Tag: Igualdade Racial

  • Hip-Hop em Movimento: Transformação social e sustentabilidade na periferia e além

    Hip-Hop em Movimento: Transformação social e sustentabilidade na periferia e além

    No 1º dia do Seminário Internacional do Hip-Hop, artistas e ativistas mostram como o movimento une cultura, economia criativa e impacto social.

    O auditório da Petrobras em Brasília foi palco de um dos momentos mais significativos para a cultura Hip-Hop no Brasil nesta sexta-feira (29/11). Dentro do 1º Seminário Internacional do Hip-Hop, que se estende até sábado (30), o painel “Inovação e Sustentabilidade na Cultura Hip-Hop como Economia Criativa” reuniu artistas, pesquisadores e gestores culturais de diferentes partes do Brasil e da América Latina. Com o objetivo de discutir caminhos para fortalecer o movimento enquanto ferramenta de transformação social e fonte de renda, a conversa trouxe reflexões sobre políticas públicas, iniciativas locais e o papel do
    Hip-Hop como patrimônio cultural.

    Sustentabilidade e inovação no Hip-Hop: depoimentos que inspiram

    O painel contou com a participação de nomes expressivos, como CDJ de Goiás, Giovanni Nieto, conhecido como YBNT da Colômbia, Douglas Nunes da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, a produtora cultural Andrea Felix de Uberlândia, Minas Gerais e Jailson Correia, o Preto Mil Grau de Guiné Bissau. Cada um deles trouxe experiências de como o Hip-Hop vem rompendo barreiras e construindo novas possibilidades.

    Para o hip hoper CDJ, o Hip-Hop não é apenas um movimento cultural, mas uma ferramenta econômica e social transformadora. “Participar dessa rodada de conversa foi algo muito importante para que a gente pudesse transmitir um pouco do que eu acredito ser sustentabilidade. É buscar meios de capacitar a galera, principalmente nas periferias, para que elas possam olhar para o Hip-Hop como fonte de renda através da música, dança, grafite e discotecagem”, destacou.

    Ele também apontou ações concretas em Goiás, como plantio de árvores e hortas comunitárias, que geram não apenas renda, mas também segurança alimentar nas periferias. “O Hip-Hop pode dialogar com a iniciativa privada e o poder público, porque ele traz retorno. Diversas empresas querem seu nome ligado a algo sustentável, e acredito que o Hip-Hop é essa fonte.”

    Da Colômbia, YBNT, idealizador do festival ambiental Cuida Natura, compartilhou como o movimento se consolidou em parceria com instituições públicas. “Na Colômbia, conseguimos aliar o Hip-Hop à universidade pública, formando artistas e docentes capazes de ensinar Hip-Hop em escolas, universidades, fundações, e até mesmo em presídios. Nosso trabalho inclui populações indígenas, afrodescendentes e moradores de rua, sempre com um enfoque pedagógico e de paz nos territórios.”

    Negro Lamar (Maranhão), DJ Fábio ACM e DJ Big

    O papel das políticas públicas e do Conselhão

    Representando a Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Douglas Nunes destacou a importância do diálogo com o movimento para a construção de políticas públicas mais eficazes. Ele ressaltou a atuação de Cláudia Maciel, conselheira do presidente Lula e uma das articuladoras do seminário, no debate sobre igualdade racial.

    “Ela levou ao Conselhão o compromisso de transformar as demandas e propostas geradas aqui em políticas públicas concretas, reforçando a escuta ativa das comunidades.”

    Hip-Hop em rede: conexões nacionais e internacionais

    Para Andrea Felix, organizadora do UDI Hip-Hop Festival, o impacto do Hip-Hop transcende fronteiras. Ela compartilhou a experiência de Uberlândia, onde o festival se consolidou como o maior do Triângulo Mineiro, fomentando economia criativa e inspirando eventos semelhantes em Salvador, Portugal e Emirados Árabes. “Essa troca fortalece nossa construção nacional e expande nosso alcance. A 14ª edição do festival já conta com apoio da prefeitura pelo terceiro ano consecutivo, mostrando como é possível fazer o Hip-Hop gerar economia e transformação.”

    Já Jailson Correia, o Preto Mil Grau de Guiné Bissau, reforçou a essência educativa do movimento. “Um evento como esse traz um dos pilares do Hip-Hop, que é o conhecimento. Esse espaço é fundamental para a troca de saberes e a mistura de culturas, que só fortalecem o movimento.”

    Contexto e avanços do Seminário Internacional

    O seminário, que ocorre dentro do calendário da Campanha Cultura Negra Vive, celebra o Dia Mundial do Hip-Hop (12/11) e o Mês da Consciência Negra (20/11). A programação diversificada inclui mesas-redondas como “Cultura Hip-Hop como Patrimônio Imaterial”, debates sobre igualdade racial e apresentações culturais de grupos como Atitude Feminina e Viela 17.

    Segundo Cláudia Maciel, o evento marca um momento histórico para o movimento. “O decreto nº 11.784, assinado pelo presidente Lula, consolida o Hip-Hop como uma legítima expressão da identidade brasileira. Além disso, o inventário participativo com o Iphan avança no reconhecimento do Hip-Hop como Patrimônio Cultural Imaterial.”

    A ministra da Cultura, Margareth Menezes, e a socióloga Vilma Reis também estão entre os grandes nomes que compõem as discussões. O evento reflete o fortalecimento do movimento como força cultural e política no Brasil e no mundo, apontando para um futuro onde o Hip-Hop se consolida como eixo transformador da sociedade.

    Protagonismo das comunidades periféricas

    Os debates também destacam o papel das comunidades periféricas como epicentro do Hip-Hop. A conexão entre tradição e inovação surge como um dos principais motores para transformar realidades e ampliar a luta por justiça social e racial.

    No segundo dia do seminário, o foco será a implementação de políticas públicas específicas para o movimento, com mesas como “Mulherismo Afrikana e Políticas Públicas para
    Homens Negros” e “Cultura de Base Comunitária como Ferramenta de Transformação Social”.

    O encerramento ficará por conta do grupo Viela 17, consolidando o Hip-Hop como uma força vibrante e necessária para a cultura brasileira.

  • Oportunidade Única: Estudantes de Licenciatura Podem Participar de Intercâmbio de 15 Dias na Universidade Pedagógica de Maputo, em Moçambique

    Oportunidade Única: Estudantes de Licenciatura Podem Participar de Intercâmbio de 15 Dias na Universidade Pedagógica de Maputo, em Moçambique

    A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e o Ministério da Igualdade Racial (MIR) anunciaram a abertura da primeira seleção do “Caminhos Amefricanos: Programa de Intercâmbios Sul-Sul”. Destinado a até 50 estudantes quilombolas ou autodeclarados pretos ou pardos, matriculados em licenciaturas a partir do 5° semestre e vinculados a Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas ou grupos correlatos, o programa oferece a oportunidade única de participar de um intercâmbio de 15 dias na Universidade Pedagógica de Maputo (UP – Maputo).

    As candidaturas estão abertas até às 17h de 4 de janeiro de 2024, pelo Sistema de Inscrições da CAPES (Sicapes). A iniciativa visa não apenas proporcionar uma experiência enriquecedora no exterior, mas também contribuir ativamente para o combate ao racismo e a promoção da igualdade racial no Brasil.

    Antes da viagem, os selecionados participarão de um curso online de 40 horas sobre História e Cultura Afro-brasileira e Moçambicana. Durante a estadia em Moçambique, os participantes deverão elaborar um relatório das atividades realizadas na UP – Maputo, apresentando também um artigo, evento acadêmico ou relato de experiência decorrente do programa.

    O apoio financeiro, de responsabilidade do MIR, inclui valores para diárias, passagens aéreas, auxílio seguro-saúde, emissão de passaporte e visto de entrada em Moçambique. Detalhes adicionais podem ser encontrados no Edital Conjunto nº 34/2023, disponível no Diário Oficial da União e no site da CAPES.

    O “Caminhos Amefricanos” visa estimular a troca de conhecimentos, experiências e políticas públicas, contribuindo para o combate ao racismo e para a educação das relações étnico-raciais. Além disso, a iniciativa fortalecerá a formação inicial e continuada de educadores na perspectiva da Educação das Relações Étnico-Raciais.

    Essa é uma oportunidade ímpar para os estudantes que desejam vivenciar uma experiência internacional enriquecedora e contribuir ativamente para a promoção da igualdade racial no Brasil.

    Para mais informações acesse: https://www.gov.br/capes/pt-br/assuntos/noticias/capes-abre-selecao-para-intercambio-em-mocambique

  • Instituto Identidade do Brasil (ID_BR) Anuncia a 4ª Edição do “Prêmio Sim à Igualdade Racial”

    Instituto Identidade do Brasil (ID_BR) Anuncia a 4ª Edição do “Prêmio Sim à Igualdade Racial”

    O Instituto Identidade do Brasil (ID_BR), pioneiro na promoção da igualdade racial no país, lança a 4ª edição do “Prêmio Sim à Igualdade Racial”, uma iniciativa voltada para reconhecer e premiar pessoas, empresas, iniciativas e organizações que contribuem significativamente para a promoção e aceleração da Igualdade Racial no Brasil, nas áreas de empregabilidade, educação e cultura.

    Sobre o ID_BR:
    Fundado em 2016, o ID_BR é uma organização sem fins lucrativos dedicada a reduzir as desigualdades no mercado de trabalho e na sociedade em geral. A instituição atua como referência na promoção da igualdade racial para pessoas negras e indígenas no mundo corporativo, desenvolvendo programas e ações voltadas para essa causa.

    O Prêmio:
    Desde 2018, o “Prêmio Sim à Igualdade Racial” tem sido um marco na celebração da diversidade e inclusão. Este reconhecimento busca destacar iniciativas exemplares que promovem a igualdade racial em três pilares fundamentais: Cultura, Educação e Empregabilidade.

    Como Funciona:
    – A premiação possui 12 categorias, sendo 10 indicadas pelo público por meio do site, e 2 categorias de homenagens.
    – Um time de especialistas avalia as indicações, garantindo que estejam alinhadas aos critérios de cada categoria.
    – O júri técnico, composto por profissionais especializados, seleciona os vencedores em cada categoria.

    Pilares da Premiação:
    1. Cultura: Destinado a expressões artísticas de pessoas negras ou indígenas e produções publicitárias que geram reflexões sobre a pauta racial.

    2. Educação: Reconhece iniciativas que promovem a igualdade racial por meio da educação, incluindo programas de ensino e contribuições intelectuais.

    3. Empregabilidade: Enfoca estratégias e lideranças comprometidas com a promoção da igualdade racial no mundo corporativo e empreendedorismo.

    Perguntas Frequentes:
    1. O que é o ID_BR? O ID_BR é uma referência na promoção da igualdade racial para pessoas negras e indígenas no mundo corporativo, desenvolvendo programas e ações voltadas para essa causa.

    2. Por que o prêmio é destinado às pessoas negras e indígenas? Para reconhecer ações de promoção da igualdade racial protagonizadas pela identidade negra e indígena, que muitas vezes não têm visibilidade justa em outras premiações.

    3. Quais são os critérios de seleção do ID_BR para o prêmio? Além do número de indicações, o ID_BR considera o impacto na sociedade e a atuação relevante. O júri especializado avalia as indicações por critérios definidos.

    SAIBA MAIS:
    https://simaigualdaderacial.rds.land/premio-2024-indicacoes

  • Cadeia alimentar

    Cadeia alimentar

    Um dia fui convidado para um evento de luta pela igualdade racial, quando lá cheguei e ia me sentar, fui informado que o lugar que escolhi estava reservado e eu deveria me sentar na fileira de trás. Percebi que alguns negros, para sentirem-se “brancos”, querem alguns “negros” para si, ainda que esses sejam “brancos”.

    Alguns desses negros e brancos pertencem às religiões de matriz africanas, que constantemente são vítimas de intolerância religiosa. No entanto, alguns deles não toleram o fato de outro negro ou branco não pertencer às religiões de matriz africana.

    Alguns cristãos negros e brancos, não toleram as religiões de matriz africanas, assim como também não toleram os ateus.

    Os tais ateus, brancos e negros, precisam desesperadamente que existam as religiões de matriz africana e também o cristianismo, ou já era o seu sentido de ser.

    Entre esses ateus há gays, negros, brancos, homens e mulheres. Esses gays são constantemente censurados pelos homofóbicos. Por sua vez, alguns desses gays censuram qualquer um, homem, mulher ou religioso que se oponham a sua orientação sexual, ainda que não sejam esses homofóbicos.

    Existem feministas, negros, brancos, religiosos, ateus, gays, homens e mulheres. Algumas dessas feministas querem ser “homem”, para dominar seus homens e também suas mulheres, sejam esses machistas ou não. E assim segue a cadeia alimentar, um devorando o outro.