Tag: Racismo

  • O triunfo do mal

    O triunfo do mal

    Há um discurso no mínimo estúpido na boca de certos militantes de algumas causas: “Não quero que ninguém fale por mim!”.

    Ora, esse “falar por mim”, que esses extremistas abominam nada tem haver com cercear direito de fala, e sim com a ideia de que, só quem sofre um desrespeito tem propriedade para opor-se verbalmente a ele.

    “Falar junto”, não é “falar por”. E por que não “falar por”? Se quem tem “mais propriedade” para falar não estiver presente.

    Se um homem favorável à causa das mulheres ouvir um comentário machista numa roda de amigos, ele deve se omitir?

    Se uma mulher branca favorável à causa dos pretos presenciar um ato de racismo contra alguém sem argumentos para se defender, ela deve se omitir?.

    Como disse Edmund Burke:
    “Para que o mal triunfe, basta que os bons não façam nada.”

    O triunfo do mal! Será que é isso que eles querem?

  • Som de preto?

    Som de preto?

    Metade da minha família é branca, tenho influências e parceiros musicais brancos, não acho que o Rap deva ser feito apenas por pretos, mas estou cansado de ver esse rap representado apenas por “não pretos”.

    Desde que o mundo é mundo a indústria se apropria dos gêneros musicais criados pelos pretos e os embranquecem. Assim foi, e é, com o rock, com o samba com o funk, etc. Os maiores ícones do rock mundial são Elvis Presley, Beatles. O que falar do rock nacional? Dá pra contar nos dedos de uma mão, Derrick Green, do Sepultura, Clemente, do Inocentes, e Renato Rocha, da Legião Urbana, que por sinal nem foi mencionado no filme “Somos Tão Jovens”, que fala da banda.

    Entre os sambistas temos a “madrinha” Beth Carvalho, Clara Nunes, Noel Rosa e Adoniran Barbosa. A nova cara é a do Diogo Nogueira e a do Sambô. A cara do funk foi a do Ademir Lemos e a do Cidinho Cambalhota, num passado recente foi a cara da Kelly Key e da Perla, hoje é a cara da Anita, da Valesca Popozuda e a do latino.

    O rap? O rap do Gabriel o Pensador, do Cabal, do Criolo, da Flora Mattos, etc. Sem falar dos “menos pigmentados” de projeção nacional como Emicida, Rashid e Projota. Essa indústria age do mesmo modo que o governo da Bélgica, quando pôs os tutsis “menos pigmentados” no comando de Ruanda, em detrimento dos hutus, os “mais pigmentados”.

    Eu não estou questionando a qualidade do trabalho desses artistas, e sim o fato de não termos outros artistas de qualidade igual ou superior em destaque por conta de seus traços ou cor de suas peles. Por mais destaque que um preto venha ter, ele nunca supera o destaque de um branco, ou melhor, “não preto”.

  • Orientação Racial

    Orientação Racial

    Todos tem a ciência que tem aumentado o número de homossexuais assassinados – apesar de não se ter a confirmação de que todas as mortes sejam por esse motivo. Enfim, não entrarei nessa questão, até mesmo por que não considero nenhuma morte como algo vão.

    No entanto há algo que me incomoda sobremaneira, que é a equivalência que se fazem entre homossexuais e negros, no que diz respeito a violência que vitima tais grupos. Não é preciso ser nenhum exímio conhecedor do assunto para saber que os negros são alvos de vários tipos de violência por no mínimo quinhentos anos, o que está bem longe de ser a realidade no caso dos homossexuais.

    Acho que tais comparações fazem menos da luta por igualdade racial, inclusive de homossexuais. Como não é consenso entre os cientistas, não podemos afirmar categoricamente que alguém nasça homossexual. No caso dos negros não é orientação racial, essa condição é inata.

  • As máscaras do Brasil Racista estão caindo. É hora do RAP militante entrar em cena

    As máscaras do Brasil Racista estão caindo. É hora do RAP militante entrar em cena

    Tenho acompanhado – e não é de hoje – todas as manifestações racistas que têm acontecido no Brasil, e desta vez não estou falando do racismo velado contra o povo preto, aquele em que o empregador pede boa aparência para uma vaga de emprego pautado no padrão de beleza europeu, ou o(a) homem/mulher que diz não ser racista, mas relacionamento com preto(a), só se for como amigo(a), ou até mesmo em forma de piadas vexatórias.

    Estou falando das pessoas que deixam “claro” que não gostam de nós pretos, pelo simples fato de sermos PRETOS.

    Os últimos acontecimentos me causaram um mal estar porque foram veiculados na mídia convencional, mas – no meu ponto de vista – estão cada vez mais tomando um viés natural.

    O Brasil está naturalizando o racismo.

    Os casos abaixo ficaram em evidência essa semana:

    1. Casal inter-racial foi humilhado na rede social simplesmente por serem de etnias diferentes, foram mais de 1000 mensagens racistas que o casal de adolescentes recebeu. Ninguém foi punido.
    2. Goleiro Aranha foi agredido com palavras racistas durante o jogo entre Santos e Grêmio. Esse foi o caso mais comentado na TV e nas redes sociais. Ninguém foi punido.
    3. Deputada e sambista Leci Brandão, que foi agredida com palavras racista nas redes sociais. Ninguém foi punido.

    Se é que posso dizer que algo me deixou feliz nisso tudo, foi ouvir o goleiro Aranha dizer que ele aprendeu a exigir os seus direitos e a se respeitar, ouvindo rap.

    Isso mostra o verdadeiro valor que o rap tem, o rap que não vai pra TV, mas que literalmente salva vidas e forma o cidadão preto para encarar o mundo racista.

    É… as máscaras do Brasil Racista estão caindo.

  • Não somos todos macacos – Racismo no esporte, oportunismo e postura

    Não somos todos macacos – Racismo no esporte, oportunismo e postura

    No último domingo, ao chegar em casa de mais uma sessão de gravação no estúdio, minha esposa me mostra um vídeo no Instagram do jogador Daniel Alves, durante um jogo do Barcelona em que, antes de ele cobrar um escanteio, uma banana é atirada contra ele. Daniel simplesmente a come e continua com sua cobrança. O vídeo deu início à um movimento intitulado #somostodosmacacos, que no princípio eu optei por não opinar e acompanhar o desenvolvimento dessa história.

    Amigos, conhecidos e artistas se posicionaram contra este movimento; e após fazer a leitura de um texto do Frávio SantoRua, MC do grupo Antiéticos, abriu um leque na minha mente pra que eu pudesse opinar:
    Sou preto e, não, eu não sou macaco porra nenhuma! Não mereço ser comparado com uma espécie inferior devido à cor da minha pele e/ou minha origem étnica.
    O termo ‘macaco’ é utilizado para inferiorizar nós, pretos, afirmando que somos de uma espécie sub-humana, irracional, da qual a elite branca racista pode tirar proveito; só que eu não sou macaco e, muito menos macaco de circo!

    As figuras públicas do nosso país têm que entender que não se combate o racismo vestindo a carapuça, mas sim, lutando pra que essas atitudes não aconteçam. Em um jogo de futebol, chuva de bananas, mas dentro da favela, são chuvas de tiros exterminando a população preta e pobre; e tenho certeza que se meter em frente de uma bala ou engolir um projétil não vai resolver o problema.

    Enquanto isso, na NBA, o dono do Los Angeles Clippers, Donald Sterling, acaba de ser multado em 2,5 milhões de dólares e banido para sempre da liga, devido à comentários ofensivos relacionados aos pretos e à presença dos mesmos na super liga de basquete. Nenhum jogador preto do Clippers encarou os comentários dele como elogio ou sequer concordaram ironicamente com a colocação de Sterling, pelo contrário, se posicionaram contra e se sentiram desmotivados a defender um time cujo o dono é racista.

    E creio eu que os atletas brasileiros devam aprender com essa atitude, antes de propagarem um marketing negativo e ‘zombar’ de toda a luta que passamos para criminalizar o racismo e realmente fazer isso valer.

    @marcaobaixada

  • Marcos Feliciano continua…

    Marcos Feliciano continua…

    Acabei de Compartilhar uma postagem do Célio Turino sobre a situação do Marcos Feliciano na Comissão de Direitos Humanos da Câmara “da Putada”. Fiquei de bobeira…

    Estão vendo só?

    Enquanto nós, a plebe, ficamos discutindo isso e aquilo (é crente falando mau de ateu, preto e gay e vice e versa), eles ficam enxendo a burra de dinheiro.

    Célio Turino não é qualquer um, veja a biografia dele:

    “Nascido em Indaiatuba e crescido em Campinas. Atua há mais de 30 anos junto à movimentos sociais e culturais como os Movimentos estudantil (no final da ditadura), sindical (nos anos 80, tendo sido fundador do primeiro sindicato de servidores públicos do Brasil, em 1988), participou do movimento contra a Carestia, em Defesa da Amazônia, a Anistia, as Diretas Já!, entre tantos. Célio Turino foi Secretário Municipal de Cultura de Campinas de 1990 a 1992, Diretor do Departamento de Programas de Lazer na Secretaria de Esportes, na gestão de Marta Suplicy, e Secretário na Secretaria da Cidadania Cultural do Ministério da Cultura entre 2004 e 2010, período em que criou o Programa Cultura Viva, política do Ministério da Cultura que marca uma mudança de paradigma na elaboração de políticas públicas para a Cultura no Brasil O Programa Cultura Viva viabilizou a criação de mais de 2000 Pontos de Cultura espalhados em mais de mil municípios do Brasil, beneficiando mais de 8 milhões de pessoas e criando 30.000 postos de trabalho.”
    fonte: ttp://www.celioturino.com.br

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    Eu já falei antes e continuo a falar:

    Vamos parar com essa palhaçada de intolerância a isso e aquilo antes que seja tarde demais e começarmos a jogar bombas um no outro. O Feliciano fez declarações absurdas e tal, não deveria estar lá, e tal – Se eu não concordasse com isso, eu não lutaria por dias melhores nesse país. Mas daí a achar que isso tudo aconteceu do nada? Que ele simplesmente apareceu lá e o Governo Federal não tem culpa no cartório? Aí é nos tirar como otários! Enquanto discutimos Marcos Feliciano, eles gastam o nosso dinheiro em outra comissão.

    O Célio Turino tem razão! Veja o post do Célio Turino

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    Isso me fez lembrar de uma piada

    Você sabe o que é comissão?
    “Alguém bate na porta e pergunta:_É aqui que é a comissão? A pessoa que abriu a porta diz: _É aqui sim, pode entrar! Ela entra e é violentada. Depois da “comissão” toda, a pessoa violentada lamenta:_Eu fui enganada, me disseram que aqui era a comissão!… O presidente da comissão vendo aquilo, grita em voz alta, interrompendo-a: _Atenção controle de qualidade, tem alguém insatisfeito aqui, entram mais de vinte homens e “comem” a pessoa novamente, só que dessa vez, com requintes de crueldade, se é que me entende!

    Agora você já sabe o que é comissão, então não reclama depois, senão…! Você já sabe.

    dumontt.com