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  • Depois de Criolo e Rael, surge um novo fenômeno no rap: Sensato

    Depois de Criolo e Rael, surge um novo fenômeno no rap: Sensato

    Ele é baiano, de Vitória da Conquista, tem 28 anos e já teve uma treta com o Cabal.

    Essa poderia ser a chamada de uma matéria sensacionalista de um rapper gangsta dos anos 80, mas não, apesar de ser tudo verdade, estou falando de uma cara tranquilo, franzino, que prega a paz e que atualmente vive em Guarulhos-SP, é pai de três filhos – inclusive, um que acaba de nascer – e acaba de lançar um disco de rap, mas com uma sonoridade que nitidamente sofre uma grande influência do reggae, o que o faz conquistar fãs fora do rap, mas sem perder o respeito e admiração de quem tá dentro dessa cultura tão exigente com seus artistas, principalmente quando o assunto é lealdade ao estilo. Parece com a história do Rael e do Criolo? Acho que sim, mas o Sensato tem um “quê” a mais.

    Foi recentemente contratado pela gravadora Ibotirama Records, do seu parceiro e empresário JB, que também é rapper, baiano e morador de Guarulhos; juntos selecionaram uma equipe de produtores/beatmakers não tão conhecidos como os monstros Daniel Ganjaman e os americados K-Salaam & Beatnik, mas que também conseguiram produzir, a várias mãos, um álbum ímpar em um estúdio que está longe de ser um cinco estrelas.

    Segundo o próprio Sensato, seu som é criativo, melódico, crítico, sarcástico, poético, mas de fácil entendimento, sendo assim não se espante se na próxima semana você ligar a TV e o ver sentado na poltrona do Jô.

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    Sensato

    Dudu de Morro Agudo – Qual o teu nome meu mano?
    Sensato – Jairo Santos Araújo

    Porque Sensato?
    Eu usava C4, em 2006, e quando gravei o primeiro trampo em 2007, com o JR Junior, e fiz a página no myspace, o Cabal achou e me intimou.
    Ele disse que só tinha espaço pra um C4 no Braza, ele. Retruquei, mas depois de um tempo preferi mudar, pra não perder o fonema, Sensato. (risos)
    Porém Sensato, sensatez, é algo que eu prezo nas rimas, sempre prezei, apesar de isso por si só já denotar demência ou insanidade. (mais risos)

    Amarelou pro Cabal?
    Amarelei não, preferi não ter o mesmo codinome que ele.

    Achei que esse era seu primeiro trampo. Já gravou algo antes?
    Em 2007, um trampo que nunca saiu, chamado “Força e Resistência”. Foram 10 faixas, com produção de JR Junior, hoje conhecido como Juninho Lutero.

    Ele é lá de Vitória da Conquista né?
    É, aquele mesmo bicho doido. (risos)

    Fiquei sabendo que ele agora é evangélico. É por isso que o trabalho não saiu?
    (Muitos risos) O meu?! Não, não foi por isso.
    Eu não me sentia pronto e por isso não me esforcei pra por na rua, ficou só entre amigos.

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    Sensato

    Agora você está preparado? Qual a sua idade hoje?
    Me sinto apto. Não como gostaria, porque sou meio perfeccionista, porém meio desleixado, mas tenho uma mente melhor hoje, aos 28 anos.

    Quem ouve teu som percebe que tu bebe em outras águas além do rap. Qual a tua formação musical?
    Primeiro música evangélica, cantei no grupo de criança. Depois seresta, forró, bastante reggae na adolescência e por aí vai… Gosto daquelas musicas que nunca envelhecem, os chamados Flash Backs.
    Tenho uma boa influência do reggaeman Gregory Isaacs, acho que isso caracteriza a suavidade do flow.

    Como está a repercussão do disco Insana Sensatez? E porque esse nome?
    São minhas loucuras cara… Na verdade são as neuroses por que passei e tenho passado nestes últimos 4 anos.

    Neuroses?? O disco é super positivo e motivador. A faixa 05 (Na disposição) é uma que eu choro quando ouço, parece que tu fez pra mim, é motivadora demais. A “Gata Parida” tem protesto e musicalidade.
    (Risos) Porra negão, obrigado cara!
    É massa demais ouvir essas palavras.

    O disco tem dado o retorno que você esperava?
    Sim. Ainda é bem recente, veio junto com meu terceiro filho.

    Tá com filho pequeno?
    Tô cara, é Levi o nome, não foi planejado, como muita coisa em minha vida, mas dou esta mesma vida pelo pivete.

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    Sensato

    Mas como está a repercussão, a galera tá comentando, tu tá fazendo show?
    O disco tá bem o que eu esperava, principalmente no que diz ao entendimento do conceito total, algo criativo, melódico, crítico, sarcástico, poético, mas de fácil entendimento.
    Show ainda não. JB tá na responsa disso, mas por conta do meu filho, pedi pra ele ficar de boa só um tiquim.
    A galera tá curtindo, todos que adquiriram gostaram e comentaram. Bons comentários, eu até quero ouvir críticas mais incisivas, mas até agora nada.
    Sobre os comentários, a “Gata Parida” e a “Marião” são as mais aplaudidas aqui.

    E Marião, quem é?
    Marião são todas as “negas embassadas” que vivem a vida, faz o que prefere sem se importar com o que os outros falam. A primeira inspiração foi mainha… foi ela quem cortou um pivete com um canivete que ela mesma fazia. Então fui lembrado das mulheres desse perfil que conheço e fui criando a música.
    É uma homenagem a elas, do meu modo. (risos)

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    Sensato

    E a participação do Slowdabf?
    Uma de minhas felicidades foi poder rimar com Slowdabf, um cara de um grupo que ouvia há um tempo já.

    Eu toco o teu disco no meu carro todos os dias, pra públicos diferentes, idades, etnias, religiões, gênero e todos gostam. Algumas pessoas que ouviram disseram que você é um fenômeno, ainda melhor que Rael e o Criolo. Você já havia ouvido tal comparação?
    Hahahaha!!!
    Caralho! Olha, um professor meu disse que eu tenho que tá no Manos e Minas e que meu disco é de Wolrd Music, isso me lembrou do Criolo, que é uma boa referência. Um outro brother ouviu a “Na disposição” e disse que meu som é tipo o do Rael.

    Então a galera tá apontando na direçpão certa?
    Tá véi! (risos)
    Num é que tá? (mais risos)

    E a produção? Quem assina?
    Uma galera… a maior parte das bases são do Tchiago Consega; tem uma linda base feita pelo Léo da XIII; tem uma do meu parceiro de Salvador, Diego 157; tem do pastor, que é a Kizomba, faixa 11; tem do Gilmar de Andrade.

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    Sensato

    Parece que é banda. Teve alguém que tocou algum instrumento?
    Sim. Marcos Paiva toca baixo acústico apenas na faixa 2. Só essa teve instrumento.
    Até ia sair uma música com banda, mas não deu pé.

    Quem é responsável pelo disco?
    A gravadora Ibotirama Records, do JB.

    Deixe um salve pra galera que tá lendo tua entrevista.
    Um salve pra todos os loucos aí do Portal Enraizados, já te falei o quanto aprecio essa parada.
    Obrigado mesmo velho, Hip Hop é uma força muito positiva que nos reanima a cada dia.

    CONTATOS:
    sensatoduetos@gmail.com
    011 70229043
    011 970229043

  • Depois de dois anos, Criolo lança mais duas

    Depois de dois anos, Criolo lança mais duas

    Já fazem dois anos que o rapper/cantor Criolo lançou o disco Nó na Orelha e deu um nó na mente de todo mundo, agradando a críticos e se tornando o novo querido da classe média.

    Agora ele chega com um single com duas músicas, produzidas por Daniel Ganjaman e Marcelo Cabral, chamadas Duas de Cinco e Cóccix-ência que estão disponíveis para download em seu site.

    [soundcloud params=”auto_play=true&show_comments=true&color=0ac4ff”]https://soundcloud.com/criolo_oficial/duas-de-cinco[/soundcloud]

    [soundcloud params=”auto_play=true&show_comments=true&color=0ac4ff”]https://soundcloud.com/criolo_oficial/c-ccix-ncia[/soundcloud]

    Mais aqui:
    http://www.criolo.net

     

     

  • DMA entrevista Alessandro Buzo

    DMA entrevista Alessandro Buzo

    Minha entrevista dessa semana é com o escritor Alessandro Buzo. Hoje em dia é difícil definí-lo (ou rotulá-lo) somente como escritor, pois ele também é empresário, produtor de eventos, jornalista, cineasta e… “sabe-se lá Deus mais o que”. Nessa entrevista procurei trazer para o leitor as multifaces deste incansável produtor de cultura urbana.

    Senhoras e senhores, com vocês… ALESSANDRO BUZO!!!

    DMA – Atualmente quantos livros você tem publicado?
    Alessandro Buzo: Em junho de 21012 lancei PROFISSÃO MC pela NVersos Editora, meu décimo livro, que foi inspirado no meu filme de mesmo nome. Além desses 10 livros, publiquei outros seis, que são 05 volumes da coletânea PELAS PERIFERIAS DO BRASIL e 1 volume do POETAS DO SARAU SUBURBANO.

    Destes, qual é o seu livro de maior sucesso em vendas e repercussão?
    Difícil falar com precisão, sempre vende um pouco de cada, geralmente o que mais vende é o ultimo, mas O TREM é um dos que deu maior repercussão.

    Capa do livro Profissão MC

    Você faz o evento Favela Toma Conta a quantos anos?
    Desde 2004, nos primeiros anos eram 3 ou 4 edições por ano, agora uma ou duas.
    Com isso foram realizadas 26 edições, 22 no Itaim Paulista (Zona Leste de SP), 03 em São Miguel Paulista (vizinho do Itaim, também na Zona Leste) e uma na cidade de Ribeirão Preto, interior de SP. Poucos (não sei precisar outro) eventos de hip hop (de graça e na rua) tiveram tantas
    edições.

    O evento Favela Toma Conta já é uma festa tradicional onde passaram artistas consagrados como Thaide, Criolo, Dexter, Emicida, entre outros. Porque você acha que ainda assim o estado não patrocina o evento e o coloca no calendário da cidade?
    Falta planejamento cultural, tanto do estado quanto da prefeitura. Com isso eu fico sempre sofrendo pra conseguir estrutura (palco, som, gerador e iluminação), na ultima edição – Dia das Crianças 2012 – a liberação veio a poucos dias do evento. Isso atrapalha o cronograma, como pensar nas atrações, brindes, etc…
    Um sofrimento.

    Porque você mantém o evento acontecendo tudos os anos mesmo com tanta dificuldade?
    Já dizia o Sabotage: – Rap é Compromisso.
    O Favela Toma Conta é o meu compromisso com o RAP e com o Itaim Paulista. Amo o evento e não tenho ele com intuito de ter lucro, não dando prejuízo já é lucro.

    Quando você decidiu fazer o filme Profissão MC?
    Desde 2007, quando passei a trabalhar na Produtora DGT FILMES, eu dizia que queria fazer um filme na minha quebrada, mas eles sempre respondiam que precisava roteiro (eu só tinha o argumento), que precisava captar dinheiro.
    De tanto eu falar, o Toni Nogueira – dono da DGT – me disse: – Vamos fazer eu e você!
    Fizemos sem captar um único real, com uma câmera pequena que filma em HD, na raça e na coragem.

    Alessandro Buzo

    Quais os melhores retornos que o filme te proporcionou?
    O sucesso de público e crítica, a medalha GALGO ALADO, no Festival de Gramado, os 400 mil acessos no Youtube, o fato de o filme já ter 03 anos e seguir sendo exibido.
    Além do sucesso, na vida real, do protagonista CRIOLO, mesmo não estando ligado diretamente ao filme e sim ao seu talento, mas foi bom ter feito parte da história de vida dele.

    Agora você prepara o filme Profissão MC II, onde o Dexter é o protagonista. Porque escolheu o Dexter? Quem mais participa do filme?

    Escolhi o Dexter porque além de um grande talento ele tem a personalidade forte. Porque a trama do filme é parecida com a tragetória dele na vida real (crime, cadeia e superação através do RAP), mas não é a história dele, assim como o primeiro filme é uma ficção.

    Vi que você estava tentando recurso para o realizar o filme através crowdfunding (financiamento coletivo), como está a arrecadação? Como os interessados podem contribuir?

    Colocamos no CATARSE pra tentar arrumar 90 mil em 2 meses, mas não deu certo. Se cada pessoa que viu o primeiro filme no youtube de graça tivesse dado 01 real, iria sobrar dinheiro, mas ficou a lição. Sei que depois de pronto a primeira coisa que vão perguntar é se vou disponibilizar gratuitamente?

    Mas na boa, o filme vai acontecer, estamos montando o projeto profissionalmente e vamos tentar os editais de cinema.

    Alessandro Buzo e Tony Nogueira gravando.

    Sua carreira como repórter começou com um quadro na TV Cultura, no programa Manos e Minas. Como surgiu a oportunidade de trabalhar no SPTV, da Rede Globo?

    Fiquei 03 anos na TV Cultura, sei que meu quadro chamou a atenção da Globo, estive na emissora fazendo uma palestra e posteriormente surgiu o convite. Achei incrível a possibilidade de mostrar a cena cultural da periferia com a audiência que o telejornal SPTV 1a edição tem.
    Conversamos e entrei na estréia do novo formato do SPTV, que passava a ter o César Tralli de ancora.

    Você sofreu algum tipo de preconceito das pessoas do hip hop por causa desse seu trabalho na Rede Globo?

    Nenhum, ou muito pouco. Sabia que o trabalho bem feito iria falar por si só e é o que está acontecendo, o quadro completou 01 ano, mais de 50 quadros exibidos e é um sucesso.

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    Além de todas essas atribuições, você ainda é proprietário de uma livraria Suburbano Convicto, no Centro de São Paulo. A primeira especializada em Literatura Marginal no Brasil. Como consegue administrar a livraria?

    É complicado porque ela ou fica no vermelho ou empata. Quando fecha o mês no azul é bem pouca grana. Não poderia viver da livraria, como não vivo, mantenho ela porque muito mais que um comércio é meu escritório e um centro cultural, além do mais é a única do Brasil especializada em Literatura Marginal.

    É na livraria Suburbano Convicto que toda terça acontece o Sarau Suburbano. Ela hoje pertence ao movimento literário e ao Hip Hop, eu só administro porque alguém tem que fazer isso. Mas ela é muito mais que um comércio.

    Alessandro Buzo no Programa do Jô

    A pouco tempo você participou do Programa do Jô. Como foi a experiência?

    Bacana pela audiência e repercussão. As pessoas fazem um castelo, pra muita gente foi importante me ver no Jô, então quem sou eu pra pensar o contrário.
    Um vizinho meu no Itaim Paulista me disse: – Fiquei orgulhoso de te ver sentado no sofá do Jô e agora olha você aqui, sentado na minha calçada.

    Familia Buzo. Alessandro Buzo, Evandro e Marilda Borges.

    Sua esposa Marilda Borges é sua assessora e fotografa, como é trabalhar com a esposa ?

    Não é fácil, porque ela tem o temperamento forte, mas ela enxerga as coisas que as vezes eu deixo passar batido. Mas além disso, ela é companheira e auxilia em tudo, sem ela eu não teria o Blog mais atualizado do Brasil, fotos de todo lugar que eu vou.

    As vezes o contratante não quer pagar a passagem dela, pensa que quero levá-la pra fazer turismo. Já paguei do meu bolso pra ela ir comigo em alguns lugares. Agora não, minha equipe são duas pessoas, se não rolar nem vou, a não ser que o cachê seja irrecusável, caso contrário
    ou somos nós dois ou nada. Recentemente uma feira do livro disse não, então eu disse que não iria e eles voltaram atrás.

    O que você acha das Redes Sociais ?

    Eu mesmo administro, mas algumas pessoas pensam que tem uma equipe e tal, mas sou eu mesmo. Gosto muito do Twitter (onde tenho 6 mil seguidores), uso como ferramenta de trabalho. O facebook é a versão atualizada e renovada do ORKUT, todo mundo tem, o Twitter é mais para
    pessoas do meio artistico e do Hip Hop, uso e abuso dessa ferramenta.

    Já o face tenho por “obrigação” mas é um saco, tenho 3 perfis (cada um “só cabe” 5 mil pessoas), e duas fã-pages, uma minha e outra da Suburbano, mas não gosto.

    Alessandro Buzo no SPTV.

    Como mantém a anos um Blog atualizado diariamente ?

    Porque não tenho ele por obrigação e sim porque gosto, sempre quis ter um lugar pra falar o que eu quisesse e divulgar minhas atividades. Já tive fanzine, jornal e agora o blog, desde 2001. Amo o meu blog.

    Seu time vai mal das pernas, você é palmeirense convicto?

    Time é igual casamento, precisa ser na alegria e na tristeza.
    Eu sou palmeirense desde criancinha e vou ser mesmo que ele caia (não acredito) de novo pra série B, me orgulho de meu filho ser palmeirense, o pior desgosto de um pai torcedor é ver o filho torcer pro adversário, meu filho é tão ou mais “porco” que eu.

    Planos pro futuro ?

    Seguir meu trabalho na TV, seguir publicando livros, seguir sendo um bom pai e marido, e produzir e realizar meu novo filme. O futuro a Deus pertence.

    Art Work Buzo

    SAIBA MAIS
    www.buzo.com.br
    CONTATO: (11)98218-7512 – (11)2569-9151
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    LINK do quadro na TV Globo
    http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2011/10/confira-reportagens-do-sptv-sobre-cultura-
    de-periferia.html

    LINK da Entrevista no Programa do Jô

    http://programadojo.globo.com/videos/t/videos/v/alessandro-buzo-tem-um-quadro-no-sptv-
    sobre-o-que-acontece-de-bacana-na-periferia/2156101