Autor: Slow da BF

  • Los Aldeanos

    Los Aldeanos

    Esse caras tem o flow, sabem usar a tecnologia linguística e a poesia difusa de forma inovadora.

    El B foi 02 vezes campeão da maior Batalha de MCs da America Latina!!! Los Aldeanos é um dos tantos grupos de hip hop underground que se opõem ao crescimento da popularidade do Reggaeton em Cuba.

    Fui no Studio Real 70 e lá fiquei sabendo que esses caras tem mais de 100 músicas prontas que ainda não foram lançadas.

    Formado por El B e El Aldeano (que conheci em Havana em 2011) condenam abertamente o reggaeton, um dos ritmos de maior tendência dos jovens no mundo todo, chamando de música inconsciente e negativa, que distrai a sociedade dos seus problemas e traz mais atenção para futilidades.

    DISCOGRAFIA:

    Censurados (2003)
    Poesía Esposada (Con Tomás Cascallar) (2004)
    L3 Y 8 – Inciso A (2004)
    En 3T La Musas (Aldo) (2005)
    Como Hace Tres Febreros (2006)
    Record-Pila-Acción (2006)
    Poesía y Corazón (2007)
    Comisión Depuradora Vol. 1 (2007)
    Comisión Depuradora Vol. 2 (2007)
    El Atropello (2009)
    Dfinnny Floww (2010)
    Desacato (2010)
    Actividad Paranormal (2011)
    Baby Bello y Don Perfecto (2011)
    Respeto (2013)

    COLETÂNEAS E TRABALHOS SOLOS :

    Inédito (2007)
    Guerreros de la Tinta (2010)
    Miseria Humana (2008)
    Mantenimiento Al Alma (2007)
    Los KbaYros (2009)
    Nos Achicharraron (2010)
    A Moler Chatarra (2010)
    Tribu Mokoya (2011)
    Tribu Mokoya II (2012)
    Mi Filosofía (2006)
    Dr.Jekill/Mr. Hyde (2008)
    Viva Cuba Libre (2010)

  • Saiba tudo sobre a lenda “Ol’ Dirty Bastard”.

    Saiba tudo sobre a lenda “Ol’ Dirty Bastard”.

    Ol’ Dirty Bastard é pra mim a reunião das melhores qualidades artísticas que um MC pode ter: talento, inovação, carisma e sinceridade.

    Deste cara eu vou me lembrar pra sempre. Vou me lembrar dele com o Busta Rhymes, cantando com camisa de força…
    Vou me lembrar do Brooklyn Zoo, do O.D.B cantando ao vivo tirando onda com a Mariah Carey ou ele na França cantando com o Afro Jazz.

    Esse é o O.D.B. que eu vou lembrar… Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa hhhhh ahaaaaaaaaa OL’ DIRTY BASTARD.

    Um cara muito louco, mas muito talentoso, essa era a minha impressão…

    Sabia que um grupo como o Wu Tang Clan teria um espaço para alguém tão surpreendente como essa cara.

    Ele tinha mesmo a manha, sabia muito do Hip Hop, sua origem, seus representantes, sabia como fazer um bom show e sabia como gravar um bom rap, tem uns clipes onde o Bastard está muito chapado e isso foi um marketing incrível pra sua carreira, acredito que esse era ele mesmo, não uma coisa feita propositalmente pra ser assim, aquele era o estado de espírito do cara.

    Mas por outro lado já li e vi muitas entrevistas dele totalmente sóbrio e opinando com muita sapiência sobre os mais diversos temas, aí esta o grande paradoxo desse maluco…

    Ele dizia: – “SE EU MORRER FOI A CIA QUE ME MATOU”

    O dia em que O.D.B invadiu um prêmio

    Hawn Colvin preparava-se para receber o Grammy para melhor canção, por Sunny Came Home, quando deu de caras com uma visita inesperada. Ol’ Dirty Bastard, do Wu-Tang Clan, apareceu de súbito em palco e vinha indignado. O fato de ter comprado roupas caras, pensando que ia receber um prêmio, foi o tema principal do seu discurso, no qual defendeu ainda a superioridade da música dos Wu sobre a de Sean P. Diddy Combs, cujo nome confundiu com o de Shawn Colvin.

    Estávamos em Fevereiro de 1998, a seis anos da morte de ODB. Sem dúvida, O.D.B é um dos membros mais polêmicos do Wu Tang Clan, principalmente porque ele é brutalmente honesto sobre qualquer coisa e qualquer pessoa.

    O.B.D já fez muitas músicas e várias muito estranhas, uma revolução no mundo do hip hop, além é claro que esse rapper traz a energia certa para que o grupo continue fazendo muito sucesso.

    O.D.B já fez um CD solo chamado Return to the 36 Chambers: The Dirty Version. O CD conta com a participação de vários artistas como George Clinton, Mobb Deep, Wycleaf Jean, além é claro dos membros do Wu Tang Clan.

    Curiosidades:

    • ODB ficou muito famoso principalmente pelo seu jeito de fazer música, ou seja, em modo abstrato, ajudando cantores como Mariah Carey, Envouge, Blackstreet, entre outros;
    • ODB é primo de The RZA e The GZA;
    • Dizem que ODB já teve problemas com o FBI e para não ser descoberto, mudou o seu apelido para OSIRUS, Deus do sol (do Antigo Egito);
    • E com esse novo nome, ele havia concluído um novo álbum pouco antes de morrer;
    • Batizado “Osirus”, o disco de 14 faixas tem participações de figuras como: Rhazel, o incrível beatbox humano do The Roots, Killer Mike, Inspektah Deck e Baby Sham;
    • Entre os produtores que contribuíram com bases estão : DJ Premier, The Heatmakers, Dame Grease, Chops e K-Def.

    A versão britânica do álbum, que sai em janeiro, ainda terá a faixa bônus “Move Back”.

    Segue um link em Portugues sobre o ODB e essa Mix Tape : www.apartes.blogspot.com/2005/02/oldirty-bastard-osirus-official.html

    Russell Tyrone Jones morreu, aos 35 anos, dois dias antes de completar 36 anos (14/11/2004), em um estúdio de gravação em Nova York. O rapper estava reclamando de dores no peito e passou mal. Muitas perguntas ficaram sem resposta após a morte repentina do rapper Ol’ Dirty Bastard, em pleno estúdio de gravação.

    Uma autópsia inicial em ODB provou-se inconcludente, o que quer dizer que a causa de sua morte não foram conhecidas até sair o resultado de seu exame toxicológico. Agora, entretanto, estes exames confirmaram que a causa foi uma combinação letal de cocaína com um analgésico, o Tramadol. De acordo com o boletim médico, a mistura causou uma espécie de overdose acidental, já que o remédio em questão não é narcótico. Os paramédicos foram chamados, mas não conseguiram reanimá-lo.

    Damon Dash, diretor geral da gravadora dele, a Roc-A-Fella, declarou:
    “Todos nós na família Roc-A-Fella estamos chocados entristecidos pela repentina e trágica morte de nosso irmão e amigo, Russel Jones, o Ol’ Dity Bastard. Russel inspirou a todos nós com sua energia, sagacidade e seu coração tremendo. Sua falta será muito sentida e nossos pensamentos, preces e mais profundas condolências vão para sua maravilhosa família. O mundo perdeu um grande talento, mas nós lamentamos a perda de nosso amigo”.

    Em 1991, Jones foi preso por porte de drogas e supostamente teria pedido para que a polícia desse sumiço nas drogas para que sua imagem não fosse abalada. Em 2001, ele acabou sentenciado e permaneceu preso até 2003. Saindo de lá, assinou com a Roc-A-Fella e já começou a trabalhar em um novo disco.

    De acordo com a revista Blender, ele é pai de 13 filhos.

    Veja alguns dos nomes de ODB:

    1. A Son Unique;
    2. The Bebop Specialist;
    3. ODB;
    4. Big Baby Jesus;
    5. BZA;
    6. Dirt Dog;
    7. Dirt McGirt;
    8. Joe Bananas;
    9. Osirus;
    10. The Professor Known.

    O mundo do Rap perdeu seu mais ilustre bandoleiro, seu mais original rapper, um cara que nunca perdeu a essência do hip hop.

    Alguns trabalhos do mestre:

    01. Brooklyn Zoo 3:40
    02. Shimmy Shimmy Ya 2:42
    03. Got Your Money (Feat. Kelis) 4:00
    04. Recognize 4:14
    05. Proteck Ya Neck II The Zoo 4:01
    06. Rollin’ Wit It 3:53
    07. Cold Blooded 3:36
    08. Nigga Please 2:49
    09. Good Morning Heartache (Feat. 4:21Lil’ Mo)
    10. All In Together Now 4:43
    11. I Can’t Wait 4:00
    12. Brooklyn Zoo (Clean LP Version) 3:50
    13. Give It To Ya Raw 4:04
    14. Raw Hide 4:0315. Fantasy (Remix – Mariah Carey 4:50Feat. O.D.B.)
    16. Ghetto Supastar (That Is What 4:18You Are)

    1″Recognize” (Chris Rock) (produced by The Neptunes) 4:24
    2″I Can’t Wait” (produced by Irv Gotti) 3:59
    3″Cold Blooded” (Produced by The Neptunes) 3:35
    4″Got Your Money” (Kelis) (produced by The Neptunes) 3:59
    5″Rollin’ Wit You” (Mr. Fingers & Irv Gotti) 3:52
    6″Gettin’ High” (12 O’Clock, La The Darkman, Shorty Shit Stain) (produced by Buddha Monk) 2:13
    7″You Don’t Want to Fuck With Me” (DL & Irv Gotti) 4:05
    8″Nigga Please” (produced by RZA) 2:49
    9″Dirt Dog” (Buddha Monk / RZA) 3:08
    10″I Want Pussy” (produced by RZA) 2:28
    11″Good Morning Heartache” (Lil’/Flavahood ) 4:20
    12″All in Together Now” (produced by True Master) 4:42
    13″Cracker Jack” (RZA)
    14″Unlisted 14th song on the album) 4:02

    “Shimmy Shimmy Ya”
    “Brooklyn Zoo”
    “Got Your Money” feat. Kelis
    “Dirty Dancin’” feat. Method Man
    “Raw Hide” feat. Method Man, Raekwon
    “Protect Ya Neck II The Zoo” feat. 12 O’Clock, 60 Second Assassin, Buddha Monk,Killah Priest, Murdoc, Prodigal Sunn, Shorty Shit Stain, Zu Keeper
    “Recognize” feat. Chris Rock
    “Cold Blooded”
    “Fantasy (Remix)” feat. Mariah Carey
    “I Can’t Wait”
    “Good Morning Heartache” feat. Lil’ Mo

  • Quem é Dr Dre?

    Quem é Dr Dre?

    Quando eu comecei a achar que poderia conhecer música por intermédio do meu pai – Luiz Bigode -que é DJ até hoje, eu descobri um mundo fascinante, o mundo do Eletro ou Eletrofunk, também conhecido como Bass, Funkbeat, Eletrônico, Pancadão e outros termos …

    Eu, desde então ia a todos os bailes funks que tinha aqui na Baixada Fluminense e muitos na cidade do Rio.

    E um deles marcou muito a minha vida, O Casino Bangu. Esse era f#&%… tinha sempre uma multidão de pessoas na porta 3 horas antes de começar o baile e a fila dava voltas no quarteirão e esse baile
    conseguia isso por um único motivo, lá tocava música boa.

    A atração desses bailes era o DJ, só ele e a equipe arrastavam milhares de pessoas para as noites de baile funk, que eram radicalmente diferentes dos bailes de hoje.

    Dentre os milhares de discos de vinil que a galera curtia, tinha um chamado The Fly, do grupo Word Class, o grupo do Dr Dre.

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    Dr Dre

    Andre Young, apelido Dr. Dre, nascido no dia 18 de fevereiro de 1965, em Los Angeles, Califórnia, surgiu na cena musical no final da década de 1980, é um dos mais conhecidos dentre os produtores de rap da atualidade.

    Começou sua carreira na música como DJ em um clube de Los Angeles chamado “Eve After Dark”. O responsável por esse clube, conhecido como Lonzo, contratou Dr. Dre e outro DJ do local, Yella, juntamente com o Cli-N-Tel (um amigo do colégio de Andre) para formar o grupo World Class Wreckin’ Cru.

    A produção acontecia nos fundos do clube, onde havia um mini-estúdio de 4 canais, onde foram gravadas as primeiras músicas do grupo.

    Eles entraram no Top 40 R&B de sucessos, na BillBoard, com o single Turn Off The Lights.

    Logo, o World Class Wreckin Cru deixou de ser uma prioridade para Dr. Dre e Yella formaram um novo grupo afiliado ao selo da gravadora Ruthless Records com um jovem chamado Eazy E. Dizem que com dinheiro obtido pela venda de drogas.

    O grupo N.W.A (abreviação de “Niggaz With Attitude”, que significa “Negros com Atitudes”) cujos membros são Dr. Dre, DJ Yella, MC Ren, Ice Cube e o próprio Eazy E, são o mais puro fanfarrão.

    Suas músicas viraram hinos das ruas (embora grupo não tenha tido apoio da mídia nem da MTV) e seus membros viraram os mais notórios representantes do que viria a ser batizado de gangsta rap: um gênero musical do hip hop com letras de hedonismo e violência.

    Seus protagonistas justificavam o estilo chocante das músicas dizendo que eles apenas estavam contando como a coisa é.

    O Grupo N.W.A lançou 3 álbuns (nessa ordem):

    1. N.W.A And The Posse;
    2. Straigh Outta Compton;
    3. Efil4Zaggin (Niggaz4Life ao contrário)

    Todos produzidos pelo Dr. Dre e DJ Yella.

    Durante seu tempo na Ruthless, Dr. Dre também produziu o álbum do grupo “Above The Law” e do rapper The D.O.C.

    Dentro do N.W.A. houve desentendimentos entre os membros. Ice Cube havia deixado o grupo após o segundo álbum e o Dr. Dre após o terceiro, em 1991 – foi o fim do N.W.A.

    Após isso, Dr. Dre fundou, juntamente com Marion Suge Knight, ou Suge Knight, o selo de gravadora Death Row Records (ou Corredor Da Morte) e o primeiro CD lançado por ela foi do próprio Dre, chamado The Chronic.

    Os singles desse CD (músicas que tocavam na rádio pra promover o
    álbum) foram “Fuck Wit Dre Day”, “Let Me Ride”, “Nutin But A ‘G’ Thang”
    (esse, em destaque, já foi eleito o melhor single da década de 90 e é
    considerado por alguns o melhor singles de rap de todos os tempos) e Lil’ Ghetto
    Boy.

    Depois, Dr. Dre também produziu o álbum do Snoop Dogg chamado Doggystyle, mixou o álbum do Dogg Pound e contribuiu com algumas faixas para outros artistas, inclusive o viciante single do Tupac
    chamado California Love (junto de Roger Troutman).

    Anos depois, começou a haver desentendimentos entre os dois fundadores.

    Desntendimentos sempre né?

    Dr. Dre achava que estava ganhando pouco por ser o produtor criador dos grandes sucessos que impulsionavam as vendas de discos e, descontente com a maneira como Suge Knight controlava a
    Death Row, ele sai de lá declarando que “o gangsta rap estava morto”.

    Por esse motivo e outros, como Tupac, um dos mais conhecidos artistas, havia morrido e Suge vai pra prisão, a Death Row decai.

    Pouco tempo depois, Dre funda a Aftermath Entertainment existente até hoje. De lá vieram grandes nomes do hip hop americano como Eminem e 50 Cent.

    O que seria do rap sem esse mano? Não sei.

    Sei que poucos homens interferiram tanto, positivamente, no geral para o que chamamos cultura. E eu já ouvia esse cara quando ele tinha meses de carreira. Procurem o funk clássico “SuperSonic”, do grupo feminino JJFad.

    Sabem quem fez?

    MAIS SOBRE DR. DRE

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  • Como estavam enganados…

    Como estavam enganados…

    197…  ano é incerto. Mais de 40 anos se passaram pra mim e pouco mais tem o hip hop, quando falamos do hiphop mais organizado, mas sabemos que essa linha é tênue e por vezes, elástica. Fatos, pessoas e pensamentos foram antecessores destas datas mais antigas que conhecemos…

    Os anos 50 e 60 fizeram alicerces para essa cultura que hoje é mundialmente conhecida.
    Por exemplo, o DJ Kool Herc tocava vários sons diferentes naquela época: “Comanche”, do Trio Mocotó e “Bronx Nation Athen”, dos Bongo Bands, incluindo nesse contexto várias vertentes musicais, como o nosso bom e velho samba, que também influenciou Quincy Jones e Marvin Gaye (o disco Soul Bossa Nova mostra isso).

    Paul Huphrey, grandioso baterista diz: – “Quando Gaye fez What´s Going On, ele usava a batida de samba invertida e isso mudou o jeito de fazer percussão e tocar bateria nos EUA.”, ou seja, ritmo como Samba, Bossa Nova, Reaggae, Soul, Rumba e Merengue, influenciaram muito o que chamamos de hip hop, porque a Rumba influenciou o modo como o break era dançado por latinos, teve total influencia nos primeiros “Top Rocks”, pois a Rumba imperava no Bronx antes do hip hop ser a febre local, e umas infinidades de coisas aconteceram antes mesmo de o termo hip hop ser inventado.

    Aqui no Brasil os bailes eram chamados de hi-fi, gente como Mr Funk Santos, Dom Filó, Paulão Black Power e etc, faziam o que os Sound Systems faziam na Jamaica: música na rua, nos guetos, clubes, ou seja, no subúrbio… Equipes como “Uma Mente Numa Boa”, Makesom, Célula Negra, Tropa Bagunça e etc, movimentaram o esqueleto dos “blacks” do Rio de Janeiro, assim como Kool Herc e Bambattaa na sua época.

    Por falar em Bambattaa, ele mesmo deu a formula de como uma cultura se expande rapidamente: – “Se eu conheço uma coisa nova hoje, amanhã tenho que ensinar a outro e assim a coisa vai se espalhando. O importante é estarmos sempre ensinando para os nossos irmãos o que aprendemos”.

    No começo as coisas todas eram novas e a história ia se moldando sem ninguém saber ao certo o que estava acontecendo, era a história sendo feita, e dentro dessas história tinha uma que começou assim:

    – Grand Wizard Theodore, na Boston Road, esquina com a 168, chacoalhou com as regras impostas pela máquina com um gesto, ele resumiu anos de manipulação sonora, uma coisa que reunia as teorias pós musicais de John Cage (o futuro da musica, 1937) e as experiências modernistas do francês Pierre Schaffer, metendo a mão no acetato preto, deformou o som à moda africana, através da percussão… Ele só tinha 14 anos.

    E não se engane, achando que isso começou exclusivamente com os negros da cidade de NY. Não, não… A história é bem mais ampla. A Rock Steady Crew era formada quase toda por latinos de pele mais clara, não fazia a mínima diferença a cor da pele, isso porque o hip hop era uma coisa que incentivava a cultura para os menos favorecidos e dentro dessa ótica, os negros também. Quando você vê o filme Wild Style, você vê latinos, brancos e negros, tudo nessa época era voltada para a diversão, auto-estima.

    O hiphop começou assim.

    Muitos astros que hoje são reconhecidos como ícones, começaram em áreas diferentes, como Kurtis Blow que desde 1972 vem fazendo barulho, foi um dos primeiros MCs que ganharam disco de ouro, lá pelos anos 80, com a clássica “The Breaks”, mas ele era BBoy e depois começou a cantar , assim como vários MCs eram DJs.

    Ou “KRS 1” que era grafiteiro, dizia ele que a grande alegria dele era ver um grafittii viajando por toda a cidade, nos trens de NY.

    Dos primeiros MCs, surgiram os primeiros gritos de guerra, os primeiros combates de rimas, as primeiras tretas, no começo da década de 80 o hip hop já era uma febre no mundo todo, influenciando toda uma geração, misturando-se com outras culturas e dando voz a muita gente sem voz até então.

    O rap virou a voz, por exemplo, dos latinos e da cultura Low Rider, que surgiu da pressão racial, social e econômica impostas pelos norte americano, assim carros velhos e desmontados eram reerguidos pelos chicanos, recapturando suas origens com seus símbolos astecas e católicos e enaltecendo as gerações passada, adotando os Zoot-Suits (aquela moda com bastante pano e exagerada) e os “droping mustaches” dos pachucos, e assim foi no México, em Cuba, no Japão, Europa, Brasil.

    Um DJ japonês chamado Honda disse: – “Muitos seguem o rap dos States, mas eu sou um líder, não um seguidor”.

    Em cuba onde quase todo mundo é pobre igual, uns trocaram a agressividade pelo otimismo e a cara feia pelo riso, versos pesados por discursos e crítica construtiva e outros (que eu pude ver na minha viagem a Havana) estão declarando guerra contra o regime de Castro”.

    “Se o samba, o rap e o reaggae têm lugar em outros países, eles serão feitos em Cuba à nossa maneira.”, diz MC René.

    Isso reafirma a raiz. Outro exemplo é Tatá, que disse: – “Já tive proposta pra fazer propaganda pra redes de fast-food e tal com meu carro, já fui procurado por grupos Pops pra colocar meu carro em vídeoclipes, sempre disse não; o que que eles tem a ver com o Low Rider?”.

    E assim o hip hop foi crescendo e logo as empresas e os milionários de plantão começaram a querer uma fatia desse bolo.

    Ao contrário da “disco” que usava roupa de seda e coisas afins, os pioneiros se viravam com agasalhos esportivos baratos e iam fazendo a cara, a moda, o Life Style, daí pra aparecer as grandes marcas foi um pulo, a Fubu (For Us By Us) começou com 4 manos e a hipoteca de uma casa, a Adidas aliou seu nome ao grupo Run DMC e de uma marca alemã virou tendência mundial. Hoje o hiphop fala muito de marcas…

    Uma pesquisa antiga feita por uma empresa de consultoria, a Agenda inc. e divulgada no site CNN Money, canal de economia da rede CNN, revelou que a Mercedes Benz foi à marca mais citada em 2005, com mais de 100 citações. Em raps diversos, a Honda japonesa patrocinou uns shows do B.E.P… (que começaram dançando break) e um carro apareceu num dos seus clipes.

    Falta uma outra pesquisa pra saber:

    01 – se há um acordo entre empresas e rappers;
    02 – se os rappers citam sem interesse nenhum;
    03 – se as empresas pagam pra serem citadas.

    Com o crescimento do rap, vários setores se agregaram ao novo conceito até porque essa cultura sempre foi ou deveria sempre ser amplamente democrática e aglutinadora. O que faz surgir novas frentes como o gangsta rap, leia isto:

    – “Fomos derrotados, aniquilados, pegos de surpresa pela triste separação do rap, hoje o que existe não é o rap no qual eu iniciei, o que sobrou foi só um rap bizarro, completamente ignorante, degenerado socialmente, no qual os maiores astros são as armas e o sexo…”

    – “No meu tempo o rap edificava, trazia informação e cumpria um papel, enquanto música. Hoje faz com que pensem que somos todas tristes caricaturas de gângsteres, ridículos aspirantes a bandidos, e isso é negativo.” eu assino embaixo falando do Brasil e concordando com Will Smith…

    Quando o gangsta rap surgiu, logo ele conseguiu dividir as pessoas, uma guerra entre lados começou uma triste comparação com as gangs e facções.

    M1, do Dead Prez, diz: – “O hip hop está tão maduro que está apodrecendo, hoje a fruta já brotou, houve um tempo em que não dava pra ver a fruta, só a semente”. “O hip hop está morto” diz Nas.

    Muitos acham o rap a música mais decadente do mundo, mas a Zulu Nation, em suas normas diz que o hip hop prega a paz, a união, o amor e a diversão, visando afastar os jovens, em especial os pobres, de tudo o que é negativo – diz Nino Brown, da Zulu Nation Brasil.

    “Hoje o hip hop mostra o negro exibindo poder com carros novos, cordão de ouro, armas de fogo e nunca com o mais importante, a arma mais poderosa do mundo: o livro”, diz Marcelo Yuka.

    “A luta contra o preconceito racial não está tão explicita como já esteve”, disse Chuck D. “Elvis nunca significou nada pra mim e foi um herói pra muitos, o rock foi absorvido e controlado pelos brancos, que beberam da fonte negra, mas mantiveram o preconceito, ou seja, sugaram”.

    Nós, brasileiros, agimos como se o preconceito não existisse, só estamos nos enganando, o que condiz com o que disse Malcom X: – “Cada homem branco lucra com o racismo, mesmo que não pratique ou acredite nele”.

    O grupo Dilated Peoples sempre enfatizou temas como guerra, globalização, políticas globais e aniquilações. Muitos MCs são avessos à moda, contra a bundalizaçao dos vídeos, ao blim blim style, como os MCs do islã que falam disso e de Allah.

    Nomes como Paris e Lakim Shabazz tem mais a falar sobre coisas relevantes do que só sobre tiros.

    “Parte 1”, de São Paulo, diz que não aprendeu hip hop na escola, os discos ensinaram. Se ele conseguiu ensinar algo com os dele, vai continuar sendo hip hop (como já disse Chris Parker). Outro MC, o Arcanjo diz: – “Espero que pelo menos uma pessoa se identifique com o que estou falando, minha música fala muito de amor, está muito positiva”.

    1970 e pouco… Surge um gigante, a mídia, aí padrões começaram a ser impostos e pessoas começaram a se moldar nos padrões, o que é perigoso, porque o lucro e a imagem cobraram seu preço. “As grandes rádios por serem comerciais não tiveram, nem tem compromisso com a cultura hip hop, muito menos com a música rap.”, diz Gil, do Bocada Forte.

    “As rádios aqui no Brasil começaram a cobrar pra tocar a musica dita da periferia, isso é o dinheiro corroendo.”, diz Bone Dee.

    Débora, radialista de São Paulo, diz que o gangsta rap é o perfil do programa “Espaço Rap” e não há espaço pra outro tipo de segmento e diz que 50% da programação é ela que faz e a outra metade são os ouvintes, mas quem escolhe mesmo é ela… Há também opiniões como a do sambista Ney Lopes, que considera o rap, uma coisa da moda.

    Quando Bambaataa vislumbrou esse presente, ainda no passado, resolveu instituir um quinto elemento, que separadas as divergências pode ser resumido como a transmissão do conhecimento de forma positiva, aí sim começaram a surgir à didática do hip hop, os workshops, as oficinas, mas que segundo Mano Brown, de são Paulo, não servem pra nada, pois a pessoa tem que nascer com o dom e hip hop não se aprende em oficinas.

    E rebatendo essa opinião eu penso que só de colocar uma nova perspectiva aos olhos de um jovem, as oficinas já começam a prestar o seu favor ao hip hop e a sociedade no geral…

    E tem ainda muitas pessoas que fizeram e fazem seus papéis sociais mesmo sendo mundialmente famosas como o grupo Wu Tang Clan, de NY, que ajudou a Star Light Foundation, para jovens com doenças degenerativas, ou L.Ll. Cool jJ, do Queens, que em 1992 fundou a “Campcollj Foundation”, cuidando de muitos jovens, ou Coolio que dirigiu a “Heritage Foundation”, produzindo livros para jovens afro–americanos e Lauryn Hill que fundou a “Refugee Project”, organização pra ajudar crianças pobres.

    Outro que deixou um legado, que hoje está nas mãos de sua mãe, foi 2 pac (77-96), que segundo o jornal Dayli News deixou na sua morte um patrimônio de us$ 100.000, um automóvel e um caminhão… Só… Mas depois de umas boas sindicâncias e auditorias, sua família conseguiu da “Interscope Records”, como parte dos direitos, a bagatela de US$ 5.000.000!

    O que nos leva a criar várias teorias sobre sua vida e sua morte, pois mais livros e CDs foram feitos após ele morrer do que quando ele estava vivo, colocando no ar perguntas como: – Existe um trabalho secreto da policia em cima do hip hop?

    Uma grande parte dos rappers acredita que sim, essa unidade da polícia é real e fatal (para maiores informações eu recomendo o documentário “Rap Street Hip Hop And The Cops”).

    Quem matou 2Pac e B.I.G.? Ninguém sabe ao certo e por falar em Wallace, esse era sinistro mesmo, vendeu 2 milhões na estréia e quebrou um Recorde de 885.000 em uma semana, que estava nas mãos dos Beatles. A mídia quis, durante muito tempo, dividir o rap em dois lados, “west e east”, não conseguiram.

    Hoje aparece o lado sul e Snoopy Dogg diz: – “Tem tanta merda sendo lançada no sul que até as merdas tocam, por serem do sul simplesmente por que são do sul… Eles tem feito muita coisa boa, mas muita merda toca também”, concordo.

    Mas nem tudo é gangsta rap, um exemplo quase esquecido foi o rapper Domino, da área do Snoopy, em 8 semanas foi disco de ouro (Ghetto Jam-Def Jam), falando do gueto sem enfatizar a violência e diz: – “Alguns rappers incentivam a violência e colaboram para o aumento da criminalidade”.

    A linda Laurin Hill diz: – “Cresci ouvindo canções que falavam da fraqueza humana, da chuva que esconde minha lágrimas, é o contrario de mim, soa tão bom, tão forte, tão mal, tão rico, tão perfeito… E ganhou entre outros prêmios 4 MTVs e 4 grammys e vendeu mais de 15.000.000 de cópias.

    Essa postura (inovação ) nos afasta da mídia que movimenta o rap, como shows, programas de rádio e etc., diz o grupo Pentágono, de SP, e Xis diz que o rap não é pra galeria 24 de maio, tem diversos locais que não tem TV a cabo e o que tem é globo e SBT, infelizmente pra muitos, sempre fui lá e vagabundo vai “sofrer”.

    Existe um forte discurso entre mídia e resistência, mas Rodrigo Brandão, MC do Mamelo diz: – “Do mesmo jeito que as antenas tem muita importância, as raízes também tem e se a árvore não tiver raiz não vai crescer, mas ao mesmo tempo se não tiver antena, pra captar as coisas novas, a cultura se torna anacrônica, vai perdendo o beat do tempo…

    Existem 1001 fórmulas de estar na mídia, recusar a mídia e uma forma eficaz de estar na mídia, abusar da liberdade é outra e tem gente que trabalha no hip hop, nos bastidores, em prol das comunidades, como se viu em Beat Street e Krush Groove (filmes), é possível deixar a violência e o crime sem deixar as ruas, é possível se tornar um artista expressando experiências particulares, assim como surge a chance de desenvolver uma cultura única sem necessidades de retoques pra se tornar comercialmente viável.

    E ultrapassando o limite do tempo, artistas como Bussy Bee, Cold Crush Bros, Treacherous 3, Fearlouss 4 e muitos outros estão gravando novos discos e grafiteiros estão fazendo mostras do nível dos maiores pintores clássicos dançarinos como: Sugar Pop, Poppin Taco, Shabadoo, Boogaloo Shrimp estão aí dançando e recebendo homenagens.

    O rap sempre esteve na linha de frente das mudanças, sempre dando espaço, seja para o clima neo-hippie do De La Soul ou para o rap mais metafísico do GZA ou Gravediggaz, e isso desde a mistura de soul e funk com as batidas alemãs do Kraftwerk, o Eletro, o Bass Miami, que é a raiz de quase todo o batidão que se toca hoje no Rio de Janeiro, tudo é evolução.

    Na década de 70, Theodore fazia o scratch e nos anos 2000 o DJ Q-Bert lançou um DVD com 28 nomes de scratchs.
    Novas gerações se incorporam ao grosso caldo de idéias, estilos e atitudes o hip hop se expande como uma epidemia (EZN 2001) fazendo com que a Alemanha consiga reunir o mundo todo nos seus eventos de graffitti e breaking ou da Coréia apareçam BBoys mais famosos que muito a artistas pops da Ásia, ou na África, onde o hip hop apesar da pobreza generalizada consegue cobrir, com o véu da ostentação, uma boa parte dos olhos de um povo que esta no berço dos primeiros batuques do universo.

    Hoje o hip hop está no Irã, nas cadeias, na Barra da Tijuca, nas igrejas, na TV e por aí vai…

    Sorte nossa que existem griots modernos que contam e recontam as lendas e repassam as histórias de um tempo glorioso… E olha que muita gente disse que toda essa manifestação mundial, não passaria de uma moda, de um bando de desocupados barulhentos, e que não duraria até o próximo verão… Tshitshitshi…. Como estavam enganados.

  • MC ou rapper?

    MC ou rapper?

    MC (Mestre de Cerimônias)

    É importante ressaltar que o MC de nada tem a ver com a pessoa do Rapper. A figura do MC passa portanto a tomar sua devida forma e conotação, nas ruas do bairro do Bronx, nas festas organizadas por Kool Herc em 1975.

    Garotos bem ousados, improvisavam rimas e interagiam com o público através delas, obtendo repostas uníssonas e vibrantes. E é dessa forma que surge Coke La Rock, considerado o primeiro “Mestre de Cerimônias” da história do Hip Hop americano.

    La Rock se tornou responsável por frases que até hoje fazem parte da “cultura gringa”: “Rock the house! To the beat y’all! Rock on! You don’t stop!”

    A partir de então outros nomes passaram a fazer parte do universo rimático, como é o caso de Clark Kent e Lovebug Starski, um dos prediletos de Afrika Bambaata. Pode-se afirmar inclusive que Starski fora um dos responsáveis por popularizar a expressão “Hip Hop”, antes mesmo do surgimento da “nova cultura”, através da eterna frase: “Hip Hop till you don’t stop!”

    Batalhas

    20140612-03-slowdabfTudo acontecia às mil maravilhas no “novo reino da cultura urbana”, até que um MC de nome Busy Bee resolve esquentar o clima alegando que as rimas improvisadas de tons festivos estavam se tornando “coisa de Marica”.

    Então, no inicio dos anos 80, ele passa a fazer rimas desafiadoras contra outros MCs. Tal prática, desencadeou no público um efeito ainda mais intenso que as antigas rimas.

    Em 1987, o rapper Kool Moe Dee lança em seu álbum rimas em forma de batalha contra o rapper LL Cool J, enquanto que o grupo Boggie Down Productions (BDP) repetem a dose, implementando este estilo em suas músicas, em afronta ao Juice Crew, resultando em consideráveis vendas de LPs e shows abarrotados.

    Cabe lembrar que pelo fato do Hip Hop ser uma cultura criada em meio a desordem social, batalhas como estas estão presentes em todos os elementos do Hip Hop, em formatações respectivas à cada atividade: no graffiti, existe a batalha de cores; no breakin, no poppin e no lockin, a batalha da dança; no DJ a batalha de scratch; e no rap, a batalha de MCs…

    Ao contrário dos conflitos das gangues de rua, por disputas de território, estas batalhas só servem para entreter as pessoas e testar o nível de capacidade de cada competidor.

    Seja bem vindo ao jogo!

    Rapper

    Você deve estar se perguntando: MC não é sinônimo de rapper? Não!

    Os primeiros rappers surgem por volta de 1976, através das vozes dos The Furious Five, produzidos pelo DJ Grand “Master” Flash, que passam a introduzir versos completos e rimados, o que podemos denominar de “rap (rhytm and poetry)”.

    É importante destacar que o MC pode ser um rapper ou vice-versa, como também, todo e qualquer membro da Cultura Hip Hop, pode assumir mais de um elemento contido nela – de acordo com seu dom – porém, cada elemento possui seu valor distinto…

    Beat Box

    20140612-05-slowdabfQuando não se tinha à mão a presença dos toca-discos, a improvisação instrumental tomava corpo através das batidas e efeitos desenvolvidos através da boca, denominando-se beat box.

    Depois de sua aparição, esta modalidade se tornou um atrativo à mais em muitos palcos e álbuns de rap. Um dos nomes mais respeitados nessa técnica é o de Buffy. Integrado ao grupo Fat Boys, Buffy se torna popular sendo conhecido como “Buff, o Beat Box Humano”, chegando a ganhar, em 1993, um concurso de talentos no Radio City Music Hall.