Tag: Rap

  • ‘Desafio #RapLAB’ começa na próxima quarta-feira, na Arena Jovelina

    ‘Desafio #RapLAB’ começa na próxima quarta-feira, na Arena Jovelina

    O #RapLAB é uma prática de educação não formal que utiliza o rap como ferramenta para discutir questões ligadas ao dia a dia dos jovens.

    O projeto já foi realizado em dezenas de escolas públicas e particulares, e a metodologia foi aplicada em parceria com renomadas instituições como a Anistia Internacional e a Casa Fluminense.

    O #RapLAB normalmente é aplicado partindo-se do princípio que os participantes nunca tiveram contato com o rap, por isso todo o processo se dá de forma lúdica, a partir de uma metodologia onde o diálogo tematizado é o fio condutor que estrutura a base das atividades, envolvendo dinâmicas com escrituras, debates e jogos.

    Mas e quando a galera já saca dos paranauê do rap?

    Pensando nessa galera que já tá na estrada, Dudu de Morro Agudo dificultou o bang e criou o Desafio #RapLAB, onde quatro MCs são selecionados para criar uma track coletivamente. Porém a ideia é ir além de simplesmente fazer uma música, mas participar de todo o processo até a distribuição do fonograma nas plataformas de streaming.

    São um total de 04 encontros, onde eles irão compor a música, ensaiar, gravar e produzir um vídeo, mas entre uma semana e outra irão registrar a música, o fonograma, distribuir, etc… é o processo todo.

    Entendeu porque é um desafio?

    Todo o processo de criação é coletivo, através de uma metodologia que envolve dinâmicas de grupo, sorteios e jogos, fazendo com que todos os participantes contribuam com seu conhecimento ao mesmo tempo que aprendem.

    Para essa primeira temporada foram selecionados os rappers Einstein NRC, Shu Rodrigues, Passarinho e o próprio Dudu de Morro Agudo, que sempre coloca a cara a tapa.

    O que nos resta é aguardar o lançamento da música no mês de outubro.

    SAIBA MAIS

    Onde: Arena Jovelina Pérola Negra
    Quando: Todas as quartas de setembro, das 18:30 às 20:30
    Infos: (21)4123-0102
    enraizados@enraizados.com.br

  • A importância dos saraus

    A importância dos saraus

    Como artista já tive oportunidade de me apresentar em alguns eventos variados, em sua grande maioria eram rodas culturais, porém em algumas oportunidades fui convidado para cantar ou recitar e inclusive tive a oportunidade de ser o poeta fixo de uma temporada do extinto Sarau do Vulcão, sarau que acontecia num shopping, o que fazia a experiência ser ainda mais interessante.

    No início tive bastante receio, porque na sua maioria o público do sarau não é um público que normalmente pararia para ouvir um rap. Mas ali naquele local, eles prestam atenção nas mensagens, e eu sempre tive a sorte dessas pessoas elogiarem o meu trabalho. Era uma troca de energia bastante interessante.

    No Sarau do Vulcão havia muita interação com o público, um sarau no shopping, além de suas normais adaptações tinha que ser algo mais dinâmico e de certa forma nós conseguimos criar um formato nosso. Ao fim de poesia, música, poesia e assim sucessivamente, rolava uma batalha de conhecimento com bastante interação da plateia sugerindo palavras aleatórias, nessa hora os senhores de idade, as crianças, os jovens paravam pra prestigiar e curtir a vibe.

    O Sarau é um ambiente bem diferente do ambiente do rap, das batalhas, mas de verdade, acho que todo MC deveria ir num sarau recitar seus versos e ver o respeito e a reciprocidade da energia, sairia um artista diferente com certeza.

  • O independente depende de muita gente

    O independente depende de muita gente

     

    Como fazer o corre virar?

    Uma verdade universal imutável, principalmente nesse meio, é que sozinho não se vai a lugar nenhum. Hoje a música é um produto, há uma indústria que move tudo isso e move bastante dinheiro, nada comparado a gringa ainda, porém, o rap está virando algo midiático e lucrativo, mas eu não quero falar sobre as gravadoras, porque afinal, elas na maioria das vezes deixam o artista “confortável” para ter o trabalho somente de escrever.

    Quero falar sobre a galera independente, tem a galera invisível pra cena atual e a galera que conseguiu uma visibilidade sendo independente. Nenhum deles chegou aonde chegou sozinho. Pode ser um artista solo, mas por trás de cada música, tem um time trabalhando em prol daquele artista, coletivos com um só propósito: ir atrás do seu sonho. E assim um artista vem puxando outros e expandindo a cena.

    Cada vez se veem mais coletivos, bancas, etc; todos querem o  seu espaço e elevarem os seus e a sua área, acredito que há lugar pra todos e isso é muito benéfico. A distribuição de tarefas dentro de um coletivo faz o lance ser o mais profissional possível, um mano responsável pela escrita, outro responsável pelo beat, outro pela distribuição nas plataformas digitais, de grão em grão, acredito que esse é o caminho certo para voos maiores.

  • A descentralização do DJ na Cultura Hip Hop

    A descentralização do DJ na Cultura Hip Hop

    No início de tudo, haviam apenas três elementos na cultura Hip Hop, o DJ, o Bboy e o grafiteiro (que era o único que conseguia “andar” sem o DJ), sendo assim, o Disc Jockey é o pilar e responsável pela condução de tudo, do instrumental pro MC versar e pro Bboy dançar. O MC surgiu da necessidade de se ter uma voz representando a cultura, “a voz das ruas”.

    Com o passar do tempo o protagonismo do Hip Hop foi transferido do DJ para o MC sem aviso prévio e os DJs foram perdendo bastante espaço na cena. Os MCs falavam o que o público queria falar e ouvir.

    Atualmente o DJ tem sido colocado como mero coadjuvante, empurrado de canto, para o MC que ganha todos os holofotes, a real é que a cena de hoje não dá o devido valor ao DJ. O DJ vem sendo chamado para tapar o buraco da line up nos eventos, nos flyers dos eventos se veem em destaque fotos e nomes dos MCs como atrações principais e os condutores ficam com menor destaque, induzindo o publico a pensar que sua importância seja menor e isso acaba desencorajando quem pensa em seguir a carreira.

    Obviamente sem o DJ nada flui no evento,  ele é o condutor de tudo e atualmente é muito raro vê-lo no centro do evento, como lhe é de direito. Porém na cultura reggae, mais especificamente no Dub, há um respeito muito grande para com a figura do DJ, ele é tido como um sacerdote que faz a ligação do público com Jah.

    “A cultura sound system é a base de tudo, os bailes eram diferentes […] a galera do Dub chega a ser conservadora, fazem até hoje do mesmo jeito que nos anos 60, no rap o MC aparece bem mais, acontece nas rodas culturais de a galera só ir ver a batalha e meio que ignorar o resto.” Rodrigo Caê (Guetto)

     

  • Produtores, artistas e poder público se organizam para fortalecer as ‘Rodas de Rima’ de Nova Iguaçu

    Produtores, artistas e poder público se organizam para fortalecer as ‘Rodas de Rima’ de Nova Iguaçu

    Não é novidade que as Rodas Culturais – ou também conhecidas como Rodas de Rima – são um fenômeno em todo o estado do Rio de Janeiro, principalmente para as juventudes das periferias. Um fenômeno que surge a partir da necessidade de a juventude se expressar, se divertir e driblar a miséria social.

    Nota-se que com o sucesso da atividade vieram também uma série de problemas que nem sempre está ao alcance de quem produz, resolver.

    Lembro-me que há um ano, ou um pouco mais, tentei iniciar uma discussão cujo a finalidade era enumerar as diversas demandas do hip hop local, culminando num Fórum de Hip Hop da Baixada Fluminense, pontuando nossas fraquezas, mas também nossas forças, pois acreditava – e ainda acredito – que na Baixada existe um mercado de cultura urbana auto-suficiente que ainda não foi explorado.

    Juntos percebemos que em algumas rodas havia um consumo excessivo de drogas; a estrutura do local não era adequada; havia uma resistência do poder público em conceder as autorizações para ocupação do espaço; a segurança era nula; entre outros problemas. Por outro lado estávamos mais profissionais, mais organizados, o diálogo entre os produtores e artistas estava satisfatório e o público estava satisfeito com os eventos.

    Nossos encontros que começaram com cerca de 50 pessoas foi definhando até o ponto onde só haviam pessoas ligadas ao Enraizados, então joguei a toalha, pois acreditei que as pessoas não queriam fazer a parte chata do dever de casa e pra mim não fazia nexo criar um Fórum de Hip Hop da Baixada Fluminense somente com integrantes do Enraizados, seria mais fácil criar um Fórum de Hip Hop do Enraizados. O que estou muito tentado a fazer.

    Roda de conversa na Casa de Cultura de Nova Iguaçu
    Roda de conversa na Casa de Cultura de Nova Iguaçu

    Contudo, no dia 29 de julho, sábado, surgiu uma luz no fim do túnel. Aconteceu uma reunião com as Rodas de Rima de Nova Iguaçu, convocada pela Secretaria de Cultura da Cidade. Compareceram representantes de 05, das cerca de 15 rodas, e também representantes de Rodas de Rimas de outras regiões, além do Capitão Pacífico, da Polícia Militar.

    Após uma roda de apresentação, foi colocado em pauta as fragilidades das Rodas de Rima da cidade, que nada se diferenciavam das identificadas nas reuniões anteriores, contudo desta vez parecia que parte da solução estava presente, pois a Secretaria de Cultura se comprometeu em, junto com os produtores, criar um Circuito de Rodas de Rima, com uma agenda única, para facilitar a liberação dos locais por parte do poder público (essa liberação será solicitada pela própria Secretaria de Cultura) e também um mapeamento dos locais que precisam de reparos, pois através do projeto Praça Viva, da própria Secretaria de Cultura, é possível revitalizar as praças para que receba melhor os eventos.

    O capitão Pacífico por sua vez disse que o diálogo com os produtores fica mais fácil quando os mesmos estão organizados e que a polícia atualmente chega reprimindo as rodas de rima porque sempre há denúncias relacionadas ao uso e venda de drogas nos eventos, mas se a conversa partir de forma organizada e com a prefeitura como parceiro, o policiamento será preventivo.

    Eu, Dudu de Morro Agudo, saí bastante animado da reunião, e disposto a colaborar com a Roda Cultural de Morro Agudo, com a Batalha do Federa, com a Roda Cultura de Rima de Santa Eugênia e tantas outras. E ainda convenci a galera do Portal Enraizados a criar um mapa com todas as Rodas de Rima da Baixada Fluminense, para que fique mais fácil para nós agendarmos a nossa diversão da semana.

    Certamente que com os produtores, os artistas e o poder público jogando no mesmo time, as Rodas de Rima da cidade saem fortalecidas.

     

  • Passarinho canta ‘Vida Metropolitana’

    Passarinho canta ‘Vida Metropolitana’

    Rapper Passarinho põe a música ‘Vida Suburbana’ pra rolo. Uma música que leva a reflexão sobre o dia a dia na cidade grande, onde uns tem muito e outros nada, onde a maioria das pessoas dá prioridade a coisas ao invés de pessoas.

    Em um trecho ele canta:

    “Na busca por ter a carteira cheia, deixa o coração vazio… vivemos como loucos tentando romper as barreiras e chegar no topo… medo dos canas, lá se foi a infância e o sonho das crianças, sejam bem vindos a vida metropolitana… Jovens cometendo suicídio… os arranha céus arranham a alma.”

    A produção da beat ficou por conta do Ninja e a música foi gravada no Nuvem Estúdio.

  • Abracem seus artistas locais

    Abracem seus artistas locais

    A Baixada Fluminense vem se mostrando um celeiro de jovens artistas de rap e com os holofotes voltados para a cena é comum vermos cada vez mais eventos de rap, cada dia nasce um MC pelos acessos da Baixada, agora, se ele vai se dedicar e continuar empregando a Profissão MC  é outra história, mas vamos focar nos ditos eventos.

    As tão famosas rodas culturais geralmente funcionam no formato:

    Mestre de Cerimônia + DJ sets + Batalha de MC’s + Pocket show.  

    Porém enfrentamos um grande problema: O PÚBLICO. Sim, o público é alma da roda, o evento foi feito para ele, ele é o jurado das batalhas, grande parte do motivo daquela ocupação ser, na maioria das vezes, em um espaço público. Mas geralmente se a atração da noite é um artista local, a galera não presta a devida atenção no trabalho do amigo.

    Todos pedem por uma intervenção artística, um evento fixo num local, e quando finalmente se movimentam nesse sentido, muitas das vezes, parte do público desrespeita os artistas envolvidos, muitos só estão ali para presenciar a batalha, o foco principal da noite, e quando o artista convidado vai se apresentar, se dispersam e o MC tem que doar sua energia para meia dúzia de pessoas.

    Tudo depende do local, da vibe, mas é uma grande verdade que há um grande desrespeito com os grupos/MC’s desconhecidos da grande mídia que se apresentam em locais públicos. É comum presenciarmos um evento lotado e na hora do show, vermos menos da metade do público interagindo com o artista, isso ainda é triste. Não esperem que o trabalho do artista vire pra a partir de então passar a prestar atenção em seu trabalho, olhe agora, respeite aquele momento em que ele entrega seu trabalho para vocês. A partir do momento em que ele recita seus versos, a canção não é mais dele, retribuam com a energia necessária como um incentivo e façam daquele momento algo bonito, vocês verão os frutos a frente, lembrem-se, digo isso também enquanto artista.

  • O Rap e o Mainstream

    O Rap e o Mainstream

    O rap é preto, o rap é cultura marginal, isso é um fato, porém o rap vem se consolidando cada vez mais no mercado musical. Contratantes, gravadoras estão vendo a expansão do gênero como meio de lucro, pois o rap está sendo aceito nos meios de comunicação, em programas de televisão, novelas, etc.

    Com um público fiel e um possível novo público-alvo se torna interessante fazer parte do “jogo”. Mainstream, amigos, business.

    Porém entra um fator importante, boa parte desse público fiel se apega a raiz, as origens e acreditam que os rappers não devem estar na TV, pois seria sinal de que eles se venderam e não os representam mais.

    Muita das vezes entende-se erroneamente que a nova e a velha escola do rap não se misturam, cada um teve sua ideologia, mas ambos são uma só família, uma só cultura, por isso é de suma importância uma música como “Pragmático”, onde Dexter rima com CHS, Coruja BC1 e ADL, esse intercâmbio só fortalece os laços e mostra pra velha e nova geração de fãs o talento de ambas, assim, perpetuando o respeito pelos trabalhos dos artistas envolvidos.

    As vezes a galera apoia a ida aos meios midiáticos, desde que se mantenha a postura e não os censure, super concordo, se for pra estarmos presentes, que seja para representar tudo aquilo que pensamos (liberdade de expressão). Vocês realmente acreditam que o rap perdeu a essência porque ele vem ganhando o mundo? Vocês acreditam que o rap tem que ser um gênero sempre marginalizado?

    A questão mais que importante de tudo isso é que o rap tem que estar em todos os lugares, com as mais variadas vertentes, tenha seu público fiel e conquiste cada vez mais novos adeptos. Não veja a mídia como um inimigo, mas sim como um instrumento de propagação de trabalho.

  • A importancia do beatmaker

    A importancia do beatmaker

    Hoje resolvi falar sobre a importância do beatmaker.

    Pra quem não sabe, o beatmaker é um “produtor de batidas”, ele produz bases ou instrumentais para os Mc’s gravarem suas músicas.

    O beatmaker é tão importante quanto o Mc, ele dita o ritmo da música assim como um dj dita o ritmo de uma festa.

    Infelizmente o trabalho do beatmaker é muito desvalorizado, mesmo com o crescimento que tem na cena do rap, muitos mcs não pagam o valor real de um beat, o que chega ser ridículo as vezes. Vemos ótimos beatmakers que não conseguem sobreviver do seu trabalho e acabam fazendo outras coisas para garantir sua renda, deixando o talento de lado.

    Mcs não deixem de investir em seus trabalhos, paguem por um bom beat, paguem por uma boa gravação, paguem por um bom clipe, além de estar valorizando outros trabalhos, vai valorizar o seu!

    É isso rapaziada, vamos ficar por aqui, vou deixar uma lista com o trampo (link anexo ao nome) de alguns beatmakers da Baixada que mandam muito bem,  dá um confere.

     

     

  • Por que o Rap está cada vez mais distante do Hip Hop?

    Por que o Rap está cada vez mais distante do Hip Hop?

    A intenção dessa coluna não é polemizar, mas sim causar a reflexão coletiva. Bem, vamos aos fatos:

    Desde o início, a cultura Hip Hop, que possui 4 elementos (DJ, MC, Break e Grafite), teve como um dos seus pilares o respeito; é muito comum ouvir bastante sobre isso nas músicas da velha escola, precisamente nos anos 90 era uma temática muito forte. Durante o passar do tempo, o Hip Hop, mesmo sendo uma subcultura, foi ganhando mais espaço, inclusive os midiáticos. Com uma leva muito grande de grupos e MCs e um mercado favorável para o gênero, o Hip Hop foi sofrendo mutações (não digo que tenha sido uma evolução).

    Sim, já frequentamos meios de comunicação mantendo um discurso “mais conservador”, mas com a crescente exponencial do movimento, é muito comum vermos fãs de artistas e não da cultura e com isso fica cada vez mais comum presenciarmos cenas lamentáveis, como dois negros se digladiando com rimas racistas e a platéia indo a loucura, machismo, homofobia nos versos; tudo isso acaba sendo fruto do distanciamento da origem. Hoje quando um artista bomba, boa parte do público acompanha o trabalho/gênero do mesmo dali pra frente, quando talvez o certo seria olhar pra trás, pelo menos, particularmente, eu busco saber tudo sobre, conhecer os arquitetos, para então formar uma opinião sobre o tal.

    O grande problema está na falta de interesse por conhecimento, a real é que até numa batalha de sangue é necessário conhecimento, ou no mínimo bom senso. Confesso que eu ouço de tudo e gosto muito da variedade rítmica e temática, acredito que podem ser feitas letras sobre tudo, afinal rap é música, rap é poesia e ambas são livres, o rap tem que estar em todos os cantos e também é preciso que continue o rap de mensagem, afinal antes de tudo também é um movimento.

    Enfim, temos liberdade pra compor, sempre vai ter quem goste e quem não goste, mas é bom se lembrar: vamos nos polir antes de soltar uma frase que talvez nos arrependamos.