visual novo, mantém a mesma pegada dos outros, respondendo as perguntas de forma objetiva e com pitadas de humor e sarcasmo, sua marca registrada. A única mudança, além do visual é a trilha, que agora é um reggae.
Até então, muitos acham que há alguma coisa a mais por trás desse projeto repentino que acaba da mesma forma que começa, sem pretenções maiores, mas ele afirma que não, era somente uma experiência.
Os vídeos da web série não ultrapassaram 200 views no youtube e mesmo assim Dudu de Morro Agudo afirma que foram um tremendo sucesso.
Após participar da web série Só Lazer, do Mate Leão, onde alguns artistas e produtores culturais de Nova Iguaçu dão dicas culturais na Cidade de Nova Iguaçu, Dudu de Morro Agudo decidiu se aventurar por locais de Nova Iguaçu que nem mesmo os iguaçuanos conhecem.
O primeiro local que visitou foi Tinguá, a convite do iguaçuano Fernando Cid, que já divulga nas redes sociais as belezas naturais da cidade.
DMA (Dudu de Morro Agudo) recebeu o convite para fazer parte de uma web série cujo o principal objetivo era fazer um mapeamento cultural na cidade de Nova Iguaçu. Apresentada por Rafael Mike, do Dream Team do Passinho, a web série também contou com a presença de outros Enraizados como Lisa Castro e Marcão Baixada, além dos produtores culturais Diego Bion, produtor do Cineclube Buraco do Getúlio e Rogério Costa, proprietário do Cultural Bar.
O vídeo de Dudu de Morro Agudo já conta com mais de 250.000 vizualizações no youtube e mais de 350.000 no facebook.
Veja o que ele achou da iniciativa:
Como surgiu o convite para participar dessa web-série?
Recebi uma ligação do Wesley Brasil dizendo que estavam interessados em fazer a filmagem. Achei a proposta interessante, mas não sabia o que era a fundo, só aceitei a priori por que haviam outros amigos envolvidos.
O resultado foi o esperado?
Sim, na verdade eu não esperava muita coisa, não estava na muito claro pra mim. Eu só sabia que era um filme e que haveria um mapeamento cultural da cidade. Pra mim esse tipo de mapeamento sempre foi interessante, é sempre interessante promover a cidade e seus artistas, contudo a repercussão foi muito maior do que eu esperava. A equipe que produziu os vídeos tratou a cidade, seus produtores e artistas com muito respeito e investiram em mídia para promover os videos. Foi legal.
Contrariando todas as estatísticas, a Web Série “YoutUBER Piloto Oráculo” chega ao seu terceiro episódio arrancando algumas gargalhadas, mas acima de tudo respondendo objetivamente a pergunta dos internautas.
Pra quem ainda não pegou o “fio da meada”, Dudu de Morro Agudo depois que parou de cantar rap começou a trabalhar dirigindo UBER e então surgiu a ideia de criar um canal e assim nasceu o YoutUBER. E durante uma corrida e outra ele responde as perguntas dos internautas.
As perguntas são diversas, sobre qualquer assunto, algumas são verdadeiramente hilárias.
No terceiro episódio o “Piloto Oráculo” fala sobre Suvaco de cachorro, hip hop, presidenciáveis e mais um monte de coisas.
Quem quiser pode enviar perguntas para dudu@enraizados.com.br
Dudu de Morro Agudo agora é piloto de UBER e entre uma corrida e outra responde a pergunta que os internautas fazem em suas redes sociais por inbox, via comentários e por email.
Ele gostou tanto da repercussão do primeiro episódio que decidiu fazer o segundo, continuou pedindo que os internautas mandassem perguntas, qualquer pergunta, e ele responde todas de forma objetiva e descontraída. O vídeo é editado e promovido pela empresa Hulle Brasil.
Neste episódio o Piloto Oráculo fala sobre Michel Temer, Emicida, Mano Brown, Rede Globo, faz previsões pra 2017 e mais um monte de coisas.
Se quiser fazer perguntas envie um e-mail para dudu@enraizados.com.br