Autor: Dorgo Dj

  • Sobre saudades…

    Sobre saudades…

    O tema da coluna dessa semana seria outro, mas ontem a noite recebi a notícia que um amigo havia morrido; ao saber eu continuei do mesmo jeito, pareceu normal, o que não deixa de ser, levando em consideração que todos morreremos, mas não recebi a notícia da mesma forma que recebia a anos atrás, não fiquei chorando e me perguntando “por que?”, continuei com meus afazeres e fui dormir depois, o que me fez refletir, me fiz várias perguntas como:

    Por que a morte de um amigo não me impactou?

    Será que eu não me importava tanto com ele?

    Será que eu sou um amigo tão ruim assim?

    Será que eu já esperava por isso?

    Será que me acostumei com a morte?

    Mas ao escrever esse desabafo, percebi que todas as perdas que tive até hj, me impactaram do mesmo jeito, no final o sentimento predominante é sempre a saudade, cada um tem um jeito de lidar com a morte e esse jeito pode mudar com o tempo, porém o que nunca muda é esse sentimento. Hoje, 27 de julho de 2017, estou aqui escrevendo esse texto, chorando e pensando no meu mano Gabriel, pensando no tempo que não nos víamos, pensando no gelo que íamos tomar e nunca marcamos, pensando na esposa e no filho dele. Não vou dizer o quanto ele era bom, tudo que ele já fez, ou o porquê dele ser especial, mas vou dizer que vai fazer muita falta. Descanse em paz, meu irmão Gabriel!!!

    E para encerrar, gostaria de pedir desculpa a todos os meus amigos, desculpa por não mandar uma mensagem, por não visitar, desculpa por não marcar aquele gelo, aquele churras ou aquele rolê, desculpa por não dizer sempre o quanto você é especial pra mim, por que você é! Eu já perdi tantos amigos que quando eu lembro a lágrima escorre e não tive oportunidade de dizer isso pra maior parte deles. Então se você me considera como seu amigo ou coisa do tipo, esse trecho é pra você.

  • Baixada Fluminense no Bagulho!

    Baixada Fluminense no Bagulho!

    BhMc lançou no dia 10 o videoclipe da música “Xeque Mate” pelo seu canal do youtube: Bhstudio.

    Morador de São João de Meriti, Bhaman Melo, vulgo BhMc ou só Bh é Mc, produtor musical, estudante de Engenharia Elétrica na UERJ e fundador do BhStudio.
    Desde 2007 é um apaixonado por Rap; em 2013 já era Mc e produtor musical, a partir daí tem trabalhado muito pra movimentar a cena do Hip Hop BXD, sempre levando a Baixada Fluminense em suas letras e produções, nessa não seria diferente.

    Levantando a bandeira BXD, Bh mandou muito bem no videoclipe, com boas rimas e uma ótima produção, o som se destaca, passando uma visão do seu trajeto que não foi nem um pouco fácil e mostrando que tem muito mais por vir.
    Entenda que nunca foi sorte, agora dorme com o barulho, Baixada Fluminense no bagulho.

    Pra quem curtiu o clipe, acompanhe os trampos pelas redes sociais, compartilha o clipe com os amigos e se quiser gravar uma musica com qualidade, é só procurar o Bhstudio.

  • A importancia do beatmaker

    A importancia do beatmaker

    Hoje resolvi falar sobre a importância do beatmaker.

    Pra quem não sabe, o beatmaker é um “produtor de batidas”, ele produz bases ou instrumentais para os Mc’s gravarem suas músicas.

    O beatmaker é tão importante quanto o Mc, ele dita o ritmo da música assim como um dj dita o ritmo de uma festa.

    Infelizmente o trabalho do beatmaker é muito desvalorizado, mesmo com o crescimento que tem na cena do rap, muitos mcs não pagam o valor real de um beat, o que chega ser ridículo as vezes. Vemos ótimos beatmakers que não conseguem sobreviver do seu trabalho e acabam fazendo outras coisas para garantir sua renda, deixando o talento de lado.

    Mcs não deixem de investir em seus trabalhos, paguem por um bom beat, paguem por uma boa gravação, paguem por um bom clipe, além de estar valorizando outros trabalhos, vai valorizar o seu!

    É isso rapaziada, vamos ficar por aqui, vou deixar uma lista com o trampo (link anexo ao nome) de alguns beatmakers da Baixada que mandam muito bem,  dá um confere.

     

     

  • Entre o crime, o futebol e o hip hop

    Entre o crime, o futebol e o hip hop

    Se você vive ou viveu em alguma comunidade periférica, sabe o quanto é difícil não se envolver com a vida do crime quando se é jovem, mesmo que tenha uma família bem estruturada.

    Eu nasci e fui criado na comunidade Zumbi dos Palmares, que fica em Morro Agudo, Nova Iguaçu, e mesmo sendo de uma família com uma boa base, em diversos momentos passou pela minha cabeça me envolver de alguma forma, mas nunca me rendi a esses pensamentos, até porque minha meta era tirar os meus amigos dessa vida, e não eram poucos, muitos eu acabei perdendo, mas os que conseguiram sair, foi através da arte ou do esporte, mais especificamente do Hip Hop ou do futebol.

    Eu costumo dizer: o que quer que seja que tire o jovem dessa vida é valido.

    Acredito que ninguém sonha em portar um fuzil, ou vender droga, a nossa vivência molda nossos sonhos, mas quando você vive em um lugar onde nada te incentiva a correr atrás dos seus sonhos, onde você é obrigado a trabalhar pra ajudar a manter a casa e onde todos de fora te apontam e te julgam, principalmente se for um jovem negro, o dinheiro se torna seu sonho. Você percebe que basta ter dinheiro pra ter o que quiser, e pra ter dinheiro vivendo numa comunidade, só estudando e se dedicando muito, ou se envolvendo com o crime. Mas como eu explico pro ‘maluco’ que o crime é nada e a vida é tudo se no final do plantão ele tirou 1 barão de lucro?

    Essa é a parte onde entra o Hip Hop, ele te inspira a correr atrás dos seus sonhos, ele te mostra que o crime não é nada, te mostra que você pode ser o que quiser e que nada pode te parar. No meu caso ele mudou minha vida, me mostrou o meu sonho, quem eu sou e tudo que posso ser. Hoje faço parte desse movimento, sou DJ, e levo essa mensagem nas minhas sessions, pois quero que todos realizem seus sonhos.

    O futebol, apesar de ser injusto com muitos, também tem esse poder de salvar vidas, no futebol foi onde aprendi que as vezes você ganha e as vezes você perde, que esforço é igual a recompensa e que pra chegar onde a maioria não chega temos que fazer o que a maioria não faz. Não é só futebol. Conheço muitos jovens que sonham em ser jogadores profissionais e muitos treinadores de comunidade que sonham junto a esses jovens. Muitos amigos não conseguiram, outros ainda estão tentando, mas agarrados a esse sonho nunca foram pra vida do crime.

    No enraizados além de tudo que fazemos com o Hip Hop temos o Caleidoloucos, onde juntamos os artistas e moradores de Morro Agudo pra uma partida de futebol toda sexta feira, às 20:00, no Morro Agudo Futebol Clube, ao lado da estação. Amanhã é dia, se quiser da um confere é só chegar cedo!

  • ‘A Telemafia querendo os paco da Tele Sena’, lança uma cypher para movimentar a cena.

    ‘A Telemafia querendo os paco da Tele Sena’, lança uma cypher para movimentar a cena.

    Na última Terça Feira (27) foi o lançamento da “Cypher Txlxmvfiv Ep. 01 – Gênesis (Prod. NT)”, o primeiro episódio de uma série de cyphers, que será lançada no canal do Youtube “TelemafiaTv

    Click: Felippe Rodrigues

    A Telemafia surgiu da necessidade de interação entre público e artistas da Baixada Fluminense. Os integrantes do grupo Autonomia junto com o Mc Tindel, enxergaram essa necessidade e idealizaram a Telemafia, que tem como objetivo formar um selo independente onde os artistas participantes possam elevar o nível do seu trabalho, adquirindo desde instrumentais até arte visual, além de gravar seus sons e videoclipes, para divulgar em sua própria rede que foi criada na RCPT (Roda Cultural Praça da Telemar).

    O projeto das cyphers objetiva mesclar os Mc’s, com estilos e idades distintas. O episódio 1 com os Mc’s, DMaua, Deltin, Shu, Dimmy e Will deixou bem nítido que independente das diferenças a meta de todos é a mesma: ganhar dinheiro fazendo o que gosta, sem se corromper.

    Em diálogo com os mc’s, perguntei como se sentiram quando receberam o convite e o que acharam do processo de criação da cypher.

    Shu: “Eu já tava ligado que iria rolar as cyphers e que eu participaria, fechava com a galera em Mesquita antes do trampo começar a sair do papel, mas quando eu vi meu nome ali, na primeira cypher, do lado de vários malucos bons, fiquei ansioso pra poder representar e tentar fazer algo à altura.”

    Dimmy: “Fiquei feliz pra caralho, só monstro na cypher, satisfação rimar ao lado dos caras que são referência pra tu. Eu não tinha a letra, mas quando vi o time pesado, escrevi rapidinho e fluiu naturalmente.”

    DMaua: “Me senti lisonjeado. Fiquei muito feliz e ao mesmo tempo receoso, pensando na responsabilidade de dar o máximo nos versos. Costumo fazer duas ou três letras quando me chamam assim, mas nessa fiz de primeira, o processo foi rápido. Na real eu escrevo meio que um improviso, uma letra vai ligando na outra e daí já começo a brincar com as palavras e as rimas em cada verso.”

    Pra saber mais sobre os corres da rapaziada é só dar um confere no clipe, seguir os manos nas redes sociais e colar na RCPT hoje ás 18:00 horas, onde vou discotecar ao lado da maravilhosa Moonjay.  “Noiz é trem bala, mind the gap.” #OuçaBXD