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  • O conflito de gerações no rap brasileiro: Uma análise das críticas e desafios

    O conflito de gerações no rap brasileiro: Uma análise das críticas e desafios

    Para onde o rap brasileiro está caminhando? Essa é a pergunta que venho me fazendo nos últimos anos, pois acompanho de perto a transformação que a cena do rap nacional vem sofrendo, fundindo-se com outras culturas e ritmos, e, ao meu ver, enfraquecendo-se entre tantas possibilidades.

    O que quero dizer com isso? O rap que aprendi a gostar e a fazer faz parte de uma cultura chamada hip-hop, uma cultura com valores muito bem definidos. São exatamente esses valores que vejo esvaírem-se por conta de alguns cliques ou centenas de milhares de reais.

    Não sou preso ao passado; muito pelo contrário, aprecio muito o que as novas gerações vêm produzindo. Sou fã da juventude e dedico minha vida a estar perto deles. Contudo, não posso negar minha preocupação com o caminho que o rap vem tomando há alguns anos.

    Em conversas com alguns amigos próximos e até mesmo lendo nas redes sociais, percebo a insatisfação de alguns artistas e militantes das gerações passadas. Alguns perdem a mão ao criticar, gerando mais polêmicas do que reflexões, pois os jovens contra-atacam com mais ofensas.

    Muitos dos meus contemporâneos pararam de rimar. Alguns, pela exigência da vida e pela luta pela sobrevivência; outros, porque se achavam “velhos demais” para o ofício. Alguns, como eu, continuam na labuta, tentando manter os pés no chão, respeitando a cultura, mas dialogando fortemente com os novos estilos que surgem, conversando com a juventude.

    O difícil é competir com a indústria, que, a meu ver, é o que está realmente sabotando e desconstruindo o rap. Ela mostra para uma geração inteira que está chegando um rap deturpado como sendo o “rap real” e deixa de fora a história que trouxe o rap até aqui, assim como os personagens importantes para essa construção de meio século.

    Acredito que a minha geração, em vez de criticar os novos estilos e os mais jovens, deve disputar, lançar mais discos, produzir mais videoclipes com a música que acreditam ser o “rap real”.

    Escrevo este texto principalmente porque o Killer Mike ganhou três estatuetas Grammy este ano. Um rapper quase cinquentão está no jogo, cheio de gás, disputando da forma mais prazerosa que há: através da música. Afinal, contra uma boa música, não há argumentos.

  • Entre o Real Querer e a Vontade Transitória

    Entre o Real Querer e a Vontade Transitória

    “Somente as lições dos séculos poderão proporcionar ou aquilatar o real querer da juventude, pois somente esta, com sua força empregada na construção da sociedade, poderão traçar o destino do porvir.”

    Me lembro como se fosse hoje da minha primeira greve geral, eu estava na primeira série do segundo gráu, quando entrou em sala uma senhora da coordenação da Escola Técnica João Luis do Nascimento em Nova Iguaçu, onde eu estudava (década de 80 – não me lembro bem a data). Com uma cara brava e um jeito completamente autoritário ela nos olhou de cima para baixo e com toda a arrogância que era peculiar daquela época aos chamados professores, decretou: _ A partir de agora não serão permitidos as meninas virem de saias curtas para a escola.

    Eu nem me lembro mais se ela proibiu de vez a saia ou se não podia vir apenas de saias curtas, mas sinceramente, não me interessava se as meninas viriam de saias curtas ou não, o problema era o autoritarismo predominante, isso era irritante. Eu que sempre fui tímido e reprimido até então, não consegui me conter, mandei a pergunta: _ E as professoras, poderão vir de saia?

    Nem sequer me preocupei com a professora que estava dando aula, eu me lembro bem dela (uma professora que tinha o desprezo geral da turma, mas eu gostava dela). A resposta foi tão seca e autoritária quanto a ordem anterior: _ As professoras poderão vir do jeito que elas quiserem, afinal elas já se formaram, vocês é quem precisam se submeter às nossas regras.

    A segunda pergunta então surgiu tão automática quanto a primeira: Quer dizer que a gente não pode mais ver as perninhas bonitinhas das meninas, mas somos obrigados a ver as pernas feias e cheias de varizes das professoras?

    Então a mulher autoritária deu um sorriso contido no canto da boca e disse: _ Sim, é isso mesmo, amanhã serão barrados todos os alunos que vierem sem o uniforme completo e as meninas que vierem de saia curta também!

    Logo que ela acabou de falar o que quis, nos deu as costas e foi embora, impondo-nos a sua marcha de marechal. Naquele momento, cresceu uma revolta no meu peito tão grande que eu não consegui me conter, uma revolta que não tinha nada a ver com saias e calças, mas com um autoritarismo repugnante. Levantei a voz e comecei a falar contra aquela atitude, logo, logo, outros alunos me seguiram e começamos um motim que começou nas turmas de primeiro ano e contaminou a escola toda.

    No dia seguinte ninguém entrou, fizemos um piquete na frente da escola, mas a coisa já tinha saído do meu controle, parece que existia alguma força política exterior que tinha organizado aquilo tudo, eu servi apenas para acender o pavio, então me retirei e me isolei. Quando acalmou tudo eu escrevi o manifesto acima, baseado em um texto que eu li não me lembro onde. Depois disso me chamaram diversas vezes para vários partidos na minha adolescência, mas apesar da Diretora da Escola me chamar descaradamente de petista, o que pra ela significava o mesmo que baderneiro, eu nunca havia me filiado a partido algum até então.

    O episódio passou, mas a vontade de mudar o mundo nunca saiu do meu coração e aquela revolta deu origem a uma reação em cadeia que me levou a estar aqui hoje escrevendo essas linhas, formou o meu caráter e minha personalidade acida e tácita, me fez trilhar caminhos diferentes da maioria das pessoas que eu conheci, até que eu consegui, finalmente conciliar o meu verdadeiro querer com a minha real vocação, acalmando o meu coração com reflexos em toda a minha vida (Ocupação, Religião e Família) – depois falaremos mais sobre essa base tripartite.

    Quanto ao manifesto da minha adolescência, trago-a a tona hoje para identificar duas coisas distintas, mas que para algumas pessoas parecem a mesma coisa. O “real querer” e a “vontade transitória”.

    Antes de iniciar qualquer empreendimento, sugiro a você que está acompanhando essa série sobre empreendedorismo cultural a buscar em seu mais íntimo querer, o que realmente você deseja. Pergunte a si mesmo, faça-se um interrogatório e demore o tempo que precisar, mas descubra o que realmente te inspira. Comece, investigando o que você mais gosta de fazer e tente associar isso ao mercado de trabalho, busque o que tem a ver com a sua área de interesse. Lembre-se, tudo o que fazemos com amor e inspiração, fazemos melhor, e se fazemos bem, podemos ganhar dinheiro com isso.

    Esse é o primeiro exercício para você que acompanha essa coluna, acredita em mim e tem verdadeiro interesse em montar o seu próprio negócio. Não comece o seu negócio pelo o que dá mais dinheiro, esse é um erro fatal que te levará diretamente ao tédio, ao enfado e ao desinteresse do seu próprio negócio, culminando em muitas das vezes com a falência, ou quando nada, a uma vida infeliz e sem realizações que te engrandeça. Comece o seu negócio, investigando a si mesmo, buscando o seu verdadeiro interesse nas coisas, capacite-se nisso, seja o melhor que você conhece na realização disso e o dinheiro virá naturalmente a medida em que você se auto-realizar naquilo que faz de melhor e se sente plenamente feliz e capaz.

    Vou terminar a explanação de hoje com uma coletânea de frases de internet sobre esse seu primeiro passo. Isso pode servir de inspiração e te ajudar a começar uma nova trajetória. Lembrando que o objetivo dessa colagem é apenas servir como fonte de inspiração e não ser um compêndio ou algo parecido que sirva de referência de coisa alguma, portanto eu não saí conferindo se as referências estão corretas e nem me preocupei de colocar links pra nenhum lugar, pois o objetivo aqui passa longe da investigação.

    Como eu creio que a fé é essencial para uma vida plena, fico com a frase do pastor Luther King das que eu elegí pra hoje, escolha a sua também.

    Continuamos na próxima semana.

    Paz e sucesso, sempre!

    Frases retiradas da Inernet.

    – Se você acredita que pode, você tem razão. Se você acredita que não pode, também tem razão. (by Henry Ford).

    – Tente Mover o Mundo. O primeiro passo será mover a si mesmo. (By Platão).

    – O primeiro passo para atingir o sucesso é acreditar que ele é possível (by Evandro Almeida).

    – Nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a vitória é o desejo de vencer (by Mahatma Gandhi).

    – Acreditar que pode acontecer é o primeiro passo para algo ser realizado (sem referência de autoria).

    – Não espere o incentivo dos outros, o primeiro a acreditar no seu sonho tem que ser você! (sem referência de autoria).

    – Parei de esperar que deem o primeiro passo em minha direção, se quero, vou eu de encontro ao desejo (by Cristina Deutsch).

    – Não fique contando as prováveis dificuldades que vai encontrar, pois é possível que desista antes mesmo de começar… (sem referência de autor).

    – O primeiro passo para chegar em algum lugar é decidir que você não quer ficar mais onde está (sem referência de autora).

    – Quando o caminho a sua frente parecer longo e difícil, lembre-se: As mais longas trajetórias começam com um primeiro passo (sem referência de autoria).

    – Acreditar é o primeiro passo para fazer acontecer (sem referência de autoria).

    – Dê o primeiro passo na fé. Você não precisa ver a escada inteira. Apenas dê o primeiro passo. (by Martin Luther King Jr.).

    – O primeiro paso é sempre o mais difícil ( sem referência de autoria).