O grafiteiro FML, morador de Austin, bairro da cidade de Nova Iguaçu, conheceu o graffiti no ano de 1999, e de lá pra cá já grafitou em muitos bairros do Rio de Janeiro e em algumas cidades do país, mas o que o destaca dentre os milhares de grafiteiros mundo afora é algo que vai além de sua arte.
FML utiliza o grafite como ferramenta de inclusão. O grafiteiro trabalha atualmente no CAPSI (Centro de Atenção Psicosocial Infanto Juvenil) João de Barros, na Zona Oeste, ministrando oficinas que acontecem fora do espaço reservado para o serviço de “saúde mental”, em parceria com o Centro de Convivência da Zona Oeste, reunindo os atendidos do programa com a comunidade local, fazendo com que as pessoas possam conhecer a “saúde mental” e desconstruindo alguns preconceitos.
Ele acredita que o processo de inclusão se dá na mistura de todos.
FML está com alguns de seus quadros expostos na EXPO URBAN GRAFFITI, que ficará até o dia 21 de abril na loja da Nextel, em Nova Iguaçu.
Interessados em saber mais sobre o artista e adquirir suas obras, acessem: www.expourban.art
No dia 21 de março, Dia Mundial de Combate ao Racismo, dez artistas da Baixada Fluminense tiveram suas obras expostas na loja da Nextel, em Nova Iguaçu, dentre eles os já consagrados grafiteiros Oxy e Ops, e os novatos KWES e Suzi, além das obras do grafiteiro FML, curador da exposição.
A iniciativa se chama EXPO URBAN ART, que como o próprio nome sugere, é uma exposição de arte urbana que transforma espaços ociosos das lojas da Nextel em verdadeiras galerias de artes, e isso só foi possível graças a uma inovadora parceria da empresa com o Instituto Enraizados com o intuito de visibilizar a artes produzidas nas regiões onde a Nextel atua.
Fernando Cid (Secretário Municipal de de Meio Ambiente, Agricultura, Desenvolvimento Econômico e Turismo) e Dudu de Morro Agudo (Diretor Executivo do Instituto Enraizados)
Na inauguração, cerca de 70 pessoas compareceram para prestigiar a exposição, muitos dos presentes foram jovens da cidade, artistas de outras cidades, a Rachel Facó, Gerente de Treinamento Comercial e Trade Marketing da Nextel, além de representantes do poder público municipal, através de integrantes da Secretaria Cultura, e do Secretário de Turismo da cidade.
Na ocasião, o sub secretário de cultura, Augusto Vargas, propôs que a exposição, após a Nextel, aporte na Casa de Cultura de Nova Iguaçu. E provavelmente EXPO URBAN ARTE irá para a Casa de Cultura no dia 03 de maio, mas antes passará pelo CIEP 216, em Corumbá, e pelo CIEP 172, em Morro Agudo, onde o Instituto Enraizados promoverá atividades culturais para os alunos.A exposição ficará na loja da Nextel até o dia 21 de abril, então quem estiver interessado, ainda dá tempo.
Os interessados e interessadas em adquirir as obras e saber mais sobre o projetos e seus artistas, basta acessar o site do projeto. http://expourban.art.
Na próxima quinta-feira (21), o saguão da loja da Nextel, em Nova Iguaçu, se transformará em uma galeria de arte urbana, com uma exposição de quadros dos grafiteiros Oxy, Suzi, Ops e Kwes, sob curadoria do grafiteiro FML, que também colocará seus quadros para apreciação.
A iniciativa, chamada “Expo Urban Art” é mais uma parceria entre o Instituto Enraizados e a Nextel, que começaram a se aproximar a partir do painel grafitado na Praça dos Direitos Humanos, em Nova Iguaçu, painel este que faz muito sucesso entre os moradores da cidade que passam diariamente pelo local.
Graffiti se tornou ponto turístico
Segundo Thais Ohara, trade marketing da empresa, “o grafite foi uma das maneiras que encontramos para materializar o objetivo de aproximar a empresa da comunidade, pois é uma arte democrática que dá oportunidades para novos artistas, integra pessoas e por consequência, valoriza o espaço urbano, transformando o espaço em uma galeria de arte aberta”.
Para Dudu de Morro Agudo, idealizador e articulador do projeto, a galeria é uma forma de visibilizar a arte urbana produzida na região ao mesmo tempo que proporciona um momento de lazer aos clientes da empresa que circulam diariamente pela loja.
A inauguração da exposição será no dia 21, próxima quinta-feira, às 11 horas da manhã, quando haverá um coquetel com a presença dos artistas e seus convidados. O Instituto Enraizados disponibilizará também algumas obras do seu acervo, como quadros de artístas como Átomo, Babu, I Go e Nextwo, para dar apoio aos talentos da região e criar interlocuções importantes destes artistas com a cidade.
É possível que, no decorrer do ano, outras atividades culturais, em parceria com o Instituto Enraizados, aconteçam nas dependências da loja da Nextel, como cursos de aperfeiçoamento em arte e produção cultural, pois ambas, a instituição cultural e a empresa, se importam com as pessoas da cidade, os cidadãos e cidadãs iguaçuanos.
Conheça um pouco dos principais artistas da exposição:
SUZI
Suzana Brasil de Mello é grafiteira moradora de Engenheiro Pedreira e começou a grafitar nos projetos sociais da Rede Nami, onde participava de oficinas sobre feminismo e graffiti para mulheres. https://www.instagram.com/suzi.brasil
OXY
Douglas Zacharias é artista urbano, ilustrador e designer, natural do Rio de Janeiro, deu início a sua trajetória no mundo das artes através do graffiti no ano de 2006 por intermédio de um amigo de classe, ainda no colegial. Desde então explorou a maioria das vertentes da arte de rua, até encontrar uma linha onde seu estilo poderia se desenvolver. Ao longo dos anos abandonou a linguagem tradicional do graffiti para criar seu trabalho de forma mais livre e orgânica. Suas principais influências são Gustav Klimt, Basquiat, Renoir, Titi Freak, Hebert Baglione e Aryz. https://www.instagram.com/oxyone.douglas
KWES
Leonardo Diniz, 21 anos, é grafiteiro da cidade de Queimados, começou a grafitar em 2015 tendo como referência o graffiteiro Gel. Atualmente faz parte da Crew de grafiteiros “400ml”, e está buscando aprimorar suas técnicas dentro do graffiti com novas técnicas, por isso diz que é uma pedra preciosa em lapidação no meio da arte de urbana.
FML
Fagner medeiros de Lima é grafiteiro da cidade de Nova Iguaçu, conheceu o hip hop em 1998, no mesmo ano que conheceu o graffiti. É arte educador, utiliza o graffiti como metodologia terapêutica para trabalhar com jovens com transtornos mentais no CAPSI (Centro de atenção psicossocial infanto-juvenil). Suas inspirações para o graffiti vem dos HQs, Cartoon e também referência étnicas. https://www.instagram.com/fmlgraffiti
OPS
Valdecir Raimundo de Lima Filho iniciou nas artes no ano 2000, quando teve contato com a cultura hip hop. Curte graffiti desde a primeira vez que viu, e de lá pra cá já se foram mais de 15 anos, onde desenvolveu diversas técnicas, até poder usar em seu trabalho diversos elementos urbanos e temáticos, como HQs, Cartoon, Realismo, Mangá. https://www.instagram.com/valdecir.raimundo
SERVIÇO
EXPO URBAN ART
Nextel | Nova Iguaçu – via Light, 1471, ao lado da Praça dos Direitos Humanos
Data: 21 de março de 2019
Horário: Inauguração 11 horas Obs: A exposição ficará disponível na loja da Nextel até o dia 21 de abril, isto é, por 30 dias.
Uma das vozes mais ativas da Baixada Fluminense e criador do Meeting of Favela– maior evento colaborativo de graffiti do mundo – o grafiteiro autodidata Kajaman foi escolhido pela Redley para deixar a sua arte na edição 2018 do Ipanema Wall.
Lançado em 2004 pela marca carioca, o projeto, ao longo de 13 anos de existência, já recebeu intervenções artísticas de expoentes nomes da cena urbana contemporânea nacional, como Antônio Bokel, Blaine Fontana, Marcelo Ment, Rafael Uzai, Mateu Velasco, entre outros.
Fachada da loja da Redley
Para unificar a zona sul e a periferia, Kajaman, sob a curadoria do Ghetto Run Crew, criou a obra abstrata na fachada de 15 metros da flagship da Redley, em frente à Praça Nossa Senhora da Paz, em Ipanema.
O desenho é inspirado em deuses egípcios e tribos africanas, com uma paleta de cores intensas que conduz ao abstrato e representa tribos, animais, tecidos e ancestralidades.
Para esse trabalho foram utilizadas mais de 300 latinhas de spray consumidas ao longo de seis dias num total de 2.100 minutos de ocupação artística que se estende também para dentro da loja, incluindo uma collab de roupas e acessórios assinados pelo grafiteiro.
O curso de extensão ‘Letramentos e Direitos Humanos’, voltado para universitários, bibliotecários, agentes e mediadores de leitura, educadores e escritores, começou no dia 21 de março e vai até o dia 06 de junho, quinzenalmente às quartas-feiras, de 14h a 18h, no Instituto Multisciplinar (IM/UFRRJ), em Nova Iguaçu, e em espaços parceiros e representativos para a cidade de Nova Iguaçu, como a Biblioteca Paulo Freire, a Praça dos Direitos Humanos e agora no Espaço Enraizados.
O objetivo é atender duas demandas:
a) democratização da leitura e da escrita; e
b) o intercâmbio entre saberes/escritas escolarizados e não-escolarizados.
A aula de número 04, Escritas do Território, acontecerá na sede do Instituto Enraizados, em Morro Agudo, e contará com a mediação de Thiago Kuerques, Moduan Matos e Dudu de Morro Agudo, que vão debater a relação entre suas escritas e o território.
O curso é coordenado pela professora Adriana Carvalho Lopes (IM/UFRRJ), e resulta de uma parceria entre o Comitê de Direitos Humanos da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), a Universidade da Cidadania (UFRJ) e a Rede Baixada Literária.
O bairro de Morro Agudo, em Nova Iguaçu, será palco de mais uma edição do Dia de Responsa.
Desde 2014 o Instituto Enraizados realiza, em parceria com a AMBEV, o Dia de Responsa na cidade de Nova Iguaçu com o objetivo de alertar os donos de bares e também os consumidores sobre os riscos do consumo indevido de bebidas alcoólicas, ou seja, em excesso, associado à direção ou por menores de 18 anos.
Sempre de forma criativa e envolvendo a juventude local, a ação visa incentivar nas pessoas atitudes responsáveis quando forem beber, vender ou servir bebidas alcoólicas.
Ontem, quinta feira (14), aconteceu a oficina de Stencil Art e Lambe-Lambe no Espaço Enraizados, ministrada pelo DJ Dorgo, na sede do Instituto, em Morro Agudo, com educadores e jovens de diversas partes da região metropolitana do Rio de Janeiro.
Jovens na Oficina de Stencil Arte no Enraizados
Já hoje, sexta-feira (15), mais de 5.650 colaboradores da cervejaria Ambev do estado do Rio de Janeiro visitarão bares, restaurantes e supermercados para promover o consumo inteligente de bebidas alcoólicas, os integrantes do Enraizados e os jovens participantes da oficina farão uma intervenção visual em Morro Agudo utilizando as técnicas do stencil, do lambe lambe e do graffiti, sob orientação do grafiteiro Fanac, da Ilha do Governador, e participação do grafiteiro Rafael Ram, de Nova Iguaçu, criando um grande painel temático que integrará a “Galeria 20-26”, uma galeria de arte urbana a céu aberto, contribuindo para uma cultura de consumo responsável.
Haverá também a Blitz Na Responsa nos bares do bairro, colando cartazes e orientando os proprietários.
SAIBA MAIS
O que é: DIA DE RESPONSA
Quando é: 15 de setembro
Horário: Das 14 às 17 horas
Onde é: Na esquina da rua Luiz Silva com a Thomaz Fonseca, em Morro Agudo
Mais informações: (21)4123-0102 ou (21)9.6408-1913
Começa na próxima quinta-feira (14) a oficina de “Stencil Art” no Espaço Enraizados, em Morro Agudo.
A oficina é gratuita e faz parte da mobilização do “Dia de Responsa”, que acontecerá no bairro de Morro Agudo na sexta-feira, dia 15, com intervenções visuais que envolverão técnicas do stencil, do lambe lambe e do graffiti, criando um grande painel orientando a população para o consumo consciente de bebida alcoólica.
Pra quem não tá ligado(a) stencil é um desenho ou ilustração que representa um número, letra, símbolo tipográfico ou qualquer outra forma ou imagem figurativa ou abstrata, que possa ser delineada por corte ou perfuração em papel, papelão, metal ou outros materiais.
A oficina acontecerá na sede do Instituto Enraizados, que fica na rua Presidente Kennedy, 41, em Morro Agudo, no dia 14 de setembro, das 14 às 17 horas e as vagas são limitadas. Os(as) interessadas devem se inscrever preenchendo o formulário abaixo e aguardando retorno por email e/ou telefone celular.
SAIBA MAIS
O que é: Oficina de Stencil Art
Quando é: Dia 14 de setembro
Horário: Das 14 às 17 horas
Onde é: No Espaço Enraizados
Rua Presidente Kennedy, 41, Morro Agudo, Nova Iguaçu, RJ
Mais informações: (21)9.6408-1913
É possível realizar uma uma transformação cultural num bairro decadente e abandonado pelo poder público e torná-lo uma das áreas mais promissoras e visitadas da sua cidade?
A primeira vez que falei que faria algo do tipo em Morro Agudo algumas pessoas riram de mim, imagino que quando Tony Goldman, empresário americano, falou que faria o mesmo em Little San Juan, conhecida atualmente como o distrito de Wynwood, em Miami, nos Estados Unidos, as pessoas também riram dele.
O bairro era até pouco tempo atrás um território bastante hostil. Violência, drogas, armas, prostituição e gangues se sentiam confortáveis em um enclave não muito distante do centro de uma cidade que ainda tem na memória o estigma do crime e da corrupção, que a marcou na década de oitenta. Cinco anos atrás, Wynwood ainda era um desses lugares onde é melhor não entrar por engano.
Hoje, mal restam vestígios desse passado sinistro, e a região está vivendo uma efervescência cultural, social e econômica quase sem comparação nos Estados Unidos. O milagre foi da obra da arte de rua, das centenas de artistas que transformaram, e continuam transformando diariamente, a fisionomia antes deprimente de suas ruas, que se tornaram uma gigantesca pintura que salpica de cores vivas de cada casa, cada loja e cada esquina.
Marcão Baixada em Wynwood, Miami
Em 2015, o Wynwood Art District foi nomeado como um dos 4 melhores bairros dos Estados Unidos pela American Planning Association (APA).
Eu, por outro lado cresci longe de Miami, mas num bairro tão zoado quanto Wynwood. Em Morro Agudo, bairro da cidade de Nova Iguaçu, área onde inicialmente era a Fazenda Japeaçaba, de propriedade do Conde de Iguaçu, e que tempos depois passou a receber o nome de Bonfim de Riachão, e posteriormente, Morro Agudo, em homenagem à Fazenda Morro Agudo. Hoje em dia o bairro também é conhecido como Comendador Soares, graças ao comendador Francisco José Soares, dono da fazenda. Mas a população prefere Morro Agudo.
Durante todo o esse tempo o bairro teve pouco progresso e as melhorias urbanas mais relevantes iniciaram-se no ano de 1931, quando foi aberta a Rua Tomás Fonseca, principal rua do bairro, ligando até a estação de trem, que foi pavimentada em 1951.
Eu ouvi muitas vezes que nada de bom havia no local. Cansei de ouvir também que quem melhorasse de vida financeiramente deveria sair do bairro, e vi muitos irem embora.
Na minha infância muitos dos meus amigos foram assassinados, quase sempre um matava o outro por conta de brigas sem sentido, crimes menores e drogas. Nunca um crime foi investigado. Não havia policiamento. O esgoto era a céu aberto na maioria das ruas. Não haviam atividades culturais para os jovens. A única coisa que havia era um total descaso por parte do poder público. Estávamos literalmente entregues a nossa própria sorte.
Contudo, sempre enxerguei em Morro Agudo um grande potencial, pois além de atualmente ser um dos bairros mais importantes da cidade de Nova Iguaçu, há uma grande concentração de artistas – muito bons – e está localizado estrategicamente entre a rodovia Presidente Dutra e a linha férrea, possibilitando diversas formas de entrar e sair do bairro.
Comecei a viajar para alguns lugares do mundo e conheci alguns bem legais, e sempre imaginei que algumas coisas poderiam ser replicadas em Morro Agudo, meu objetivo sempre foi criar algo para ‘enriquecer’ a comunidade, impactar positivamente na economia local, na educação, aumentar a auto-estima dos moradores e inspirar iniciativas semelhantes ao redor do país e quem sabe do mundo.
Dudu de Morro Agudo em Wynwood, Miami
De todos os locais que conheci, Wynwood foi o que mais me chamou atenção, pois lá o graffiti fez toda a diferença e eu tenho certeza que o graffiti também será o carro chefe que realizará essas transformações no meu bairro e consequentemente na minha cidade.
Há um ano idealizei o Galeria 20-26, projeto que tem como objetivo criar painéis grafitados nas principais ruas do bairro, principalmente nas ruas por onde passam os ônibus intermunicipais, criando uma galeria de arte urbana a céu aberto. A ideia é iniciar uma relação com os moradores para que cedam seus muros para a arte, e também um intercâmbio entre grafiteiros do bairro com grafiteiros de outras regiões.
Com isso pretendo deixar a arte do graffiti em mais evidência na região, assim como os artistas, e consequentemente aumentar a procura pela arte, principalmente pela juventude local, pois assim formaremos novos artistas e haverá uma expansão natural do projeto. O intuito é deixar o local mais bonito e fazer com que cada vez mais pessoas circulem pelo bairro, para pintar ou somente para apreciar os graffitis.
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É claro que tudo isso orbita em torno do Instituto Enraizados, organização de hip hop que criei há 18 anos e cujo a sede é o bairro de Morro Agudo. Veja bem que eu não disse que a sede é “em” Morro Agudo, mas “o” bairro de Morro Agudo, pois acredito que vamos impactar todo o bairro através da cultura hip hop, e quando eu digo impactar, quero dizer nas escolas, na economia, na segurança pública, no transporte, na política, resumindo, impactar a sociedade de diversas formas diferentes, porém conectadas.
Durante esses 18 anos, os quais 10 anos foram dedicados quase que exclusivamente ao bairro, já tivemos um grande progresso, pois centenas de pessoas de diversos países como Estados Unidos, França, Alemanha, México, Curaçao, Chile, Cuba, Portugal, Etiópia, Irlanda, Itália, Uruguai, Colômbia, Canadá, entre outros, já estiveram no bairro para colaborar com o Enraizados, praticar suas artes e/ou interagir com outros artistas, tudo de forma bem orgânica, contudo nos próximos dez anos, pretendo intensificar e focar em atividades que tragam cada vez mais pessoas para o bairro.
Nossas atividades de intercâmbio são eventos como o Caleidoscópio e o Sarau Poetas Compulsivos que tem a missão de conectar o bairro com outros locais, assim como os artistas. E anualmente atingimos diretamente 2.000 pessoas, trazendo muita gente de fora para o bairro.
No próximo ano inauguraremos o Espaço Enraizados, um centro cultural para prática e promoção da cultura urbana, e tenho certeza que terá um impacto muito positivo no bairro e e será muito importante para o hip hop na região. Será um espaço com biblioteca, estúdio de gravação, núcleo de comunicação (rádio, TV e revista), espaço multi-uso para cursos, seminários, ensaios e co-working e um dormitório para que artistas de outros locais possam passar a noite no bairro.
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Com um ano e meio do projeto Galeria 20-26 conseguimos realizar cerca de 07 painéis no bairro, com 26 grafiteiros, da Baixada, do Leste Fluminense, da Zona Oeste e da Zona Norte. Nossa expectativa era que somente a partir de 2019 os turistas começassem a circular pelo bairro, contudo em 2016 a Casa Fluminense e os parceiros da Campanha #Rio2017, que estavam num projeto que previa pedalar de Japeri a São Gonçalo, fizeram uma parada em Morro Agudo para conhecer a Galeria 20-26 e ainda almoçaram no Buteco da Juliana, um bar onde acontecem muitas atividades culturais no bairro.
Em 2017 aconteceram 03 intercâmbios internacionais no Espaço Enraizados, trazendo pessoas dos Estados Unidos e da França para Morro Agudo.
Esses fatos me faz acreditar que em 2018, quando o Espaço Enraizados será inaugurado, poderemos trazer cerca 120 grafiteiros de diversas partes do mundo para o bairro para pintar pelo menos 12 painéis durante o ano, contudo acreditamos também que outros painéis serão criados por iniciativa dos próprios artistas e moradores. Além destas atividades, o Instituto Enraizados realizará também muitas outras com os outros elementos da cultura hip hop, tudo isso sendo divulgado e documentado pela nossa equipe de mídia alternativa, criando um ecossistema de inovação.
A referência a “ecossistemas de inovação” remete claramente para a analogia aos ecossistemas biológicos pondo em evidência a multiplicidade, a interdependência e o fenômeno de co-evolução entre os atores que o compõem, todos irmanados num objetivo comum, a evolução dos participantes.
Esse conjunto de atividades e atores nos dá força o suficiente para fazer com que 10.000 pessoas se desloquem para vivenciar e contribuir com nossas atividades culturais anualmente.
O Graffiti é uma arte visual fantástica e um dos elementos da cultura Hip Hop.
Centro de muita polêmica por sua classificação perante a sociedade que hora a tem como arte e hora a considera um ato de vandalismo; Ela provoca amor e ódio em sua história recente, e episódios como o de São Paulo são sempre latentes, tanto em gestões municipais passadas como na atual (o atual prefeito mandou apagar vários painéis com a arte no centro da cidade num claro episodio de falta de conhecimento e desrespeito aos artistas). O graffiti enfrenta o dia a dia com muita cor, emoção e lágrimas.
Um cara que me orgulha e muito ter conhecido no Enraizados foi o FML. Sempre com aquela fala tranquila, observador e inteligente em suas colocações e traços. Trabalha com crianças que apresentam necessidades especiais na Zona Oeste do Rio de Janeiro e produz artes inacreditáveis com suas latas.
Bati um papo rápido sobre início de carreira, inspirações, e claro, de seu trabalho que é muito inspirador pra todos nós, principalmente os que trabalham com crianças e adolescentes. Para se ter ideia do problema enfrentado na educação fluminense, hoje no Rio de Janeiro 2,5 milhões de jovens estão fora da escola por diversos motivos, como por exemplo, falta de identificação com o que é ensinado. As oficinas de grafite podem e devem ser um grande estímulo para a atração destes meninos e meninas de todas as idades.
Mas vamos ao papo!
Cleber: Como você se interessou pelo graffiti e quais foram suas referências?
FML: Então, de 1997 para 1998, comecei a ouvir rap. Já tinha visto algumas pinturas em paredes em filmes americanos, porém ainda não tinha despertado interesse em saber como fazia, mas já me chamava a atenção. E a pichação era algo que me chamava – e ainda chama – atenção, porque eu ando pelas ruas tentando ler as escritas nos muros.
Até que na escola, eu conheci alguns pichadores. Tive uma passagem muito rápida pela pichação. Descobri que eu não queria fazer aquilo, porém eu respeito, fiquei só no desenho (no papel). Eu desenhava muito mal, mas os amigos do ‘Xarpi’ e os que não eram do ‘Xarpi’ diziam que eu desenhava bem. Meu irmão desenhava melhor do que eu e ficava rindo dos meus desenhos. Acho que esse fato, dele rir e dizer que eu desenhava mal, me fez desenhar na prática e estudar mais e mais desenho, até que hoje meu irmão não desenha e curte meus desenhos no Facebook! (risos).
Mas minha entrada no graffiti foi ao ver uma matéria do grafiteiro Fábio Ema no jornal ‘O dia’. Tinha uns desenhos dele e infelizmente perdi este jornal em uma enchente. Ali comecei correr atrás do que era graffiti, na época descobri que o Ema dava oficina lá em São Gonçalo, até fiz contato, mas o triste era que eu não tinha grana pra sair de Austin(Nova Iguaçu- Região metropolitana do Estado do Rio de Janeiro) e chegar a São Gonçalo (distante 60km).
Fui em busca de informação, mas era difícil porque a internet era pra poucos. Um primo que também desenha, mas não estava ligado no graffiti se aproximou e mostrei pra ele, dizendo: Vamos fazer isso?
O primeiro desenho foi horrível! Colorgin e Latex água amarelo; algumas pessoas passavam e gritavam “vai pichador”; os caras do Xarpi passavam e diziam “Caraca! Tá muito maneiro!”.
Depois conheci a aerografia, eu tinha preconceito sobre essa técnica, digo, não preconceito, mas falta de informação. Mas meu primo se interessou e eu embarquei com ele. Hoje pretendo voltar a estudar essa técnica de aerografia.
Depois de alguns anos consegui assistir uma palestra com Ema no Sesc e nessa época eu já sabia que aqui tínhamos o Dante e alguns outros grafiteiros bacanas. Fiz oficina na Fundição Progresso com o Chico e o Preas Nação Crew. Preas foi o cara que abriu minha mente, e aí comecei a pesquisar sobre tudo o que é arte e até artesanato. Também já fiz oficina com Bobi, Bunys e Combo em um projeto social.
Minha outra referência no início foi o grande profeta Gentileza (Gentileza fazia enormes graffitis na Zona Portuária do Rio de Janeiro com frases pregando o amor entre as pessoas).
O primeiro desenho foi horrível! Colorgin e Latex água amarelo; algumas pessoas passavam e gritavam “vai pichador”; os caras do Xarpi passavam e diziam “Caraca! Tá muito maneiro!”.
Fale sobre o seu trabalho com as crianças.
FML: Trabalho em uma instituição chamada CAPSIi (Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil) que cuida de crianças com transtornos mentais graves. Lá fazemos um trabalho de inserção destas crianças e adolescentes na sociedade. Eu desenvolvo algumas oficinas e uma delas é a de graffiti. Na saúde mental temos uma data onde comemoramos o dia da luta antimanicomial, que é no dia 18 de Maio.
Deixe algumas dicas pra quem quiser saber mais sobre esses assuntos.
FML: Como dica de livro, eu deixo o “O Holocauto Brasileiro”. Tem o documentário também no youtube com o mesmo título.
Sobre meu trabalho com grafitei e arte em geral é só curtir e seguir:
Instagram: @fmlgraffiti
Pagina no facebook: @amotinta
Consolidando Morro Agudo como celeiro do Hip Hop nacional, o Instituto Enraizados promoverá no próximo dia 17 de setembro o 5º Festival Caleidoscópio – Edição Dia de Responsa, cujo o tema central é a ‘Qualidade de Vida’.
Mais de 2.500 pessoas já conferiram as quatro edições anteriores, e mais mil são esperadas na quinta, que movimentará a praça do bairro iguaçuano. Mais de 100 artistas e 50 voluntários – participantes do curso prático de produção de eventos culturais, CPPEC, promovido pelo Instituto Enraizados – estão envolvidos na ação, que levará 12 horas de música, arte e ativismo, reunindo expressões artísticas variadas.
Quarta edição do festival caleidoscópio, em Morro Agudo
Durante o Caleidoscópio, o Instituto Enraizados lançará uma campanha de crowdfunding para a reforma de sua nova sede, em Morro Agudo, que está prevista para ser inaugurada em março de 2017.
Dezenas de atividades acontecerão simultaneamente, como feira criativa, caleidokids (espaço para crianças menores de 10 anos), painel de grafite, biblioteca coletiva, gastronomia das ruas, sarau de poesias, desfile de moda, apresentações de DJs, batalhas de MCs e shows de rap com os grupos Antiéticos e Conexão Popular, de São Paulo.
Ainda contaremos com uma mobilização de conscientização para o consumo consciente de bebidas alcoólicas, em parceria com o programa Na Responsa, da AMBEV.
O Instituto Enraizados é uma das 27 organizações que fazem parte da rede do programa “NA RESPONSA”, que ajudam a trabalhar o tema CONSUMO RESPONSÁVEL por meio de atividades com os jovens de suas comunidades, além de mobilizar comerciantes para evitar a venda de bebidas alcoólicas para menores.
O objetivo do Programa de Consumo Responsável da AMBEV é estimular o cumprimento da lei que proíbe a venda de bebidas alcoólicas a menores – criando o hábito de se pedir o documento de identidade do consumidor no momento da venda – além de promover a segurança viária e incentivar o consumo moderado, orientando sobre o consumo excessivo e associado à direção.
Apesar de ser uma celebração da vida e das artes, o Caleidoscópio surgiu como um grito contra a violência que estava atingindo a região, em 2015. “Em maio do ano passado, o Babu, de 18 anos, um dos grafiteiros do Enraizados foi atingido por uma bala perdida quando saía da escola”, relembra o rapper e diretor executivo do instituto, Dudu de Morro Agudo, 37 anos, que naquele momento resolveu fazer um festival para mostrar que o bairro aonde foi criado não era um celeiro de violência, mas sim de artes, cultura, e principalmente do Hip Hop.
Apesar do Festival Caleidoscópio ser realizado no dia 17 de setembro, desde o início de agosto estão acontecendo ações da ‘Agenda Caleidoscópio’ – micro-eventos esportivos e culturais que servem de ‘esquenta’ para o festival.
As ações contaram com passeio de bicicleta, partidas de futebol em quadras públicas da cidade, trilhas, treinos de corrida e sessões de cineclube – e culminará no ‘Torneio na Responsa’, com várias partidas de futebol, no dia 16 de setembro. “Na primeira edição o tema central era a segurança pública na Baixada Fluminense. Na quinta, o tema é a qualidade de vida dos moradores da Baixada, por isso estamos fazendo os micro-eventos esportivos, que estão fazendo muito sucesso com a juventude, que já discute e pratica a ocupação dos equipamentos públicos e estão se preocupando com a saúde”, conta Dudu. “Estamos trazendo para discussão a questão da prática esportiva, a mobilidade urbana e a falta (e/ou depredação) de equipamentos culturais e esportivos na região”, complementa.
Sobre o Instituto Enraizados
É a primeira escola de Hip Hop da América Latina, com 16 anos de atuação, presença nos 27 estados brasileiros e em mais 11 países. Desde 1999 já atendeu mais de 58 mil jovens e desenvolveu 48 projetos. Foi criada para colocar em contato pessoas de todo o Brasil que praticam as artes integradas do Hip Hop (rap, break, DJ e grafite), divulgando cada artista e promovendo a cultura e a inclusão social através da militância nas periferias das grandes cidades. O Instituto Enraizados se desenvolve com base em três eixos: comunicação, formação e intercâmbio, tendo pelo menos um projeto de referência em cada área.
Prêmios recebidos
[2012] – Filme ‘Bem Vindo Ao Clube’ – Melhor Roteiro no Festival Cine Faces de Paracambi/RJ.
[2010] – Filme ‘A Realidade Dos Jovens’ – Prêmio de Melhor Filme de Projeto Social no Festival Iguacine de Nova Iguaçu/RJ.
[2010] – Revista Enraizados – Prêmio de Mídias Livres (Ministério da Cultura).
[2009] – Portal Enraizados (www.enraizados.com.br) – Prêmio de Mídias Livres (Ministério da Cultura).
[2009] – Prêmio Baixada, na Categoria Comunicação (Fórum de Cultura da Baixada Fluminense).
[2008] – Biblioteca Enraizados – Prêmio Ponto de Leitura, Edição Machado de Assis (Ministério da Cultura).
[2007] – Rede Enraizados – 1º Lugar no Prêmio Cultura Viva 2ª Edição -Categoria Organização da Sociedade Civil (Ministério da Cultura).
Dudu de Morro Agudo
Sobre Dudu de Morro Agudo
Dudu de Morro Agudo conheceu o rap em 1994, aos 14 anos, desde então lançou nove discos, dentre os quais se destacam DMÁtomo, em parceria com o rapper Átomo; #ComboIO com os rappers Léo da XIII e Marcão Baixada; e o disco solo, Rolo Compressor, com o qual ele fez turnê pela França e Chile, em 2010.
Sua inquietude artística o permitiu escrever o livro ‘Enraizados: os Híbridos Glocais’, pela Editora Aeroplano, e dirigir o premiado documentário ‘Mães do Hip Hop’. Em 2015 foi a Miami com seu grupo de rap, ComboIO, disputar o campeonato Take Back The Mic, promovido pela plataforma AMP.it, do qual foi vencedor. Atualmente, Dudu está gravando seu novo disco solo e dedicando maior parte do seu tempo à campanha da nova sede do Instituto Enraizados.
Serviço
Caleidoscópio
Dia 17 de setembro
Praça de Morro Agudo (Rua Thomaz Fonseca, próximo ao número 200)
A partir das 10 horas: Feira Criativa, CaleidoKids e Painel de Graffiti;
A partir das 16 horas: Atividades Culturais.
Programação: https://www.facebook.com/events/632388846918837