quinta-feira, 28 março, 2024

Cine Tela Preta exibirá documentário ‘Menino 23’ na próxima terça (14)

Na próxima terça-feira, acontecerá mais uma sessão do Cine Tela Preta no Espaço Enraizados, em Morro Agudo, onde será exibido o documentário Menino 23, de Belisário Franca.

Pelo menos uma vez por mês, cerca de 30 pessoas, de todas as idades, se reúnem na sede do Instituto Enraizados, em Morro Agudo, para assistir a uma sessão de cinema que sempre vem acompanhada de uma roda de discussão sob o comando dos provocadores professores Cleber Gonçalves e Luiz Claudio.

Os filmes sempre trazem uma temática étnica, que dá juz ao nome do projeto criado por Dudu de Morro Agudo, diretor da organização, e tem como objetivo popularizar discussões ligadas ao dia a dia do povo preto.

Menino 23

“Em 1998, o historiador Sydney Aguilar ensinava sobre nazismo alemão para uma turma de ensino médio quando uma aluna mencionou que havia centenas de tijolos na fazenda de sua família estampados com a suástica, o símbolo nazista. Esta informação despertou a curiosidade de Sidney e desencadeou sua pesquisa. Pouco a pouco, o filme mostra como o historiador avançou com a sua investigação, revelando que, além de fatos, ele também descobriu vítimas.

Sidney mostrou que empresários ligados ao pensamento eugenista ( integralistas e nazistas) removeram 50 meninos órfãos do Rio de Janeiro para Campina do Monte Alegre/SP para dez anos de escravidão e isolamento na Fazenda Santa Albertina de Osvaldo Rocha Miranda.

O trabalho de Sidney vai reconstituir laços estreitos entre as elites brasileiras e crenças nazistas, refletidos em um projeto eugênico implementado no Brasil. Aloísio Silva, um dos sobreviventes, lembra a terrível experiência que escravizou os meninos ao ponto de privá-los do uso de seus nomes, transformando-o no “23”.

Sidney e outros historiadores e especialistas irão delinear os contextos históricos, políticos e sociais do Brasil durante os anos 20 e 30, explicando como um caldeirão étnico como o Brasil absorveu e aceitou as teorias de eugenia e pureza racial, a ponto de incluí-los em sua Constituição de 1934.

A investigação culmina com a descoberta de Argemiro, outro sobrevivente do projeto nazista da Cruzeiro do Sul. Sua trajetória reforça ainda mais como os conceitos de “supremacia branca” e as tentativas de “branqueamento da população” marcaram nossa sociedade deixando sequelas devastadoras até os dias de hoje. Sendo o racismo e – mais ainda – a negação do mesmo, as mais permanentes.”

SERVIÇO
Cine Tela Preta
Dia 14 de março, terça-feira, às 18 horas
Espaço Enraizados
Rua Presidente Kennedy, 41, Morro Agudo, Nova Iguaçu, RJ

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