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  • Entrevista com vândalo” estreia dia 18/6 no Sérgio Porto

    Entrevista com vândalo” estreia dia 18/6 no Sérgio Porto

    Uma escritora reúne um coletivo para criar um espetáculo de teatro sobre as manifestações, um jovem “black bloc” e um policial infiltrado participam dessa experiência e um inesperado triângulo amoroso se forma. É assim que “Entrevista com Vândalo”, peça de Luiz Eduardo Soares dirigida por Marcus Vinícius Faustini pretende abordar os protestos que aconteceram em junho do ano passado. Com estreia no dia 18 de junho, a montagem ficará em cartaz noEspaço Cultural Sérgio Porto até 10 de julho, a preços populares.

    Certo de que o teatro também pode deixar sua contribuição na discussão dos acontecimentos de junho de 2013, quando manifestantes foram, em massa, às ruas protestar por melhorias no país,Marcus Vinícius Faustini propôs a Luiz Eduardo Soares que ele escrevesse um texto para ser montado no “aniversário” de um ano das manifestações. O resultado é uma peça que busca  mostrar o choque de comportamento dos personagens envolvidos por meio de um encontro entre um policial e um “black bloc”. No elenco estão os atores Márcio Vito interpretando um policial e o Governador, Ian Capillé como um manifestante e um coronel da polícia, e Valquíria Oliveira, vivendo uma atriz e a secretária do Governador.

    O texto de Luiz Eduardo Soares foi escrito a partir  do corpo a corpo das ruas, dos conflitos que testemunhou e viveu, em diálogo com a memória de sua geração. “A peça é uma visita à ‘casa de máquinas’ que movem os afetos e a imaginação dos sujeitos que somos tantos de nós, depois de junho de 2013, indo para as ruas e assumindo novo protagonismo político e existencial. Tenho 60 anos e estou começando a aprender a falar”, diz o autor.

    Para contar essa história no palco, Faustini optou por usar poucos elementos cênicos, priorizando os atores e os diálogos. “A intenção é lançar luz sobre os personagens. Estive presente nas manifestações e pude observar cada um deles. Minha ideia é ‘dar corpo’ a essas pessoas que estão por trás dos títulos de policial e manifestante”, explica. “Entrevista com vândalo” marca a volta de Faustini à direção teatral em um palco convencional. Em 2003 ele quando dirigiu “O Inimigo do Povo”, também no Sergio Porto, e em 2012 dirigiu cenas no Festival Home Theatre,  que apresenta peças em residências.

     

    Sobre Luiz Eduardo Soares:
    Formado em Literatura pela PUC-RJ, construiu sua trajetória combinando produção literária e dramatúrgica com docência, obras acadêmicas e gestão pública. Escreveu, com Domingos de Oliveira e Márcia Zanelato, a peça Confronto e a adaptação para o teatro de seu livro, Tudo ou Nada, que será encenada com direção de Marcus Faustini. É mestre em Antropologia, doutor em ciência política com pós-doutorado em filosofia política. Foi secretário nacional de segurança pública. Tem vinte livros publicados, entre eles o romance Experimento de Avelar, premiado pela Associação de Críticos Brasileiros em 1996, Elite da Tropa e Elite da Tropa 2, e Meu Casaco de General, finalista do Prêmio Jabuti em 2000. Foi professor da Unicamp e o Iuperj, além devisiting scholar em Harvard, University of Virginia, University of Pittsburgh e Columbia University. É professor da Uerj.

    Sobre Marcus Vinícius Faustini:
    Criado na comunidade Cesarão, em Santa Cruz, formou-se em direção teatral pela Escola Martins Pena e destaca-se na cena cultural desde 1998. Diretor de espetáculos reconhecidos como: “Capitu”, “Eles Não Usam Black Tie”, “A Luta Secreta de Maria da Encarnação”, “O Inimigo do Povo”, Faustini atuou também dirigindo documentários como: “Chão de Estrelas”, “Carnaval, bexiga, funk e sombrinha” e “Cante um funk para um Filme”. Em 2009, escreveu o livro “Guia Afetivo da Periferia” – que narra a trajetória de um jovem estudante de teatro pela cidade do Rio de Janeiro. O romance recebeu críticas positivas do Jornal O Globo, Revista LER (Portugal), Jornal do Brasil, Revista BRAVO, entre outros. No início de 2011, Faustini criou a Agência de Redes para Juventude, programa que capacita jovens de comunidades para produzirem seus próprios projetos em prol do lugar onde vivem. Em 2012, a metodologia da Agência foi premiada e escolhida pela Fundação Calouste Gulbenkian para ser implantada em Londres e Manchester, na Inglaterra, em parceria com People’s Palace Project (PPP), Battersea Art Centre (BAC) e Contact Theatre. No mesmo ano lançou o Festival Home Theatre, projeto que tem como proposta levar o teatro para dentro da casa das pessoas, vencedor do Prêmio Shell. Faustini é colunista do Jornal O Globo e está à frente do programa 0800 – Cultura Urbana Livre, da Rádio Beat 98.

    FICHA TÉCNICA:
    Texto: Luiz Eduardo Soares
    Direção e Cenografia: Marcus Vinicius Faustini
    Assistente de Direção: Francisco Salgado
    Elenco: Márcio Vito, Valquiria Oliveira, Ian Capillé
    Direção de Produção: Marta Vieira
    Produção Executiva: Igor Veloso
    Iluminação: Lara Cunha e Fernando Mantovani
    Figurinos: Nívea Faso
    Programação Visual: Marina Moreira
    Assessoria de Imprensa: RPM Comunicação

    SERVIÇO:
    Entrevista com vândalo
    De 18 de junho a 10 de julho – Quartas e quintas, às 20h
    Local: Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto
    Endereço: Rua Humaitá 163, fundos
    Tel: (21) 2535-3846
    Ingressos: R$10,00 inteira e R$5,00 meia e lista amiga
    Classificação etária: 14 anos
    Duração: 60 minutos
    Capacidade: 45 lugares

    ASSESSORIA DE IMPRENSA:
    RPM Comunicação
    Érica Avelar – erica@rpmcom.com.br – (21) 3478-7437 // 98272-2337
    Marina Avellar – marina@rpmcom.com.br – (21) 3478-7414 // 98272-2335

  • Entrevista exclusiva com o rapper mineiro Lindomar 3L

    Entrevista exclusiva com o rapper mineiro Lindomar 3L

    Lindomar 3L é um dos mc’s mais famosos de Minas Gerais, considerado por muitos, como uma das maiores revelações do rap brasileiro desses últimos anos. Com o seu “jeito mineiro” de cantar, influenciado pela música sertaneja de raiz, o jovem Art’vista (artista e ativista), se tornou a maior referência do rap do interior de Minas.

    Entre 2006 e 2007, Lindomar 3L foi apresentado ao cenário nacional do rap ao participar do premiado CD “Aviso às Gerações”, do rapper brasiliense GOG, com quem fez shows por várias cidades brasileiras e participou da gravação do CD e DVD ao vivo “Cartal Bomba Postal”, ao lado de grandes artistas, como: Lenine, Maria Rita, Gerson King Combo, Paulo Diniz, entre outros.

    Em 2009, Lindomar 3L lança o seu site oficial www.lindomar3l.com.br em parceria com o carioca Fábio Araújo, que é um dos membros de sua equipe “3L Produções”, e também volta atuar como “Educador Popular”, desenvolvendo uma oficina de rap (algo que não fazia desde 2006), em sua comunidade “Vila Esperança”, através do Programa de Controle de Homicídios do Governo de Minas Gerais “Fica Vivo!”

    Além de tudo isso, Lindomar 3L é escritor e poeta, e foi convidado para participar e representar o seu estado, com duas obras de sua autoria (um conto e uma poesia), na coletânea literária “Pelas Periferias do Brasil Volume 3”, lançada pelo renomado escritor Alessandro Buzo.

    Salve Lindomar, é uma grande satisfação para nós do Portal Enraizados estarmos realizando essa entrevista, que na verdade é uma troca de ideia entre irmãos, sem maiores formalidades. Então vamos que vamos, meu parceiro!
    3L:
    Salve, salve meu povo “bão”! A satisfação é toda minha!Vamos que vamos uai!

    Mano, você como um dos rappers mais famosos de MG,  reconhecido em todo o Brasil com sua regionalidade e identidade caipira, sente o peso da reponsabilidade em representar os seus conterrâneos diante do microfone? Como você lida com isso?
    3L:
    Com certeza, afinal de contas as ruas mineiras estão olhando e eu não posso vacilar. Mas eu acredito que eu consegui conquistar a credibilidade e o respeito das ruas que eu represento, portanto eu lido tranquilamente com esta responsabilidade, apesar de que eu ainda acho que é muito compromisso pra um caipira só!

    No videoclipe da música “Tem que ser humilde”, do seu disco “Das ruas mineiras” é possível ver a sua forte ligação com a comunidade onde cresceu (Vila Esperança – Uberaba). O que isso representou para sua comunidade, você se vê como um forte referencial dentro  dela?
    3L:
    Já tem quase um ano que o clipe foi lançado e até hoje a minha comunidade comenta sobre o vídeo, quase toda semana acontece de uma criança, um jovem ou até mesmo um idoso me parabenizar pelo clipe que apresenta ao mundo a minha humilde Vila Esperança. Realmente o vídeo clipe foi muito significativo para minha comunidade, que graças ao meu trabalho, me vê sim como uma boa referência.

    Como funciona o projeto socioeducativo, no qual você desenvolve uma oficina de rap em sua comunidade?
    3L:
    O projeto se chama “Fica Vivo!”, um programa de controle de homicídios do Governo de Minas, que atua em áreas de risco, com jovens de 12 a 24 anos. Eu atuo no programa como Educador Popular, desenvolvendo uma oficina de rap e um sarau de poesias, trabalhando principalmente com temas relacionados com a prevenção à criminalidade e segurança pública.

    Como você concilia a vida de artista com a de ativista?
    3L:
    Eu me considero um Art’vista (artista e ativista). E sendo um Art’vista não preciso conciliar a vida de artista com a de ativista, pois as duas se tornam uma só e com os mesmos objetivos.

    Falando de seu disco “Das ruas mineiras” lançado em 2008, como surgiu e como se deu a realização desse projeto?
    3L:
    Tudo começou em 2004, quando tive a oportunidade de mostrar o meu som ao GOG e assinar um contrato com a gravadora “Só Balanço”. Em 2006 fui convidado para participar do cd “Aviso às Gerações” e comecei a produção do meu disco com o Ariel “Haller” Feitosa. Em 2007 me tornei MC de Apoio do GOG e prossegui com as produções do meu cd, que foi gravado em fevereiro de 2008 e lançado em julho de 2008. Um grande sonho realizado!

    Rapper, palestrante, ativista, poeta e escritor. Dizem que você é um artista completo. E você como se define?
    3L:
    Definir-se é limitar-se! Sou apenas um art’vista (artista e ativista) sem limitações e um eterno aprendiz em construção.

    Levadas diferentes e letras que tratam de diversos temas pessoais, fazem de seus raps um estilo próprio e impossível de ser taxado como gangsta, underground, gospel, etc… Fale um pouco sobre isso.
    3L:
    Minhas letras apenas registram as coisas que eu vivencio e as minhas levadas se criam conforme o sentimento de cada música. Sou um franco rimador, por isso curto ser autobiográfico em minhas composições, para que soem com sinceridade e para eu não ser sujeitado a rótulos, como esses que você citou por exemplo.

    Mano, eu tenho acompanhado seu twitter e você anda publicando sobre o “Boêmio Vagabundo”, nova música onde você irá assumir um personagem. Você pode nos adiantar um pouco sobre o que será o “Boêmio Vagabundo”?
    3L:
    Como eu já disse, eu curto registrar as coisas que eu passo na vida, e num passado recente, eu passei por uma fase de muita boemia e acabei me tornando literalmente um “Boêmio Vagabundo”.  Foi uma fase difícil, mas que também foi repleta de novas experiências, às quais eu quero compartilhar com o mundo, e para que isso seja feito com naturalidade, decidi criar o personagem “Boêmio Vagabundo”, que é completamente diferente do Lindomar 3L.  Em breve todos saberão melhor o que eu estou querendo dizer, aguardem!

    Quais projetos você desenvolve hoje?
    3L:
    No momento estou apenas desenvolvendo uma oficina de rap e um sarau de poesias em minha comunidade, além do meu trabalho musical é claro.

    Quais são suas projeções pro futuro?
    3L:
    Quero me mudar para São Paulo com a minha esposa para expandir o meu trabalho por lá, lançar o primeiro disco do meu personagem “Boêmio Vagabundo” e o segundo disco do 3L, que já estão em fase de criação e produção. Quero também lançar através da minha equipe 3L Produções, os trabalhos musicais dos novos talentos de Minas Gerais, como o Paulo MC, por exemplo, que é o meu MC de Apoio. E quero também poder aposentar o meu pai, que aos 60 anos, ainda trabalha praticamente de segunda a segunda como pedreiro.

    Lindomar, muito obrigado por sua atenção. Você quer deixar alguma mensagem pro mano ou mina que está lendo a matéria?
    3L:
    Eu que agradeço e em prova do meu agradecimento queria deixar uma mensagem de Nelson Mandela para todos vocês, meus amados:

    “Eu não sou amado porque eu sou bom, eu sou bom porque eu sou amado”

    “Tamo junto uai!’

    Lindomar 3L

    Quer saber mais sobre o rapper Lindomar 3L?
    Acesse: www.lindomar3l.com.br
    @Lindomar3L