Tag: Grafiteiro

  • A descentralização do DJ na Cultura Hip Hop

    A descentralização do DJ na Cultura Hip Hop

    No início de tudo, haviam apenas três elementos na cultura Hip Hop, o DJ, o Bboy e o grafiteiro (que era o único que conseguia “andar” sem o DJ), sendo assim, o Disc Jockey é o pilar e responsável pela condução de tudo, do instrumental pro MC versar e pro Bboy dançar. O MC surgiu da necessidade de se ter uma voz representando a cultura, “a voz das ruas”.

    Com o passar do tempo o protagonismo do Hip Hop foi transferido do DJ para o MC sem aviso prévio e os DJs foram perdendo bastante espaço na cena. Os MCs falavam o que o público queria falar e ouvir.

    Atualmente o DJ tem sido colocado como mero coadjuvante, empurrado de canto, para o MC que ganha todos os holofotes, a real é que a cena de hoje não dá o devido valor ao DJ. O DJ vem sendo chamado para tapar o buraco da line up nos eventos, nos flyers dos eventos se veem em destaque fotos e nomes dos MCs como atrações principais e os condutores ficam com menor destaque, induzindo o publico a pensar que sua importância seja menor e isso acaba desencorajando quem pensa em seguir a carreira.

    Obviamente sem o DJ nada flui no evento,  ele é o condutor de tudo e atualmente é muito raro vê-lo no centro do evento, como lhe é de direito. Porém na cultura reggae, mais especificamente no Dub, há um respeito muito grande para com a figura do DJ, ele é tido como um sacerdote que faz a ligação do público com Jah.

    “A cultura sound system é a base de tudo, os bailes eram diferentes […] a galera do Dub chega a ser conservadora, fazem até hoje do mesmo jeito que nos anos 60, no rap o MC aparece bem mais, acontece nas rodas culturais de a galera só ir ver a batalha e meio que ignorar o resto.” Rodrigo Caê (Guetto)

     

  • A arte do grafiteiro FML

    A arte do grafiteiro FML

    O Graffiti é uma arte visual fantástica e um dos elementos da cultura Hip Hop.

    Centro de muita polêmica por sua classificação perante a sociedade que hora a tem como arte e hora a considera um ato de vandalismo; Ela provoca amor e ódio em sua história recente, e episódios como o de São Paulo são sempre latentes, tanto em gestões municipais passadas como na atual (o atual prefeito mandou apagar vários painéis com a arte no centro da cidade num claro episodio de falta de conhecimento e desrespeito aos artistas). O graffiti enfrenta o dia a dia com muita cor, emoção e lágrimas.

    Um cara que me orgulha e muito ter conhecido no Enraizados foi o FML. Sempre com aquela fala tranquila, observador e inteligente em suas colocações e traços. Trabalha com crianças que apresentam necessidades especiais na Zona Oeste do Rio de Janeiro e produz artes inacreditáveis com suas latas.

    Bati um papo rápido sobre início de carreira, inspirações, e claro, de seu trabalho que é muito inspirador pra todos nós, principalmente os que trabalham com crianças e adolescentes. Para se ter ideia do problema enfrentado na educação fluminense, hoje no Rio de Janeiro 2,5 milhões de jovens estão fora da escola por diversos motivos, como por exemplo, falta de identificação com o que é ensinado. As oficinas de grafite podem e devem ser um grande estímulo para a atração destes meninos e meninas de todas as idades.

    Mas vamos ao papo!

    Cleber: Como você se interessou pelo graffiti e quais foram suas referências?

    FML: Então, de 1997 para 1998, comecei a ouvir rap. Já tinha visto algumas pinturas em paredes em filmes americanos, porém ainda não tinha despertado interesse em saber como fazia, mas já me chamava a atenção. E a pichação era algo que me chamava – e ainda chama – atenção, porque eu ando pelas ruas tentando ler as escritas nos muros.

    Até que na escola, eu conheci alguns pichadores. Tive uma passagem muito rápida pela pichação. Descobri que eu não queria fazer aquilo, porém eu respeito, fiquei só no desenho (no papel). Eu desenhava muito mal, mas os amigos do ‘Xarpi’ e os que não eram do ‘Xarpi’ diziam que eu desenhava bem. Meu irmão desenhava melhor do que eu e ficava rindo dos meus desenhos. Acho que esse fato, dele rir e dizer que eu desenhava mal, me fez desenhar na prática e estudar mais e mais desenho, até que hoje meu irmão não desenha e curte meus desenhos no Facebook! (risos).

    Mas minha entrada no graffiti foi ao ver uma matéria do grafiteiro Fábio Ema no jornal ‘O dia’. Tinha uns desenhos dele e infelizmente perdi este jornal em uma enchente. Ali comecei correr atrás do que era graffiti, na época descobri que o Ema dava oficina lá em São Gonçalo, até fiz contato, mas o triste era que eu não tinha grana pra sair de Austin (Nova Iguaçu- Região metropolitana do Estado do Rio de Janeiro) e chegar a São Gonçalo (distante 60km).

    Fui em busca de informação, mas era difícil porque a internet era pra poucos. Um primo que também desenha, mas não estava ligado no graffiti se aproximou e mostrei pra ele, dizendo: Vamos fazer isso?

    O primeiro desenho foi horrível! Colorgin e Latex água amarelo; algumas pessoas passavam e gritavam “vai pichador”; os caras do Xarpi passavam e diziam “Caraca! Tá muito maneiro!”.

    Depois conheci a aerografia, eu tinha preconceito sobre essa técnica, digo, não preconceito, mas falta de informação. Mas meu primo se interessou e eu embarquei com ele. Hoje pretendo voltar a estudar essa técnica de aerografia.

    Depois de alguns anos consegui assistir uma palestra com Ema no Sesc e nessa época eu já sabia que aqui tínhamos o Dante e alguns outros grafiteiros bacanas. Fiz oficina na Fundição Progresso com o Chico e o Preas Nação Crew. Preas foi o cara que abriu minha mente, e aí comecei a pesquisar sobre tudo o que é arte e até artesanato. Também já fiz oficina com Bobi, Bunys e Combo em um projeto social.
    Minha outra referência no início foi o grande profeta Gentileza (Gentileza fazia enormes graffitis na Zona Portuária do Rio de Janeiro com frases pregando o amor entre as pessoas).

    O primeiro desenho foi horrível! Colorgin e Latex água amarelo; algumas pessoas passavam e gritavam “vai pichador”; os caras do Xarpi passavam e diziam “Caraca! Tá muito maneiro!”.

    Fale sobre o seu trabalho com as crianças.

    FML: Trabalho em uma instituição chamada CAPSIi (Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil) que cuida de crianças com transtornos mentais graves. Lá fazemos um trabalho de inserção destas crianças e adolescentes na sociedade. Eu desenvolvo algumas oficinas e uma delas é a de graffiti. Na saúde mental temos uma data onde comemoramos o dia da luta antimanicomial, que é no dia 18 de Maio.

    Deixe algumas dicas pra quem quiser saber mais sobre esses assuntos.

    FML: Como dica de livro, eu deixo o “O Holocauto Brasileiro”. Tem o documentário também no youtube com o mesmo título.

    Sobre meu trabalho com grafitei e arte em geral é só curtir e seguir:
    Instagram: @fmlgraffiti
    Pagina no facebook: @amotinta

    Respeito e paz a todos!

  • GALERIA: Galeria 20-26 #01

    GALERIA: Galeria 20-26 #01

    Ontem, dia 28 de fevereiro de 2016, o Enraizados iniciou um projeto que durará 10 anos, sim exatos 10 anos: A #Galeria2026.

    O projeto tem o objetivo de grafitar todo o bairro de Morro Agudo, mas pra isso precisamos estabelecer parcerias com os moradores, para que doem seus muros para os mutirões de graffiti, assim como fez  Felipe Mickey.

    Participaram do painel os grafiteiros Tex (São Gonçalo), Babu (Morro Agudo), Léo da XIII (Cerâmica) e FML (Austin).

    Durante o processo de pintura do painel, dezenas de pessoas (homens, mulheres e crianças) pararam para observar e alguns moradores já doaram seus muros para o projeto.

    Vamos colorir Morro Agudo??

  • Swizz Beatz e sua passagem pelo Rio de Janeiro

    Swizz Beatz e sua passagem pelo Rio de Janeiro

    Beleza, tá todo mundo falando do rolé que a Alicia Keys tá dando aqui no Rio e do show dela no Rock in Rio. Alguns podem não saber, mas o marido dela é nada mais nada menos que Swizz Beatz (GOD DAMMIT!), rapper e produtor, que está por trás das produças de grandes nomes do rap mundial, como Jay-Z, LL Cool J, Busta Rhymes, Gucci Mane, Diddy e Pusha-T; além de ter uma parceria de peso com a marca Reebok, onde o cara tambem assina umas peças pra marca.

    Uma dos recentes trabalhos de Swizz foi a música “Street Knock”, feita em parceria com o nova-iorquino A$AP Rocky.

    Swizz Beatz se encontrou com o renomado grafiteiro brasileiro Marcelo Eco. O rapper esteve com Eco em uma favela e o acompanhou em uma pintura; e ainda usou uma camisa do artista. Se liga nas fotos que ele postou no Instagram:

    swiz-eco1

    swiz-eco

    Agora só falta colar com os rappers e produtores cariocas.

    [+] Swizz Beatz no twitter
    [+] Marcelo Eco no twitter