Tag: Hulle Brasil

  • Cultura Hip Hop: Parceria internacional entre Brasil e Chile no Quilombo Enraizados

    Cultura Hip Hop: Parceria internacional entre Brasil e Chile no Quilombo Enraizados

    No último dia 10 de agosto, o Quilombo Enraizados recebeu os artistas chilenos Egrosone (rapper) e Mauro QuJota (produtor musical) para participar do Acampamento Musical, um intercâmbio musical promovido pelo Instituto Enraizados. Esse evento reúne rappers e beatmakers para colaborar na criação de uma música inédita.

    Além de Egrosone e Mauro QuJota, o encontro contou com a presença de artistas renomados como DJ Dorgo, Kr7, Baltar, Jovem RD, Kall Gomes, Lisa Castro, Átomo, Ninja, Rico Mesquita, Aclor e o beatboxer chileno WallBeats. Juntos, eles produziram uma faixa que será lançada nos canais da Hulle Brasil e do Instituto Enraizados.

    Esse intercâmbio é fruto de uma parceria de duas décadas entre os Pontos de Cultura Trocando Ideia e Enraizados, representados por Fabiana Menini e Dudu de Morro Agudo. O objetivo é fortalecer os laços culturais entre as instituições FlowRida e Instituto Enraizados. Como parte desse esforço, artistas brasileiros estão se preparando para viajar ao Chile e participar do “Festival Estilo & Mensaje”, que será realizado em Santiago no final de outubro. Em contrapartida, os artistas chilenos foram convidados para a próxima edição do “Festival Caleidoscópio”, prevista para acontecer em Morro Agudo em 2025.

    Festival Estilo & Mensaje

    O Festival Estilo & Mensaje é um evento cultural de destaque em Santiago, Chile, que celebra a cultura hip hop e suas diversas expressões, incluindo rap, breakdance, graffiti e DJing. O festival oferece uma plataforma para artistas, especialmente jovens, mostrarem seu talento e se conectarem com o público e outros criadores. Além das apresentações artísticas, o festival inclui workshops, palestras e debates focados no desenvolvimento da cultura hip hop e na reflexão sobre questões sociais e políticas relevantes para as comunidades urbanas. O Estilo & Mensaje desempenha um papel crucial na cena cultural de Santiago, sendo um ponto de encontro para artistas, ativistas e entusiastas do hip hop de toda a América Latina.

    Festival Caleidoscópio

    O Festival Caleidoscópio é um evento multicultural anual realizado desde 2015 em Morro Agudo, Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro. O festival promove a formação profissional e de público, fomenta a cultura local e incentiva a produção artística na região. Com uma abordagem colaborativa que funde arte e ativismo, o evento incita reflexões sobre desigualdade social e outras questões cruciais no Brasil. O festival apresenta uma ampla variedade de manifestações culturais, incluindo música, dança, teatro, artes visuais, cinema e literatura.

    Um dos pilares do Festival Caleidoscópio é o CPPEC (Curso Prático de Produção de Eventos Culturais), que oferece formação técnica, profissional e artística para jovens periféricos. Os participantes desenvolvem habilidades práticas em produção cultural, culminando na realização de três microprojetos e do festival, que tem duração de 12 horas. O evento alinha-se com sete dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, promovendo segurança pública, economia, qualidade de vida e valorização da cultura local. Como motor de desenvolvimento social, econômico e cultural para a Baixada Fluminense, o festival conta com o apoio de diversas instituições e empresas.

    Para saber mais sobre as instituições envolvidas, acesse os links abaixo:

    – FlowRida: https://www.instagram.com/flowrida.cl
    – Instituto Enraizados: https://www.instagram.com/institutoenraizados

  • Dudu de Morro Agudo lança PodCast “Cada Vida, Um Livro” para contar histórias de vida

    Dudu de Morro Agudo lança PodCast “Cada Vida, Um Livro” para contar histórias de vida

    Morro Agudo, 29 de janeiro de 2024 — O ano começou cheio de novidades para Dudu de Morro Agudo, CEO da Hulle Brasil. Uma das surpresas é o lançamento do PodCast “Cada Vida, Um Livro”, um projeto que promete abrir espaço para histórias de vida inspiradoras e emocionantes.

    O CEO da Hulle Brasil, conhecido no cenário cultural, decidiu assumir o papel de apresentador do programa que terá um formato semanal, inicialmente gravado e exclusivamente em áudio. No entanto, há planos de expandir para o formato de vídeo e torná-lo ao vivo em breve. A empresa está preparando uma sala especialmente dedicada aos podcasters no Quilombo Enraizados, onde a magia acontecerá.

    Além do PodCast de Dudu, a Hulle Brasil tem mais duas produções aguardadas. Uma delas será comandada pelo rapper Einstein NRC, focando em saúde mental e religiosidade. O outro será apresentado pelo rapper Átomo Pseudopoeta, trazendo discussões afrocentradas sobre questões raciais.

    Em uma conversa com sua equipe, Dudu de Morro Agudo expressou a ideia de tornar seu programa aberto, permitindo a participação de qualquer pessoa, famosos ou anônimos. A proposta é simples: ouvir as histórias de vida das pessoas, pois, segundo Dudu, cada vida poderia ser um belo livro.

    A versão alfa do podcast surgiu de maneira inesperada durante uma entrevista com o DJ Soneca para o Portal Enraizados. O formato descontraído da conversa levou Dudu a repensar e transformar o episódio em um episódio-piloto para seu podcast.

    Dudu de Morro Agudo e DJ Soneca
    Dudu de Morro Agudo e DJ Soneca

    O primeiro episódio foi ao ar ontem, 29 de janeiro, e já está disponível no Spotify e outras plataformas de podcast, com aproximadamente 49 minutos de duração. Você pode acessar diretamente pelo link: https://open.spotify.com/show/5wQHQ6QFwnRnzaYRqlKXHV

    Esta fase inicial é considerada experimental, com o objetivo de compreender o fluxo de trabalho do programa em termos de curadoria, gravação, distribuição e divulgação. O próximo convidado será gravado na próxima semana, marcando a versão beta do programa, ainda experimental, mas com melhorias no equipamento e no processo de divulgação.

    A interação com o público será fundamental para o sucesso do PodCast. Os ouvintes podem sugerir pessoas para serem entrevistadas, incluindo eles próprios. Os canais oficiais de interação serão o perfil do projeto no Instagram e a página no Spotify para Podcasters.

    Dudu de Morro Agudo reconhece as dificuldades em encontrar episódios e programas nas plataformas de podcast e, por isso, decidiu organizar todos os episódios na conta do Linktr.ee do projeto: https://linktr.ee/cadavidaumlivro.

    E você, gostou desse novo canal para conhecer novas pessoas e suas histórias?

    Deixe seu comentário e participe dessa jornada de descobertas proposta pelo PodCast “Cada Vida, Um Livro”.

    SAIBA MAIS:
    SPOTIFY: https://open.spotify.com/show/5wQHQ6QFwnRnzaYRqlKXHV
    LINKTR.EE: https://linktr.ee/cadavidaumlivro
    EMAIL: cvul.hullebrasil@gmail.com
    INSTAGRAM: https://www.instagram.com/cadavidaumlivro

  • Curso Prático de Produção de Eventos Culturais promove intensivo em audiovisual para formar novos talentos

    Curso Prático de Produção de Eventos Culturais promove intensivo em audiovisual para formar novos talentos

    Participantes têm a oportunidade de explorar o set de filmagem e a produção audiovisual em evento realizado pelo CPPEC no Quilombo Enraizados

    O Curso Prático de Produção de Eventos Culturais (CPPEC) está proporcionando uma experiência única aos seus participantes no Quilombo Enraizados. Durante o último fim de semana, o intensivo em audiovisual, ministrado por Higor Cabral e Josy Antunes, tem oferecido aos alunos uma imersão no mundo do cinema e da produção de eventos culturais.

    Com o objetivo de fornecer uma base prática no set de filmagem e aprimorar os conhecimentos prévios dos participantes no processo de produção de atividades culturais, o CPPEC enfatiza a importância da criatividade, do pensamento crítico e da tomada de decisões nessa área.

    O evento teve início na sexta-feira, quando os alunos tiveram acesso a uma parte teórica, assistindo a diversas produções audiovisuais e refletindo sobre a variedade de possibilidades que o meio oferece. No sábado, foi a vez de colocar em prática o aprendizado adquirido, permitindo que os participantes produzissem três cenas para a filmagem de intervenções poéticas dos renomados artistas Dorgo, Lisa Castro e Luara.

    Lisa Castro, Dorgo e Luara, durante gravação do CPPEC Audiovisual.

     

    Neste domingo, os alunos terão a oportunidade de aprender sobre o processo de edição de vídeos, uma etapa crucial na produção audiovisual. Esse conhecimento será aplicado na produção de um material que será lançado pela produtora Hulle Brasil, no mês de julho. Além disso, os artistas entrevistados durante o evento serão destaque no Portal Enraizados, oferecendo uma visão aprofundada de suas obras e experiências.

    O CPPEC tem como propósito permitir que os alunos tenham acesso a diversos conteúdos, ampliando seu conhecimento e preparando-os para futuros desafios. A intenção é que essas habilidades adquiridas sejam colocadas em prática no Festival Caleidoscópio, que ocorrerá em Morro Agudo, Nova Iguaçu, no mês de outubro. Com a vivência no curso e a aplicação do aprendizado, os participantes estarão preparados para contribuir de forma significativa para o sucesso desse importante evento cultural.

    Higor Cabral ministrando a aula do CPPEC Audiovisual

     

    O CPPEC e o Quilombo Enraizados continuam a promover iniciativas que impulsionam a cultura e fornecem ferramentas essenciais para aqueles que desejam se envolver no cenário dos eventos culturais e audiovisuais. Essa oportunidade única oferece aos participantes a chance de se tornarem talentos promissores e contribuírem para o crescimento e desenvolvimento da indústria cultural de forma criativa e inovadora.

    MAIS INFORMAÇÕES

    Para mais informações ligue para (21)4123-0102 ou envie email para enraizados@gmail.com.
    Siga no instagram:

    https://www.instagram.com/festivalcaleidoscopio 

    https://www.instagram.com/institutoenraizados/

  • Juventude e Mobilidade Urbana: a conexão cultural entre a Baixada Fluminense e o Centro.

    Juventude e Mobilidade Urbana: a conexão cultural entre a Baixada Fluminense e o Centro.

    No dia 09 de outubro de 2017, uma segunda-feira, eu (Marlon Gonçalves) e a Beatriz Dias, afim de respondermos algumas questões relacionadas com a juventude e a mobilidade urbana, decidimos acompanhar três outros jovens que cortaram cinco cidades, em uma trajetória de mais de 40 quilômetros, em busca de uma nova experiência cultural.

    A missão era curtir o “Slam Grito Filmes”, um evento itinerante de poesia falada, criado por um coletivo formado por cineastas, fotógrafos, cinegrafistas e midiativistas, que funciona como uma batalha de poesias desde 2016 e tem o objetivo de criar conexões e subjetividades vitais para a passagem de cultura oral no país.

    A final desta batalha aconteceria na Praça Mauá, no Centro de Rio de Janeiro, às 19 horas. Então partimos pra lá.

    Nossos personagens neste artigo são:

    • Caroline Tavares (MoonJay), 20 anos, DJ, fotógrafa, brecholeira, produtora cultural e idealizadora do projeto Literatura das Ruas;
    • Luiz Gustavo Oliveira (Guga), 22 anos, integrante do coletivo Ohana, produtor e empreendedor;
    • Cristiano Rodrigues (Shu), 24 anos, MC, empreendedor e produtor cultural.
    Jovens saindo do bairro de Morro Agudo para curtir um saral na Praça Mauá.
    Jovens saindo do bairro de Morro Agudo para curtir um saral na Praça Mauá.

    A ideia desse artigo é responder algumas questões relacionadas com a mobilidade urbana sob a ótica da juventude periférica, como opções de transporte, valor das passagens, estado de conservação do coletivo, segurança e todas as dificuldades que os jovens da Baixada Fluminense encontram para se circular pela cidade metropolitana.

    Para situar nossos leitores, é importante informar que a Praça Mauá fica situada no bairro do Centro, e foi revitalizada há dois anos, no projeto do Porto Maravilha, que visava revitalizar toda a Zona Portuária do Rio de Janeiro. Todos os jovens que participam desta matéria residem em Morro Agudo, o bairro mais populoso da cidade de Nova Iguaçu, a cidade mãe da Baixada Fluminense, bairro este que fica a exatos 41,3 quilômetros de distância do nosso destino final.

    As nossas opções de transporte eram:

    [padding right=”05%” left=”05%”]

    1. o ônibus direto, da linha 1491B, da empresa Tinguá, que faz a ligação entre o bairro de Austin, em Nova Iguaçu, e a Praça Mauá, no Rio de Janeiro. A passagem custa R$23,65 (vinte reais e sessenta e cinco centavos) e para de circular às 21 horas em dias úteis. É uma viagem de cerca de duas horas;
    2. tínhamos também a opção de pegar outro ônibus da empresa Tinguá, da linha 491B, que faz a ligação do bairro de Austin, em Nova Iguaçu com a Central do Brasil, e depois pegar outra condução ou continuar o trajeto a pé até o nosso destino. O valor da passagem é R$8,20 (oito reais e vinte centavos), uma viagem de que dura cerca de duas horas e o ônibus para de circular à meia-noite.
    3. outra opção seria a integração entre o ônibus da empresa Vila Rica, que faz a ligação do bairro de Morro Agudo, em Nova Iguaçu, com o bairro da Pavuna, no Rio de Janeiro, e o Metrô. A passagem custa R$8,00 (oito reais) se pago com o RioCard e a viagem dura em média duas horas no total;
    4. a última opção é o trem, que custa R$4,20 (quatro reais e vinte centavos) e a viagem dura em média uma hora. No site da Supervia – empresa que tem a concessão para a operação comercial e manutenção da malha ferroviária urbana de passageiros da região metropolitana do Rio de Janeiro – informam que a estação fecha antes da passagem do último trem, que em dias úteis é até às 23 horas, e nos fins de semana até às 22 horas no sábado e às 21:30 aos domingos. Segundo a Supervia o intervalo entre um trem e outro é de oito minutos.

    [/padding]

    A primeira meta do rolé era economizar no transporte para poder curtir no evento, então a galera decidiu ir de trem, porque em Morro Agudo, segundo nossos personagens, a maior parte da população ainda dá o famoso calote, utilizando um buraco, feito pelos próprios moradores, há décadas, pra entrar na estação de trem sem ter que pagar a passagem.

    Buraco no muro da estação por onde os moradores costumam passar para evitar pagar a passagem de trem.
    Buraco no muro da estação por onde os moradores costumam passar para evitar pagar a passagem de trem.

    Saímos de Morro Agudo às 18 horas e esperamos por cerca de 15 minutos até a chegada do trem, contrariando a versão do site da Supervia que diz que o intervalo entre um trem e outro é de oito minutos. Partimos em direção à estação Central do Brasil, chegamos 19:40, ultrapassando o tempo médio de aproximadamente uma hora de viagem.

    Moonjay explica que apesar de o valor da passagem de trem ser o mais barato, a galera ainda assim dá o calote porque “o preço das passagens é um absurdo e a qualidade não condiz com o valor que a gente paga, além do péssimo serviço oferecido” e que apesar disso, ainda assim é vantagem ir de trem porque “tem engarrafamento pra caralho, em todo lugar”.

    Shu concorda com a amiga e ainda complementa dizendo que “o valor da passagem também complica muito, a passagem do trem, por exemplo, custa R$4,20 pra andar apertado, fodido, pegamos o trem 18:00 e não tinha mais lugar, nunca vai ter, se for de ônibus é um engarrafamento doido, perde maior tempão e é muito caro também”.

    Como economizar dinheiro era o fator determinante nesse passeio, andamos cerca de 20 minutos até chegarmos à Praça Mauá, o trajeto era extremamente perigoso, mal iluminado, e só encontramos policiamento quando chegamos no local do evento. Estávamos com alguns equipamentos, e se não estivéssemos em grupo, teríamos que ir de ônibus ou VLT.

    “É uma experiência maneira, mas é bem complicado, a gente mora bem distante e pra chegar aqui é ‘parcelado’, tem que pegar várias conduções, parece até que é de propósito, demos uma caminhada da Central até aqui, mas o certo seria pegar ônibus. Quem tem uma condição, faz isso”, completa Shu.

    A segurança é uma grande preocupação da juventude que se arrisca em sair para se divertir em outras cidades e uma estratégia comum entre eles é andar sempre em grandes grupos, se possível com cinco ou mais pessoas.

    Para Guga, transitar pelo Rio é perigoso, independente da hora, pois hoje em dia a violência faz parte da nossa realidade diária, tanto no Centro do Rio de Janeiro quanto na Baixada. Você sai de casa sem saber se volta”.

    Moonjay diz que a violência está em todos os lugares, inclusive dentro dos transportes públicos, e afirma que corre risco maior por ser mulher, pois é comum encontrar homens dentro da condução que acham que podem fazer o que querem com as mulheres. “É difícil”, lamenta.

    A preocupação de Moonjay pode ser explicada facilmente em uma pesquisa sobre a segurança das mulheres no espaço público feita pela organização humanitária internacional ActionAid, realizada em 2013 em seis cidades de quatro estados brasileiros:

    “77% das mulheres têm medo ao esperar o transporte público. Em Heliópolis, São Paulo, e no Complexo da Maré, Rio de Janeiro, os números são acima da média geral: 92% (SP) e 91,1% (RJ) respectivamente têm medo de esperar sozinhas pelo transporte. No total, 43% de todas as mulheres perguntadas já sofreram algum tipo de assédio sexual dentro do transporte público. O número no Rio de Janeiro é superior ao da metade nacional: 66,1%” (apud PAULA & BARTELT, 2016, p.99).

    Para Shu, a falta de segurança está também nas estações de trem, pois “só vemos os guardas nas estações de tarde, pra aloprar com os camelôs, depois eles somem, na rua o policiamento é escasso, mesmo quando tem, não dá pra confiar 100%”. E Guga complementa dizendo que “sua segurança pode depender do simples fato de o assaltante ir com a sua cara ou não, tanto os que estão lá pra te assaltar, quanto os que estão pra te ‘proteger’. Somos abordados por policiais como se fossemos marginais e até que se consiga provar o contrário, já levamos aquela revistada bruta, muito tapa, bico na canela… e a gente vai fazer o que em relação a isso?”

    Chegamos e o evento já estava rolando, o Slam foi lindo, uma poesia mais bonita que a outra, visivelmente haviam muitos moradores de periferia que estavam ocupando um espaço geralmente frequentado pela classe média carioca.

    Alguns poetas abordaram temas relacionados com a dificuldade de se deslocar pra outros lugares e a maior parte do público se identificou com os versos recitados, deixando bem nítido o descaso do governo com muitas regiões do Rio de Janeiro.

    O evento terminou às 23h, então a galera se reuniu ao lado do Museu do Amanhã para bater papo. A conversa foi bem descontraída e após o Slam as mentes estavam fervendo, conversamos muito sobre os temas que foram abordados pelos poetas.

    Quando o relógio marcou meia-noite todos ficaram apreensivos com o tal “Efeito Cinderela”.

    Efeito Cinderela é quando os relógios marcam zero horas e os ônibus desaparecem como em um passe de mágica.

    Moonjay afirma que “se der 23 horas e você estiver longe de casa, já sabe que não volta mais. Melhor arrumar um canto pra ficar porque sabe que não vai ter como voltar”.

    Para Guga “é complicado sair da Baixada e ir pra qualquer lugar, porque não tem volta, o trem acaba às 22h. Por exemplo, já perdemos o trem hoje. Tem o ônibus que acaba às 23h e se a gente não correr, vamos perder até o ônibus da Tinguá que é R$8,20″.

    Jovens de Morro Agudo trocando ideia sobre as várias dificuldades de se locomover no Rio de Janeiro.
    Jovens de Morro Agudo trocando ideia sobre as várias dificuldades de se locomover no Rio de Janeiro.

    E ele continua, “aí ficamos dependendo de van, que chega a cobrar R$10,00 por ser o único transporte, ou quando os amigos tão com uma condição maneira, geral junto, rola a ‘intera’ do Uber, que é o que tem salvado ultimamente, pois muitas vezes fica mais barato que a passagem, e o Uber ainda te deixa no seu destino exato”.

    Partimos caminhando em direção à Central do Brasil, dessa vez fomos pela Pedra do Sal, pelo lado do Morro da Providência, pois o caminho da vinda era muito deserto e estávamos com receio de passar por lá, passamos por cinco viaturas da polícia militar até chegarmos ao nosso destino e uma cena intrigante se repetiu nas cinco vezes que passamos pelos policiais. Um policial estava fora do carro, com o fuzil de lado e o celular na mão, enquanto o outro dormia na viatura. Nós nos entreolhamos e continuamos andando, torcendo para que nada de ruim acontecesse.

    Chegamos na Central do Brasil às 00:10, e, como imaginado, não havia mais ônibus, nem o ‘tarifão’, pois o próximo seria às três horas da madrugada, então fomos tentar a sorte na van, e depois de uma hora esperando chegou uma, e após dez minutos ela partiu sentido Queimados.

    A passagem custou R$9,00 (nove reais), pois como era o único transporte disponível por ali naquele horário, eles costumam aumentar o preço a reveria.

    Chegamos em Morro Agudo às 01:50 e pudemos concluir que o saldo do rolé de quase 08 horas, para curtir 04 horas e passar as outras 03 horas e 50 minutos em trânsito, foi até positivo, se levarmos em consideração que era uma segunda-feira, e que fomos de trem no contra-fluxo e na volta não havia transito.

    Certamente essa experiência poderia ter sido ainda mais demorada e dolorosa num final de semana.

    Quando os questionei sobre que solução poderia ser tomada para melhorar a qualidade do transporte público, Guga disse que as empresas de ônibus deveriam “primeiramente melhorar as condições de trabalho dos funcionários, pois eu já trabalhei em uma e era tratado como um escravo.

    Para Moonjay “os serviços são de péssima qualidade, a maioria não recebe uma limpeza apropriada, alguns motoristas não tem o menor cuidado pelas pessoas que transportam, outros sequer chegam a ter o preparo adequado antes de começarem a trabalhar”.

    Já Shu, acha que “colocar mais trens, mais ônibus e organizar os horários” melhoraria bastante.

    E quando o assunto foi o preço das passagens, Guga disse que “fazer as empresas pararem de sonegar impostos e baixar o valor da passagem pra no máximo R$2,50” já seria justo. E para Shu, justo mesmo seria “pensar em um jeito de aumentar os impostos das empresas e colocar algumas passagens de graça”.

    [box type=”info” align=”aligncenter” class=”” width=””]

     

    Licença Creative Commons
    O trabalho Juventude e Mobilidade Urbana: a conexão cultural entre a Baixada Fluminense e o Centro. de Marlon Gonçalves, Beatriz Dias e Flávio de Assis, faz parte de uma série de reportagens sobre Mobilidade Urbana da 1ª Chamada Pública do Fundo Casa Fluminense e está licenciado com uma Licença Creative Commons – Atribuição 4.0 Internacional.

    [/box]

  • Einstein MC fala sobre sua nova música: Horas de Reflexão

    Einstein MC fala sobre sua nova música: Horas de Reflexão

    O rapper Einstein, lançará no próximo sábado (28), a música “Horas de Reflexão”, em parceria com a Hulle Brasil.

    Em um novo formato de video lançado hoje pela Hulle Brasil, Einstein fala sobre essa parceira e sobre sua nova música, que foi produzida pelo rapper Dudu de Morro Agudo e que, provavelmente, em breve,  virá acompanhada de um videoclipe produzido também pela empresa.

    Curta Einstein MC no facebook.

  • Enraizados produz vídeo com os melhores momentos do Dia de Responsa em Nova Iguaçu

    Enraizados produz vídeo com os melhores momentos do Dia de Responsa em Nova Iguaçu

    Um dos eventos mais esperados pela juventude de Nova Iguaçu aconteceu no dia 20 de setembro: O Dia de Responsa.

    Foram uma série de intervenções que o Movimento Enraizados realizou entre os dias 13 de 20 de setembro, culminando com um encontro na Praça de Skate de Nova Iguaçu. A juventude ativa do Movimento Enraizados esteve unida contra todas as adversidades, incluindo a chuva forte, carro quebrado, problemas com a energia e um amp queimado.

    O grupo de rap One Way levantou a galera, DJ DMT comandando as pickups enquanto o mestre de cerimônias Léo da XIII animava a festa. A informação sobre o consumo consciente de bebida alcoólica ficou por conta do Einstein MC, que fazia Quiz entre as atividades.

    Enquanto isso a pista de Skate fervia com skatistas de todas as idades. Os amantes da fotografia e da tecnologia aproveitavam o grande banner do Dia de Responsa para fazerem suas selfies.

    A imprensa deu grande visibilidade ao evento, foram três matérias em menos de uma semana, sem contar os diversos sites, incluindo o Catraca Livre.

    Nas redes sociais as hashtags #diaderesponsa e @gbrd2014 dominaram as time lines.

    E para fechar com chave de ouro, produzimos um vídeo super animado com os melhores momentos, não do dia, mas da semana de responsa que aconteceu em Nova Iguaçu.

  • O estúdio…

    O estúdio…

    Estar no estúdio é mágico; é um ambiente repleto de criatividade. Onde tudo influencia em como a música vai ficar. É onde se exorciza seus demônios, onde se grita baixo para o auto-entendimento de si mesmo. É onde você se torna aquilo que você quer ser.

    Recentemente está havendo uma onda de vídeos sendo gravados em estúdio. Ainda é muito importante ter um videoclipe, ou um web-vídeo, street vídeo, enfim… Mas os vídeos em estúdio são íntimos, naturais, mostram aquilo que se é, e por isso são tão importantes quanto qualquer outro trabalho audiovisual do artista.

    Meu parceiro Nyl MC gravou alguns vídeos promocionais no estilo “Studio Footage”, num clima bem descontraído de ensaio, ou até mesmo de uma apresentação ao vivo, com participações de Jessy Nahmi e DJ Row G

    Dá um confere:

    [yframe url=’https://www.youtube.com/watch?v=80skWzPUZnI’]

    Renovação da cena

    Hoje a cena se renova rapidamente e de repente, boom! Surge outro artista pra nos representar e dar continuidade ao que fazemos. Um desses artistas aqui na Baixada Fluminense, é o Einstein MC, que vem desenvolvendo um trabalho bem original e criativo. Em parceria com Hulle Brasil, foi lançado o vídeo “Sobrevivente”, onde o MC fala sobre sua luta diária pelo mundo.

    [yframe url=’https://www.youtube.com/watch?v=PoRE8k17x74′]

    “Ó que da hora!”

    Até o Mano Brown, frontman do Racionais MCs entrou nessa, gravou um vídeo para a ONErpm Sessions de uma sessão de gravação da música “Foi Num Baile Black”, que provavelmente fará parte do seu aguardado disco sólo.

    [yframe url=’https://www.youtube.com/watch?v=W5rYBjVmtTI’]

    Pra quem curte imagens de estúdios e produtores do mundo do Hip-Hop, recomendo pesquisar pelo livro Behind The Beat, que tem disponível na Saraiva online.

    Contagem regressiva

    E já que estamos na contagem regressiva para o show do De La Soul no Rio de Janeiro, deixo esse vídeo de bônus. O sample do instrumental é de “Morning Glory”, do Jamiroquai.

    [yframe url=’https://www.youtube.com/watch?v=BBlmPd7aI6c’]

    É isso, não deixe de ir ao estúdio!
    Boa sexta!
    @marcaobaixada

  • DirectHulle Sobrevivente do Einstein MC rumo aos 1000 views

    DirectHulle Sobrevivente do Einstein MC rumo aos 1000 views

    Einstein MC, rapper da Baixada Fluminense, lançou a música Sobrevivente a pouco mais de um mês e junto veio um vídeo produzido pela Agência Hulle Brasil, empresa que Dudu de Morro Agudo é sócio e produtor.

    O vídeo vem fazendo sucesso na internet e já beira os 1000 views no youtube, no próximo mês a música entrará em uma estratégia de mídia digital e será distribuída em todos os meios digitais, juntos com outras músicas do CD do rapper.

  • Cinema de Guerrilha lança curta de 20 segundos com atuação de Dudu de Morro Agudo e Wesley Brasil

    Cinema de Guerrilha lança curta de 20 segundos com atuação de Dudu de Morro Agudo e Wesley Brasil

    Ninguém poderia imaginar que, depois da meia-noite do dia 30 de junho, após o encerramento do evento realizado mensalmente pela galera do Cinema de Guerrilha, em São João de Meriti, onde foi exibido o clipe #Legado, do rapper DMA (Dudu de Morro Agudo), a galera ainda tivesse fôlego para fazer um filme, mas foi justamente o que aconteceu.

    Durante um bate-papo empolgado entre DMA, Samuca Azevedo, Wesley Brasil e Vitor Gracciano, sobre roteiros de futuros filmes que iriam produzir, surgiu a ideia do filme “Porque sim”.

    O roteiro foi criado tão rápido quanto o tempo de duração do filme de curtíssima duração e DMA pilhou a galera para gravar naquele momento. Vitor sacou a câmera e começou a dirigir, escalou Caramujo – dono do bar, que topou na hora, e depois de três tomadas e muitas gargalhadas nasceu o primeiro filme dessa parceria inusitada.

    Todo o vídeo, com crédito e extra, tem 45 segundos, o filme tem cerca de 20 segundos.

    Divirta-se, pois certamente eles se divertiram muito pra fazer.

  • [12-FEV] #ComboIO se apresenta no Pizzarau

    [12-FEV] #ComboIO se apresenta no Pizzarau

    Nesta quarta-feira, o coletivo de rimas #ComboIO, formado pelos Mcs DMA, Léo da XIII e Marcão Baixada, se apresentará no sarau de sabores da Lapa, para os mais íntimos simplesmente Pizzarau. O grupo cantará as músicas de trabalho do disco de nome homônimo, #ComboIO, Os Pretos…

    O Pizzarau tem como ingredientes fixos os poetas Letícia Brito, Max Medeiros, Slow da BF e Su Noguchi. A divisão de sabores mais pedida é meio Arte e meio Poesia. Em rodízio, artistas, escritores e poetas convidam a plateia para saborear pizzas e poemas e provar gostos e sons. No momento à francesa, a diversão é partilhada por todos que participam do “microfone aberto” um grande encontro para recitar seus poemas e curtir tantas expressões artísticas!

    SERVIÇO
    https://www.facebook.com/events/255348007960341