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  • O Curso Popular Mãe Beata de Iemanjá abre inscrições para moradores da Baixada Fluminense que desejam ingressar no ensino superior

    O Curso Popular Mãe Beata de Iemanjá abre inscrições para moradores da Baixada Fluminense que desejam ingressar no ensino superior

    Pensando prioritariamente em garantir e democratizar o acesso ao ensino superior à partir de uma formação cidadã, ou seja, de um espaço de pensamento crítico e popular que contribua para uma educação feminista, inclusiva, democrática, antirracista e contra qualquer tipo de opressão e violência, integrantes do Instituto Enraizados, do Movimento Negro Perifa Zumbi e um quadro de professoras parceiras se uniram para criar o Curso Popular Mãe Beata de Iemanjá.

    A escolha do nome de Mãe Beata de Iemanjá foi unanimidade entre os coordenadores e coordenadoras do curso, visto que a história da Ialorixá, que viveu na cidade de Nova Iguaçu desde o ano de 1961 até a sua morte, em 2017, nos deixa um legado de resistência e muito aprendizado. Foram mais de meio século de luta contra as injustiças sociais, sobretudo contra o racismo e a intolerância religiosa, além de ter realizado trabalhos em defesa do meio ambiente, dos direitos humanos e da educação.

    O sociólogo e mestre em educação Adailton Moreira Costa, filho da mãe beata e herdeiro do Ilê Omiojuarô, em conversa com Dudu de Morro Agudo, um dos coordenadores do pré vestibular, se mostrou contente com a homenagem à sua mãe, e disse: – “Sou oriundo de pré vestibular comunitário, e foi por causa destes coletivos que hoje faço doutorado em Bioética na UFRJ, o crédito são destas iniciativas”.

    O curso, que é gratuito e não cobra taxa de inscrição ou mensalidade, ainda busca voluntários para compor o quadro de discentes nas disciplinas de matemática e física.

    As inscrições, tanto dos estudantes que buscam uma vaga no curso, quanto para os professores e voluntários de outras áreas, podem ser feitas pela internet no link https://linktr.ee/cpbeatadeiemanja.

    As aulas irão ocorrer presencialmente na sede do Instituto Enraizados, localizado na Rua Presidente Kennedy, n° 41 – Morro Agudo, Nova Iguaçu. A aula inaugural será no dia 30 de abril, dia da Baixada Fluminense, no Quilombo Enraizados, em Morro Agudo, onde acontecerão também atividades artísticas de música e poesia.

    Serviço:

    Inscrições: https://linktr.ee/cpbeatadeiemanja

    A aula inaugural será no dia 30 de abril, na sede do Instituto Enraizados, localizado na Rua Presidente Kennedy, n° 41 – Morro Agudo, Nova Iguaçu.

    E-mail: cpbeatadeiemanja@gmail.com
    Site: https://linktr.ee/cpbeatadeiemanja
    Instagram: https://www.instagram.com/cpmaebeatadeiemanja/

  • A estória das pessoas: Evellyn Alves

    A estória das pessoas: Evellyn Alves

    Evellyn nasceu na Zona norte do Rio de Janeiro numa família de 9 filhos e poucos recursos. Mulher, negra, estudou em escola pública, não teve professor de física, química, filosofia, geografia, foi mãe aos 17 anos, saiu de casa, teve filhos, criou-os, fez vestibular, passou, cursou a faculdade em 4 anos.

    Ela faz parte de uma estatística positiva do Brasil embora tenha enfrentado tantas barreiras para chegar ao final do nível superior de ensino. Multi talentosa a atriz, poetisa, ex rainha de bateria, cantora, atleta e modelo fitness e jornalista fala num bate papo rápido com respostas curtas sobre como foi sua passagem pelo sistema universitário.

    Cleber: Como foi seu primeiro dia na universidade?

    Evellyn: Estudei na Faculdade de jornalismo Hélio Alonso com bolsa de estudos. No primeiro dia foi muito tenso pois não sabia o que iria encontrar. Uma mistura de tensão e alegria, feliz em parte por estar chegando num novo caminho.

    Como era a composição de alunos dentro da Faculdade? Você calcula quantos negros existiam em sua turma?

    Evellyn: Éramos duas em uma turma de aproximadamente 30 alunos. Logo no período seguinte minha colega trancou o curso e não voltou mais.

    Cursar o nível superior mudou a sua vida?

    Evellyn: Pra caramba! Muitas vendas foram tiradas dos meus olhos, aprendi a ler nas entrelinhas como alguns professores falavam, sair do “Senso comum”, deixar de ser “papagaio de pirata”.

    Como está sua vida hoje? Que trabalhos vem fazendo?

    Evellyn: Produzindo documentários com recursos próprios (“Quando o mal fez o bem” e “Partido alto na tribo do samba: onde um parideiro fez morada e deixou sua arte eternizada”), e mais um ainda em andamento, e competindo no fisiculturismo feminino, com competição marcada para outubro no Rio de Janeiro.

    Mais Informações:

     

  • Quem não sabe, reprova!

    Quem não sabe, reprova!

    Tenho visto alguns professores a muito tempo fazendo um monte de besteira em relação a educação e me pergunto o seguinte? Pra que serve mesmo o professor? Pra ensinar os alunos? Então porque que alguns profissionais da educação nas Universidades cobram além do conteúdo que ministraram em sala de aula? Pior, cobram o que nem sequer falaram em sala de aula! Porque alguns ditos professores, ao inves de explicar o conteúdo o tornam turvo e nebuloso, como se fosse algo impossível de pessoas comuns entenderem o assunto?

    Para explicar isso, eu vou lhes contar uma história:

    Eu vivia fugindo da aula de filosofia porque eu só pegava professores que me deixavam ainda mais confusos, então eu disse pra mim mesmo: _ Isso não é pra mim!

    Um belo dia eu finalmente tive que fazer a disciplina e pequei o melhor professor do mundo, simplesmente tudo o que ele falava eu e os meus colegas de turma compreendiam perfeitamente, então eu o interpelei um dia, perguntando o seguinte:

    _ Professor, porque o senhor explica a matéria e eu entendo, mas quando eu tive essa mesma matéria com outros professores eu nunca aprendi?

    Ele me respondeu: _ Pode ter acontecido duas hipóteses: A primeira é que o professor não dominava o assunto, isso faz com que a matéria fique obscura, alguns até fazem isso de propósito, pois como eles são mestres ou doutores, certamente que ele não permitirá que você perceba que ele não domina o assunto, então ele torna as coisas mais complicadas do que é; a segunda hipótese é que algumas pessoas, seja por patologia ou por um distúrbio de personalidade, sentem um prazer mórbido em se mostrar melhor que as outras, e uma das formas de fazer isso é se mostrar entendedor de algo que é para a maioria das pessoas, incompreensível, por isso elas maquinam formas de fazer com que você ou não entenda ou, ainda, que você ponha em dúvida aquilo que você até então tinha certeza que sabia, sendo que as duas formas não são excludentes, ou seja, pode haver alguém que usa as duas formas ao mesmo tempo, pelos dois motivos, inclusive, logo, não sabem e ainda sentem prazer em serem melhor que os outros.

    Então eu perguntei a ele como eu poderia saber quando a culpa é minha ou do professor por não conseguir aprender algo. Ele me respondeu logo a seguir: _ É simples, se o problema é com alguns alunos, a culpa é dos alunos, se o problema for com a maioria dos alunos, a culpa é do professor! E concluiu: _ Quem sabe, ensina!

    Depois de ouvir isso eu sempre dou esse conselho para os meus amigos que vem reclamar comigo dos professores de merda que dão aulas pra eles:

    E essa é a minha lição mais importante sobre o ensino no bRASIL, independentemente do sistema de educação: QUEM SABE, ENSINA!

  • Anonymous + Militância + Repressão = Revolução

    Anonymous + Militância + Repressão = Revolução

    Estou ouvindo muita gente desesperada pelo o que está acontecendo com o Brasil, e não vejo motivos para tanto desespero. A causa é simples, os motivos são simples e a ação é simples.

    Me parece que só depois do dia 17 de Junho de 2013 que a maioria esmagadora da população se deu conta da gravidade do que está acontecendo no país. E o Governo agora está desesperado porque não tem uma explicação plausível, segundo eles, para tanto alvoroço, tanta mobilização, tanta força popular. As direitas/esquerdas até agora sempre viram as redes sociais como uma rede de desocupados, que só querem se divertir um pouco mais sem riscos. Agora eles estão acordando para aquilo que parece ser mais uma revolução do que uma ferramenta. Dentre os motivos, a principal causa de desespero deles é a falta de bandeiras e uniformes de militância nas manifestações. Os partidos e sindicatos, treinaram muito até que dominaram de vez a técnica de fazer política pelas ferramentas antigas, mas, essa nova tecnologia, eles não entendem nada, até mesmo porque perderam o tempo precioso deles fazendo e aperfeiçoando os métodos políticos da antiga forma.

    Uma vez eu fui em uma palestra do Wladimir Palmeiras (líder da antiga passeata dos 100 mil) e ele falou sobre a aversão da juventude aos partidos políticos e da forma como eles fazem política, e disse que eles (os partidos) ainda precisavam aprender muito sobre essa nova forma dos jovens verem a política, porque os partidos estão sendo esvaziados em sua militância. Os jovens preferem discutir política usando a cultura que militando por uma causa partidária.

    Eu faço militância cultural e cibermilitância a muito tempo e sempre me perguntavam o que era essa tal de militância cultural, eu sempre respondi dessa forma: Usamos a arte para atrair a juventude para discutir políticas públicas, principalmente a da nossa cidade. E quando me perguntavam o que era cibermilitância eu sempre respondia: É usar a internet para disseminar, propagar e discutir a militância cultural, orientando e criando novas formas de ser, agir e pensar.Me parece que esse discurso havia ficado velho, ou desgastado quando ninguém mais falava de cibermilitância e somente algumas organizações ainda usavam o termo militância cultural, mas a grande maioria, mesmo sem saber não somente usava, como faziam e fazem, e usam, tanto uma quanto a outra formas organizativas. Aquilo que os partidos sempre temeram, na verdade é simplesmente o efeito castata de uma série de coisas que se unem formando uma coisa só enorme e plural.

    Cabe ressaltar aqui que existe ainda uma militância autônoma que sempre foi feita em relação a apropriação de tecnologias, uma militância autônoma e sem rosto, muitas vezes, uma militância que está presente no mundo dos hakers e crakers, que são anônimos e por isso podem ser desde um garoto que nem chegou a sua puberdade, até um engenheiro bem posicionado na vida, que pelo simples motivo de não concordar de que tudo no mundo sempre tem que ter um dono, militam anonimamente por um mundo mais justo e melhor. Essa é a militância dos Anonymous, que no início começa com poucas pessoas e que pelo seu caráter desbravador e tomado de uma forte compreenção daquilo que é e de onde quer chegar, é capaz de traçar linhas claras, definidas e complexas sobre as suas diferentes formas organizativas, e por isso se espalha pelo mundo todo. No mundo anonymous não há rostos, nem nomes, apenas uma ideologia e uma política de convivência pacífica e de respeito ao indivíduo, sem detrimento da causa coletiva. Não há liderança claramente definida, as idéias que se somam aos ideais o fazem pela simples conexão natural com o objetivo final e se molda numa idéia comum. Desta forma, a luta fica mais forte, porque os objetivos, a meta e as diretrizes são claras na cabeça de cada anonymous e não precisam, de todo, ser verbalizada, mas quando precisa, tudo bem também, ninguém fica chateadinho porque a sua idéia não foi posta em prática pelo coletivo, simplesmente porque ninguém vai saber que a idéia foi sua, dessa forma não há melindres. O melhor é que se pode colaborar, sendo ou não um anonymous, mas nunca as regras são burladas, ninguém fica sabendo quem é você. Por causa dessa característica, alguns ficam aterrorizados com a idéia de que pode haver um manipulador que está levando as pessoas a fazerem isso ou aqui, mas essa idéia é um medo, como aquele medo do desconhecido que todos os animais tem. Não se justifica a medida em que todos sabem qual é o alvo e quais são as metas.

    Pra quem não conhece é aterrorizante, confesso, eu mesmo me senti confuso e repleto de medos que foram se dissipando a medida em que os objetivos e metas se colocaram e ninguém impõe nada a ninguém, se quiser fazer, faça, caso contrário, tudo bem, se quiser ficar, fique, caso contrário, tudo bem também.

    Muitos jovens que estão hoje nas universidades, foram formados por instituições e militantes culturais individuais que sempre discutiram politica misturada com a arte. E essa forma de fazer política, sempre nos pareceu a melhor forma, pois algum dia, a força dessa inquietação que estava sendo passada e repassada para essa geração iria se manifestar, só não sabíamos como. Até que uma série de eventos emergiram e nos favoreceu de forma supreendente. A antiga forma organizativa dos estudantes que sempre mobilizaram o nosso país começa a se articular, os anonymous se juntam para divulgar e fomentar a discução, os militantes culturais e cibermilitantes de diferentes vertentes se juntam e formam um bloco mais ou menos coeso, até que vem o tiro no pé dos políticos ignorantes, que não sabiam e não sabem ainda com quem estão lidando, e reprime os manifestantes, pronto, foi essa a maravilhosa gota d’agua que estava faltando para que a sociedade se levantasse, e com ela a mídia (que também foi reprimida), as pessoas comuns começaram a se perguntar:“Porque eu estou apoiando uma ditadura disfarçada de democracia?”. Sim, se perguntaram, porque houve uma reflexão do seguinte ponto de vista: “Se eu não faço nada eu dou força pra quem reprime, além disso o meu filho, o meu irmão, o meu amigo, o meu parente está tomando porrada da polícia e eu ainda que não queira ir tomar porrada também, como posso ajudar?”. A resposta é óbvia, e então começaram os milhões de compartilhamentos, pelas redes sociais, principalmente o Facebook, por uma série de fatores que não é  motivo dessa reflexão, e o movimento que era de estudantes, começa a ser de uma Nação, e as demandas estudantis, dão lugar as demandas de um Povo que está de saco cheio da “Política do Pão e Circo” utilizada pelos Romanos a séculos atrás e que sempre foi utlizada pelos políticos brasileiros maximizados pela dobradinha: Assistencialismo vs Grandes Eventos (BolsaFamília vs CopaDoMundo etc).

    Tem muita coisa errada no Brasil, e é preciso uma força descomunal para parar essa roda que gira num efeito vicioso para que ela gire ao contrário naquele tão sonhado efeito virtuoso. Muita coisa ainda vai acontecer, estão chamando precipitadamente esse movimento de Revolta do Vinagre, pois eu digo que não se trata de revolta, mas sim de uma REVOLUÇÃO e não tem nada a ver com vinagre, essa é a REVOLUÇÃO DEMOCRÁTICA MODERNA.

    Tópicos interessantes relacionados:

    Um texto interessante de alunos sobre o Anonymous – http://tocqueville.richmond.edu/digitalamerica/?p=1942

    Sobre o Anonymous brasil – https://www.facebook.com/AnonymousBr4sil/info

    Uma reflexão séria de um dos maiores pensadores do Brasil – http://www.luizeduardosoares.com/?p=1098

    Texto original