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  • Marcos Lamoreux: morando numa mochila e procurando confusão boa

    Marcos Lamoreux: morando numa mochila e procurando confusão boa

    Tenho estado ausente com as minhas colunas de sexta-feira, é um compromisso que assumi aqui e com o qual falhei nas últimas semanas; e o texto que era pra eu entregar ontem, tô entregando hoje, mas acredito que valeu a demora e torço pra que vocês gostem.

    Entrevistei um dos caras mais “rua” que eu conheço. Cria de São João de Meriti, vegano, figura fácil nos shows de Hardcore do Rio, do Brasil e quiçá, do mundo. Marcos Lamoreux, um verdadeiro Itinerante, que vaga por aí em busca de boa confusão. Lembro da primeira vez que o vi pessoalmente, foi em 2011, quando uma amiga estava de passagem no Rio e fui encontrá-la em uma loja de doces perto da Praça do Skate de São João, a loja era do pai de Marcos e ele trabalhava lá na época.

    Alguns meses se passaram e o reencontrei numa apresentação do BNegão junto com o Digitaldubs no SESC de Meriti e meses depois estávamos no mesmo SESC no show da banda Confronto, no meio de uma roda de pogo (roda punk, bate-cabeça). Nunca tinha dado um mosh na minha vida, e tava super afim de me jogar do palco aquele dia, só que super grilado da galera ver um gordo em cima do palco e abrir espaço pra eu me ferrar de cara no chão. Ele, um rato dos moshs do Rio me explicou: “É simples cara, não se joga de cara, deixa seu corpo leve, para que as pessoas possam te segurar com facilidade”.

    Conclusão: Foram 2 moshs, um de cima do palco, e outro da própria platéia, onde me levantaram e eu fui de um lado pro outro do Teatro do SESC. Dia histórico, memorável.

    Em seguida descobri que o “Marquinho” também fazia beats, e outras inúmeras coisas típicas de um itinerante. E 2 anos depois, ele se prepara pra lançar seu 1° livro que não poderia ter outro nome que resumisse a vida dele: “Minha Casa é Minha Mochila”. Saiba mais sobre isso e um penca de outras coisas que esse rapaz faz, porque parado ele não fica.
    Primeiro de tudo… Quem é o Marcos Lamoreux?
    Marcos Lamoreux é um cara bem complicado, oficialmente ele é documentarista, guia de turismo e metido nas artes visuais, mas ele quer mais, eu quero mais. Eu quero ser tudo o que eu posso ser. Eu tô sempre em shows de hardcore, faço uns lanches veganos pra vender e tô sempre com um freelancer ou assunto da faculdade pra resolver. Não gosto muito de me definir mas acabo sempre o fazendo, eu sei quem eu sou porque todos os dias eu me descubro, todos os dias eu (r)existo.
    Como a sua criação em vivência em São João de Meriti contribui pra sua formação?
    Falar de São João é falar de exclusão, pobreza. Sempre foi mesmo que indiretamente. Aqui eu aprendi muito do que sei e meus amigos e família estão aqui, eu adoro esse lugar.
    Tive a oportunidade de conhecer a Europa, Angola,  o Brasil inteiro e viajar por toda a América do sul, nessas viagens eu coloquei em prática tudo aquilo que aprendi aqui, a sobreviver e a superar.
    Como é o esquema de ser vegano? Você tem amigos que comem carne? Interage bem com eles? Eles curtem as comidas que tu faz?
    O veganismo é amor, praticar esse amor a vida e a dignidade, não consumir nenhum tipo de produto de origem animal;
    leite, ovos e seus derivados, carnes, mel, couro e algumas costuras coisas que as pessoas não fazem ideia de que veio de algum animal como por exemplo glicerina que basicamente é gordura.
    É também ir contra a sociedade de consumo, eu tenho vários amigos que insistem fazer brincadeiras, eu não ligo muito algumas são engraçadas outras são ridículas, mas eu me dou bem sim, porque como disse veganismo é amor.
    Como é seu envolvimento com a arte? Quando foi que tu parou e pensou: “Vou lançar um livro” e qual o porquê do título “Minha Casa é Minha Mochila”?
    Como disse antes superação, sempre me superar. O título é parte de uma música do rapper Funkero (Um Drink No Inferno); e quando ouvi aquilo me identifiquei na hora porque eu me sinto em casa em qualquer lugar, não é preciso muito pra eu me sentir bem.
    A ideia do livro veio porque muita gente ouvia minhas história de viagem e sempre diziam que um dia eu iria lançar um livro, achei que a hora tinha chego e to batalhando muito pra que isso aconteça.
    Eu já fiz graffiti, pinto telas e já fiz algumas batidas de Rap e já tive banda de rock, já produzi alguns documentários pra fora do Brasil e tento o tempo todo me renovar, alguma coisa nova mas semelhante esquecer as antigas.
    Publicar um livro, lançar uma música, um vídeo, enfim… Tudo isso envolvem processos burocráticos…
    Quais estão sendo as dificuldades pra botar esse livro na pista? E quais os meios que você está utilizando para fazer isso acontecer.
    Editoras funcionam como  gravadoras, a primeira editora que entrei em contato tinham uma esquema muito bom, eu não iria tirar um centavo do bolso e as vendas seriam online, concordei em quase não receber direitos autorias com a  promessa de o valor final do livro ser acessível, o que não aconteceu. Agora estou em um formato de financiamento coletivo, onde as pessoas doam valores estabelecidos e recebem o livro em casa e uma recompensa que vária de acordo com a quantidade doada. No site tem tudo explicado direitinho.
    Assista o vídeo onde o Marcos explica sobre o livro e divulga a campanha no catar.se. Aqui ele mostra o seu talento como ator:
    [yframe url=’http://www.youtube.com/watch?v=ZeNwWzk1uvE’]
    Quem é que fecha contigo no teu dia-a-dia nessas viagens, shows e correrias doidas?
    Qualquer um que venha pra agregar, todos são bem-vindos assim como eu fui bem vindo em muitos lugares, conheci pessoas incríveis em lugares bem comuns ou situações completamente doida.
    Eu tô sempre por aí, com a mochila nas costas procurando uma confusão boa.
    E por último, gostaria que você deixasse um salve pra galera que acompanha o Portal Enraizados…
    Pra todo mundo que ta ligado no Portal enraizados, um grande abraço, um beijo e um salve. Eu convido vocês a conhecerem mais sobre algumas coisas que eu falei aqui, veganismo principalmente. Se você não puder ajudar financeiramente, entre nos links, compartilhe os vídeos e fique por dentro que ainda terão varias novidades e um evento pra lançar o livro.
    Saiba mais
    Campanha para lançamento do livro no catarse: catarse.me/pt/minhacasaminhamochila
    Tumblr do Marcos: destruirotumbler.tumblr.com/
    Evento no Facebook sobre o lançamento e a campanha: facebook.com/events/344097522426611/
  • O estúdio…

    O estúdio…

    Estar no estúdio é mágico; é um ambiente repleto de criatividade. Onde tudo influencia em como a música vai ficar. É onde se exorciza seus demônios, onde se grita baixo para o auto-entendimento de si mesmo. É onde você se torna aquilo que você quer ser.

    Recentemente está havendo uma onda de vídeos sendo gravados em estúdio. Ainda é muito importante ter um videoclipe, ou um web-vídeo, street vídeo, enfim… Mas os vídeos em estúdio são íntimos, naturais, mostram aquilo que se é, e por isso são tão importantes quanto qualquer outro trabalho audiovisual do artista.

    Meu parceiro Nyl MC gravou alguns vídeos promocionais no estilo “Studio Footage”, num clima bem descontraído de ensaio, ou até mesmo de uma apresentação ao vivo, com participações de Jessy Nahmi e DJ Row G

    Dá um confere:

    [yframe url=’https://www.youtube.com/watch?v=80skWzPUZnI’]

    Renovação da cena

    Hoje a cena se renova rapidamente e de repente, boom! Surge outro artista pra nos representar e dar continuidade ao que fazemos. Um desses artistas aqui na Baixada Fluminense, é o Einstein MC, que vem desenvolvendo um trabalho bem original e criativo. Em parceria com Hulle Brasil, foi lançado o vídeo “Sobrevivente”, onde o MC fala sobre sua luta diária pelo mundo.

    [yframe url=’https://www.youtube.com/watch?v=PoRE8k17x74′]

    “Ó que da hora!”

    Até o Mano Brown, frontman do Racionais MCs entrou nessa, gravou um vídeo para a ONErpm Sessions de uma sessão de gravação da música “Foi Num Baile Black”, que provavelmente fará parte do seu aguardado disco sólo.

    [yframe url=’https://www.youtube.com/watch?v=W5rYBjVmtTI’]

    Pra quem curte imagens de estúdios e produtores do mundo do Hip-Hop, recomendo pesquisar pelo livro Behind The Beat, que tem disponível na Saraiva online.

    Contagem regressiva

    E já que estamos na contagem regressiva para o show do De La Soul no Rio de Janeiro, deixo esse vídeo de bônus. O sample do instrumental é de “Morning Glory”, do Jamiroquai.

    [yframe url=’https://www.youtube.com/watch?v=BBlmPd7aI6c’]

    É isso, não deixe de ir ao estúdio!
    Boa sexta!
    @marcaobaixada

  • Antologia ‘Pretextos de Mulheres Negras’ reúne 22 escritoras contemporâneas

    Antologia ‘Pretextos de Mulheres Negras’ reúne 22 escritoras contemporâneas

    Com a urgência poética de milhões de olhos surge, na literatura contemporânea, a antologia Pretextos de Mulheres Negras, que será lançada no próximo dia 31 de outubro em São Paulo (SP).

    O volume de quase 140 páginas apresenta em cada uma das 22 autoras – 20 de São Paulo e as convidadas Queen Nzinga Maxweell (Costa Rica) e Tina Mucavele (Moçambique) – subjetividades e autorrepresentações, seja nos textos, nas imagens, nos perfis biográficos ou na forma como lutam por resistência, memória, pertencimento, ludicidade, corporeidade, musicalidade, religiosidade e outros valores presentes nas africanidades e na diáspora.

    “Temos a intenção de religar os nossos vínculos ancestrais e também escrever a melodia dos nossos próprios ritmos”, anuncia a organizadora do livro, Elizandra Souza.

    A obra é parte das ações do coletivo Mjiba, que fortalece o protagonismo da mulher negra em diferentes esferas e foi também inspirada no livro “Oro Obínrin – 1º Prêmio Literário e Ensaístico sobre a Condição da Mulher Negra”, publicado em 1998.  O volume é também uma homenagem a escritora Maria Tereza (em memória) e faz também referência às crianças do círculo de convivência das autoras.

    capa pretextosNa apresentação, as palavras de Conceição Evaristo “gosto de escrever, na maioria das vezes dói, mas depois do texto escrito é provável apaziguar um pouco a dor, eu digo um pouco… gosto de dizer ainda que a escrita é pra mim o movimento de dança-canto que o meu corpo não executa é  a senha pela qual eu acesso o mundo” resumem o processo. “Este processo foi vivenciado pelas convidadas… somos a continuidade de mulheres negras e precisamos, como toda plantação, replantar e espalhar novas sementes”, pontua Elizandra Souza.

    Sobre a obra e o coletivo Mjiba

    A antologia teve a organização de Carmem Faustino e Elizandra Souza traz o projeto gráfico de Nina Vieira e ilustrações de capa e homenagem feitas por Renata Felinto. Já as fotografias das autoras foram clicadas por Chaia Dechen.

    Durante o lançamento no próximo dia 31, o evento conta também com música de Camila Trindade e discotecagem da DJ Vivian Marques, além de recital com as autoras Carmen Faustino, Chaia Dechen, Debora Marçal, Elidivânia Souza, Elis Regina, Elizandra Souza, Flávia Rosa, Janaina Teodoro, Jenyffer Nascimento, Landy Freitas, Lids Ramos, Lu’z Ribeiro, Luciana Dias, Mel Duarte, Nayla Carvalho, Priscila Preta, Raquel Almeida, Rose Dorea, Tiely Queen e Tula Pilar.

    As ações do coletivo Mjiba são inspiradas na palavra, que originária da língua chona, de Zimbabuê, onde as jovens mulheres revolucionárias enfrentaram as tropas britânicas e lutaram pela independência do país. Tocada pela história, a poeta Elizandra Souza publicou, de 2001 a 2005, o fanzine chamado Mjiba e desde 2004 realiza o evento ‘Mjiba em Ação’, quando homenageia a mulher negra próxima a data de 25 de julho.

    Neste ano o projeto teve o apoio do programa VAI – Valorização de Iniciativas Culturais.

    Serviço

    Lançamento ‘Pretextos de Mulheres Negras’

    Quando: 31 de outubro das 19h às 22h
    Onde: Ação Educativa
    Endereço: Rua Genral Jardim, 660, Vila Buarque, Centro – São Paulo (SP).
    Informações: (11) 3151-2333 r. 153 /9825140-24/98651-2546

  • Bienal do Livro, meu inferno particular

    Bienal do Livro, meu inferno particular

    No último sábado, 31 de agosto, afim de fazer minha filha feliz, prometi levá-la a Bienal do Livro, no Rio Centro. Fiz meus calculos sobre horários, baseado em uma experiência passada, onde palestrei no evento, no stand da Petrobrás e da editora Aeroplano. Achei que se saísse de casa às 13 horas, chegaria no Rio Centro às 14:30, passaria por alguns stands com minha filha, compraria alguns livros e viria embora às 18:00, conseguindo chegar em Nova Iguaçu a tempo de honrar meus compromissos.

    Certo? Errado!!!! Deu tudo errado.

    Eu, minha filha e minha namorada, saímos de casa como previsto, às 13:00, mas começamos a pegar o engarrafamento na linha vermelha, entrada para linha amarela. O engarrafamento extendeu-se por toda a linha amarela, piorando nos arredores do evento.

    Chegamos às 16 horas, depois de muito sofrimento nos engarrafamento no entorno do Rio Centro, inclusive encontrando portões fechados por lotação de carros, tive que contornar toda a extensão do local, afim de encontrar o Portão A, que era o único aberto ao público que chegava de carro, me deparei com uma enorme fila para entrar no estacionamento.

    Com muito custo consegui estacionar o carro e então decidi pagar antecipadamente o estacionamento, encontrei uma fila pequena, mas um preço salgado. R$18 por 12 horas no local. Depois disso eu estava feliz da vida porque entraria e conseguiria ver os tal stands.

    Certo? Erraaaaaado!!!!

    Fila para comprar ingresso na Bienal do Livro 2013Havia uma fila, ou melhor, algumas filas, com centenas de pessoas, era a fila para comprar o ingresso para entrar no inferno. Decidi manter a calma e enfrentar a fila. Minha namorada e minha filha sugeriram ir embora e voltarmos outro dia, mas essa era uma opção inválida no momento, meu orgulho falava mais alto. Pagando meia entrada, gastei R$21 referente aos R$7 de cada um que estava comigo e finalmente entramos.

    Era tanta coisa pra olhar que eu nem sabia por onde começar. Minha filha que simplesmente ama livros, ficou parada esperando que eu decidisse por onde começar. Eu disse: – Vai andando e aproveita, olhe tudo.

    Eram exatamente 16:30 quando ela viu um stand com um monte de adolescentes – minha filha tem 13 anos – e disse que queria entrar para ver uns livros, mas havia um fila enorme ela decidira enfrentar tal fila. Enquanto ela ficava lá, sentada no chão, junto com centenas de outros adolescentes, esperando a hora de entrar no tal stand que eu nem me preocupei em ver o nome, eu e minha namorada explorávamos os outros stands e pavilhões.

    Cerca de uma hora depois, às 17:30, liguei para minha filha para saber se ela já havia escolhido algum livro, porque ela não estava com dinheiro e teria que comprar no meu cartão, mas me assustei quando ela disse que ainda estava na fila para entrar. Fui atrás dela para convencê-la a não ficar mais na fila e conhecer outros lugares, mas ao encontrá-la, somente com o olhar ela me convenceu que era aquilo ali que ela queria e minutos depois conseguiu entrar.

    God Of WarEu a orientei a olhar algo que quisesse e me ligar, que eu iria até o local para pagar a conta. Cerca de vinte minutos depois ela me ligou, dizendo que já havia escolhido o livro, mas no momento eu estava lanchando e disse que logo logo iria ao encontro dela. Quando voltava ao pavilhão azul, o primeiro pavilhão que chegamos, liguei pra ela algumas vezes, pois não estava conseguindo vê-la no stand e o telefone dela estava dando uma mensagem de que estava fora de área. Com muita insistência consegui falar com ela, que me assustou novamente, informando que estava do lado de fora do stand, na fila para pagar o livro que havia escolhido. Fui até ela, deixei meu cartão de crédito com ela e voltei para explorar mais um pavilhão.

    Ela ficou mais uma hora na fila. Enfim, às 19 horas ela havia comprado o livro. Eu comprei um também, mas foi bem mais fácil. Então decidi ir embora às 19 horas para poder cumprir meus outros compromissos, que era um show em Austin e depois o Sarau Donana, em Belford Roxo.

    Fiquei cerca de uma hora para sair com o carro do Rio Centro, os ponteiros do relógio marcavam 20:00 e meu desespero era enorme, Léo da XIII me ligando e eu dizendo que estava difícil de sair da Barra da Tijuca. Cerca de uma hora depois – 21:00 – eu ainda estava na Barra da Tijuca, agarrado em algum ponto engarrafado do bairro, e as coisas foram melhorar uns trinta minutos mais tarde, quando eu consegui um fluxo bom na linha amarela, depois peguei a linha vermelha e fui direto para o Centro Cultural Donana, onde cheguei às 22:30.

    Minha filha ficou três horas na Bienal do Livro 2013:

    • Uma hora na fila para entrar no evento;
    • Uma hora na fila para entrar no stand;
    • Uma hora na fila para comprar o livro.

    Então tive que prometer a ela que a levaria novamente num dia de semana, mas se ela me prometesse que não ficaria na fila.

  • Fase convida a juventude para lançamento de livro na Lapa

    Fase convida a juventude para lançamento de livro na Lapa

    A Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (FASE) e a Fundação Luterana de Diaconia convidam para o lançamento do livro e vídeo com as histórias de jovens e seus projetos de transformação. O evento acontecerá nesta sexta-feira, 11 de Fevereiro, na Lapa (RJ) a partir das 18 horas.

    Serviço
    Lançamento do livro e vídeo “Os 2 Rios”
    Sexta-feira, 11 de Fevereiro, 18h
    Local: Cinema Nosso
    Rua do Rezende, 80, Lapa
    Rio de Janeiro-RJ