Tag: Eleições

  • Qual o impacto dos mais de 2 milhões de novos títulos de eleitor dos adolescentes nas eleições de 2022?

    Qual o impacto dos mais de 2 milhões de novos títulos de eleitor dos adolescentes nas eleições de 2022?

    Em março de 2022, o número de adolescentes com título de eleitor era o menor da história, apenas 13% dos adolescentes havia tirado o título. Alguns especialistas, como por exemplo o cientista político Diogo Cruvinel, analista do Tribunal Superior Eleitoral, acreditam ser esse um movimento natural, visto que nos últimos dez anos o número de jovens tirando títulos vem decrescendo por causa da inversão da pirâmide demográfica, ou seja, o número de jovens vem diminuindo em toda a sociedade brasileira.

    A Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), fez uma enquete que mostrou que 09 em cada 10 jovens afirmaram que o voto tem poder para transformar a realidade, o que mostra que o jovem brasileiro não é despolitizado. Por que então um número tão pequeno de jovens com título de eleitor?

    Tentando sanar essa defasagem, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) iniciou uma ação para incentivar que jovens de 16 e 17 anos – faixa etária que não tem obrigação de votar, tirassem o título eleitoral para votarem pela primeira vez nas eleições deste ano, a ação foi adotada por artistas como a Anitta, que postou em suas redes sociais que só daria autógrafo mediante a apresentação do título de eleitor.

    A repercussão foi grande, e logo muitos artistas e influenciadores abraçaram a ideia e começaram a incentivar os jovens a tirarem seus títulos e participarem da vida democrática do país, dentre eles a ex-BBB Juliette, Luísa Sonza, Whindersson Nunes, Larissa Manoela, Pablo Vittar e até nosso queridão Zeca Pagodinho.

    Logo depois a rede Burger King Brasil lançou uma promoção chamada “Fome de Democracia” para quem apresentar seu documento ou comprovante do requerimento de regularização.

    A bagulho ficou sério quando a campanha ultrapassou as fronteiras brasileiras e os atores Mark Ruffalo, que interpreta o Hulk nos filmes dos estúdios Marvel, e Leonardo DiCaprio, também abraçaram a ideia e fizeram um apelo aos jovens brasileiros.

    A partir daí os próprios adolescentes começaram um movimento para ajudar outros adolescentes a tirarem o título pelo Brasil a fora, como foi o caso da estudante Dayane Coelho, 16 anos, de Teresina (PI): – “Percebi então que alguns jovens daqui não tinham acesso à internet ou tinham dificuldades no processo. Foi aí que senti que eu poderia ajudar essas pessoas”, disse aos jornalistas do Tribunal Superior Eleitoral.

    Essa mobilização do TSE, de artistas nacionais e internacionais, influenciadores digitais e empresas deu super certo, os números comprovam isso.

    Em uma matéria publicada pela Folha de São Paulo em 05 de maio, o Supremo Tribunal Eleitoral comemorou a superação de todos os recordes já registrados pela justiça eleitoral, principalmente o fato de que, entre janeiro e abril, o país havia ganho 2.042.817 novos eleitores com idades entre 16 e 18 anos, um aumento de quase 50% comparado com 2018.

    Eleitores da esquerda acreditam que esses jovens ajudarão a tirar o Bolsonaro da presidência da república, como relato de um jovem a uma repórter da Rede Globo, quando foi perguntado o motivo de ele tirar o título. Entretanto parece que os bolsonaristas também estão confiantes e apostando nos votos da juventude de extrema direita.

    Fato é que, apesar de estar tudo muito nebuloso e incerto, existem mais de 5 milhões de novos títulos na rua, sendo 2 milhões apensas de adolescentes.

    O quanto esses eleitores podem impactar nas eleições presidenciais?

    O rapper e pesquisador Dudu de Morro Agudo, que realiza encontros com jovens utilizando a metodologia RapLab, que permite a um grupo de pessoas, compor um rap de forma colaborativa a partir de uma roda de conversas, fará um encontro virtual na próxima quarta-feira (25), às 19 horas, para discutir e pensar sobre esse fenômeno, e tentar entender os impactos nas eleições de 2022.

    Quer participar do encontro?

    Basta se inscrever gratuitamente www.linktr.ee/ProjetoRapLab

     

     

     

  • Governar pra quem?

    Governar pra quem?

    No próximo domingo, dia 26/10/2014 haverá o maior acontecimento da história do planeta, é verdade, também haverá eleição, mas nesse caso eu falo do meu aniversário.

    E nada mais extraordinário do que comemorar um aniversário exercendo o meu papel de cidadão votando em alguém que vai MANDAR no meu bairro, na minha rua com e sem buracos, na minha cidade, no meu bolso, nos hospitais que eu usarei, na escola que o meu filho vai frequentar, na universidade que eu estudo, na polícia que me achaca na rua, no controle da bandidagem que invadiu o meu bairro, no poste que fica em frente a minha casa sem iluminação pública enquanto eu pago 14 reais por mês pra ter direito a essa iluminação, na minha conta de água, de luz, de internet, no gás de cozinha, no combustível do meu carro, em fim, em tudo que se relaciona com a minha vida, porque na minha vida mesmo, quem governa é Deus.

    Eu fiz essa pequena explanação para que as pessoas que votam em qualquer um tentem imaginar o quanto é importante o voto. E para finalizar essa sacodidela, ainda me resta dizer que nas eleições é um dos 2 momentos em que o pobre e o rico se equiparam em valor, todos os dois valem a mesma coisa (um voto), a outra forma do pobre se equiparar ao rico é quando estamos no banheiro e escutamos alguém bater na porta, ambos falamos: “Tem gente!”. Fora isso, somos bem diferentes e é por isso que precisamos prestar muita atenção em quem votamos, porque podemos estar votando justamente na pessoa que vai governar para o outro lado e desfavorecer o nosso, ou melhor, puxar a brasa pra outra sardinha e deixar a gente na mão.

    Eu já escolhi os meus candidatos e usei os seguintes critérios:

    – Não votarei em candidato barulhento que me tiram a paz e sossego do meu silêncio, principalmente se eu estiver na minha casa, o que significa dizer que pode ser o melhor candidato do mundo se passou o seu carrinho de som na porta da minha casa ligado, perde o meu voto.

    – Não votarei em candidato que tornou a minha vida mais perigosa, o que significa dizer que aquele candidato do governo que implantou as UPPs na capital e que por isso os bandidos armados até os dentes, alguns com armas que são maiores que eles, vieram pro meu bairro ou proximo a ele, perdeu o meu voto.

    – Não votarei em candidato que trabalha para uma pequena parcela da sociedade e deixa os pobres morrendo a mingua e fingem com o maior descaramento que trabalha para a “integração nacional”.

    – Não voto em candidato que não respeita a autoridade, porque se ele não respeita a autoridade agora que ele é apenas candidato, quem ele vai respeitar quando estiver no poder?

    – E por último, mas não menos importante, não votarei em candidato que não respeita as mulheres, eu fui criado por minha avó que me ensinou a respeitar as mulheres simplesmente pelo que elas são, criaturas mais frágeis fisicamente que os homens, mas com grande força moral, intelectual e sensibilidade, além de ter o dom divino da maternidade que é o veículo pelo qual todos nós, bons ou ruins, baixos e altos, ricos e pobres, independentemente de credo, raça ou costume, viemos ao mundo. Isso inclui, agressão verbal, moral e física, e no caso da física, o meu asco é particularmente maior.

    Desta forma acho que me sobraram raríssimas opções. Mas, mesmo assim eu consegui escolher as minhas opções e só não vou falar aqui nessa coluna porque não é o veículo apropriado para isso.

    Grande abraço.

    Boas eleições.

    E não se esqueça do meu presente… 😮

  • Direito ao contraditório.

    Direito ao contraditório.

    Nesta eleição tenho reparado que alguns colegas tem reclamado muito de serem hostilizados por pessoas nas redes sociais porque votam em um candidato diferente do seu algóz. Então eu fiquei imaginando o porque disso acontecer e comparei com o que anda acontecendo agora no Brasil e cheguei à seguinte conclusão:

    Antigamente o Brasil me parecia mais calmo e controlado, as pessoas respeitavam as autoridades e eram mais tolerantes uma com as outras, não é verdade? Mentira.

    Na verdade ninguém respeitava as autoridades, elas tinham medo, isso porque as autoridades se impunham como os senhores absolutos de tudo e de todos, quando não era pela ditadura era pelo excesso de polimento e de dinheiro escandalosamente “esfregado na cára” dos brasileiros, um exemplo clássico disso era o do presidente Collor e do FHC, que aliás até hoje é chamado de presidente pela imprensa. A diferença aconteceu quando um operário ascendeu ao poder e todo o mundo midiático começou a achar que ele merecia menos respeito que o seu antecessor, muitas vezes chamando-o simplesmente pelo apelido que depois foi incorporado ao seu nome “LULA”. Uma verdadeira contradição.

    Quanto à tolerância, isso nunca aconteceu, na verdade nunca toleraram, preto, homossexuais, prostitutas, pobres e tudo o que fosse diferente dos que usavam e abusavam do poder, a diferença era que eles eram absolutos, não disputavam espaço político com alguém que defendia essa “gentinha”. Me lembro que uma vez eu fiz um comentário negativo sobre uma matéria nitidamente tendenciosa contra o governo e logo fui xingado de todas as formas por alguém anônino que se valeu disso para me humilhar publicamente, depois de tentar o diálogo, ví que não adiantava de nada e deletei meu comentário de lá e fui fazer outra coisa muito mais útil do que discutir com gente mau educada e reacionária.

    É bom lembrar que uma democracia não se constrói com a exclusão, opressão ou supressão do contraditório, muito pelo contrário, uma democracia de verdade se faz pelo debate e comparação de propostas, mas ao invés disso, nos deparamos com uma chuva de intolerância ao diferente, novo e inusitado. Quem não quer o debate, tenta reprimir a livre manifestação do pensamento para fazer valer à força as suas idéias, que na maioria das vezes, nem deles são, são de alguém que eles não conhecem e nunca irão conhecer. Isso nem burrice é, pra chegar a ser burrice tem que melhorar muito.

    Sigamos.

  • Eleição não muda nada

    Eleição não muda nada

    Um ano após o advento de junho de 2013, chegamos às eleições. Para muitos, o dia 05 de outubro seria o dia em que mudaríamos o futuro do Brasil; ou para melhor ou para pior.

    Esse clichê de que o destino do país está condicionado às urnas, penso eu, é uma grande falácia. Não amigos, no dia 05 de outubro não decidimos o futuro do Brasil, nem mesmo no dia 26, quando teremos o segundo turno. Votar é apenas um passo.

    Não temos nenhum candidato messiânico que solucionará todos os problemas da nação. A mudança é feita no coletivo. Nossa democracia representativa nos lobotomizou (ou fomos lobotomizados). Achamos que dez segundos diante de uma urna é tudo que devemos fazer. Absurdo!

    É preciso ir além.

    No dia 05 foi o que iniciamos um contrato de experiência com nossos representantes. Se eles ficarem aquém do esperado, devemos demiti-los, e não precisamos esperar quatro anos para isso. Exercemos nosso direito. Façamos barulho. Contudo, não adianta ir para as ruas e depois reeleger fichas sujas e descendentes dos velhos coronéis, como no caso do Rio, onde Pezão, vice do Cabral durante quase oito anos, segue liderando as pesquisas.

    O problema é que somos péssimos patrões. Não sabemos cobrar e tão pouco acompanhar nossos empregados. Vivemos a embriaguez do sucesso, suportando tudo a base de pão e circo.

    Então, caro leitor, entendamos que a eleição é apenas um importante passo para dias melhores, mas sua responsabilidade não se encerra nas urnas. Se você não fiscalizar o empregado, depois não vai adiantar reclamar do prejuízo ao seu bolso.

    Vote consciente.

    Marcello Vieira

  • Balada da Democracia

    Balada da Democracia

    Com meus poucos 25 anos de vida, sempre achei o período de eleições algo  tão estranho, badtrip e “nada a ver” quanto a prisão de Rafael Braga está sendo. Hoje, ao longo um algumas reflexões, fui vendo que essa saga dos candidatos (chamada também de festa da democracia) se coloca e se vende realmente como uma balda onde até o Carlinhos Brown participa. Aqui embaixo pontuei algumas questões que me fazem ter esse pensamento.

    *As Damas do Sampling : As damas tão lá, mas não de graça! E muito menos por ser “mulher da vida”! Mas a missão é dar bandeiradas, entregar santinhos e colar adesivos no seu carro (com o supervisor vigiando a alguns metros de distância). Toda a balada de super produção tem o sampling rolando, anunciando qual é o papo do candidato, ou muita das vezes só jogando na cara algo que diz ter feito, tipo os mil candidatos que dizem ter criado a “lei seca” ou “ficha limpa”.

    sampling

    *Camarote VIP: O tão disputado nos bailes também o é na corrida eleitoral. Nesse caso, o camarote é o famoso trio elétrico ou palanque, usado para  grandes multidões. Futuras primeiras damas, agentes de campanha, aliados e demais personagens da Balada da Democracia querem estar lá as vistas do povão, tirando onda de cordão de ouro com muito Whiskey e Red Bull!

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    *Maquiagem/PhotoShop: Em grande excesso que você até não reconhece quando vê o candidato ao vivo. Aqui um antes e depois para ilustrar!

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    *Filas: Tradicionais em qualquer lugar de concentração de massas também estarão presentes na maioria das zonas eleitorais! Assim como fila de banheiro químico no carnaval!

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    *Música: Presente em todas as festas, é um dos 4 motivos principais para se ir a uma festa (os outros 3 são valor da bebida, valor da entrada e público). Na nossa análise, vem disfarçada de jingles chicletes que geralmente são os hits do verão 2014!

    Ainda não ouvi nenhum do “Lepo Lepo”, mas já vi Anitta! Acho que não tem Naldo, ele tá em baixa.

    música

    *Flyer: Santinhos, santinhos e mais santinhos pelo chão com candidatos de todos os partidos que se pode imaginar!

    PS: Nenhum deles vem limpar no dia seguinte!

    PS²: Pense bem em quem você vai votar! (ou não votar!)

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    Mas vamos falar de coisa boa!

    Russo Passapusso lançou seu 1º disco solo e tem uma canção que cai bem a calhar com tudo isso que escrevi!

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  • Candidatos às eleições apagam Graffitis no Nordeste. Grafiteiros irão revidar.

    Candidatos às eleições apagam Graffitis no Nordeste. Grafiteiros irão revidar.

    Nas cidades de Salvador, Recife e Fortaleza, candidatos às eleições vem dando ordens às suas equipes, de apagarem os graffitis com tinta branca, e pintarem e/ou colarem suas propagandas por cima. Exatamente, num mundo onde banners, cartazes e cavaletes já causam uma poluição enorme, diversos candidatos ao cargo de Deputado, vem promovendo essas pinturas nessas e em outras cidades do Nordeste e destruindo essas galerias de arte à céu aberto.

    A grafiteira “Witch”, de João Pessoa (PB), teve sua pintura apagada e retornou ao local para deixar uma mensagem:

    “De luto por esse e todos os outros graffitis que andam sendo apagados em todos os lugares. De luto e na luta. Acabou não! Risquei um montinho hoje. Amanhã tem mais”. – Afirmou Witch em sua página pessoal no Facebook.

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    Grafiteiros organizam mutirão

    Amanhã, na Praça da Gentilândia, em Fortaleza acontecerá o mutirão “Limpeza Geral”, onde mais de 500 artistas de rua já confirmaram presença. A meta é rodar a cidade, cobrir as propagandas e retomar sua representatividade nos muros.

    Para saber mais sobre o mutirão, clique aqui.

  • Intolerância é Crime de Ódio

    Intolerância é Crime de Ódio

    Nos últimos tempos temos percebido um crescente avanço da intolerância religiosa no Brasil, e com isso também um avanço do radicalismo politico com o aumento da pressão da extrema direita no congresso. Isso me preocupa por dois motivos, o primeiro é que Segundo o Portal de Notícias do Senado “Intolerância religiosa é crime de ódio” (materia de Juliana Steck do dia 16 de Abril de 2013).

    Vale a pena lembrar que na Constituição Federal de 1988 é garantido a liberdade de culto, coisa que os intolerantes brasileiros vêm tentanto acabar na marra, invadindo templos e quebrando estátuas, muitas das quais são obras sacras raras. Eu me lembro de uma vez que eu fui na Igreja de N.S. Aparecida, não, eu não sou católico, mas tenho muito interesse por assuntos culturais de forma geral e me interessei em visitar o maior templo católico no Brasil. Percebi que no alto, praticamente inalcançável estava a estatueta que dá nome ao local em uma caixa de vidro que me pareceu ser blindada, perguntei a um passante local a razão daquilo e fiquei surpreso quando ele me informou que, segundo ele, um louco invadiu a igreja e jogou a estátua no chão, quebrando-a em vários pedaços. Depois de restaurada, ela agora fica guardada e longe das mãos das pessoas.

    Ontem eu ví algumas fotos de templos invadidos, e me preocupei mais uma vez pelo fato de saber que isso vem sendo feito por alguns religiosos fanáticos que acreditam piamente que isso é uma missão divina. Aliado a isso temos nos deparado com vários religiosos no Congresso Nacional tentanto impor os seus padrões e valores de vida e sua moral religiosa a toda a população brasileira e isso me assusta ainda mais.

    Eu fazia parte de uma igreja cujo pastor pregava abertamente, para os membros da sua igreja, que desobedecê-lo seria pecado, e sinceramente, eu nunca encontrei embasamento bíblico sobre esse procedimento, isso é claro, porque ele queria que os membros de sua denominação votassem no seu candidato.

    Antes de mais nada, pesquise, pense por sí mesmo, não replique o ódio e a intolerância.

  • Como o Rio de Janeiro vai votar?

    Como o Rio de Janeiro vai votar?

    Esse foi o tema discutido no Rio de Encontros, na última terça-feira (27). A equipe conseguiu reunir três convidados distintos para discutir com os jovens sobre “Como o Rio vota? Política, representação e redes sociais”. Como provocadores do debate, o cientista político José Eisenberg, o antropólogo Cláudio Gama, diretor do Instituto Mapear, e o jornalista político Alexandre Rodrigues, do jornal O Globo foram essenciais para esquentar essa troca de ideias numa terça-feira fria.

    A princípio de conversa, cá entre nós, me diga quantos jovens estão realmente interessados em falar sobre política neste atual momento que o Brasil passa? Estamos prestes à completar 1 ano dos protestos de Junho de 2013, um fenômeno que ainda não consegue ser entendido por boa parte dos cientistas sociais; e, às vésperas da Copa do Mundo, grande evento que acontecerá em nosso país, com ou sem protestos, onde os olhos de todo o mundo estão voltados para cá.

    Curtindo e compartilhando

    Alexandre Rodrigues abriu o bate-papo falando sobre a necessidade da sociedade em se comunicar com os candidatos, incentivar a participação e a interação; e que redes sociais como o Facebook são são ótimas para tal coisa, mas fica claro de que ainda existe a falta de entendimento de boa parte dos políticos para com essa questão.

    “As pessoas confiam no amigo do Facebook, o que abre a possibilidade de credibilidade. Por outro lado, há o risco da informação errada compartilhada desordenadamente”, afirma.

    Um bom exemplo dessa informação errada e ‘desordenada’ é o fato de muitas vezes, os políticos terem uma equipe que fica responsável por suas publicações nas redes e por falta de conhecimento de determinada coisa, acabam reduzindo essa credibilidade à zero. Isso me faz lembrar de uma foto compartilhada na página do Senador Lindberg Farias, em comemoração ao dia da Baixada Fluminense (30 de Abril), sendo que a foto em questão, tinha a igreja da Penha como plano de fundo… What a fuck? Após algumas pessoas que acompanham a página do Senador terem informado sobre o erro, o post foi deletado, mas você pode vê-lo clicando aqui, porque a zoeira não tem limites.

    Mudança de perfis

    Cláudio Gama se preocupa com o vazio dentro das discussões políticas entre a classe média que reside na Zona Sul, e ressalta que ainda não há interesse em saber o que está sendo feito e o que não está; mas na hora de criticar algo, há apenas uma retórica em criticar por criticar. Cláudio afirma com convicção de que essa ideia de que ‘formador de opinião’ é um grupo formado apenas por intelectuais de classes mais altas já foi por água abaixo. A prova viva é que os jovens que participam do Rio de Encontros, são formadores de opinião e, em sua grande maioria, são moradores da periferia do Rio de Janeiro.

    Papo reto

    Se tinha alguém dormindo durante o debate, tenho certeza de que acordou ao escutar José Eisenberg falar. Foi um choque de realidade em todos que participavam do encontro. Fazendo menção à Junho de 2013, José deixa claro, que o perfil das pessoas que participaram daquelas manifestações é formado por jovens universitários, em sua maioria; ficou claro que hoje o ensino superior está muito mais acessível do que há anos atrás para as classes não altas; mas no Brasil, maior grau de escolaridade ainda não é sinônimo de aumento de renda:
    “O prêmio salarial vem caindo e o acesso à educação não leva à mobilidade social através do mercado de trabalho Assim, de um lado, há a expectativa frustrada dos pais. Do outro, a frustração dos filhos”, afirma o cientista político.


    Beijinho no ombro

    José ainda afirma que o “Rio é recalcado”; e trás consigo um sentimento de que foi ‘abandonado’ quando deixou de ser a capital do país; e que não há uma ‘grande maioria’ que gosta de partidos no Rio, as pessoas se identificam com este ou aquele candidato; e José também ressalta as manifestações pelas ruas. Será que elas têm a função de distanciar a sociedade da política ou de distanciar a sociedade do modelo político vigente? Fica essa dúvida no ar.

    riodeencontros
    Eu tirando uma fotinho da hora pra postar no Insta.

    Mas e a Baixada?

    Senti que o debate focou muito no município do Rio; e a Baixada Fluminense traz consigo uma forte expressão eleitoral; e que na maioria das vezes é uma das regiões, que decide boa parte das eleições. Tive a oportunidade de falar e afirmei que existe sim uma política de comabate ao tráfico de drogas nas comunidades, mas não existe uma pauta de políticas de segurança pública para o combate às milícias.
    Hoje milícias atuam em diversas regiões da Baixada Fluminense, trazendo consigo o retorno do ‘voto de cabresto’ e que, infelizmente o Estado parece não se preocupar e/ou não se importar; a não ser quando começa a doer no calo de alguém que esteja no poder, ponto.

    Em minha humilde opinião o debate foi esclarecedor e de extrema importância para refletir acerca do meu exercício de cidadania; além de me ajudar a pensar em quem irei votar.

    Concorda, discorda, ou disconcorda? Não deixe de comentar!

    Boa sexta,

    @marcaobaixada