Tag: Luiz Carlos Dumont

  • Cidadania Tupiniquim

    Cidadania Tupiniquim

    A maioria dos brasileiros associa diretamente a cidadania a torcer pela seleção brasileira, mas se esquecem de que cidadania está intimamente ligado a ação de fazer e não de ficar de longe torcendo pra alguma coisa dar certo. Muitos até criticaram e me olham torto porque eu não consegui torcer pela seleção nessa copa, como se eu fosse menos cidadão por causa disso.

    Mas será que ser cidadão se resume a torcer por uma seleção brasileira que ganha milhões de reais por jogo e não faz nenhuma caridade pra ninguém? Porque eu tenho que torcer pra fulano fazer um gol, se a cada jogo ele fica mais milionário enquanto o tiozinho da esquina passa fome e nenhum jogador oferece um prato de sopa pra ele? Não estou dizendo de obrigações, ou seja, eu não estou dizendo que os jogadores ou as seleções tem o dever de fazer isso, mas eu também não me sinto devedor de nada nem de ninguém por não torcer por seleções alguma, nem sou menos cidadão por isso. Simplesmente não fico feliz de ter tantos gastos estrondosos e superfaturados com obras de estádios infraestruturas de jogos que não servem na prática para atender o cidadão enquanto que várias prioridades estão sendo jogados no lixo.

    Construiu-se BRTs que levam o torcedor ao estádio, mas não melhoraram a infraestrutura de trens que levam e trazem o trabalhador todos os dias no eterno trajeto de casa para o trabalho e vice e versa. Ruas esburacadas, micro e pequenas empresas, que são quem mais empregam pessoas e por conseguinte, mais distribuem renda, não são prioridades pelos governos, os bairros operários, são esquecidos enquanto que se embeleza mais ainda o que já é belo e atrai turistas do mundo inteiro.

    Porque eu vou torcer pra ganharmos os jogos nos esportes enquanto que no jogo democrático nós perdemos de goleada pra dobradinha antidemocrática (Empreiteiros vs políticos), que nos fazem de IDIOTAS com letras bem grandes e garrafais?

    Porque durante as eleições eu não consigo tirar um cochilo de tarde na minha casa com o barulho ensurdecedor dos carros de som dos políticos que ficam azucrinando a minha vida e da minha família com seus dingos, muitas vezes roubados ou plageados de músicas conhecidas do grande público? Porque o TRE fecha os olhos para isso tudo? Porque o cidadão não quebra essa merda toda e recomeçamos novamente uma nova democracia? Por que, por que, por que…. por que eu me pergunto tantos porquês, se de fato o cidadão não consegue diferenciar cidadania de torcida organizada, se o que realmente interessa é acreditar no jornal nacional e imitar a novela das oito?

    E porque eu continuo escrevendo posts como esse se de fato eu não vejo no meu cotidiano resultados práticos de mudanças nessa estrutura democrática viciada?

    Não tenho nenhuma resposta que venha de mim, apenas imagino que um dia, o gigante vai acordar de verdade e então seremos capazes, não de lutar pondo as nossas vidas e nosa saúde em risco, mas de escolher melhor os nossos candidatos, votar, vigiá-lo e cobrá-lo para que ele realmente cumpra o que prometeu e nos represente de verdade sem fingir que está do nosso lado.

    Enquanto votarmos em qualquer um, e nos omitirmos do jogo democrático, NUNCA mudaremos nada em nosso país. Os Robin Hoods às avessas que sugam o Estado continuarão roubando dos pobres e entregando aos ricos.

    Não se engane, ninguém se isenta de culpa por não votar, nem votar em branco ou anular o voto. Escolha um lado, se não conseguir escolher o melhor, escolha o menos ruim, VOTE E VIGIE o seu candidato pra ele não fazer merda depois de eleito, ou pelo menos ter medo de fazer merda pois sabe que será punido, pelo menos na próxima eleição. Chega de ingenuidade política.

    Me despeço com uma frase super conhecida de Albert Einstein, um dos mais célebres cientistas que o mundo teve o prazer de receber:

    “Insanidade é fazer a mesma coisa diversas vezes esperando resultados diferentes”

    Não seja insano, não deixe a decisão nas mãos de pessoas inescrupulosas participe do processo democrático, pois não existe lugar no mundo que não tenha um Estado sobrerano naquele terrítório, ou seja, sempre estaremos sujeitos a um processo de governo. A democrácia é um deles e é o que vigora nessa terra de cidadania tupiniquim que moramos. A sua decisão interfere diretamente na minha vida, lembre-se disso antes de fazer merda na urna!

    Reflita no refrão da música do Costa a Costa: O problema é seu. O mundo é nosso. Então, o que nós vai fazer sócio?

    Sorte sempre!

  • Meu Depoimento pra Revista Européia

    Meu Depoimento pra Revista Européia

    Screenshot 2014-06-24 01.21.05

    A Eurocom Magazine,  é uma edição especial da Objectif Grand Paris Nouveau Magazine, foi lançada na MIPIM 2014 (Le marché international des professionnels de l’immobilier), um evento de investidores do mercado imobiliário que acontece todo a ano e atrai empresários de todo o mundo. A Eurocom Magazine trouxe uma série de matérias especiais sobre as 25 maiores cidades do mundo, incluindo o Rio de Janeiro, onde eu dou um depoimento sobre a Cidade Maravilhosa na página 33. Apesar da revista ser bastante técnica, tem sempre um depoimento de algum morador que eles consideram interessante sobre a sua Cidade.

    Quem quiser curtir o documento original, que infelizmente não foi vendido no Brasil, clipei a parte do Rio de Janeiro no meu Blog (http://dumontt.com/clipping/), é só ir lá e conferir.

    Abaixo segue uma versão quase original em português:

    Grande abraço.

    —x—

    O Rio de Janeiro, continua sendo uma Cidade Maravilhosa, cidade que já foi descrita de várias formas, pra vários gostos distintos, retratada e escrita em versos e prosas, mas o que me chama mais atenção sobre essa bela cidade são suas contradições, e é disso que trata essas linhas.

    Terra de rara beleza, cartão postal do Brasil, capital cultural da América Latina, hoje também é a terra dos grandes eventos esportivos e das Manifestações Juvenis. Onde uma das maiores florestas urbanas do Mundo convive pacificamente com a Rocinha, a maior favela da América Latina.

    É hoje uma das Cidades mais caras para se viver, morar e passear, mas que também tem uma rede hoteleira com uma altíssima taxa de ocupação. Onde o Governo promove construções gigantescas para esconder as favelas que estão entre o Aeroporto Internacional do Galeão e o Centro da Cidade, Favelas essas ocupadas constantemente pelas Polícias Militar e Civil do Estado, umas das polícias mais letais do mundo, a PMERJ e a Civil, como são chamadas, por ano, matam mais do que o somatório de todas as polícias de todos os Estados dos USA juntas. Mas a maquiagem do Rio é boa e consegue passar uma imagem de segurança e tranqüilidade para os turistas, graças as Unidades de Polícia Pacificadoras, as chamadas UPPs que empurrou o tráfico de drogas para as periferias, dando ao Rio um ar de limpa e higienizada em relação a segurança pública, a ponto de transformar a favela em atração turística – hoje tem teleférico no Pão de Açucar e na Favela do Alemão, tem visita guiada no morro com direito a baile funk pra turistas.

    A Cidade do Rio de Janeiro consegue assumir um papel singular no imaginário e no coração de cada visitante, cada morador e de cada pessoa que interaja com ela, seja pelo motivo que for: trabalho, lazer, turismo, esporte; Onde o feio e o belo se misturam, com passeatas, ruas históricas e monumentos. Cidade da música, da boemia, do samba e da maior festa popular do mundo, o carnaval. Onde o maior reveillon do mundo é feito nas ruas, na praia, no encontro de todas as raças, todos os credos, todas as cores, todas as riquezas, todas as culturas que se aliam para formar uma outra cultura, uma cultura carioca, com swing e sotaques próprios, de fala chiada e gingado no corpo suado e avermelhado do sol.

    O Rio tem vocação para ser amada, com todas as suas contradições, pois consegue ser cosmopolita sem perder o que tem de mais local, ser grande, conservando as suas diversas culturas, seus grupos informais, seu ar de feriado, mesmo em dia de trabalho. Seu povo contente, risonho, barulhento e feliz, sim, feliz por morar em uma das mais belas cidades do mundo.

  • Entrevista com vândalo” estreia dia 18/6 no Sérgio Porto

    Entrevista com vândalo” estreia dia 18/6 no Sérgio Porto

    Uma escritora reúne um coletivo para criar um espetáculo de teatro sobre as manifestações, um jovem “black bloc” e um policial infiltrado participam dessa experiência e um inesperado triângulo amoroso se forma. É assim que “Entrevista com Vândalo”, peça de Luiz Eduardo Soares dirigida por Marcus Vinícius Faustini pretende abordar os protestos que aconteceram em junho do ano passado. Com estreia no dia 18 de junho, a montagem ficará em cartaz noEspaço Cultural Sérgio Porto até 10 de julho, a preços populares.

    Certo de que o teatro também pode deixar sua contribuição na discussão dos acontecimentos de junho de 2013, quando manifestantes foram, em massa, às ruas protestar por melhorias no país,Marcus Vinícius Faustini propôs a Luiz Eduardo Soares que ele escrevesse um texto para ser montado no “aniversário” de um ano das manifestações. O resultado é uma peça que busca  mostrar o choque de comportamento dos personagens envolvidos por meio de um encontro entre um policial e um “black bloc”. No elenco estão os atores Márcio Vito interpretando um policial e o Governador, Ian Capillé como um manifestante e um coronel da polícia, e Valquíria Oliveira, vivendo uma atriz e a secretária do Governador.

    O texto de Luiz Eduardo Soares foi escrito a partir  do corpo a corpo das ruas, dos conflitos que testemunhou e viveu, em diálogo com a memória de sua geração. “A peça é uma visita à ‘casa de máquinas’ que movem os afetos e a imaginação dos sujeitos que somos tantos de nós, depois de junho de 2013, indo para as ruas e assumindo novo protagonismo político e existencial. Tenho 60 anos e estou começando a aprender a falar”, diz o autor.

    Para contar essa história no palco, Faustini optou por usar poucos elementos cênicos, priorizando os atores e os diálogos. “A intenção é lançar luz sobre os personagens. Estive presente nas manifestações e pude observar cada um deles. Minha ideia é ‘dar corpo’ a essas pessoas que estão por trás dos títulos de policial e manifestante”, explica. “Entrevista com vândalo” marca a volta de Faustini à direção teatral em um palco convencional. Em 2003 ele quando dirigiu “O Inimigo do Povo”, também no Sergio Porto, e em 2012 dirigiu cenas no Festival Home Theatre,  que apresenta peças em residências.

     

    Sobre Luiz Eduardo Soares:
    Formado em Literatura pela PUC-RJ, construiu sua trajetória combinando produção literária e dramatúrgica com docência, obras acadêmicas e gestão pública. Escreveu, com Domingos de Oliveira e Márcia Zanelato, a peça Confronto e a adaptação para o teatro de seu livro, Tudo ou Nada, que será encenada com direção de Marcus Faustini. É mestre em Antropologia, doutor em ciência política com pós-doutorado em filosofia política. Foi secretário nacional de segurança pública. Tem vinte livros publicados, entre eles o romance Experimento de Avelar, premiado pela Associação de Críticos Brasileiros em 1996, Elite da Tropa e Elite da Tropa 2, e Meu Casaco de General, finalista do Prêmio Jabuti em 2000. Foi professor da Unicamp e o Iuperj, além devisiting scholar em Harvard, University of Virginia, University of Pittsburgh e Columbia University. É professor da Uerj.

    Sobre Marcus Vinícius Faustini:
    Criado na comunidade Cesarão, em Santa Cruz, formou-se em direção teatral pela Escola Martins Pena e destaca-se na cena cultural desde 1998. Diretor de espetáculos reconhecidos como: “Capitu”, “Eles Não Usam Black Tie”, “A Luta Secreta de Maria da Encarnação”, “O Inimigo do Povo”, Faustini atuou também dirigindo documentários como: “Chão de Estrelas”, “Carnaval, bexiga, funk e sombrinha” e “Cante um funk para um Filme”. Em 2009, escreveu o livro “Guia Afetivo da Periferia” – que narra a trajetória de um jovem estudante de teatro pela cidade do Rio de Janeiro. O romance recebeu críticas positivas do Jornal O Globo, Revista LER (Portugal), Jornal do Brasil, Revista BRAVO, entre outros. No início de 2011, Faustini criou a Agência de Redes para Juventude, programa que capacita jovens de comunidades para produzirem seus próprios projetos em prol do lugar onde vivem. Em 2012, a metodologia da Agência foi premiada e escolhida pela Fundação Calouste Gulbenkian para ser implantada em Londres e Manchester, na Inglaterra, em parceria com People’s Palace Project (PPP), Battersea Art Centre (BAC) e Contact Theatre. No mesmo ano lançou o Festival Home Theatre, projeto que tem como proposta levar o teatro para dentro da casa das pessoas, vencedor do Prêmio Shell. Faustini é colunista do Jornal O Globo e está à frente do programa 0800 – Cultura Urbana Livre, da Rádio Beat 98.

    FICHA TÉCNICA:
    Texto: Luiz Eduardo Soares
    Direção e Cenografia: Marcus Vinicius Faustini
    Assistente de Direção: Francisco Salgado
    Elenco: Márcio Vito, Valquiria Oliveira, Ian Capillé
    Direção de Produção: Marta Vieira
    Produção Executiva: Igor Veloso
    Iluminação: Lara Cunha e Fernando Mantovani
    Figurinos: Nívea Faso
    Programação Visual: Marina Moreira
    Assessoria de Imprensa: RPM Comunicação

    SERVIÇO:
    Entrevista com vândalo
    De 18 de junho a 10 de julho – Quartas e quintas, às 20h
    Local: Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto
    Endereço: Rua Humaitá 163, fundos
    Tel: (21) 2535-3846
    Ingressos: R$10,00 inteira e R$5,00 meia e lista amiga
    Classificação etária: 14 anos
    Duração: 60 minutos
    Capacidade: 45 lugares

    ASSESSORIA DE IMPRENSA:
    RPM Comunicação
    Érica Avelar – erica@rpmcom.com.br – (21) 3478-7437 // 98272-2337
    Marina Avellar – marina@rpmcom.com.br – (21) 3478-7414 // 98272-2335