Em uma ordem cronológica apresento pra vocês os 10 videoclipes de rappers da Baixada Fluminense que considero mais emblemáticos. Os critérios que utilizei são roteiro, performance dos MCs, produção, locação, entre outros…
Neste ano de 2017 foram produzidos muitos videoclipes, e muitos são bons de verdade, contudo alguns mais antigos tiveram um impacto muito positivo para a região na época, então também precisei considerar este fator.
Espero que gostem da lista, mas lembrem que não coloquei do melhor videoclipe para o pior e nem vice-versa, os clipes estão em ordem cronológica e o intuito aqui é apresentar para vocês alguns artistas e clipes que eventualmente vocês não conheçam, e não instigar uma disputa sem sentido (mas se rolar tudo bem, rsrsrsr).
Quem discordar da minha lista pode deixar mensagens nos comentários, vai ser um prazer trocar essa ideia com vocês e também conhecer mais clipes.
01) WSO – Crime perfeito (2017)
02) Aogiro – Muda nada (2017)
03) Léo da XIII – Novos Planos (2016)
04) Einstein NRC – Einstênio (2016)
05) Marcão Baixada – Baixada em cena (2014)
06) Slow da BF – Baixada (2013)
07) Marcio RC – Virtudes (2012)
08) Kapella – Noiztapafica (2012)
09) Pêvirguladez – Eles não moram no morro (2011)
10) Vou deixar o décimo por conta de vocês.
Qual o clipe que não citei aqui que vocês acham que deveriam entrar nesta lista? Coloque o link nos comentários.
Camila Guimarães e Higor Cabral são casados, pais de uma linda menina chamada Maria Flor e sócios em uma produtora chamada Pitanga Audiovisual, onde além de garantir o ganha pão, permite que coloquem em prática muitas ideias legais.
Durante os últimos anos eles produziram muitos clipes de rap, principalmente dos MCs da Baixada Fluminense, onde destacam-se Marcão Baixada, Léo da XIII e Einstein. Em março eles ministrarão no Espaço Enraizados um curso totalmente experimental de audiovisual, com ênfase na produção de videoclipes.
Aproveitando a oportunidade que tivemos, nós, da Hulle Brasil, fizemos uma entrevista pra lá de exclusiva com eles. Esperamos de todos e todas curtam muito!!!
Hulle Brasil – O que é a Pitanga Audiovisual?
Pitanga Audiovisual – É uma produtora criada por nós para que pudéssemos colocar pra fora tudo o que ficávamos pensando quando não tínhamos condição de ter uma câmera. Tudo mesmo.
Buscamos sempre captar as imagens de forma artística, porém orgânica e visceral ao mesmo tempo. Gostamos de deixar fluir, sem muita firula. Prezamos pelo real até quando estamos fazendo algo mais controlado como um clipe. São nesses pilares que a Pitanga se apoia.
Mas não se engane, no fim somos apenas um casal que adora fazer vídeos (risos).
Vocês já produziram muitos clipes de rap, como começou essa correria na cena?
Um belo dia fizemos um trabalho em um evento do Dia da Baixada. Foi um show com vários MCs no SESC Nova Iguaçu. Ali entrevistamos Marcão Baixada, Slow da BF, Dudu de Morro Agudo e muitos outros.
A partir daí foi totalmente natural entrarmos nesse mundo. Além de começarmos a curtir de verdade o trabalho do pessoal, fomos aos poucos conhecendo mais a fundo cada um. Conhecemos o Enraizados e passamos a acompanhar a produção cultural da Baixada, coisa que a gente, morando aqui desde sempre, não conhecia.
Ficamos muito próximos do Marcão Baixada e propomos a ele fazer um clipe. Porque como dissemos numa pergunta anterior, queríamos fazer, colocar pra fora. E estávamos curtindo de verdade o trabalho da galera. Ele aceitou e fizemos “Baixada em Cena” na guerrilha total, do jeito que a gente sempre faz, pois quase sempre a nossa condição e a do artista não permite uma produção maior. A partir daí muitas pessoas vieram perguntar sobre o nosso trabalho. Já fizemos outras coisas com outros estilos musicais, mas o rap predomina totalmente, pois já estamos inseridos na cena.
A gente conhecia bem pouco sobre rap e fomos aprendendo enquanto fomos trabalhando dentro da cena. Isso foi incrível porque hoje o que mais toca em casa é rap.
Quantos videoclipes vocês já fizeram?
Nunca contamos, mas deve estar em torno de 10. Tem muita coisa já gravada que em breve estará na rua.
É só rap? Porque?
90% sim. Não nos limitamos. Mas por estarmos inseridos na cena acaba que rola muita indicação de um artista para o outro.
Como surgiu a ideia de fazer esse curso de audiovisual com ênfase em videoclipe?
A gente sempre pensou em fazer algo assim. Principalmente focando na produção em condições precárias, na guerrilha. Porque não adianta nada ensinar a trabalhar com equipamentos incríveis e numa produção que dificilmente as pessoas conseguirão participar no começo.
Estamos há 4 anos nessa e fizemos pouquíssimas produções maiores como quando produzimos junto da Leila, do Eu Amo Baile Funk, e do pessoal do Apavoramento o clipe “Paradinha”, do MC Duduzinho. Não participamos da parte audiovisual do clipe em si, fizemos o vídeo de making of e a produção executiva e de set.
E a ênfase em videoclipe é porque é a coisa que mais estamos fazendo nos últimos tempos, sem contar os trabalhos com casamento. Já temos uma boa bagagem em produzir algo sem muita estrutura e conseguir um resultado legal.
Higor Cabral
Vocês são donos de uma produtora, não é contraditório formar pessoas que podem ser seus concorrentes?
Não mesmo! Inicialmente pode parecer, mas além de podermos ter pessoas para poder trabalhar conosco futuramente, “formar concorrentes” é ótimo para aumentarmos a diversidade de coisas produzidas.
Tem muita gente que gosta de esconder o jogo, não dizer como faz isso ou aquilo. Como conseguiu tal coisa. Não temos problema nenhum com isso. Estamos sempre trocando informações valiosíssimas com todos.
Acho essa troca essencial para a evolução da cena audiovisual na Baixada. Tem muita coisa pra fazer em relação a vídeo. E outra coisa que pensamos muito é: – “Só 3 produtoras vão fazer todos os clipes de todos os artistas?”
Não faz sentido algum, pois cada um tem uma estética e originalidade a oferecer.
Como esse curso vai funcionar na prática? Tipo dias e horários, conteúdo e como serão as aulas?
Vai acontecer do dia 15 ao dia 19 de março, das 16h às 20h. Cada dia será totalmente diferente do outro. No primeiro dia falaremos sobre a nossa forma de trabalho e viajaremos entre referências e nossos trabalhos antigos.
No segundo dia conversaremos com Léo da XIII e Dudu de Morro Agudo sobre a música e veremos todo o norte para a produção do clipe de uma forma totalmente livre, nós não pensaremos nada sobre o clipe até o curso.
Essa urgência será um diferencial para o curso também, teremos pouco tempo para resolver tudo. No terceiro dia definiremos tudo de roteiro e produção. A partir do quarto dia já estaremos filmando, editando e colorizando.
Na outra semana faremos a conclusão do curso com uma festinha e exibição do clipe pronto.
Já fizemos o clipe da música “Novos Planos” do Léo da XIII e sempre fica aquele gostinho de quero mais. Um dia ele veio falar sobre fazer um clipe dessa música. E naquela mesma semana nós estávamos falando sobre finalmente colocar algo como um curso em prática. Aí juntamos tudo. Falei com o Léo que falaria com o Dudu sobre isso e aí a gente aproveitava e usava o clipe como um produto do curso. E já temos o artista para o próximo curso, será uma música ainda não escolhida do Marcelo Peregrino.
Camila Guimarães
Todo o processo de produção e concepção do videoclipe será coletivo, isso me parece complexo, pois serão muitas cabeças pensando coisas diferentes tanto para roteirizar, gravar e editar. Têm certeza que isso vai dar certo?
Então, vai ser totalmente experimental. Na verdade vai ser como um exercício de criatividade. Com muitas cabeças pensando, tudo pode ser ótimo e horrível ao mesmo tempo. Mas acho que o mais legal do curso vai ser isso.
Ver como podemos nos perder, pensar mil coisas impossíveis e depois colocar os pés no chão. Já que o curso tem a premissa de ser uma produção de custo quase zero. Penso nas pessoas saindo desse curso com a mente aberta e a certeza de que podem fazer tudo que quiserem.
Vai ser um experiência completa pois teremos o clipe pronto no final. Isso é um diferencial sensacional para as pessoas verem que fizeram a diferença naquele projeto. Porque é assim mesmo que acontece, a pessoa que não é a roteirista do projeto dá a melhor ideia para o roteiro, o próprio artista dá a melhor ideia de direção, alguém do elenco acaba pegando a câmera e filmando.
Aconteceu isso em “Psico” do Marcão, não conseguiríamos subir numa laje para filmar de cima, daí um dos caras do elenco filmou pra gente.
O Espaço Enraizados ainda não está pronto, mas mesmo assim vocês decidiram fazer o curso no quintal, no chão de terra. Qual o motivo?
Já estávamos com essa vontade a muito tempo. então queríamos fazer logo (risos).
E um curso de audiovisual num quintal, embaixo de uma árvore, pisando no chão de terra, me parece uma belíssima ideia. Vai ser um ambiente informal e com uma produção feita na raça; Exataamente o que o curso propõe.
Em breve a sede do Enraizados estará totalmente reformada e nós vamos usufruir de todo conforto e estrutura. Mas nunca podemos esquecer dos momentos difíceis, pois é exatamente nesses momentos que mora a genialidade e a criatividade de fazer algo único.
Depois de 4 anos estamos com condição de alugar uma câmera melhor para os clipes, mas nem sempre foi assim. Precisamos saber fazer acontecer com tudo e com nada.
Pitanga Audiovisual em ação
Qual resultado vocês esperam com esse curso?
Não esperamos um resultado imediato ou algo que mude totalmente quem participar.
O que esperamos é mostrar uma perspectiva que talvez eles ainda não tenham enxergado sobre a produção audiovisual. As vezes a gente pensa que tudo acontece de uma forma mágica, mas no curso vão ver a quantidade de erros, problemas e gambiarras que precisamos fazer para tudo dar certo no final.
Só assistir ao clipe não traz toda essa noção dos bastidores. É só assistir algum making of de um filme milionário de Hollywood que você percebe o quão complicado é, mesmo com milhões disponíveis.
Então a ideia é o pessoal sair desse curso com uma ideia mais desconstruída do que é fazer um vídeo.
E pro futuro, pretendem fazer outros?
Com certeza! Temos várias outras ideias que em breve colocaremos em prática. A ideia vai ser sempre plantar uma sementinha que aos poucos vai brotar na cabeça da galera. De que dá pra fazer muito com pouco, de que é possível fazer as paradas acontecerem e no fim de tudo, poder conseguir algum dinheiro com isso.
Se esperássemos ter algum dinheiro antes de fazer algo, não existiria 90% da classe artística aqui na Baixada. Temos que arrumar um jeito de fazermos antes pra conseguir algo depois. E as vezes isso pode ser bem depois.
Inclusive esse curso de videoclipe já tem até outra edição, só não sabemos quando, mas vai ter.
A parceria entre os rappers Léo da XIII e DMA(Dudu de Morro Agudo) já ultrapassa uma década, com dezenas de composições que ganharam vida após diversos encontros.
No passado, os convites de Léo da XIII para que DMA participasse de suas músicas eram frequentes, sempre com intuito de inovar e testar os limites de ambos os rappers.
Contudo, os fãs da dupla já estavam cobrando novas músicas, então Léo da XIII, que já havia gravado a música Novos Planos, em parceria com o rapper Marcão Baixada – e que aguarda o lançamento do videoclipe, produzido pela produtora Pitanga Audiovisual, a qualquer momento – convidou DMA para fazer um som novo, chamado O Aço, com uma pegada bem atual, envolvendo trapfunk, com discurso bem carioca como de costume.
No time, também está envolvido o produtor Alexandre [Altek], que também produziu a música Novos Planos.
O rapper carioca Léo da XIII acaba de lançar o álbum “Inesquecível”, que traz músicas que falam de sua infância e de suas correrias, coisas da sua adolescência. Na capa uma fotografia de seu pai, que é pra retratar algo bem pessoal, como na música “Assunto Íntimo”.
“As músicas estão na gaveta desde 2010, mas agora achei que era a hora de colocar na pista”, diz Léo da XIII, que divide algumas tracks com Samuel Azevedo, Elias Japi (Ethiopia), Diamante Mc, Marcão Baixada e Átomo.
“Inesquecível” é o quinto álbum solo do rapper, que também lançou um disco com o coletivo #ComboIO em 2013. Este álbum custa R$12,99 na loja da OneRPM onde os fãs podem encontrar os outros 04 álbuns, mas o rapper Léo da XIII disponibiliza gratuitamente para download três faixas: Assunto Íntimo, A Flor da Pele e Ana.
Formado por três MCs e um DJ da Baixada Fluminense à pouco mais de dois anos, o #ComboIO se destaca como um dos principais grupos de rap do Estado do Rio de Janeiro.
Pra quem não tá ligado(a), o #ComboIO é um coletivo de rap formado por Dudu de Morro Agudo, Léo da XIII, Marcão Baixada e DJ Léo Ribeiro, idealizado por DMA a partir de um insight de um trabalho de faculdade para ser uma start up, o empreendimento se tornou um coletivo de rap bastante promissor.
A proposta do grupo é, a partir da experiência de cada integrante, extrair o sumo, que é a essência do trabalho que desenvolvem. Por isso focam sempre e prioritariamente em suas carreiras solo, porque essa atitude é o fundamento que contribui para o sucesso do coletivo. Contudo se o grupo fica uns meses sem tocar, os fãs já começam a pirar, especulando um fim precoce do coletivo, que segundo DMA é apenas um embrião superdesenvolvido.
O #ComboIO está sem dúvidas entre os principais grupos de rap do Estado do Rio de Janeiro, e essa afirmativa se confirma cada vez mais quando se analisa a sua curta trajetória e o tanto de conquistas.
Desde sua criação, em meados de 2012, colecionam uma turnê pela França em 2013, a gravação de um disco de nome homônimo; a gravação de dois videoclipes na França: #ComboIO & La Melodie des Askars – sem contar mais um de cada integrante do coletivo em carreira solo; reportagens na TV: Estúdio Móvel; e uma infinidade de shows em importantes eventos, como poderão conferir na galeria que montamos abaixo.
Rio+20 – Junho de 2012 – RJImaginaRio – Julho de 2012 – RJ#ComboIO com Cabeça de Nego e André Ramiro – Agosto de 2012 – Belford Roxo – RJFavela Toma Conta – Outubro de 2012 – Itaim Paulista – SPFLUPP – Novembro de 2012 – Morro dos Prazeres – RJLona Cultural de Jacarépagua – Novembro de 2012 – RJCelebra Hip Hop – Novembro de 2012 – Cinelândia – RJBaixada é Hip Hop – Novembro de 2012 – SESC de Nova Iguaçu – RJPrograma Zoasom – Novembro de 2012 – Rádio Mec – RJBanca de FreeStyle Enraizados – Fevereiro de 2013 – Arena Carioca Jovelina Pérola Negra – Pavuna – RJSemana do Hip Hop de Mesquita – Março de 2013 – Mesquita – RJTerra do Rap – Julho de 2013 – SESI Nova Iguaçu – RJSLAM Le Royal – Junho de 2013 – Nancy – FrançaBroc´N Roll – Junho de 2013 – Nancy – FrançaLove Lay – Junho de 2013 – Nancy – FrançaQuaison – Junho de 2013 – Nancy – França
Batidas e Rimas – Agosto de 2013 – Queimados – RJConexão Rap – Outubro de 2013 – Guarulhos – SPBala na Agulha – Janeiro de 2014 – Irajá – RJBuraco do Getúlio – Fevereiro de 2014 – Nova Iguaçu – RJPevirguladez convida – Março de 2014 – Teatro Raul Cortez – Duque de Caxias – RJFAU021 – Novembro de 2014 – Fundição Progresso – Lapa – RJ
Olá leitores e leitoras da minha coluna semanal no Portal Enraizados. Hoje falarei de algo que percebi e experimentei nesse último final de semana, identificando uma nova perspectiva para nós do hip hop.
Pra quem não sabe, aceitei o desafio de integrar à equipe do projeto #AquiTemPalco, da Ambev em parceira com o “Mistério da Cultura – Funarte”.Quem quiser saber mais sobre o projeto, bastar clicar aqui.
Mas explicando de forma rápida, o #AquiTemPalco é um circuito de shows, que vai acontecer todos os finais de semana de novembro, com artistas locais em bares da comunidade, não importa a expressão artística, tem lugar pra todo mundo, e sendo assim o hip hop não poderia ficar de fora dessa. O piloto do projeto está acontecendo no Vidigal e em Morro Agudo.
O que pensei ao saber do projeto? Simples, percebi que pela primeira vez a nossa Baixada Fluminense foi lembrada e os nossos artistas, inclusive a galera do hip hop, podem ter uma visibilidade maior.
Nos 04 primeiros – dos 16 eventos que acontecerão em Morro Agudo, o rap esteve presente sendo muito bem representado por Lisa Castro, NRC, Ualax MC e Slow da BF, e ainda pegando de rebarba o One Way, WSO e Blahka Tao, que literalmente saíram da sua zona de conforto para apresentarem sua arte, ou melhor, nossa arte, para pessoas que não conhecem e que estão pre dispostas a ouvir estilos mais populares que tocam nas rádios, como o pagode.
Não sei se vocês se dão conta do tamanho do desafio que essa galera enfrentou, mas eu estive lá em todos os dias e pude perceber que é uma experiência no mínimo tensa, mas que eles conseguiram executar com maestria. Cada um da sua forma e maneira, mas todos com excelência. É importante ressaltar que não sou obrigado a estar todos os dias acompanhando os eventos, mas estou porque tenho um compromisso, primeiro com o hip hop, segundo com minha comunidade e terceiro com os artistas.
E sinceramente acredito que TODOS E TODAS que acreditam na força do hip hop da Baixada Fluminense devem chegar junto nos shows da galera, e digo isso não pela Ambev ou pelo Ministério da Cultura, mas pra valorizar o trabalho dos manos e minas que estão na mesma correria que nós. É a hora de mostrar que estamos unidos para podermos abrir mais e mais portas.
Nas próximas semanas se apresentarão Marcão Baixada, Léo da XIII, Diego Teckniko com sua Cypher, uma intervenção de graffiti e uma batalha de rimas, como podem conferir na programação abaixo. O desafio continua, mas no final é sempre o hip hop quem ganha.
E aí, tâmo junto ou não tâmo nessa porra?
Veja a programação para as próximas semanas:
13 de novembro (Quinta-Feira)
Onde: Bar do Mauro – Rua Lopes de Araújo, 16 – Ouro Preto, Morro Agudo Shows com: Felipe Ribeiro, Lisa Castro e Marcão Baixada
14 de novembro (Sexta-Feira)
Onde: Bar Vâmo Ali – Rua Professor Leonardo, 135 – Cerâmica, Morro Agudo Shows com: Banda Genômades e Léo da XIII
(+) Batalha de Rap
15 de novembro (Sábado)
Onde: Bar do Kaká – Rua Ipojuca, 315 – Jardim Nova Era, Morro Agudo Shows com: Só Damas e Marcão Baixada
16 de novembro (Domingo)
Onde: Bar do Magalhães – Rua Conselheiro Jorgino, 26 – Compactor, Morro Agudo Shows com: Regis Clement e show de comédia com Kwesny
20 de novembro (Quinta-Feira)
Onde: Bar do Chico – Rua Turíbio da Silva, 19 – Tenda Mirim, Morro Agudo Shows com: Em Cima da Hora e Macedo Griot
(+) Intervenção de Graffiti
21 de novembro (Sexta-Feira)
Onde: Bar da Loira – Jardim Nova Era, Morro Agudo Shows com: Robson Gabiru e LM Cia de Dança
22 de novembro (Sábado)
Onde: Bar do Dilais – Rua Ministro Lafaiete de Andrade, 1827 – Marco II, Morro Agudo Shows com: Em Cima da Hora e comédia com Flávio Show
23 de novembro (Domingo)
Onde: Bar da Denise – Rua Conselheiro Jorgino, 101 – Compactor, Morro Agudo Shows com: LM Dança + “Grupo a confirmar”
27 de novembro (Quinta-Feira)
Onde: Ratoeira do Gordo – Rua Lopes de Araujo, 309 – Ouro Preto, Morro Agudo Shows com: Só Damas e comédia com Flávio Show
Na próxima quarta-feira (30) vai ao ar, no programa Estúdio Móvel, da TV Brasil, uma entrevista com o coletivo de rap #ComboIO. A entrevista foi gravada no Espaço Enraizados, em Morro Agudo, nela os rappers falam sobre as viagens pelo Brasil e exterior, shows, clipes, negócios e a correria solo de cada um.
O Estúdio Móvel é um programa que tem como objetivo dar visibilidade a artistas independentes, pensamentos alternativos, caminhos diferenciados da produção criativa, grupos de resistência cultural, garimpando novos talentos e tudo que está fora do pensamento corrente da maioria da população – seja na música, teatro, artes plástica, dança ou performance.
#ComboIO se apresentando no Celebra, na Cinelância, RJ
O coletivo de rap formado pelos MCs Dudu de Morro Agudo (@DuduMorroAgudo), Léo da XIII (@LeoDaXIII) e Marcão Baixada (@MarcaoBaixada) retrata em suas músicas o cotidiano das periferias. Variando entre protestos rascantes e músicas festivas, e misturando os instrumentais eletrônicos do hip hop com instrumentos orgânicos, o trio consegue uma sonoridade diferente, transformando fãs de seus trabalhos solos em admiradores do trabalho coletivo experimental.
Em 2013 fizeram turnê pela França, onde fizeram shows e importantes parcerias musicais, que resultaram nos videoclipes das músicas #ComboIO e La Melodie des Askars, em parceria com os rappers Uzy Down, Timal Still, Ricky B e Buldo Tazer.
O resultado desse trabalho já pode ser conferido através das músicas que fazem parte do primeiro disco do grupo.
Ele é baiano, de Vitória da Conquista, tem 28 anos e já teve uma treta com o Cabal.
Essa poderia ser a chamada de uma matéria sensacionalista de um rapper gangsta dos anos 80, mas não, apesar de ser tudo verdade, estou falando de uma cara tranquilo, franzino, que prega a paz e que atualmente vive em Guarulhos-SP, é pai de três filhos – inclusive, um que acaba de nascer – e acaba de lançar um disco de rap, mas com uma sonoridade que nitidamente sofre uma grande influência do reggae, o que o faz conquistar fãs fora do rap, mas sem perder o respeito e admiração de quem tá dentro dessa cultura tão exigente com seus artistas, principalmente quando o assunto é lealdade ao estilo. Parece com a história do Rael e do Criolo? Acho que sim, mas o Sensato tem um “quê” a mais.
Foi recentemente contratado pela gravadora Ibotirama Records, do seu parceiro e empresário JB, que também é rapper, baiano e morador de Guarulhos; juntos selecionaram uma equipe de produtores/beatmakers não tão conhecidos como os monstros Daniel Ganjaman e os americados K-Salaam & Beatnik, mas que também conseguiram produzir, a várias mãos, um álbum ímpar em um estúdio que está longe de ser um cinco estrelas.
Segundo o próprio Sensato, seu som é criativo, melódico, crítico, sarcástico, poético, mas de fácil entendimento, sendo assim não se espante se na próxima semana você ligar a TV e o ver sentado na poltrona do Jô.
Dudu de Morro Agudo – Qual o teu nome meu mano? Sensato – Jairo Santos Araújo
Porque Sensato?
Eu usava C4, em 2006, e quando gravei o primeiro trampo em 2007, com o JR Junior, e fiz a página no myspace, o Cabal achou e me intimou.
Ele disse que só tinha espaço pra um C4 no Braza, ele. Retruquei, mas depois de um tempo preferi mudar, pra não perder o fonema, Sensato. (risos)
Porém Sensato, sensatez, é algo que eu prezo nas rimas, sempre prezei, apesar de isso por si só já denotar demência ou insanidade. (mais risos)
Amarelou pro Cabal?
Amarelei não, preferi não ter o mesmo codinome que ele.
Achei que esse era seu primeiro trampo. Já gravou algo antes?
Em 2007, um trampo que nunca saiu, chamado “Força e Resistência”. Foram 10 faixas, com produção de JR Junior, hoje conhecido como Juninho Lutero.
Ele é lá de Vitória da Conquista né?
É, aquele mesmo bicho doido. (risos)
Fiquei sabendo que ele agora é evangélico. É por isso que o trabalho não saiu? (Muitos risos) O meu?! Não, não foi por isso.
Eu não me sentia pronto e por isso não me esforcei pra por na rua, ficou só entre amigos.
Sensato
Agora você está preparado? Qual a sua idade hoje?
Me sinto apto. Não como gostaria, porque sou meio perfeccionista, porém meio desleixado, mas tenho uma mente melhor hoje, aos 28 anos.
Quem ouve teu som percebe que tu bebe em outras águas além do rap. Qual a tua formação musical?
Primeiro música evangélica, cantei no grupo de criança. Depois seresta, forró, bastante reggae na adolescência e por aí vai… Gosto daquelas musicas que nunca envelhecem, os chamados Flash Backs.
Tenho uma boa influência do reggaeman Gregory Isaacs, acho que isso caracteriza a suavidade do flow.
Como está a repercussão do disco Insana Sensatez? E porque esse nome? São minhas loucuras cara… Na verdade são as neuroses por que passei e tenho passado nestes últimos 4 anos.
Neuroses?? O disco é super positivo e motivador. A faixa 05 (Na disposição) é uma que eu choro quando ouço, parece que tu fez pra mim, é motivadora demais. A “Gata Parida” tem protesto e musicalidade. (Risos) Porra negão, obrigado cara!
É massa demais ouvir essas palavras.
O disco tem dado o retorno que você esperava? Sim. Ainda é bem recente, veio junto com meu terceiro filho.
Tá com filho pequeno? Tô cara, é Levi o nome, não foi planejado, como muita coisa em minha vida, mas dou esta mesma vida pelo pivete.
Sensato
Mas como está a repercussão, a galera tá comentando, tu tá fazendo show? O disco tá bem o que eu esperava, principalmente no que diz ao entendimento do conceito total, algo criativo, melódico, crítico, sarcástico, poético, mas de fácil entendimento.
Show ainda não. JB tá na responsa disso, mas por conta do meu filho, pedi pra ele ficar de boa só um tiquim.
A galera tá curtindo, todos que adquiriram gostaram e comentaram. Bons comentários, eu até quero ouvir críticas mais incisivas, mas até agora nada.
Sobre os comentários, a “Gata Parida” e a “Marião” são as mais aplaudidas aqui.
E Marião, quem é? Marião são todas as “negas embassadas” que vivem a vida, faz o que prefere sem se importar com o que os outros falam. A primeira inspiração foi mainha… foi ela quem cortou um pivete com um canivete que ela mesma fazia. Então fui lembrado das mulheres desse perfil que conheço e fui criando a música.
É uma homenagem a elas, do meu modo. (risos)
Sensato
E a participação do Slowdabf? Uma de minhas felicidades foi poder rimar com Slowdabf, um cara de um grupo que ouvia há um tempo já.
Eu toco o teu disco no meu carro todos os dias, pra públicos diferentes, idades, etnias, religiões, gênero e todos gostam. Algumas pessoas que ouviram disseram que você é um fenômeno, ainda melhor que Rael e o Criolo. Você já havia ouvido tal comparação? Hahahaha!!!
Caralho! Olha, um professor meu disse que eu tenho que tá no Manos e Minas e que meu disco é de Wolrd Music, isso me lembrou do Criolo, que é uma boa referência. Um outro brother ouviu a “Na disposição” e disse que meu som é tipo o do Rael.
Então a galera tá apontando na direçpão certa? Tá véi! (risos)
Num é que tá? (mais risos)
E a produção? Quem assina? Uma galera… a maior parte das bases são do Tchiago Consega; tem uma linda base feita pelo Léo da XIII; tem uma do meu parceiro de Salvador, Diego 157; tem do pastor, que é a Kizomba, faixa 11; tem do Gilmar de Andrade.
Sensato
Parece que é banda. Teve alguém que tocou algum instrumento? Sim. Marcos Paiva toca baixo acústico apenas na faixa 2. Só essa teve instrumento.
Até ia sair uma música com banda, mas não deu pé.
Quem é responsável pelo disco? A gravadora Ibotirama Records, do JB.
Deixe um salve pra galera que tá lendo tua entrevista. Um salve pra todos os loucos aí do Portal Enraizados, já te falei o quanto aprecio essa parada.
Obrigado mesmo velho, Hip Hop é uma força muito positiva que nos reanima a cada dia.
O rapper Dudu de Morro Agudo disponibilizou a acapella da música Sozinho para que beatmakers pudessem produzir remixes. Tempos depois 07 versões da música se encontram disponíveis na internet, produzidas por Léo da XIII, UR Clau, Fab Beatmaker, Tchiago Conseaga, Morf e pelo próprio DMA.
Ontem, o DJ Fábio ACM disponibilizou na internet sua contribuição, um versão da música em reggae, que vem colecionando elogios pelos rappers e beatmakers que estão ouvindo e baixando a nova versão.
Hoje, 10 de fevereiro, o rapper e produtor Léo da XIII estará ao vivo na Rádio Novos Rumos (novosrumos.com.br) ás 20:00, falando sobre sua carreira solo, produções musicais, coletivo de rimas #ComboIO e muito mais. Pra conferi e só sintonizar 98,7 FM ou ouvir pelo site.