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  • A estória das pessoas vai fazer uma reflexão

    A estória das pessoas vai fazer uma reflexão

    Enquanto penso no que escrevo ouço sons de armamento pesado passando por minha janela. Parece ao leitor que escrevo uma obra de ficção, mas não, essa é a realidade dos meus dias nos últimos anos de minha vida. Não sei se escrevo baseado no que estudei até aqui ou apenas descrevo o que observo em meu cotidiano. Talvez faça os dois.

    A História tem juntamente com a Geografia me sustentado financeiramente nos recentes anos de minha carreira como professor. No último voo mais alto escrevi um capítulo inteiro sobre “A escravidão moderna”, tema que muito me chama a atenção e que venho pesquisando cotidianamente. Observo que por ser muito incômodo para boa parcela das pessoas a provocação sobre o modelo de vida que hoje levamos é uma interminável fonte de discussões acaloradas, mesmo entre familiares e amigos mais próximos.
    Afinal, a escravidão acabou?

    Muitos autores e amigos escrevem ou falam em suas aulas sobre o que seria a escravidão. Me dou ao direito de escolher algumas obras para embasar essa prosa de maneira mais simples e objetiva visando o fomento e não o engodo de uma boa conversa que possa ser proferida na mesa de um pé sujo ou no auditório da universidade. A fala acadêmica não me seduz nessa perspectiva, mas sim o saber expressado pelo pescador, como sugeria meu antigo professor Jorge Luiz Barbosa, quando eu era aluno da UFF.

    Lendo o professor Joel Rufino dos Santos aprendi a situar algumas coisas básicas que não organizava em minha cabeça. Compreendi que o Movimento negro sempre existiu desde que o sistema de Raças foi ideologicamente instituído para que ocorresse a vantagem obviamente financeira do sistema dominante vigente. Foram e são do movimento todos os que lutam pelo fim do racismo, como clubes sociais, sociedades secretas, quilombos, terreiros, os que lutaram pela abolição, os que lutaram contra senhores de escravos e feitores, contra os pombeiros e tumbeiros, todos esses, mantém o mais longo movimento social do país, o mais ativo, nem sempre tão organizado, mas nos últimos anos o mais combatido ao meu ver.

    77% dos jovens de 15 até 29 anos mortos no território nacional são pretos

    Afinal, o racismo é uma problemática muito naturalizada no Brasil. Alguns afirmam que ele não existe, outros acham que ele existe mas é um problema menor frente a pobreza e fraqueza de infraestrutura a qual a população mais pobre carece. Hoje no país de acordo com a Anistia internacional, 77% dos jovens de 15 até 29 anos mortos no território nacional são pretos, um genocídio incessante e lucrativo aos senhores de engenho contemporâneos com sua continuada “Guerra às drogas” iniciada na América do norte e espalhada por todo o longínquo continente norte-sul. Quando levantado numa conversa, o racismo logo é tido como um “Exagero” por algum participante, mesmo que de maneira introspectiva, velada, mutilada, mas sempre constante.

    Ser escravo no Brasil sempre foi ser uma mercadoria, um animal ou objeto de uso privado. Tudo constando em lei, legitimado pelo poder público e em épocas pretéritas pela igreja predominante. Aliás, ambas as instituições se prevaleceram da venda desta “mercadoria” através de impostos e ajudas em suas festas e afins. A divisão por classes sempre favoreceu aos que são complacentes com o dominador. O termo escravo foi mais brando em todo o mundo, exceto aqui. Aqui a relação foi mais brutal, o trabalho nas lavouras das grandes commodities exigia um sistema de torturas mais efetivo do que onde apenas havia a escravidão doméstica, em menor escala. Aqui o grande empreendimento necessitou de muita mão de obra, muitos instrumentos de tortura para uma massa gigantesca de escravizados, uma economia baseada em escravos. “Fosse comprado aos 15, morreria, provavelmente antes dos 30” , cita o professor Joel em “Nação Quilombo”, escrito em parceria com Nei Lopes e Haroldo Costa.

    O padre Antonio Vieira no século XVII já naturalizava e regulamentava a tortura submetida ao trabalhador escravo como sendo “uma fortuna…conformidade e imitação de divindade e semelhança” ao que sofrera Jesus Cristo, a fim de dignificar o trabalho. O que hoje nos parece hediondo também pareceu para alguns progressistas de outrora, mas se manteve como muitos outros problemas socioeconômicos de sempre.

    Logo o racismo é um dos artifícios para mantermos no Brasil o que temos de pior em termos econômicos. Ele mantém a desigualdade de classes em níveis cada dia mais absurdos com a ajuda de um Estado que sempre prezou em tirar dos mais pobres e dar aos mais ricos. A concentração de renda se faz presente com a ajuda de truques como a já citada “Guerra às drogas” onde a maior parcela de encarcerados e mortos é preto, nos “subempregos”, na educação pública deficiente, nos serviços de saúde precários, e em outros muitos espaços onde o preto não é convidado a entrar.

    E pra você, a escravidão acabou?

  • Pie: o app que permite gravar vídeos em 360 graus usando um SmartPhone

    Pie: o app que permite gravar vídeos em 360 graus usando um SmartPhone

    Os vídeos em 360 estão em alta, até a televisão está fazendo programas utilizando o formato. O ruim é que uma câmera que grava em 360 graus é muito caro (e não é todo mundo que quer ver sua vida sem graça em 360 graus), então porque investir?

    Eu, particularmente, não tenho vontade de comprar um equipamento desses, mas gostaria de testá-lo.

    Baseado nisso, a empresa Papero Inc, criou um app que permite fazer vídeos 360 interessantes sem uma câmera 360.

    Na verdade é uma rede social que te permite gravar uma “fatia” de vídeo panorâmico das pessoas ao seu redor ao mover seu celular em um arco, a partir daí adicionar filtros e textos e compartilhar com seus seguidores. Sim, você também pode seguir outros usuários e ser seguido. E  o melhor, você pode salvar os vídeos no seu celular e compartilhar em outras redes sociais.

    Eu ainda estou me acostumando com o aplicativo, ainda não estive num lugar legal, mas o pouquinho que fiz, ficou bem legal.

    O ruim (ou não) é que o app só é compatível com iPhone, iPad, and iPod touch.

    [button color=”red” size=”small” link=”https://itunes.apple.com/us/app/pie-make-and-watch-360-videos/id1150873819?mt=8″ icon=”” target=”true”]Download Pie[/button]

  • Por que o Rap está cada vez mais distante do Hip Hop?

    Por que o Rap está cada vez mais distante do Hip Hop?

    A intenção dessa coluna não é polemizar, mas sim causar a reflexão coletiva. Bem, vamos aos fatos:

    Desde o início, a cultura Hip Hop, que possui 4 elementos (DJ, MC, Break e Grafite), teve como um dos seus pilares o respeito; é muito comum ouvir bastante sobre isso nas músicas da velha escola, precisamente nos anos 90 era uma temática muito forte. Durante o passar do tempo, o Hip Hop, mesmo sendo uma subcultura, foi ganhando mais espaço, inclusive os midiáticos. Com uma leva muito grande de grupos e MCs e um mercado favorável para o gênero, o Hip Hop foi sofrendo mutações (não digo que tenha sido uma evolução).

    Sim, já frequentamos meios de comunicação mantendo um discurso “mais conservador”, mas com a crescente exponencial do movimento, é muito comum vermos fãs de artistas e não da cultura e com isso fica cada vez mais comum presenciarmos cenas lamentáveis, como dois negros se digladiando com rimas racistas e a platéia indo a loucura, machismo, homofobia nos versos; tudo isso acaba sendo fruto do distanciamento da origem. Hoje quando um artista bomba, boa parte do público acompanha o trabalho/gênero do mesmo dali pra frente, quando talvez o certo seria olhar pra trás, pelo menos, particularmente, eu busco saber tudo sobre, conhecer os arquitetos, para então formar uma opinião sobre o tal.

    O grande problema está na falta de interesse por conhecimento, a real é que até numa batalha de sangue é necessário conhecimento, ou no mínimo bom senso. Confesso que eu ouço de tudo e gosto muito da variedade rítmica e temática, acredito que podem ser feitas letras sobre tudo, afinal rap é música, rap é poesia e ambas são livres, o rap tem que estar em todos os cantos e também é preciso que continue o rap de mensagem, afinal antes de tudo também é um movimento.

    Enfim, temos liberdade pra compor, sempre vai ter quem goste e quem não goste, mas é bom se lembrar: vamos nos polir antes de soltar uma frase que talvez nos arrependamos.

  • Jesséé Yatta e a mentira

    Jesséé Yatta e a mentira

    O sol nem havia nascido e a casa de Yatta já estava um caos. Jamila aos prantos, fazia a mesma pergunta dezenas de vezes: – Por que?

    Yatta assustado, ainda de pijamas, com os olhos entreabertos não entendia bem o que estava acontecendo. Aos poucos observou que havia um objeto na mão de sua esposa. Pôde identificar. Era o seu telefone celular.

    Concluiu que o problema estava em seu celular, mas o que seria?

    – Por quê? Perguntou mais uma vez Jamila.

    – Não estou entendendo Jamila, pode me explicar o que está acontecendo?

    – Quem é essa mulher Yatta? Você não poderia ter feito isso comigo. Logo eu que me dedico tanto ao nosso casamento.

    – Mas que mulher? Do que você está falando?

    Então Jamila o entrega o aparelho telefônico, e nele havia uma mensagem bastante incriminadora.

    Nesse momento, Yatta, que era um jovem bastante sério e dedicado a sua família, se viu entre a cruz e a espada, pois para se livrar dessa sinuca de bico teria que entregar o segredo de um de seus melhores amigos, Kashore.

    Acontece que na noite anterior, Kashore pediu o telefone de Yatta para enviar um SMS para Zaina, uma jovem negra, de olhos bem grandes que mais pareciam jabuticabas maduras, e que trabalhava na imobiliária onde Kashore havia alugado seu novo escritório.

    Eles haviam se encontrado algumas vezes para tomar uns drinks no centro da cidade. Yatta já havia avisado a Kashore que isso certamente não daria certo, pois Hudham, sua esposa, era brava e esperta demais e certamente descobriria a aventura do amigo. Contudo deixou claro também que não queria participar disso, pois poderia sobrar pra ele.

    Dito e feito.

    A vida de Yatta havia se tornado um inferno, o próprio demônio orquestrava o caos em sua sala de estar. Então ele não teve escolha e contou toda história para sua esposa.

    – Jamila, você me conhece e acredita no meu amor por você? Você acha que eu teria motivos para te trair?

    – Eu já não sei mais em que acreditar. Meu ódio é justamente por isso, não consigo entender.

    – Vou te contar o que está acontecendo. Essa mensagem que você viu, foi o Kashore que enviou para uma mulher chamada Zaina, uma jovem com quem ele está tendo um caso.

    – Yatta, você não tem vergonha de envolver seus amigos em seus problemas? Você está acusando o Kashore, isso é sério demais. Se a Hudham sonha com uma coisa dessas, o mata.

    – Mas é a verdade, você pode perguntar pra ele, ele não vai negar.

    – Yatta, eu já liguei pra ela. Ela em momento algum falou no nome do Kashore.

    – Mas ela falou meu nome? Questionou Yatta.

    Nesse momento a esposa ficou quieta.

    Jamila já havia ligado para Zaina e descarregado todo seu ódio na jovem, que por sua vez disse não saber que “ele” era casado.

    – Senhora, desculpe-me!!! Ele não disse que era casado. Eu jamais me envolveria com um homem casado.

    – Senhora? Você está me chamando de senhora sua vagabunda? Você está se achando?

    – Não, isso é apensa um sinal de respeito, pois não a conheço.

    – Nem queira me conhecer. Fique longe do meu marido senão eu te mato… e mato ele também.

    – Nunca mais chegarei perto do seu marido, pode ficar tranquila.

    Nesse momento Jamila percebe que tempo algum tocou no nome do marido e que talvez a história dele pudesse ser verdade, contudo a bomba maior ainda estava para explodir.

    Yatta conseguiu acalmar sua esposa e a chamou para dormir, pois ainda eram 07:30 da manhã. E prometeu que assim que acordassem resolveria as coisas.

    Por volta das 08:00 da manhã, Zaina já havia ligado para Kashore e dito que a mulher dele ligou pra ela e a humilhou. Ela realmente não sabia que ele era casado.

    Quando recebeu a ligação, Kashore estava a caminho do trabalho e em total desespero pegou o primeiro retorno e voltou pra casa. Chegando, encontrou sua esposa sentada na sala de estar, com a cabeça baixa, olhos lacrimejantes e com uma leve olheira.

    Kashore achando que a mulher estava triste por causa de seu caso extraconjugal começou a desculpar-se:

    – Querida, eu posso explicar. Ela não significa nada pra mim.

    Hudham olhou para o marido e mesmo sem entender, não esboçou nenhum tipo de reação, pois sabia que algo de muito errado estava acontecendo.

    Então Kashore continuou sua confissão.

    – Foi um momento de fraqueza. Isso não vai mais acontecer.

    – Kashore, senta aqui do meu lado e me conte a sua versão desta história.

    Nesse momento Kashore abriu seu coração e contou tudo, tudo mesmo.

    Horas depois Kashore chega com uma mala na casa do Yatta dizendo pro amigo que algo de muito estranho havia acontecido e perguntando se ele poderia ficar uns dias no seu quarto de hóspedes, até que ele pudesse resolver as coisas.

    No fundo da sala estava Jamilla fuzilando Kashore com os olhos.

  • Instituto Enraizados e Rede Funk Social aproximam ainda mais o hip hop e o funk

    Instituto Enraizados e Rede Funk Social aproximam ainda mais o hip hop e o funk

    Na manhã da quinta-feira (06), os diretores da Rede Social Funk, Priscila Rebeca e Renato Patrão, estiveram na sede do Instituto Enraizados, em Morro Agudo, para firmarem uma parceria que aproximará São Gonçalo de Morro Agudo, e também o Hip Hop e o Funk.

    Dudu de Morro Agudo, diretor executivo do Instituto Enraizados, os recebeu por volta das 10:30 para a reunião que tinha como principal objetivo de estabelecer um acordo para produção conjunta de um evento de Miami Bass, que provavelmente será um ‘encontro de viníl’, que reunirá DJs e MCs de todo o Rio de Janeiro.

    Priscila, DMA e Patrão
    Priscila, DMA e Patrão na Incubadora do Instituto Enraizados

    A Rede Funk Social tem 16 anos de existência e há cerca de dois ano ocupou uma escola estadual que estava abandonada em São Gonçalo, com o aval do Governador do Estado do Rio de Janeiro. Já o Instituto Enraizados, que faz 18 anos de atividades em janeiro do próximo ano, ocupou, como aval da Prefeitura da Cidade de Nova Iguaçu, um espaço que estava abandonado há cerca de 07 anos em Morro Agudo, e atualmente aguarda somente a assinatura do prefeito Rogério Lisboa em um documento para que possam iniciar as obras no local.

    Os diretores das instituições se conheceram há 10 anos, durante os encontros de juventude realizados pela FASE e mantém a amizade e a parceria institucional até os dias de hoje, contudo, nesta fase da história das instituições, pretendem estar mais próximos para se fortalecerem institucionalmente.

    “Após a reunião fizemos um passeio pelo bairro, onde pudemos conhecer alguns graffitis da Galeria 20-26 e depois almoçamos no famoso Buteco da Juliana”, afirmou Priscila Rebeca.

    SAIBA MAIS SOBRE A REDE FUNK SOCIAL

    Facebook: https://www.facebook.com/rede.funk

    IMPRENSA

    Grupo que transformou escola abandonada em projeto social de funk promove sarau de poesia neste sábado
    https://extra.globo.com/noticias/rio/grupo-que-transformou-escola-abandonada-em-projeto-social-de-funk-promove-sarau-de-poesia-neste-sabado-20293833.html

    Movimento funk transforma escola estadual abandonada em São Gonçalo em centro cultural
    https://extra.globo.com/noticias/rio/movimento-funk-transforma-escola-estadual-abandonada-em-sao-goncalo-em-centro-cultural-17028748.html

    Escola abandonada no RJ vira centro cultural do funk; saiba como ajudar
    https://extra.globo.com/noticias/rio/movimento-funk-transforma-escola-estadual-abandonada-em-sao-goncalo-em-centro-cultural-17028748.html

  • Entre o crime, o futebol e o hip hop

    Entre o crime, o futebol e o hip hop

    Se você vive ou viveu em alguma comunidade periférica, sabe o quanto é difícil não se envolver com a vida do crime quando se é jovem, mesmo que tenha uma família bem estruturada.

    Eu nasci e fui criado na comunidade Zumbi dos Palmares, que fica em Morro Agudo, Nova Iguaçu, e mesmo sendo de uma família com uma boa base, em diversos momentos passou pela minha cabeça me envolver de alguma forma, mas nunca me rendi a esses pensamentos, até porque minha meta era tirar os meus amigos dessa vida, e não eram poucos, muitos eu acabei perdendo, mas os que conseguiram sair, foi através da arte ou do esporte, mais especificamente do Hip Hop ou do futebol.

    Eu costumo dizer: o que quer que seja que tire o jovem dessa vida é valido.

    Acredito que ninguém sonha em portar um fuzil, ou vender droga, a nossa vivência molda nossos sonhos, mas quando você vive em um lugar onde nada te incentiva a correr atrás dos seus sonhos, onde você é obrigado a trabalhar pra ajudar a manter a casa e onde todos de fora te apontam e te julgam, principalmente se for um jovem negro, o dinheiro se torna seu sonho. Você percebe que basta ter dinheiro pra ter o que quiser, e pra ter dinheiro vivendo numa comunidade, só estudando e se dedicando muito, ou se envolvendo com o crime. Mas como eu explico pro ‘maluco’ que o crime é nada e a vida é tudo se no final do plantão ele tirou 1 barão de lucro?

    Essa é a parte onde entra o Hip Hop, ele te inspira a correr atrás dos seus sonhos, ele te mostra que o crime não é nada, te mostra que você pode ser o que quiser e que nada pode te parar. No meu caso ele mudou minha vida, me mostrou o meu sonho, quem eu sou e tudo que posso ser. Hoje faço parte desse movimento, sou DJ, e levo essa mensagem nas minhas sessions, pois quero que todos realizem seus sonhos.

    O futebol, apesar de ser injusto com muitos, também tem esse poder de salvar vidas, no futebol foi onde aprendi que as vezes você ganha e as vezes você perde, que esforço é igual a recompensa e que pra chegar onde a maioria não chega temos que fazer o que a maioria não faz. Não é só futebol. Conheço muitos jovens que sonham em ser jogadores profissionais e muitos treinadores de comunidade que sonham junto a esses jovens. Muitos amigos não conseguiram, outros ainda estão tentando, mas agarrados a esse sonho nunca foram pra vida do crime.

    No enraizados além de tudo que fazemos com o Hip Hop temos o Caleidoloucos, onde juntamos os artistas e moradores de Morro Agudo pra uma partida de futebol toda sexta feira, às 20:00, no Morro Agudo Futebol Clube, ao lado da estação. Amanhã é dia, se quiser da um confere é só chegar cedo!

  • Grupo As Margens lança ‘Poesia Preta’, CD que bate de frente com um Brasil racista, dando voz aos pretos

    Grupo As Margens lança ‘Poesia Preta’, CD que bate de frente com um Brasil racista, dando voz aos pretos

    Como musicas criadas em um beco no município de Biguaçu, grande Florianópolis, se tornaria algo tão forte? Um CD com abordagens e debates de temas que falam do povo preto na sociedade brasileira, claramente racista, em um contexto pós colonial. É isso que propõe o primeiro CD das Margens intitulado “Poesia Preta”.

    Poesia Preta é uma luta personificada em 11 faixas que estão nesse lindo CD, abordando temas que envolvem as dificuldades vivenciadas pelo negro em sua rotina diária, o racismo, o mal mais gritante, a desigualdade social a repressão policial e o preconceito velado sobre religiões, costumes, comidas, vestimentas, dança, dialeto e muitos outros temas pouco debatidos. Todo esse conceito e essa temática com beats e flows diferenciados é o que esse primeiro CD Das Margens está trazendo ao publico, sem essa de rap game, As Margens desde o principio defendeu o levante de uma revolução popular e essa revolução do povo.
    Com certeza quem parar e ouvir perceberá o quanto esse trabalho está recheado de referências e mais que referências, vivências diárias de quatro pretos que não suportam mais a vida nessa sociedade brasileira racista, transformando o rap em uma arma de defesa/ataque para quem está na busca de conhecimento/informação.

    O grupo foi criado por Will e Insano, após uma série de conversas que sempre geravam muitos debates, os mesmos sentiram muita afinidade pelos meios de luta, o que demonstrou muita sintonia resultando na criação desse grupo. O nome veio após ambos se sentirem literalmente às margens da sociedade.
    Por onde “As Margens” passou deixou um legado, formando um time de pessoas que se sentiram tocadas pelas verdades ditas nas letras que jamais serão verdades únicas, mas sempre defendidas com vigor e embasamento para o debate da ideia. O grupo sempre teve uma troca de energia muito boa com as pessoas, atraindo o que emanam, coisas boas. Com a entrada de Rafal Mc e Dj Bomani concretiza-se ainda mais uma resistência do povo preto pela melhoria de vida de toda uma nação.

    Crítico, incisivo, questionador, sem medo.

    É isso que o grupo vem lhes apresentar nessa primeira obra. As musicas colocarão os privilégios, ou seja, todo o racismo institucional, em cheque. Sem amarras, sem grilhões, As Margens veio mostrar que o opressor deve ser combatido e vai ser combatido.

     

  • A estória das pessoas: W.P

    A estória das pessoas: W.P

    Conheci WP numa ação onde fizemos um #RapLab na Zona Oeste carioca. Fizemos rapidamente amizade porque o cara é gente boa demais e num papo rápido ele me falou de “Questão de Honra”, mais um faixa do EP “Em Meio Ao Caos”. Acessei o Youtube e conferi o clipe que é uma produção 100% independente e vem carregada de muito peso. “Se falta dinheiro, sobra criatividade, vontade e determinação para superar as dificuldades e transformar seus sonhos em realidade”. Essa é a marca registrada de WP.

    A favela e seus problemas sociais são fonte maior de inspiração e WP “ faz sua arte brotar no caos, mostra que favela é potencia e rap instrumento de transformação”. O rap como elemento motriz é “o alimento que o abastece e que o motiva a seguir em frente”. Para WP é uma questão de honra. Confira o talento desse jovem cheio de gás e boas ações.

    SAIBA MAIS

  • Primeira mixtape solo de Pimpo$o, ‘Onze’ ganhou as ruas em junho de 2017

    Primeira mixtape solo de Pimpo$o, ‘Onze’ ganhou as ruas em junho de 2017

    Depois de adiar diversas vezes Pimpo$o finalmente soltou sua mixtape de estreia, onde tenta valorizar nossos nacionais esportivos de uma maneira musical.

    Papo11”, é a intro, Pimp mostra para que veio e de onde veio, sempre procurando trabalhar e dar trabalho.  Essa conta com a produção de CARD.d\

    Tempo” tem a colaboração do rapper  Marcão Baixada. Quase um ano e meio depois de ter sido idealizada, finalmente teve sua data de lançamento, ambos contam como o tempo passa e como as coisas acontecem de forma tão rápida. Curiosa foi a demora para o lançamento deste som, já que seu título é Tempo. Conta com a produção do próprio Marcão, e se encaixou para a sequencia da mixtape.

    Futuro” é um trabalho completo do MOSA, além das participações de Alex Full e cvss tem também a produção de CARD, e uns toques de Eddu Chaves, que deu uma grande dinâmica para o som.
    É seguida por “Chico Xavier”, onde Pimp descreve suas anotações feitas e o aprendizado que o caminho lhe trouxe até ali. Daí partimos para “Sem Sentido” produção de Li-o, membro da VERSUS, chegou de última hora para a mixtape, depois de alguns imprevistos, e mesmo essa reserva conseguiu dar conta do recado.

    Em “Destilado” o rapper brinca com os lados que uma vida de artista independente tem, tendo além de seu lado artístico, pessoal e sua vida amorosa tem que lidar com um outro lado, o trabalho. Seguimos com “Camo” uma das faixas mais peculiares da tape, produção de GU$TAVERA da FreshKillMob, soa muito obscuro, Pimp mostra que está camuflado observando tudo que está acontecendo nessa cena.

    “Neymar” soa como um Grime/Funk com produção de Eddu Chaves e Celo, brinca com problemas e habilidades de Neymar comparando a sí mesmo, tem a participação do CEO da Lowcliqueboys, Seithèn, que veio para finalizar como o atacante do Barça.

    No topo, é assim que se sente Pimpo$o, junto com seus manos, descreve dessa forma no som “Poetas no Topo” nome que sugere muitas coisas, mas ele tende a passar um valor a quem está com ele nessa, e que o topo não é só onde muitos veem, as vezes também está camuflado ao lado de sua gang.

    Piccolo” e “Romário” são os grandes singles dessa mixtape, e finaliza com chave dourada, por falar em chave, ambas contam com a produção do cara que tem as chaves, Eddu, criador do MOSA e também produtor executivo desse projeto, dá uma fim muito animado para a tape, papo de visão e de futuro.

    Tudo isso soa muito bem, e deixa a entender que Pimpo$o está com seu nome aí, e promete muito mais (apesar de não fazer promessas).

     

    Contato:

  • ‘A Telemafia querendo os paco da Tele Sena’, lança uma cypher para movimentar a cena.

    ‘A Telemafia querendo os paco da Tele Sena’, lança uma cypher para movimentar a cena.

    Na última Terça Feira (27) foi o lançamento da “Cypher Txlxmvfiv Ep. 01 – Gênesis (Prod. NT)”, o primeiro episódio de uma série de cyphers, que será lançada no canal do Youtube “TelemafiaTv

    Click: Felippe Rodrigues

    A Telemafia surgiu da necessidade de interação entre público e artistas da Baixada Fluminense. Os integrantes do grupo Autonomia junto com o Mc Tindel, enxergaram essa necessidade e idealizaram a Telemafia, que tem como objetivo formar um selo independente onde os artistas participantes possam elevar o nível do seu trabalho, adquirindo desde instrumentais até arte visual, além de gravar seus sons e videoclipes, para divulgar em sua própria rede que foi criada na RCPT (Roda Cultural Praça da Telemar).

    O projeto das cyphers objetiva mesclar os Mc’s, com estilos e idades distintas. O episódio 1 com os Mc’s, DMaua, Deltin, Shu, Dimmy e Will deixou bem nítido que independente das diferenças a meta de todos é a mesma: ganhar dinheiro fazendo o que gosta, sem se corromper.

    Em diálogo com os mc’s, perguntei como se sentiram quando receberam o convite e o que acharam do processo de criação da cypher.

    Shu: “Eu já tava ligado que iria rolar as cyphers e que eu participaria, fechava com a galera em Mesquita antes do trampo começar a sair do papel, mas quando eu vi meu nome ali, na primeira cypher, do lado de vários malucos bons, fiquei ansioso pra poder representar e tentar fazer algo à altura.”

    Dimmy: “Fiquei feliz pra caralho, só monstro na cypher, satisfação rimar ao lado dos caras que são referência pra tu. Eu não tinha a letra, mas quando vi o time pesado, escrevi rapidinho e fluiu naturalmente.”

    DMaua: “Me senti lisonjeado. Fiquei muito feliz e ao mesmo tempo receoso, pensando na responsabilidade de dar o máximo nos versos. Costumo fazer duas ou três letras quando me chamam assim, mas nessa fiz de primeira, o processo foi rápido. Na real eu escrevo meio que um improviso, uma letra vai ligando na outra e daí já começo a brincar com as palavras e as rimas em cada verso.”

    Pra saber mais sobre os corres da rapaziada é só dar um confere no clipe, seguir os manos nas redes sociais e colar na RCPT hoje ás 18:00 horas, onde vou discotecar ao lado da maravilhosa Moonjay.  “Noiz é trem bala, mind the gap.” #OuçaBXD