Autor: Beatriz Dias

  • De belchior à brechó

    De belchior à brechó

    O que conhecemos como brechó surgiu por volta do século XIX, quando um homem abriu a primeira lojinha de produtos usados no Rio de Janeiro. O comerciante se chamava Belchior e assim ficaram conhecidas tais lojas, que chegam a ser citadas no conto “Ideias de Canário” de Machado de Assis.

    “… sucedeu que um tílburi à disparada, quase me atirou ao chão. Escapei saltando para dentro de uma loja de belchior… A loja era escura, atulhada das cousas velhas, tortas, rotas, enxovalhadas, enferrujadas que de ordinário se acham em tais casas, tudo naquela meia desordem própria do negócio.”

    Com o tempo e a rápida reprodução, a palavra belchior acabou se transformando em berchior e depois em brechó, como falamos hoje.

    O belchior é primo da sebo (loja que vende apenas livros, revistas e discos de vinil de segunda mão), mas diferente de seu parente, nele se encontram também roupas, sapatos, acessórios, utensílios domésticos e mais um monte de coisa que se queira dar uma nova vida útil por um preço acessível.

    Hoje em dia conseguimos distinguir também os bazares, que em sua maioria são beneficentes, sendo propostos geralmente por igrejas, onde recebem doações de roupas e as vendas são revertidas pra angariar fundos para Instituições Solidárias.

    Assim como as alterações que o termo sofreu, as formas como encontramos brechós também mudaram, se modernizando junto com a tecnologia. Hoje é possível encontrar brechós itinerantes; feiras com diversas exposições e araras; vitrines online, contando com reservas e entregas, facilitando assim a compra e propagando a ideia de consumo consciente. Tudo isso faz com que o garimpo seja uma alternativa inteligente e sustentável, trazendo opções não só mais baratas como também de melhor qualidade, capazes de ter um tempo de vida mais longo que a das roupas de departamento produzidas em larga escala.

  • #ComSalarioDoNeymarEu: ‘Sabe o que dar pra fazer com o salário do Neymar?’

    #ComSalarioDoNeymarEu: ‘Sabe o que dar pra fazer com o salário do Neymar?’

    O povo do twitter está se utilizando de toda a criatividade pra dizer o que dá pra fazer com o salário do Neymar.

    O atacante Neymar assinou com o Paris Saint-Germain por 222 milhões de euros para ganhar um dos maiores salários do mundo, e como o pessoal do Twitter já o ama pelos seus antigos tweets, acabou virando motivo de brincadeira e parando nos trending topics com a hashtag #ComSalarioDoNeymarEu.

    Se no jogo de estréia Neymar deu um show ao fazer gol, dar assistência e ajudar o time a vencer o Guingamp fora de casa por 3 a 0, as pessoas na internet deram um show de criatividade.

  • 25 anos da polêmica ‘Sacolinha’ de Dudu de Morro Agudo

    25 anos da polêmica ‘Sacolinha’ de Dudu de Morro Agudo

    Neste ano a música “Sacolinha”, do rapper Dudu de Morro Agudo, completa 25 anos e o videoclipe 05, e para comemorar resolvemos relembrar do processo criativo e da polêmica em que ela resultou.

    Eu escrevi a música com 13 anos, gravei com 28, produzi o videoclipe com 32 e hoje, com 38 anos, ela continua atual”, afirma Dudu.

    É uma música atemporal que critica a conduta de algumas igrejas e suas lideranças, gerando questionamento e reflexão a partir do humor, de forma descontraída. A animação 2D, elabora pelo cineasta Bruno Thomassim, ajudou para que um assunto relativamente sério fosse absorvido pelo público com mais leveza, fazendo com que o primeiro clipe do rapper fosse um grande sucesso.

    A frase mais famosa da música é a pergunta:  -“Vamos recolher a sacolinha?“, você sabe o porquê disso?

    CONFIRA A ENTREVISTA ABAIXO

    Dudu de Morro Agudo
    Dudu de Morro Agudo

    Portal Enraizados: Você é ateu?

    Dudu: Não. Eu acredito numas paradas aí.

    Quais paradas, qual a sua religião?

    Eu não tenho religião. Vou em tudo e não fico em nada. Acredito nas energias, nas árvores, nos gnomos, em Deus, nos santos. Em tudo, tá ligado? Acredito em tudo que não posso provar que não existe. Se tu me falar que uma parada existe, já era, respeito e bola pra frente. O problema todo é que eu não concordo quando usam essas coisas para fins lucrativos.

    Quando você lançou o clipe, alguma pessoa, algum líder religioso veio te criticar, falar que você estava fazendo errado, que ia pro inferno ou alguma coisa do tipo?

    Sim, antes de eu lançar o disco, um amigo meu que é evangélico veio me questionar, brigar comigo mesmo, me dar esporro, dizendo que eu ia pro inferno, que não podia ter feito isso, que eu estava denegrindo a igreja e, consequentemente, Deus.

    Eu fiquei perplexo por ser um cara tão próximo da gente e ter uma visão tão antiquada, quadrada. A minha reação foi chamar outro camarada e realizar um debate. Então eu fiquei meio neutro na história e deixei os dois debatendo, pois os dois eram evangélicos, e cada um colocou seu argumento.

    O que estava a meu favor, falou que achava que não tinha nada demais na música e que se eu cheguei àquela conclusão foi porquê eu fiz uma análise, passei por uma experiência e relatei em forma de música, poderia ser uma tese, um quadro ou qualquer outra coisa. E que qualquer revista que se comprasse, ou até mesmo quando se ligasse a TV, viria que tudo era realidade.

    Bea: Vi uma tirinha na internet que mostra que é muito bizarro quando você mexe com a igreja católica ou evangélica. Não pode fazer sátira falando disso por que é pecado, mas as pessoas fazem isso diariamente com o candomblé, a “macumba” é pejorativa e as religiões de matrizes africanas  são usadas o tempo inteiro em filme, mas não podem fazer o mesmo com as religiões protestantes.

    As pessoas me questionavam: – “Porque você não faz isso com os muçulmanos? Eles vão te explodir.”
    Mas ninguém lembra que há um tempo a igreja católica tava queimando gente. Eu não teria problema em mexer com a ideia dos homens bomba, eu mexeria com os caras e não com a religião em si, por que o islã não tem nada a ver com o que os homens bombas fazem, é só você ter um entendimento um pouco maior da religião pra entender isso. Da mesma forma que o cristianismo não tem nada haver com o que os pastores fazem, são pessoas sem escrúpulos que se utilizam de MÁ FÉ para enganar pessoas. Negociam a fé.

    Você só cai nisso quando tá no fundo do poço, muito fodido, ou você tá muito doente, sua família muito doente, eles se aproveitam disso, ou seja, quando você tá vulnerável o cara vai lá e acaba de te foder.

    Dudu de Morro Agudo
    Dudu de Morro Agudo

    Essa história do clipe, da sua mãe te levar pra igreja, ela realmente aconteceu?

    Não, essa história não é real. Minha mãe só me levou pra igreja no meu batizado, quando eu era bebê, depois ela nunca mais quis me influenciar em nada, nem primeira comunhão eu fiz.

    O que aconteceu foi o seguinte. Na minha pré-adolescência eu e uns amigos íamos pra uma festa, mas uma das meninas que saía com a gente não podia ir porque tinha que ir pra igreja com a tia, aí decidimos comprar a causa da menina e ir junto pra igreja. A igreja era a catedral da Universal, na Suburbana. Eu nunca tinha visto nada como aquilo, parecia um mundo. Fiquei perplexo com a quantidade de dinheiro que circulava ali dentro, o pastor perguntava “quem pode dar R$100.000,00 (cem mil reais)?” e um monte de pessoas levantavam as mãos, saíam e recebiam uma oração especial, depois os pastores pediam R$50.000,00, e assim por diante.

    Mas quando chegava R$1.000,00 já era uma oração genérica, pra todo mundo. Pessoas esclarecidas caiam nessa onda e doavam coisas que não tinham, deixavam faltar coisas em casa pra poder colaborar mais com a igreja. E depois aconteceu na minha família, casos com a minha vó, minha tia.

    A partir daí eu fui fazendo a primeira parte da música, comecei a escrever com 13 anos e terminei com 19, quando a Bea tinha nascido, eu tinha um tempinho sobrando e então escrevi o final da música. Cinco anos depois tudo continuava exatamente do mesmo jeito e cada vez mais coisas vinham à tona.

    Hoje em dia tu escreve uma música, como por exemplo eu escrevi a música “Legado”, que é sobre a Copa do Mundo, e ela tem um prazo de validade, passou a Copa do Mundo e aquilo já não funciona mais, mas Sacolinha é uma música atemporal, é um problema que é recorrente, não só no Brasil, mas em vários lugares do mundo, e nos lugares mais pobres são onde eles mais se agravam.

    Dudu de Morro Agudo
    Dudu de Morro Agudo

    Victor: Essa música é para as pessoas despertarem?

    Eu acho que a música tem um papel social, o meu rap tem isso, pra fazer as pessoas pararem para analisar. Eu não quero que ninguém concorde comigo, quero que as pessoas acordem pra vida e tirem suas próprias conclusões, vejam se aquilo realmente acontece. Mesmo que não seja na profundidade que eu narro, desejo que cada um seja capaz de analisar em que profundidade é.

    Bea: Mas também tem isso, se não chocar, as pessoas não se interessam e não param pra ver, tem que ter aquele choque.

    Se for muito melódico as pessoas não ouvem a letra. Eu cantarolo algumas músicas que eu nunca parei pra analisar a letra.

    De onde surgiu a frase “Vamos recolher a sacolinha?”

    A inspiração veio do Tim Tones, personagem do Chico Anysio. Eu assistia muito na minha infância, sempre fui muito fã, mas certo dia aquilo tudo o que ele protestava começou a fazer muito sentido pra mim, ao ponto de eu ter que fazer uma música.

    Hoje, 25 anos depois, a sua ideia sobre a igreja continua a mesma ?

    Piorou bastante, surgiram novos personagens que são bem piores dos que tinham a 25 anos atrás, tem uma legião do mal agora, tem Valdomiro, Silas Malafaia, RR Soares, Bispo Macedo, tem Agenor Duque e a mulher dele que eu nem conheço, tem os outros da Renascer que foram pegos no aeroporto cheios de dólares.

    Teve uma parada que aconteceu que eu quase voltei pra igreja, não me converti nem nada, mas quase voltei a frequentar, foi no batismo da Bea, porque o pastor era meu parceiro, ele me chamava de “Dudu Cabeção” eu chamava ele de “Pastor Bilão” e era maneiro e você via que aquilo ali era de verdade, não tinha nada de valor na igreja, você via o pessoal passando necessidade ali pra pagar uma conta.

    Mas a partir do momento em que o cara começa a querer construir prédio, botar tudo de blindex, estacionamento gigante e depois cobrar pelo estacionamento, pastor chegar com carro importado na igreja e dizer que o pastor tem que dar exemplo.  Eu já ouvi isso. O cara na rádio disse: – “Você acha que Jesus andava num burrico velho ou num burrico 0km?”

    Você pretende fazer algo a mais com esse foco?

    Não, o que eu tinha que fazer, ja fiz.

  • O ‘CIEDS’ torna pública a abertura das inscrições de projetos para o concurso ‘FAZEDORES DO BEM 2017’

    O ‘CIEDS’ torna pública a abertura das inscrições de projetos para o concurso ‘FAZEDORES DO BEM 2017’

    Diante do cenário de crise política e social que o Rio de Janeiro vem enfrentando, o CIEDS está fazendo diferente com o edital Fazedores do Bem, que incentivará 20 boas ações impulsionando suas atividades e aumentando seus impactos positivo.

    FAZEDORES DO BEM 2017 é uma iniciativa do CIEDS que contribui para o fortalecimento de pessoas e organizações que desenvolvam ou queiram desenvolver ações com os seguintes objetivos: promoção do bem-estar social, garantia de direitos, educação e saúde, valorização e disseminação de culturas, valorização da diversidade, promoção da equidade de gêneros, empoderamento de pessoas em vulnerabilidade social, combate à pobreza, à fome, à violência e a qualquer forma de discriminação.

    Serão 40 iniciativas selecionadas, cujos representantes serão capacitados em Gestão de Projetos Sociais visando à melhora de seus processos e ao aumento de seu impacto. Eles também apresentarão suas ideias para uma banca avaliadora que escolherá 20 para receberem um prêmio no valor de R$ 2.500,00 cada.

    Podem participar coletivos ou pessoas físicas e jurídicas residentes nas cidades do Rio de Janeiro, Niterói, São Gonçalo, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Belford Roxo, São João de Meriti, Nilópolis e Mesquita. 

    O Edital 01/2017 – FAZEDORES DO BEM 2017 encontra-se no website do CIEDS: http://bit.ly/2tGeZ5G

    O preenchimento completo desta ficha de inscrição online é elemento obrigatório do edital e única forma de submissão de propostas para o concurso FAZEDORES DO BEM 2017.

    Os vencedores ganharão uma formação em Gestão de Projetos Sociais e prêmio em dinheiro

    Mais informações:

    As inscrições vão até o dia 24 de agosto e podem ser realizadas aqui.

    A divulgação do resultado será realizada no dia 31 de agosto no site do CIEDS.

  • ‘Oi Kabum’ abre inscrições para novas turmas voltadas a projetos temáticos relacionados à Cultura Urbana.

    ‘Oi Kabum’ abre inscrições para novas turmas voltadas a projetos temáticos relacionados à Cultura Urbana.

    LAB.IU é um Laboratório gratuito de linguagens integradas para desenvolvimento de projetos referentes à Cultura Urbana.

    O processo de seleção é on-line com preenchimento de formulário, incluindo links de portfólio, trabalhos realizados e currículo nas áreas de arte e tecnologia. São 60 vagas para jovens de 16 a 29 anos, estudantes ou egressos da rede pública de ensino, com experiência em arte e tecnologia (autodidatas, formados pela oi Kabum! ou em outros cursos).

    São 440 horas de formação – pesquisa e desenvolvimento de projetos – com encontros às terças, quartas e quintas-feiras, das 8h às 13h, ao longo de 6 meses contínuos, incluindo o período de férias de janeiro de 2018, sendo assim, os alunos selecionados não terão férias.

    Se tiver dificuldade de acesso à internet, ligue para 2509-3812, para agendar o dia e horário para preenchimento deste formulário no CECIP – Centro de Criação de Imagem Popular. Dúvidas envie e-mail para oikabumrj@gmail.com

    Mais informações:

    Se inscreva aqui!

    Inscrição on-line: até 2 de agosto
    Divulgação do resultado final: 09 de agosto, no site oikabumrio.org.br
    Matrícula: 10 e 11 de agosto
    Início dos encontros: 15 de agosto 2017
    Encerramento dos encontros: 31 de janeiro 2018
    Local dos encontros: Centro Municipal de Artes Calouste Gulbenkian, Rua Benedito Hipólito, 125 – Praça Onze – Centro, Rio de Janeiro.

     

  • Homicídios, tráfico e prisão saem das ruas diretamente para as letras do grupo WE$T011

    Homicídios, tráfico e prisão saem das ruas diretamente para as letras do grupo WE$T011

    PR13, líder do grupo We$t011, tem uma história de vida que daria o roteiro de um filme bem cabuloso, envolvendo drama, crime e uma trilha sonora onde só o gangsta rap teria lugar garantido.

    O grupo, da cidade de Francisco Morato (SP), está trabalhando em seu novo CD com a participação de vários produtores do Brasil e do exterior. A faixa liberada recentemente, “Nunca Serão“, indica que será um dos trabalhos mais polêmicos do ano de 2017.

    Hoje, infelizmente, o dinheiro tá ficando acima da arte, e é preocupante porque têm trabalhos bons na mídia, com certeza, mas também têm trabalhos ruins, bem inferiores do que a maioria, e que só estão na mídia por (causa do) dinheiro“, desabafa PR, um dos integrantes do grupo, que diz que vão atirar para todos os lados, acabando com toda mentira existente no cenário, sem nenhuma piedade, mas sem perder o real alvo, que é o sistema opressor, e afirma ir muito além do que somente defender, mas manter vivo o verdadeiro Gangsta Rap no Brasil. 

    “O gangsta rap no Brasil passa por um momento difícil, o rap tá muito pop. Eu gosto (do gangsta rap), defendo a bandeira do original gangsta rap, que infelizmente não passa por uma fase muito boa. É algo que está dentro de mim, não forço, é como se estivesse no sangue. 
    O WE$T011 não vai deixar de fazê-lo pra ter mais status ou um reconhecimento maior, esse novo álbum é a prova disso. Nós não vendemos algo mentiroso, dentro desse meio existem muitos personagens e as pessoas só entendem isso quando passam de só admiradores à pessoas que vivem o rap e conhecem os bastidores; elas passam a entender o que o Brown falou sobre quem se diz revolução e humildade. O “tamo junto” não passa de ilusão.
    Graças a Deus, em todo esse tempo de caminhada que temos no cenário do Hip Hop, nós sempre mantivemos a postura e a verdade perante a todos. É algo que levamos conosco, fazemos por amor, procurando sempre os melhores meios pra trabalhar bem e viver cada vez mais nisso.”

    [box type=”info” align=”alignright” class=”” width=”100″]Gangsta Rap é um termo utilizado para definir um estilo de rap que tem por característica a descrição do dia-a-dia violento dos jovens de algumas cidades.[/box]

    O grupo WE$T011 vem ganhando destaque fora do Brasil, principalmente em Los Angeles aonde está surgindo uma parceria histórica que em breve será noticiado em suas redes sociais.

    Acompanhe abaixo o bate-papo que nós, do Portal Enraizados, tivemos com o PR,  onde ele conta um pouco mais sobre a trajetória que os trouxe até aqui e também sobre seus trabalhos futuros.

    • A formação do grupo e seus integrantes

      O grupo WE$T011 foi formado em 2012 por mim e pela minha esposa, a Kelsi, mas estou trabalhando no rap desde 1998, não tão profundamente quanto agora. Eu tinha uma participação com a Posse Rima e Revolução, filial da Nação Hip Hop, na mesma época eu era envolvido com outras coisas, crime, tráfico… Então não estava totalmente dedicado ao Hip Hop.

      Depois que casei, retornei ao cenário do rap e foi quando a gente começou a trabalhar e se dedicar mais; entramos de cabeça, elaboramos um trabalho, montamos nosso próprio estúdio, nosso selo, começamos a gravar, lançamos o EP, fizemos parcerias com outros grupos, e agora vamos colocar nosso segundo trabalho na rua, que já têm participações confirmadas do Tino e do Conejo e participações futuras com artistas de Portugal e Angola.

    • Destaque fora do Brasil

      Foi algo extraordinário. Primeiro fomos apresentado ao Chino 818 através de um amigo que mora em Maresias (SP), do nada ficamos amigos e depois de uns 2 ou 3 anos ele nos chamou pra uma participação. Ele sempre acompanhou o Hip Hop no Brasil, a cultura, as favelas, mas por ser gringo, eu nunca cogitei fazermos um trabalho juntos.

      Esse som fez com que nosso trabalho se expandisse, pessoas de diferentes países nos ouviram e começaram a acompanhar nossas músicas. Com isso, amigos dele de diferentes lugares, como o Conejo, conhecido como o Tupac mexicano, se aproximaram da gente também. Inclusive o Conejo disse que quer muito passar uma temporada no Brasil, fazer uma participação com o WE$T011, gravar um videoclipe tudo o mais. O único problema é que ele foi extraditado do México para Los Angeles, por acusações de homicídio. É um rapper conceituado e conhecido, mas está envolvido com gangs, o verdadeiro gangsta.

    • “Pelo sonho” é a principal música do novo álbum do WE$T011 e está sendo disponibilizada exclusivamente pro Enraizados

      Ela leva o sample da música Juicy, do Notorious Big. É muita responsabilidade, mas se encaixa perfeitamente, porque nosso novo álbum fala de toda nossa trajetória e o título é “Pelo Sonho”.

      Pra mim, estar fazendo rap é algo extraordinário porque cresci em uma família pobre, sem recursos, na rua. O meu irmão mais velho ficou 4 anos no Carandiru e depois que saiu continuou no tráfico, era a nossa realidade, minha mãe levava drogas pra ele no presídio; cresci vendo tudo isso, achava que essa era a vida, não tinha outra perspectiva, mas quando ele foi pego pela segunda vez, indo pro Rio de Janeiro, aconteceu aquela rebelião feita pelo PCC; descobriram que ele era de uma facção carioca e durante o banho de sol foram 48 presos contra meu irmão e mais um amigo. Ele morreu com uma faca que entrou pela nuca e saiu pelo queixo e quando eu o vi no caixão, tive um choque, percebi que o crime não era o que eu imaginava e com o decorrer do tempo saí da vida do crime, conheci o Hip Hop, entrei pra igreja e hoje tô aqui, fazendo música.

      Muitas vezes, quando eu estava na mata cuidando de máquinas pra não ter que vender drogas, escutava a 105FM e me perguntava se um dia poderia gravar também. Esse CD tá sendo apoiado pela Dhummal Produções & Família do Corre Monstro e vem relatando tudo isso, essa faixa em específico fala sobre traições na caminhada, pessoas que desacreditaram, disseram que eu não tinha o dom e toda essa pegada.

     

    SERVIÇO

    Facebook: https://www.facebook.com/west.011oficial
    Telefone: (11) 9.8540 – 3709

  • Já viu preto protagonista? Não? Aperta o play e assista: Marcão Baixada em ‘Automóvel Clube’

    Já viu preto protagonista? Não? Aperta o play e assista: Marcão Baixada em ‘Automóvel Clube’

    A faixa, que tem produção assinada pelo próprio artista, é o carro-chefe de sua última mixtape, “Bastidores de uma Vida Aleatória” e vem causando frenesi pelas festas e eventos por onde o rapper passa.

    O vídeo também marca uma nova fase da produtora com a qual Marcão já trabalha, que deixa de ser a Pitanga Audiovisual para se tornar a roloB; o clipe foi exibido em primeira mão durante um coquetel exclusivo de lançamento da nova marca na última sexta-feira.

     

  • Carregado de referências e punchlines, ‘Esquimó’ de Djonga ganhou clipe

    Carregado de referências e punchlines, ‘Esquimó’ de Djonga ganhou clipe

    Depois do recente lançamento dos clipes de Vazio e Lupa, agora é a vez de Esquimó, uma das faixas que mais se destacaram no álbum de estreia do Djonga, Heresia, lançado no começo de 2017.

    Com uma produção e direção de excelência feita pela Devastoprod NTPFilmes, o clipe foi gravado no Capão Redondo e conta com participações especiais de Mano Brown, Clara Lima, Febem, entre outros.

    Djonga segue firmando seu nome e mostrando pra que veio, com maestria e seu jogo de palavras, largando linhas pra nem morto ser calado. A música está disponível em todas as plataformas digitais.

  • Grupo As Margens lança ‘Poesia Preta’, CD que bate de frente com um Brasil racista, dando voz aos pretos

    Grupo As Margens lança ‘Poesia Preta’, CD que bate de frente com um Brasil racista, dando voz aos pretos

    Como musicas criadas em um beco no município de Biguaçu, grande Florianópolis, se tornaria algo tão forte? Um CD com abordagens e debates de temas que falam do povo preto na sociedade brasileira, claramente racista, em um contexto pós colonial. É isso que propõe o primeiro CD das Margens intitulado “Poesia Preta”.

    Poesia Preta é uma luta personificada em 11 faixas que estão nesse lindo CD, abordando temas que envolvem as dificuldades vivenciadas pelo negro em sua rotina diária, o racismo, o mal mais gritante, a desigualdade social a repressão policial e o preconceito velado sobre religiões, costumes, comidas, vestimentas, dança, dialeto e muitos outros temas pouco debatidos. Todo esse conceito e essa temática com beats e flows diferenciados é o que esse primeiro CD Das Margens está trazendo ao publico, sem essa de rap game, As Margens desde o principio defendeu o levante de uma revolução popular e essa revolução do povo.
    Com certeza quem parar e ouvir perceberá o quanto esse trabalho está recheado de referências e mais que referências, vivências diárias de quatro pretos que não suportam mais a vida nessa sociedade brasileira racista, transformando o rap em uma arma de defesa/ataque para quem está na busca de conhecimento/informação.

    O grupo foi criado por Will e Insano, após uma série de conversas que sempre geravam muitos debates, os mesmos sentiram muita afinidade pelos meios de luta, o que demonstrou muita sintonia resultando na criação desse grupo. O nome veio após ambos se sentirem literalmente às margens da sociedade.
    Por onde “As Margens” passou deixou um legado, formando um time de pessoas que se sentiram tocadas pelas verdades ditas nas letras que jamais serão verdades únicas, mas sempre defendidas com vigor e embasamento para o debate da ideia. O grupo sempre teve uma troca de energia muito boa com as pessoas, atraindo o que emanam, coisas boas. Com a entrada de Rafal Mc e Dj Bomani concretiza-se ainda mais uma resistência do povo preto pela melhoria de vida de toda uma nação.

    Crítico, incisivo, questionador, sem medo.

    É isso que o grupo vem lhes apresentar nessa primeira obra. As musicas colocarão os privilégios, ou seja, todo o racismo institucional, em cheque. Sem amarras, sem grilhões, As Margens veio mostrar que o opressor deve ser combatido e vai ser combatido.

     

  • Primeira mixtape solo de Pimpo$o, ‘Onze’ ganhou as ruas em junho de 2017

    Primeira mixtape solo de Pimpo$o, ‘Onze’ ganhou as ruas em junho de 2017

    Depois de adiar diversas vezes Pimpo$o finalmente soltou sua mixtape de estreia, onde tenta valorizar nossos nacionais esportivos de uma maneira musical.

    Papo11”, é a intro, Pimp mostra para que veio e de onde veio, sempre procurando trabalhar e dar trabalho.  Essa conta com a produção de CARD.d\

    Tempo” tem a colaboração do rapper  Marcão Baixada. Quase um ano e meio depois de ter sido idealizada, finalmente teve sua data de lançamento, ambos contam como o tempo passa e como as coisas acontecem de forma tão rápida. Curiosa foi a demora para o lançamento deste som, já que seu título é Tempo. Conta com a produção do próprio Marcão, e se encaixou para a sequencia da mixtape.

    Futuro” é um trabalho completo do MOSA, além das participações de Alex Full e cvss tem também a produção de CARD, e uns toques de Eddu Chaves, que deu uma grande dinâmica para o som.
    É seguida por “Chico Xavier”, onde Pimp descreve suas anotações feitas e o aprendizado que o caminho lhe trouxe até ali. Daí partimos para “Sem Sentido” produção de Li-o, membro da VERSUS, chegou de última hora para a mixtape, depois de alguns imprevistos, e mesmo essa reserva conseguiu dar conta do recado.

    Em “Destilado” o rapper brinca com os lados que uma vida de artista independente tem, tendo além de seu lado artístico, pessoal e sua vida amorosa tem que lidar com um outro lado, o trabalho. Seguimos com “Camo” uma das faixas mais peculiares da tape, produção de GU$TAVERA da FreshKillMob, soa muito obscuro, Pimp mostra que está camuflado observando tudo que está acontecendo nessa cena.

    “Neymar” soa como um Grime/Funk com produção de Eddu Chaves e Celo, brinca com problemas e habilidades de Neymar comparando a sí mesmo, tem a participação do CEO da Lowcliqueboys, Seithèn, que veio para finalizar como o atacante do Barça.

    No topo, é assim que se sente Pimpo$o, junto com seus manos, descreve dessa forma no som “Poetas no Topo” nome que sugere muitas coisas, mas ele tende a passar um valor a quem está com ele nessa, e que o topo não é só onde muitos veem, as vezes também está camuflado ao lado de sua gang.

    Piccolo” e “Romário” são os grandes singles dessa mixtape, e finaliza com chave dourada, por falar em chave, ambas contam com a produção do cara que tem as chaves, Eddu, criador do MOSA e também produtor executivo desse projeto, dá uma fim muito animado para a tape, papo de visão e de futuro.

    Tudo isso soa muito bem, e deixa a entender que Pimpo$o está com seu nome aí, e promete muito mais (apesar de não fazer promessas).

     

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