Tag: ebola

  • Porque precisamos de médicos cubanos.

    Porque precisamos de médicos cubanos.

    De muito tempo vejo uma galera reclamar que o governo está enchendo o Brasil de cubanos por causa do programa Mais Médicos. Lembro de ter visto na TV médicos brasileiros se manifestando contra, alegando que os cubanos estavam tomando seus empregos.

    Na ocasião a Presidenta Dilma foi a TV e disse que os médicos cubanos iriam para as regiões que os médicos brasileiros não querem ir, isto é, as periferias dos grandes centros e para o Norte e Nordeste do país.

    Vou contar para você uma história curta, que aconteceu comigo na última quinta-feira (09).

    Crônica

    Eu estava me sentindo mal há cerca de 10 dias, com dor de cabeça, suando muito durante a noite e com a garganta sempre inflamada. Mas não queria ir ao médico porque eu tinha “quase” certeza que esses sintomas eram pelo fato de eu estar dormindo e me alimentando mal, e com uma rotina de stress intenso.

    Mas a notícia de que um homem contaminado com Ebóla havia chegado ao Brasil gerou um certo pânico lá em casa, e o assunto “doença” ganhou gastante enfase, até que minha namorada, depois de me aterrorizar durante horas, acabou me convencendo de ir ao médico no dia seguinte.

    No dia 09, quinta-feira, acordei cedo, fazia um calor insuportável. Liquidei alguns compromissos e na hora do almoço me dirigi ao Hospital das Clínicas de Nova Iguaçu,  que na verdade fica em Mesquita.

    Lá chegando, não me espantei com a fila, pois já esperava, mas me espantei com tanta reclamação que os pacientes faziam. Sempre relacionados ao atendimento dos médicos.

    Até que depois de alguns bons minutos, que beiravam a uma hora de espera, chegou a minha vez. O médico, um rapaz BRANCO – como sempre, me olhou e perguntou o que eu estava sentindo. Eu respondi: – Doutor, tenho dores de cabeça, estou suando muito a noite, tenho tosse, catarro e minha garganta inflama quase todos os dias.

    Ele ouviu tudo e disse: – SÓ PODE SER VIROSE.

    O médico não me encostou um dedo, não examinou e nem pediu nenhum tipo de exame. Só disse que era virose.

    Acho que pela minha cara de espanto ele resolver pedir um exame de sangue. E passou uma medicação que até agora eu não sei pra que era. Só sei que a injeção queimava como fogo. Após o resultado, que para sair demorou no mínimo duas horas bem medidas, ele constatou: – É dengue, pois suas plaquetas estão baixas.

    Disse pra eu tomar bastante liquido, consumir frutas cítricas e de 06 em 06 horas tomar um remédio que eu não me lembro o nome, pois ele não me deu receita alguma.

    Chegando em casa. Repousei um pouco, como fui orientado, mas quando acordei fui questionado por minha namorada e minha mãe sobre a atuação do tal médico. Elas fizeram eu voltar ao hospital, e passar por tudo aquilo novamente, mas desta vez minha namorada foi comigo e exigiu uma radiografia do pulmão e que o médico verificasse a minha garganta, e ainda exigiu que ele desse uma receita com remédios para tosse também.

    O segundo médico era mais velho, mas também era BRANCO. Ele olhava para minha namorada com uma cara de espanto, tentando imaginar quem era aquela pessoa que dizia o que ele tinha que fazer. Acho que ele imaginou que ela era algum tipo de fiscal que estava dando uma batida naquele hospital.

    Graças a Deus eu realmente não tinha nada, como ficou comprovado nos exames que fiz da segunda vez. Mas a pergunta que não quer calar é: – Como os médicos saberiam disso sem os exames?

    Pelo que tenho lido, os tão abomináveis médicos cubanos são muito mais humanizados do que nossos conterrâneos brazucas e tratam seus pacientes com muito mais respeito.

    Que venham todos os médicos cubanos e ocupem as vagas de quem não quer trabalhar por aqui.

  • O Ebola e o mercado farmacêutico

    O Ebola e o mercado farmacêutico

    Segundo a BBC NEWS (http://www.bbc.com/news/world-africa-28754160), a Organização Mundial da Saúde – OMS  considerou ético o uso de drogas não testadas em humanos para tentar deter o avanço no atual surto de Ebola iniciado em Fevereiro na Guiné. infectando 1779 pessoas. Segundo a OMS, a gravidade atípica da situação torna a ação ética, o que não acontece em circunstâncias normais. O Governo da Liberia já encomendou um carregamento de uma droga denominda Zmapp, mas existem outras, inclusive uma chamada TKM- Ebola que tenta destruir o DNA do vírus.

    O Ebola que está atacando a África atualmente não tem cura e já matou mais de 1.000 pessoas desde o seu aparecimento. A principal alegação dos governos é que a única opção ao uso das drogas ainda não testadas em seres humanos é a morte, e diante disso, muita gente preferirá usar as drogas.

    Segundo um estudo do Professor Pedro Rolim da Universidade de Pernambuco (http://200.17.141.110/pos/farmacia/especializacao/modulo6/Panorama_da_Industria_Farmaceutica.pdf), um medicamento demora de 12 a 15 anos para ser desenvolvido, gasta aproximadamente 1,5 bilhões de dólares e somente 3 em cada 10 medicamentos dão resultado financeiro considerado satisfatório.

    Diante dessas duas informações, acredito que cabe pensar em como é apropriado um surto repentino de Ebola na África com tantas drogas em desenvolvimento na indústria farmacêutica que ainda não foram testadas, isso certamente vai diminuir drasticamente tanto o tempo de desenvimento quanto o tempo estimado para que uma droga chegue ao mercado, além de dividir os custos dos testes com os governos africanos.

    Será obra do acaso um surto como esse? será culpa de Deus? Ou será que existe caroço embaixo desse angú? Eu não duvido de nada.

    Pronto, será que temos mais uma teoria da conspiração formada?

    São só reflexões sobre esse mundão louco e sem fronteiras da chamada globalização, onde se globaliza só o que é conveniente, enquanto os benefícios continuam muito bem regionalizados e os malefícios, mais que guetizados.

    Vai vendo!