sexta-feira, 19 abril, 2024

Um dia dedicado a rima, viva o hip hop!!!

Eu juro que eu não imaginava que quando, em 2009, eu, o Átomo e o Wilson Nenem sentamos no portão da minha casa, no dia 27 de dezembro, para escrever um rap, sem compromisso, só querendo imortalizar aquele dia, juro que não imaginava que se transformaria no Dia da Rima, do tamanho que rolou esse ano.

Vou escrever esse texto citando algumas pessoas, sem medo de esquecer um ou outro amigo e/ou amiga, mas se eu esquecer peço ajuda para me lembrar nos comentários.

A alguns meses eu estava pensando no formato do evento Dia da Rima deste ano, eu sei que deveria haver algum tipo de regulamento, pois tínhamos que gravar, cantar, interagir, etc… e isso exige um mínimo de organização. No dia 26 de dezembro, um dia antes do evento, eu e Samuca Azevedo – fiel escudeiro de todas as horas – fomos ao supermercados Crystal, para comprar as bebidas e as carnes. Neste dia, os termômetros registraram 42 graus, simplesmente o dia mais quente dos últimos 90 anos, e alguns meios de comunicação informavam que no dia 27 de Dezembro, o Dia da Rima, seria ainda pior, por isso comprei mais algumas caixas de cerveja.

No dia 27 pela manhã estávamos eu, Samuca Azevedo, minha tia Cleilda e Léo da XIII, cada um com sua específica função, correndo para que tudo desse certo. Logo depois chegou o CS (Caio Souza) e o Kadu, que deram uma grande moral da produça. O DJ Léo montando os equipamentos. Aos poucos foram chegando os primeiros amigos convidados. Fiquei feliz quando percebi que chegaram uns manos de São Paulo (João Basilio) e da Bahia (Sensato), trazidos pelo paraibano – residente a alguns anos no Rio de Janeiro – Petter MC. Logo depois, diretamente de Minas Gerais, os rappers Lupa e Lindomar 3L e mais uma rapa de  Paciência, bairro da zona norte do Rio de Janeiro, chegaram e literalmente ficaram (No fim do texto vocês vão entender).

O carioca Nyl MC chegou cheio de vontade de escrever. Acho que foi um dos que mais gravou. Depois o Átomo passou pelo Espaço Enraizados e deixou um tema, logo o baiano Sensato e o meu parceiro de bairro Kadu, abraçaram a idéia e escreveram um som, que se eu não me engano, o título é Van Gogh.

Marcão Baixada chegou  com sua namorada e já começou a escrever. Ele me mostrou um beat bem louco, a inspiração bateu na hora e eu tive que escrever um som com ele. Na verdade eu nem lembro da música, mas sei que tá fodona.

Dudu de Morro Agudo e Marcão Baixada

Chegaram os maninhos de Miguel Couto, mas logo foram embora chateados porque não conseguiram gravar na hora em que queriam.

Um momento legal foi quando eu fotografei o Abner, filho do Dumontt, com apenas um mês de idade e meu pai, Dico Sequela, com 60 anos. Os dois lá, curtindo a festa familiar do Movimento Enraizados.

Abner e Dico Sequela

Depois disso foram chegando vários manos, tipo o Slow da BF, Ualax, DMaua, Machintal, Deco, Branca B, Lisa Castro, Laica, Kall, 2M, Mark MC… além dos amigos que vieram curtir, como o meu parceiro Maycom Brum, do Complexo do Alemão, meu brother Henrique, de Duque de Caxias, que veio com sua namorada, meu brother Marcio Rufino, minha amiga Ivone Landim, meu camarada Toninho, que acho que é de Brasilia, e minha camarada Beth, que é daqui de Morro Agudo mesmo.

Beth, Dudu de Morro Agudo e Toninho

Quando começamos a gravar, aconteceu o primeiro e único grande problema do evento, o Ar Condicionado do estúdio parou de funcionar e alguns disseram que ele estava funcionando como um aquecedor. Todas as pessoas que gravaram, tiveram que suportar um calor simplesmente insuportável. Léo da XIII que era o cara responsável pelo estúdio pediu para o Marcão Baixada revezar com ele, pois senão ia dar merda.

Familia 3L e Léo da XIII, no estúdio em chamas

Com três horas de atraso, começaram os Pocket shows, eu fui o mestre de cerimônias, não lembro ao certo quantos foram o shows, mas foram muitos, tipo Eu, Branca B & Laica, Slow da BF, Pêvirguladez, Sensato, Ualax MC, Deco Rappista, Átomo, Marcão Baixada, Lupa, Lindomar 3L, etc…

Meia noite e blá blá blá a festa terminou, but…

… os manos Dmaua, Ualax, Deco e Marcão Baixada queriam continuar gravando no estúdio, mas a placa de vídeo do computador queimou (tomara que tenha sido a placa de vídeo, senão fudeu grandão) e eles foram embora, but…

… a galera de Minas Gerais, que estava na casa dos amigos em Paciência, não tinham mais como ir embora, então ficamos no Espaço Enraizados, conversando, só faltou o violão e a fogueira, na verdade acredito que com o calor que estava todos dispensariam a fogueira, sendo assim só faltou o violão mesmo, mas a roda de conversa funcionou bem. Cerca de quatro horas da manhã, os mineiros camaradas foram dormir, foi aí que o Esquadrão Zumbi entrou em cena.

Esquadrão Zumbi (DMA, DJ Léo Ribeiro, Marcão Baixada e Samuca Azevedo)

Só os fortes sobrevivem: Eu, Marcão Baixada, DJ Leonardo Ribeiro & Samuca Azevedo, saímos do Espaço Enraizados às 06 horas da manhã, encerrando o DIA DA RIMA 2012.

GALERIA DIA DA RIMA 2012

 

 

Sobre Dudu de Morro Agudo

Rapper, educador popular, produtor cultural, escritor, mestre e doutorando em Educação (UFF). Dudu de Morro Agudo lançou os discos "Rolo Compressor" (2010) e "O Dever Me Chama" (2018); é autor do livro "Enraizados: Os Híbridos Glocais"; Diretor dos documentários "Mães do Hip Hop" (2010) e "O Custo da Oportunidade" (2017). Atualmente atua como diretor geral do Instituto Enraizados; CEO da Hulle Brasil; coordenador do Curso Popular Enraizados.

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O papel da educação clandestina na formação Política

Este texto reflete sobre o conceito de "Educação Clandestina", destacando sua abordagem contrária ao ensino formal. Explora as lacunas do sistema educacional brasileiro, particularmente em relação à alfabetização e ao letramento nas escolas periféricas. Descreve como movimentos sociais reúnem conhecimentos diversos, ausentes das instituições formais, promovendo uma troca que desafia o status quo. Aponta a importância da conscientização política e da ação crítica na transformação da realidade. Destaca a educação clandestina como um processo contínuo de formação política, capaz de despertar indivíduos para a realidade e capacitá-los a questionar, refletir e agir em prol da mudança social.

2 comentários

  1. Maneiríssima a matéria, É nós neguin!

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