Categoria: Política

  • GT-RJ representa e fortalece a cultura em Brasília

    GT-RJ representa e fortalece a cultura em Brasília

    Com rimas afiadas e ideias firmes, representantes do Hip Hop carioca mostram que a cultura Hip Hop é a ponte para a transformação social e política

    Nos dias 29 e 30 de novembro de 2024, Brasília respirou rima, ritmo e resistência com o Seminário Internacional da Construção Nacional do Hip Hop. Representando o Rio de Janeiro, oito vozes marcantes do movimento cultural mais revolucionário do planeta levaram suas histórias, perspectivas e desejos para o futuro do Hip Hop. O evento não foi só um marco, mas um grito de união, organizado para construir políticas públicas e fortalecer uma cultura que há 50 anos transforma vidas.

    As vozes do GT-RJ

    De Cabo Frio à Lapa, da CDD à Baixada Fluminense, do basquete de rua às batalhas de rima, os representantes do GT-RJ têm trajetórias que misturam arte, educação e transformação social. Conheça quem são algumas dessas lideranças e o que pensam sobre o impacto do seminário.

    Taz Mureb – MC e porta-voz da resistência do interior

    Primeira colocada no edital do Ministério da Cultura na região Sudeste, Taz Mureb, de Cabo Frio, é MC, produtora cultural e uma das vozes mais marcantes do GT-RJ. Para ela, o seminário é um divisor de águas para a cultura Hip Hop no Brasil.

    “O seminário é um marco. Estamos institucionalizando o Hip Hop como política pública cultural. É mais que música ou dança, é um movimento sociocultural e político. Aqui, a gente abre diálogo com órgãos do governo, empresas e até frentes internacionais. Sonho com o Hip Hop sendo ferramenta de promoção cultural no Brasil e no exterior. É o começo de algo muito maior.”

    Taz destacou também a importância de criar um legado para as próximas gerações: “Precisamos transformar iniciativas locais em políticas nacionais e mostrar que o Hip Hop pode mudar o Brasil. É isso que estamos construindo aqui.”

    DJ Drika – O coração pulsante da Baixada Fluminense

    Adriane Fernandes Freire, ou DJ Drika, carrega a Baixada Fluminense no peito. Fundadora da Roda Cultural do Centenário, ela e sua equipe levam os quatro elementos do Hip Hop para as favelas de Duque de Caxias há seis anos.
    “Estar aqui no seminário é histórico. É uma vitória da cultura periférica, uma chance de dialogar com o governo e fortalecer o que já fazemos nas comunidades. A cultura Hip Hop precisa de apoio contínuo, e eventos como este abrem caminhos para que nossas vozes sejam ouvidas.”

    Drika enfatizou que o Hip Hop não é só arte, mas também resistência: “Nosso movimento nasceu para transformar. Com a parceria do governo federal, podemos ir mais longe e impactar mais vidas.”

    MC Rafinha – A força da união

    Parceiro de Drika na Roda Cultural do Centenário, Rafael Alves, o MC Rafinha, é um mestre de cerimônias que acredita na força coletiva. Ele vê o seminário como uma plataforma para expandir o trabalho que já realiza com batalhas de rima, grafite e poesia na Baixada Fluminense.

    “Esse evento é sobre união. É a chance de estarmos juntos, trocando ideias e mostrando que o Hip Hop vai além das nossas rodas culturais. Aqui, colocamos nossa luta no mapa e mostramos que estamos prontos para construir juntos.”

    Para Rafinha, o seminário marca o início de um novo capítulo para o movimento. “O Hip Hop é a voz da periferia. Estar aqui é garantir que essa voz ecoe mais alto.”

    Erick CK – Conectando a cena em Niterói

    Com sete anos de atuação nas rodas culturais de Niterói, Erick Silva, o CK, sabe o peso de levar o Hip Hop para os palcos e ruas. No seminário, ele viu uma oportunidade de conectar as demandas dos artistas locais com políticas públicas mais amplas.

    “É muito importante estarmos aqui. Precisamos discutir os problemas reais do Hip Hop, como falta de patrocínio para DJs e grafiteiros, e a valorização dos produtores que estão sempre nos bastidores. O seminário abre essas portas.”

    CK ressaltou a relevância de manter o diálogo aberto para futuras edições: “Que este seja o primeiro de muitos eventos que fortaleçam o movimento em todo o Brasil.”

    Anderson Reef – Transformação social em Madureira

    Palestrante no painel “Retratos do Brasil: Narrativas Regionais e Potência Construtiva”, Reef é produtor cultural, responsável pela Batalha Marginow, evento semanal, que acontece todas as segundas e tem uma década de trabalho embaixo do Viaduto Madureira, zona norte do Rio. Ele usa o Hip Hop para revitalizar espaços e gerar economia criativa.

    “O Hip Hop salva vidas. Aqui em Brasília, mostramos ao governo que nosso movimento vai além da música. Trabalhamos com saúde, educação, teatro e dança. Precisamos de mais estrutura para continuar impactando nossas comunidades.”

    Para Reef, o seminário também é um espaço para pensar grande: “Quero ver o próximo evento num lugar maior, com mais gente. O Hip Hop merece ser tratado como prioridade nacional.”

    Anderson Reef

    Rafa Guze – Uma cineasta na linha de frente

    Educadora social e diretora do Instituto BR-55, Rafa Guze acredita no poder do Hip Hop para transformar vulnerabilidades sociais. Para ela, o seminário é uma chance de estruturar
    políticas que atendam as bases do movimento.

    “O Hip Hop é uma potência global, mas nossas comunidades ainda enfrentam muitas dificuldades. Este evento é sobre construir soluções, criar políticas que combatam fome, genocídio, feminicídio e outras desigualdades. É sobre usar nossa cultura para transformar realidades.”

    Rafa destacou a importância de trabalhar em parceria com o governo: “Sabemos como resolver os problemas. Só precisamos de apoio para fazer isso acontecer.”

    Lebron – Formando novas gerações

    Victor, ou Lebron, é um veterano do basquete de rua e do Hip Hop em Campos dos Goytacazes. Fundador de uma ONG que atua há 18 anos, ele vê o seminário como uma oportunidade de renovar o movimento.

    “O Hip Hop me ensinou tudo que sei. Agora, quero retribuir, formando novas gerações de artistas, DJs e produtores culturais. Precisamos de mais eventos assim, que conectem pessoas e ideias para planejar o futuro.”

    Para Lebron, o maior desafio é garantir que o movimento continue crescendo de forma sustentável: “Estamos retomando espaços e precisamos de articulação para avançar.”

    Bruno Rafael

    Bruno Rafael – Liderança que inspira

    Com 27 anos de trajetória, Bruno Rafael é uma figura central do Hip Hop carioca. Palestrante no painel “Retratos do Brasil: Narrativas Regionais e Potência Construtiva”, ele destacou o amadurecimento do movimento.

    “Esse seminário é fruto de trabalho coletivo. Mostramos que o Hip Hop está politizado e organizado. Hoje, conseguimos dialogar diretamente com ministros e secretários, algo que
    nunca foi possível antes.”

    Para Bruno, o evento é um reflexo da força do movimento: “O Hip Hop tem o poder de transformar vidas. Estamos só começando a mostrar do que somos capazes.”

    O impacto do seminário

    Entre as falas, há um consenso: o Hip Hop precisa ser reconhecido como política pública prioritária. Os representantes do GT-RJ destacaram que o movimento não é apenas arte, mas uma ferramenta para combater desigualdades, gerar renda e formar futuros líderes culturais. Para os representantes do GT-RJ, dois nomes de peso tiveram grande importância para a realização deste seminário: Claudia Maciel e Rafa Rafuagi.

    “A Claudia é pura visão estratégica”, disse Taz Mureb.

    Já Rafa Rafuagi, é a ponte que liga cultura e política: “Ele é aquele cara que transforma discurso em ação. Além de ser referência no rap do Sul, ele trouxe a ideia de que o Hip Hop pode e deve dialogar diretamente com o governo, sem perder nossa essência de resistência.”

    Para o grupo, Cláudia e Rafa não foram apenas organizadores, mas exemplos vivos de que o Hip Hop é articulação, união e transformação.

    Caminhos para o futuro

    O Seminário Internacional da Construção Nacional do Hip Hop foi mais do que um evento. Foi um passo firme em direção a um Brasil mais justo e diverso, onde a cultura Hip Hop ocupa o lugar que merece: o de protagonista na transformação social.

    Com vozes como as do GT-RJ, o futuro do Hip Hop promete ser brilhante – e revolucionário.

    No corre da favela e do asfalto, na batida da vida, todo mundo mandou o papo reto: “O Hip Hop salva vidas!”

  • Instituto Enraizados é homenageado na ALERJ com o Prêmio Heloneida Studart

    Instituto Enraizados é homenageado na ALERJ com o Prêmio Heloneida Studart

    Na última semana, o Instituto Enraizados foi agraciado com o Prêmio Heloneida Studart, uma das maiores honrarias da cultura fluminense, entregue em uma sessão solene na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ). Dudu de Morro Agudo, fundador e diretor do Instituto, Fernanda Rocha, diretora da instituição e Antônio Feitosa representaram o Enraizados ao lado de outros artistas e fazedores de cultura de todo o estado, destacando-se entre os 100 homenageados pela contribuição significativa à cultura brasileira.

    Assista ao videoclipe "Reflexões que ainda me tiram o sono", de Dudu de Morro Agudo

     

    A cerimônia contou com a presença de diversas figuras ilustres da política e da cultura. Na mesa, estavam o deputado estadual Carlos Minc, a secretária estadual de Cultura, Daniella Barros, a presidente da FUNARTE, Maria Marighella, Renato Rangel, representando o secretário municipal de Cultura do Rio de Janeiro, além do presidente do Conselho Estadual de Políticas Culturais, Tales Gomes, e das deputadas Dani Balbi e Verônica Lima, que atuou como mestre de cerimônias.

    Carlos Minc abriu sua fala saudando “a resistência cultural do povo brasileiro” e ressaltou a importância da Lei do Fundo Estadual de Cultura, sancionada e implementada durante a gestão de Daniella Barros. Em uma fala marcada pela emoção, Minc recordou sua colaboração com Heloneida Studart, ex-deputada e inspiradora do prêmio. Em seu encerramento, exclamou: “Viva Marighella” e “Viva Heloneida Studart”, sendo aplaudido pelo público presente.

    A presidente da FUNARTE, Maria Marighella, destacou em sua fala a história de seu avô, Carlos Marighella, recordando que ele também foi deputado na ALERJ e um símbolo da resistência. Já a secretária Daniella Barros, última a falar, trouxe uma saudação especial aos fazedores de cultura, relatando a realização da maior conferência de cultura do país e refletindo sobre a importância concreta e subjetiva das manifestações culturais. Ela relembrou a influência de sua avó, que lhe ensinou que “a gratidão é um obrigado do coração.”

    Entre os convidados, Dudu de Morro Agudo encontrou antigos parceiros e poetas de Nova Iguaçu, como Eliane Gonçalves, Luiz Coelho Medina e Rafael Ruvenal. Totó, poeta e integrante do Instituto Enraizados, teve a honra de receber o diploma em nome do Enraizados, representando todos os que contribuíram para a trajetória da instituição ao longo dos anos.

    A fala de um dos homenageados em nome dos artistas presentes sintetizou o espírito da cerimônia. Ele destacou a resistência dos negros brasileiros, lembrando que, para homens e mulheres pretos, os períodos sombrios se estendem há 524 anos. Em um discurso que arrancou aplausos e manifestos de apoio, ele reforçou a importância de ocupar a ALERJ com representatividade negra, desejando que, no próximo ano, a pintura ao centro do plenário, exibindo 40 homens brancos não esteja mais ali, refletindo assim a diversidade do povo fluminense.

    Às 19h45, iniciou-se a entrega dos diplomas, marcando um momento de reconhecimento e celebração das lutas e realizações dos homenageados. Essa homenagem reafirma o compromisso do Instituto Enraizados com a valorização da cultura periférica e o impacto social que as ações culturais exercem na Baixada Fluminense e em todo o estado.

  • Do microfone à militância: Hip Hop contra o PL dos estupradores

    Do microfone à militância: Hip Hop contra o PL dos estupradores

    Como a cultura Hip Hop se posiciona contra a criminalização do aborto e defende os direitos das mulheres em um contexto de crescente conservadorismo no legislativo.

    A aprovação relâmpago da urgência do Projeto de Lei 1904/2024, que equipara o aborto em certas circunstâncias ao homicídio, provocou um intenso debate no Brasil.

    Esse projeto, se aprovado, aumentará drasticamente as penas para médicos e mulheres envolvidas em abortos que não sejam em casos de anencefalia, tratando essas ações com a mesma severidade de homicídios. A votação foi marcada por controvérsias, com acusações de irregularidades no processo legislativo e protestos de parlamentares da oposição.

    O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), autor do projeto, contou com o apoio da bancada evangélica para impulsionar a proposta. Caso aprovado, ele vai alterar quatro artigos do Código Penal, transformando atos que atualmente não são crimes ou têm penas menores em crimes com punições severas, de seis a 20 anos de prisão.

    O presidente Lula criticou duramente o projeto, chamando-o de “insanidade”. Ele ressaltou a incoerência de punir uma mulher estuprada que realiza um aborto com uma pena maior do que a aplicada ao estuprador. “Eu sou contra o aborto. Entretanto, como o aborto é a realidade, a gente precisa tratar o aborto como questão de saúde pública. Eu acho que é insanidade alguém querer punir uma mulher numa pena maior do que o criminoso que fez o estupro. É no mínimo uma insanidade isso”, disse Lula.

    O deputado Max Maciel, do PSOL de Brasília, criticou duramente o “PL dos Estupradores”, destacando que a proposta não contribui para o combate à violência contra a mulher, mas sim para a sua criminalização. “O Brasil sempre inova e traz coisas que às vezes nem imaginaríamos”, disse.

    Maciel argumentou que o projeto de lei, ao invés de focar na identificação e punição dos agressores, acaba por punir as vítimas, destacando que muitas mulheres já enfrentam dificuldades em acessar o aborto legal e sofrem hostilidade. “Essa pauta moral conservadora não traz benefício nenhum para a sociedade. Esse não é um Brasil em que podemos acreditar“, concluiu.

    Este posicionamento reforça a necessidade de tratar o aborto como uma questão de saúde pública, refletindo a opinião de 87% dos brasileiros que acreditam que mulheres vítimas de estupro devem ter a opção de abortar, segundo pesquisa do Instituto Patrícia Galvão e Locomotiva.

    O papel do Hip Hop

    O Hip Hop brasileiro tem um histórico de se engajar em questões sociais e políticas, e a questão do aborto não é exceção. Em 2005, o projeto “Hip Hop Mandando Fechado em Saúde e Sexualidade” reuniu diversas lideranças do movimento para discutir os direitos reprodutivos das mulheres. Por meio do RAP, o projeto buscou introduzir reflexões sobre aborto, interferência religiosa, gravidez na adolescência e violência de gênero e sexual.

    Esse projeto, dirigido por mim, resultou em um álbum com 10 músicas, assinado por importantes produtores musicais da cena. Duas composições deste álbum merecem destaque pela forma como abordam o tema do aborto.

    Quem paga por isso?

    A canção “Quem Paga Por Isso?” de Cacau Amaral, Negra Rô, Mad e Paulinho Shock, critica as desigualdades sociais e raciais no acesso ao aborto seguro e legal.

    A letra destaca a realidade enfrentada por mulheres negras e pobres, enfatizando a necessidade urgente de mudanças nas políticas públicas.
    A narrativa contrasta as experiências de duas mulheres, Maria e Mariana, ilustrando a desigualdade social. Enquanto Mariana, de classe média, tem acesso a métodos seguros, Maria enfrenta condições precárias e perigosas. A música critica os governantes e o sistema de saúde pela falta de apoio institucional para essas mulheres.

    Relato

    A composição “Relato” de Rúbia Fraga (RPW) e Tyeli Santos narra o sofrimento de uma mulher que enfrenta as consequências de um aborto clandestino. A letra critica o sistema de saúde e a sociedade por sua falta de empatia e suporte às mulheres em situações vulneráveis, além de questionar o papel da igreja e do Estado na garantia dos direitos das mulheres.

    A música aborda a influência da religião e a culpa religiosa, destacando a pressão moral imposta pelas doutrinas religiosas. “Relato” levanta questões críticas sobre julgamento, culpa, direitos das mulheres e a responsabilidade do Estado e da religião em assegurar o bem-estar e a dignidade das pessoas.

    Desafio do Hip Hop em um cenário conservador

    Embora o Hip Hop historicamente tenha sido uma voz poderosa de resistência e conscientização, parte do movimento atual tem se mostrado conservadora e inerte diante dessas questões. No entanto, figuras influentes continuam a usar suas plataformas para se posicionar contra o PL dos Estupradores, defendendo a liberdade e os direitos das mulheres. Filipe Ret usou suas redes para se posicionar contra o PL dos Estupradores, defendendo a liberdade e os direitos das mulheres.

    Flávia Souza, atriz, diretora e rapper do Rio de Janeiro, critica duramente a hipocrisia em torno do debate sobre o aborto.

    “Esses caras aí que se dizem contra o aborto, quando é com as suas filhas, eles vão lá, fazem aborto num bom hospital, seguro e fica tudo bem. Quem mais sofre são as meninas e as mulheres negras, a população pobre, que é a maioria, a população negra, a gente não tem como negar isso. E mais, a gente sabe que é a mulher negra que é assediada até por ter um corpo mais volumoso. A gente já é assediada desde os cinco, sete anos, até por uma questão de uma estrutura de um país racista, que vê o corpo da mulher negra como um objeto de desejo. Então eu acho um absurdo essa PL. Quem acaba sendo criminalizada é a menina, que pode acabar sendo presa no lugar do estuprador e tendo que conviver com uma situação (de gravidez) que não cabe pela questão da idade. Então eu acho muito absurdo e bato na tecla que quem paga é a gente: a mulher.”

    Elza Cohen, fotógrafa, artista visual e ativista na cultura Hip Hop, também se posiciona contra o projeto de lei, destacando seu impacto desproporcional nas populações vulneráveis.

    “Nós mulheres não podemos aceitar esse passo atrás dessa PL do absurdo! Essa PL é criminosa e representa mais uma violência contra as mulheres e meninas. E o alvo maior já sabemos que são as meninas pobres, negras e indígenas. É um projeto que criminaliza meninas menores de idade, enquanto protege o estuprador, isso é repugnante! Quando nós mulheres, deveríamos estar lutando por mais direitos na sociedade, agora temos que lutar para parar esse retrocesso? Criança não é mãe, estuprador não é pai. Liberdade para as mulheres e meninas.”

    Claudia Maciel, da Construção Nacional do Hip-Hop, enfatiza a necessidade de acolhimento e não-criminalização das vítimas.

    ”Em um contexto em que se pretende equiparar o aborto a um crime de homicídio punindo meninas, adolescentes e mulheres que em sua maioria são negras, e que, a pena pela interrupção da gravidez é maior que a do estuprador, o Mulherismo AfriKana, as mulheres negras do Hip Hop compreendem que essas vítimas precisam ser acolhidas, escutadas e não-criminalizadas.”

    Gil Souza, editor do site Hip-Hop Bocada Forte, também expressa sua indignação.

    “Sou totalmente contra a PL, ela é um absurdo. É mais uma violência que se baseia no fundamentalismo religioso de pessoas que se dizem ‘cristãs’.”

    Enquanto a luta pela descriminalização do aborto e pela proteção dos direitos reprodutivos das mulheres continua, a cultura Hip Hop tem o potencial de ser uma poderosa ferramenta de resistência e conscientização, capaz de influenciar mudanças significativas na sociedade. Esta é uma causa que merece o apoio contínuo e a voz forte da cultura Hip Hop.

    Referências Bibliográficas:
    1. Projeto Hip Hop Mandando Fechado em Saúde e Sexualidade (CEMINA, REDEH e Secretária Especial de Políticas para as Mulheres – SPM).
    https://open.spotify.com/intl-pt/album/6grLeAELpt482Chl2Cizq9?si=k5x_z3gvSMCydEaOrE Geyg
    2. Percepções sobre direito ao aborto em caso de estupro (Locomotiva / Instituto Patrícia Galvão, março de 2022).
    https://assets-institucional-ipg.sfo2.digitaloceanspaces.com/2022/03/IPatriciGalvao_Locomot ivaPesquisaDireitoobortoemCasodeEstuproMarco2022.pdf
    3. PL 1904/2024 – Projeto que equipara aborto de gestação acima de 22 semanas a homicídio.
    https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=2425262&filenam e=PL%201904/2024

  • Resultados dos Editais da Lei Paulo Gustavo em Nova Iguaçu foram Divulgados no Diário Oficial

    Resultados dos Editais da Lei Paulo Gustavo em Nova Iguaçu foram Divulgados no Diário Oficial

    Nova Iguaçu, 15 de dezembro de 2023 – A espera chegou ao fim para os artistas e produtores culturais do município de Nova Iguaçu. Foi publicado no Diário Oficial o resultado final dos seis editais da Lei Paulo Gustavo, promovidos pela Secretaria Municipal de Cultura – SEMCULT.

    A Portaria n° 052/SEMCULT/GS/2023, datada de 15 de dezembro de 2023, traz os desfechos da seleção de projetos referentes aos Editais Nº 03/2023 e Nº 04/2023, que tratam do Fomento à Produção Audiovisual e Fomento à Memória, História e Identidade – 190 Anos de Nova Iguaçu, respectivamente. Esses editais foram republicados devido a incorreções identificadas no Diário Oficial de 07/11/2023, Ano: 2023.

    Além disso, a publicação revela os resultados finais da seleção de projetos dos Editais Nº 05/2023 (Edital de Formação e Capacitação em Audiovisual), Nº 06/2023 (Fomento à Produção Artística), Nº 07/2023 (Edital de Circuito de Exibição Audiovisual) e Nº 08/2023 (Fomento à Circuito de Mostras, Festivais, Feiras e Exposições). Esses resultados foram publicados em 08/11/2023, Ano: 2023.

    Os editais fazem parte das iniciativas regulamentadas pela Lei Complementar 195/2022, conhecida como Lei Paulo Gustavo, que foi detalhadamente regulamentada pelo Decreto 11.525/2023, também conhecido como Decreto Paulo Gustavo. A base para essas ações foi estabelecida pelo Decreto 11.453/2023, mais conhecido como Decreto de Fomento.

    Os detalhes sobre os projetos selecionados e os próximos passos podem ser acessados no site oficial da Prefeitura de Nova Iguaçu, no link https://www.doweb.novaiguacu.rj.gov.br/portal/diario-oficial/ver/1490

    Para mais informações, entre em contato com a Secretaria Municipal de Cultura – SEMCULT pelos canais oficiais de comunicação.

  • Qual o impacto dos mais de 2 milhões de novos títulos de eleitor dos adolescentes nas eleições de 2022?

    Qual o impacto dos mais de 2 milhões de novos títulos de eleitor dos adolescentes nas eleições de 2022?

    Em março de 2022, o número de adolescentes com título de eleitor era o menor da história, apenas 13% dos adolescentes havia tirado o título. Alguns especialistas, como por exemplo o cientista político Diogo Cruvinel, analista do Tribunal Superior Eleitoral, acreditam ser esse um movimento natural, visto que nos últimos dez anos o número de jovens tirando títulos vem decrescendo por causa da inversão da pirâmide demográfica, ou seja, o número de jovens vem diminuindo em toda a sociedade brasileira.

    A Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), fez uma enquete que mostrou que 09 em cada 10 jovens afirmaram que o voto tem poder para transformar a realidade, o que mostra que o jovem brasileiro não é despolitizado. Por que então um número tão pequeno de jovens com título de eleitor?

    Tentando sanar essa defasagem, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) iniciou uma ação para incentivar que jovens de 16 e 17 anos – faixa etária que não tem obrigação de votar, tirassem o título eleitoral para votarem pela primeira vez nas eleições deste ano, a ação foi adotada por artistas como a Anitta, que postou em suas redes sociais que só daria autógrafo mediante a apresentação do título de eleitor.

    A repercussão foi grande, e logo muitos artistas e influenciadores abraçaram a ideia e começaram a incentivar os jovens a tirarem seus títulos e participarem da vida democrática do país, dentre eles a ex-BBB Juliette, Luísa Sonza, Whindersson Nunes, Larissa Manoela, Pablo Vittar e até nosso queridão Zeca Pagodinho.

    Logo depois a rede Burger King Brasil lançou uma promoção chamada “Fome de Democracia” para quem apresentar seu documento ou comprovante do requerimento de regularização.

    A bagulho ficou sério quando a campanha ultrapassou as fronteiras brasileiras e os atores Mark Ruffalo, que interpreta o Hulk nos filmes dos estúdios Marvel, e Leonardo DiCaprio, também abraçaram a ideia e fizeram um apelo aos jovens brasileiros.

    A partir daí os próprios adolescentes começaram um movimento para ajudar outros adolescentes a tirarem o título pelo Brasil a fora, como foi o caso da estudante Dayane Coelho, 16 anos, de Teresina (PI): – “Percebi então que alguns jovens daqui não tinham acesso à internet ou tinham dificuldades no processo. Foi aí que senti que eu poderia ajudar essas pessoas”, disse aos jornalistas do Tribunal Superior Eleitoral.

    Essa mobilização do TSE, de artistas nacionais e internacionais, influenciadores digitais e empresas deu super certo, os números comprovam isso.

    Em uma matéria publicada pela Folha de São Paulo em 05 de maio, o Supremo Tribunal Eleitoral comemorou a superação de todos os recordes já registrados pela justiça eleitoral, principalmente o fato de que, entre janeiro e abril, o país havia ganho 2.042.817 novos eleitores com idades entre 16 e 18 anos, um aumento de quase 50% comparado com 2018.

    Eleitores da esquerda acreditam que esses jovens ajudarão a tirar o Bolsonaro da presidência da república, como relato de um jovem a uma repórter da Rede Globo, quando foi perguntado o motivo de ele tirar o título. Entretanto parece que os bolsonaristas também estão confiantes e apostando nos votos da juventude de extrema direita.

    Fato é que, apesar de estar tudo muito nebuloso e incerto, existem mais de 5 milhões de novos títulos na rua, sendo 2 milhões apensas de adolescentes.

    O quanto esses eleitores podem impactar nas eleições presidenciais?

    O rapper e pesquisador Dudu de Morro Agudo, que realiza encontros com jovens utilizando a metodologia RapLab, que permite a um grupo de pessoas, compor um rap de forma colaborativa a partir de uma roda de conversas, fará um encontro virtual na próxima quarta-feira (25), às 19 horas, para discutir e pensar sobre esse fenômeno, e tentar entender os impactos nas eleições de 2022.

    Quer participar do encontro?

    Basta se inscrever gratuitamente www.linktr.ee/ProjetoRapLab

     

     

     

  • Lindbergh Farias aciona a justiça contra Luciano Huck, Fausto Silva e a Rede Globo

    Lindbergh Farias aciona a justiça contra Luciano Huck, Fausto Silva e a Rede Globo

    Quem assistiu ao Domingão do Faustão no último domingo teve a surpresa de ver o apresentador de TV Luciano Huck e sua esposa, também apresentadora de TV, Angélica, claramente fazendo campanha política para uma eventual candidatura do apresentador, e tudo isso com o apoio da Rede Globo e do apresentador de um dos programas de TV com maior audiência do Brasil.

    O senador Lindbergh Farias e o presidente do PT acionaram o TSE contra a emissora e seus funcionários.

    Será que vai dar ruim?

  • Secretaria de Cultura de Nova Iguaçu convoca Rodas de Rima

    Secretaria de Cultura de Nova Iguaçu convoca Rodas de Rima

    No próximo sábado (29/7), às 14h, a Secretaria de Cultura promoverá uma Reunião Aberta com as Rodas de Rima de Nova Iguaçu, na Casa de Cultura.

    A ideia é discutir novas formas de ocupação de espaços públicos por parte dos artistas e produtores culturais locais, a partir do projeto Praça Viva.

    É importante lembrar que a juventude iguaçuana vêm ocupando as praças dos bairros com eventos culturais de hip hop e consequente trazendo melhorias significativas para o território ‘criando uma agradável diversão e uma arte séria para os rituais do jovens, escapando da miséria social e explorando novas respostas para significado e sentimento em um mundo dirigido pelo mercado’¹.

    É importante estar nesse encontro, principalmente para entender o que a secretaria de cultura deseja com o projeto Praça Viva e ao mesmo tempo propor soluções para eventuais problemas específicos de cada lugar, cada bairro, cada praça.

  • População de Belford Roxo se reúne em protesto contra o governo

    População de Belford Roxo se reúne em protesto contra o governo

    Quem tá ligado nas redes sociais viu que o Prefeito de Belford Roxo, Waguinho, do PMDB, tá dando exemplo de mau uso do dinheiro público.

    Com tantas coisas para fazer na cidade, ele viu prioridade em destruir o “pórtico” que dava boas-vindas na entrada da cidade e, claro, construir outro.

    Por conta desse e outros descasos por parte do governo, o povo vai para a praça gritar para ser ouvido pela prefeitura, por uma prefeitura democrática.

    Quem está organizando o “Ato Contra o Desmonte” é um notório morador da cidade, Rafael Andrade, professor e militante.

    “Esperamos reunir todos os indignados com as atrocidades que a atual prefeitura tem feito. Isso é um desmanche de uma história e a retirada dos símbolos na tentativa de apagar a nossa memória, a nossa história. Queremos questionar o poder público sobre as prioridades do município”, disse Rafael.

    SERVIÇO
    Ato Contra o Desmonte de Belford Roxo – Qual a Prioridade?
    Praça Eliaquim Batista
    Centro de Belford Roxo
    28 de julho – 17 horas

  • Sérgio Sá Leitão é o novo ministro da cultura

    Sérgio Sá Leitão é o novo ministro da cultura

    Após mais de um mês sem Ministro da Cultura, o presidente fora-Temer indica o jornalista Sérgio Sá Leitão como o novo Ministro.

    Pra quem não tá ligado(a) logo depois de efetivar o golpe, fora-Temer acabou com o Ministério da Cultura, juntando-o com o Ministério da Educação, o que gerou uma série de protestos pelo Brasil agora, inclusive a ocupação do prédio Gustavo Capanema, onde funciona o Minc no Rio de Janeiro.

    Fora-Temer voltou atrás e anunciou o Marcelo Calero – na época secretário de cultura do Rio de Janeiro – como novo Ministro. O fato é que ele já havia convidado uma série de pessoas para o cargo, mas ninguém aceitou.

    Calero pede demissão sete meses depois, após revelar uma sujeira osquestrada pelo, na época Ministro de Governo, Geddel Vieira Lima, que estava o pressionando para que ele intervisse para que o Iphan liberasse uma obra em Salvador, onde Geddel teria um apartamento (conseguido sabe-se lá de que forma), mas fora-Temer defendeu Geddel e então Calero meteu o pé.

    Geddel foi preso no último mês por outros crimes, mas infelizmente agora está em prisão domiciliar.

    Com a saída de Calero, quem assumiu a Ministério da Cultura foi o Deputado Federal Roberto Freire (PPS-SP), que pediu demissão seis meses depois, assim que divulgaram a gravação do fora-Temer como Joesley Batista, o dono da JBS (Friboi e Havaianas), sim ele também é dono das sandálias Havaianas que tá no teu pé.

    Então João Batista de Andrade assumiu a batata quente como interino, mas pediu pra sair antes mesmo de entrar.

    Em uma entrevista para a BandNews ele disse que o Ministério da Cultura é uma verdadeira furada porque não tem dinheiro na pasta, não dá pra fazer nada, é só aborrecimento.

    A pasta já sofria vários cortes no orçamento desde os últimos governos. Mas só em 2017 houve um corte de 47% no orçamento do Minc, sim, eu disse 47%, diminuindo pela metade aquilo que já estava ruim.

    A partir daí, ninguém em sã consciência queria segurar esse elefante branco, mas sabe-se lá Deus porque, Sérgio Sá Leitão aceitou.

    Quem é Sergio Sá Leitão?

    Sérgio Sá Leitão é graduado em jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Foi repórter e editor do Jornal do Brasil e da Folha de S.Paulo, e na década de 2000 migrou para a carreira de cineasta, como diretor de filmes, documentários e propagandas.

    É co-autor dos livros “Futebol-arte: a cultura e o jeito brasileiro de jogar” (1998) e “Marketing esportivo ao vivo” (2000), entre outros.

    Entre 2003 e 2006, Sá Leitão foi Chefe de Gabinete do então Ministro da Cultura, Gilberto Gil, e Secretário de Políticas Culturais do MinC. Em maio de 2006, assumiu o posto de assessor da presidência do BNDES, atuando na criação do Departamento de Economia da Cultura e do Programa de Apoio à Cadeia Produtiva do Audiovisual (Procult). No MinC, coordenou os programas Copa da Cultura, Música do Brasil, CulturaPrev e Economia da Cultura, entre outros.

    Em 2007, foi nomeado assessor de diretoria da Agência Nacional do Cinema (Ancine). No ano seguinte passou a diretor do órgão, com mandato até 2010. No entanto, em janeiro de 2008 deixou o cargo para presidir a RioFilme, a convite do prefeito Eduardo Paes.

    Também foi secretario municipal da Cultura do Rio de Janeiro entre 2012 e 2015.

    [Fonte: Wikipedia]

  • Morro Agudo: reflexão política e a participação comunitária

    Morro Agudo: reflexão política e a participação comunitária

    Cerca de 30 pessoas, entre artistas, produtores e moradores de Morro Agudo, se reuniram hoje (13), no Espaço Enraizados, para discutir os rumos da cultura no bairro de Nova Iguaçu.

    Hoje foi o quarto encontro. O primeiro aconteceu em janeiro, na praça de Morro Agudo, com a presença do atual secretário de cultura da cidade, Juarez Barroso. Uma das pautas da reunião foi a revitalização da praça, afim de transformá-la em um equipamento cultural capaz de atender a diversidade do bairro. O secretário concordou em reformar a praça com a ajuda dos artistas e moradores, contudo os integrantes da primeira reunião decidiram convocar novos encontros com o objetivo de ampliar o número de participantes e colher uma variedade maior de propostas.

    Participaram jovens de 18 anos e outros jovens de mais de 60 anos

    Hoje, no entanto, os participantes avaliaram quem são as pessoas que utilizam a praça e tentaram responder a pergunta “Qual é a praça que queremos?”, e então foi formado um grupo de trabalho com o objetivo de dividir as tarefas, sintetizando as propostas e levando ao conhecimento do poder público.

    Praça de Morro Agudo
    Praça de Morro Agudo

    É unânime que o fator mais importante é aumentar a área útil da praça, que atualmente é pífia, para que atenda a diversidade artística local. Temas como a qualidade do piso e a iluminação também foram bastante citados. Dentre os problemas encontrados destacam-se um dos quiosques que está fechado há mais de 20 anos e o outro mal localizado, além de um poste de luz localizado no meio da praça e uma série de mesas e bancos quebrados, comprometendo – e muito – a área útil do local.

    Mas é importante ressaltar que este encontro recebeu também lideranças de outros bairros como Austin, Ouro Fino, Parque das Palmeiras e Bairro Botafogo, surgindo então a proposta de outros encontros mensais visando a reflexão política e a participação comunitária.