Tag: Moda

  • Festival dos CRIAS: A juventude preta e periférica assumindo o controle do mês da consciência negra.

    Festival dos CRIAS: A juventude preta e periférica assumindo o controle do mês da consciência negra.

    O “Festival dos CRIAS” é uma iniciativa do Instituto Enraizados que visa desenvolver um espaço de troca entre a juventude preta e pobre da metrópole do Rio de Janeiro, realizando e recebendo atividades durante os 30 dias do mês de novembro, afim de promover a potência artística, empreendedora e intelectual deste grupo social.

    As atividades acontecerão no Quilombo Enraizados, um local que transborda afeto e solidariedade, e a ideia é reunir fazedores para que estes troquem experiências entre si, ensinando e aprendendo, potencializando aquilo que já fazem, e criando novas possibilidades a partir de uma rede tecida organicamente.

    Queremos trazer para um mesmo espaço diferentes atividades, discussões relevantes sobre variados temas à partir dos eixos de “cultura, raça e identidade”, sob a perspectiva e vivência desta juventude e destes territórios.

    Dentre as atividades que já estão no calendário do festival estão: exposição de arte, workshops de “rap, DJ, graffiti e dança”, mostra audiovisual, eventos de música, sarau de poesias, mutirão de graffiti, cineclube, semana de brechó com discussão sobre moda consciente, rodas de leitura, encontro de educadores, etc.

    O Quilombo Enraizados estará aberto todos os dias, das 08 às 20 horas para visitação, todas as informações sobre as atividades estarão disponíveis no Portal Enraizados, assim como os formulários de inscrição para as atividades.

    CALENDÁRIO <em construção>

    01 de novembro – Expo Urban Art

    02 de novembro – Sarau Poetas Compulsivos

    03 de novembro – Audição – Átomo

    04 de novembro à 10 de novembro – Feira Belchior

    11 de novembro – Oficina de Graffti

    12 de novembro – Oficina de DJ

    13 de novembro – Oficina de Rap

    14 de novembro – Oficina de Danças Urbanas

    16 de novembro – Ocupação de Graffiti

    30 de novembro – Mostra Pretos na Tela

    SERVIÇO:
    O que? Festival dos CRIAS
    Quando? 01 à 30 de novembro
    Onde? Quilombo Enraizados – Rua Presidente Kennedy, 41, em Morro Agudo, Nova Iguaçu.
    Quer saber mais, quer participar? (21)4123-0102 ou enraizados@gmail.com.

     

     

  • “Feira de Belchior”: Uma grande ocupação de brechós no Quilombo Enraizados!

    “Feira de Belchior”: Uma grande ocupação de brechós no Quilombo Enraizados!

    Durante todo o mês de novembro acontecerá, no Quilombo Enraizados, em Morro Agudo, uma série de atividades propostas pela juventude da região da Baixada Fluminense, dentre estas atividades está a “Feira de Belchior”, que  é uma grande ocupação de brechós realizada pelo Instituto Enraizados em parceria com o Brechó Sui Generis .

    O evento, que acontecerá do dia 03 ao dia 10 de novembro de 2019, pretende, além de reunir empreendedores e jovens locais, proporcionar também um espaço sustentável, de troca e consumo consciente, incentivando assim a economia criativa.

    Diversos expositores transitarão pelo Quilombo Enraizados ao longo da semana, fazendo com que o espaço fique ainda mais diverso, tendo opções na moda alternativa pra todos os estilos.

    SOBRE O FESTIVAL DOS CRIAS
    O “Festival dos CRIAS” é uma iniciativa do Instituto Enraizados que visa desenvolver um espaço de troca entre a juventude preta e pobre da metrópole do Rio de Janeiro, realizando e recebendo atividades durante os 30 dias do mês de novembro, afim de promover a potência artística, empreendedora e intelectual deste grupo social.

    SAIBA MAIS:
    O que? Feira Belchior
    Quando? 03/11 à 10/11
    Onde? Quilombo Enraizados – Rua Presidente Kennedy, 41, em Morro Agudo, Nova Iguaçu.
    Informações: (21)4123-0102 ou enraizados@gmail.com.

    Pra interagir no facebook: https://web.facebook.com/events/406322056931505

  • De belchior à brechó

    De belchior à brechó

    O que conhecemos como brechó surgiu por volta do século XIX, quando um homem abriu a primeira lojinha de produtos usados no Rio de Janeiro. O comerciante se chamava Belchior e assim ficaram conhecidas tais lojas, que chegam a ser citadas no conto “Ideias de Canário” de Machado de Assis.

    “… sucedeu que um tílburi à disparada, quase me atirou ao chão. Escapei saltando para dentro de uma loja de belchior… A loja era escura, atulhada das cousas velhas, tortas, rotas, enxovalhadas, enferrujadas que de ordinário se acham em tais casas, tudo naquela meia desordem própria do negócio.”

    Com o tempo e a rápida reprodução, a palavra belchior acabou se transformando em berchior e depois em brechó, como falamos hoje.

    O belchior é primo da sebo (loja que vende apenas livros, revistas e discos de vinil de segunda mão), mas diferente de seu parente, nele se encontram também roupas, sapatos, acessórios, utensílios domésticos e mais um monte de coisa que se queira dar uma nova vida útil por um preço acessível.

    Hoje em dia conseguimos distinguir também os bazares, que em sua maioria são beneficentes, sendo propostos geralmente por igrejas, onde recebem doações de roupas e as vendas são revertidas pra angariar fundos para Instituições Solidárias.

    Assim como as alterações que o termo sofreu, as formas como encontramos brechós também mudaram, se modernizando junto com a tecnologia. Hoje é possível encontrar brechós itinerantes; feiras com diversas exposições e araras; vitrines online, contando com reservas e entregas, facilitando assim a compra e propagando a ideia de consumo consciente. Tudo isso faz com que o garimpo seja uma alternativa inteligente e sustentável, trazendo opções não só mais baratas como também de melhor qualidade, capazes de ter um tempo de vida mais longo que a das roupas de departamento produzidas em larga escala.

  • Black… Tendência ou afirmação?

    Black… Tendência ou afirmação?

    Não, não me refiro à tática Black bloc, empregada em inúmeras manifestações urbanas ao redor do globo. Me refiro ao “Black Power”, ou melhor, penteado afro, que vem sido usado por vários jogadores da seleção brasileira; e quem vem sendo enfatizado pelos grandes veículos midiáticos.

    Pra quem não sabe, o termo “Black Power” refere-se ao movimento que se iniciou na década de  60, espalhando um “renascimento” cultural da comunidade negra dos EUA. Considerado por muitos como movimento de “consciência negra”, o Black Power estimulou a criação de instituições culturais e educacionais independentes para a comunidade negra que duraram até aos anos 70.
    Os penteados afro eram a marca de muitos representantes desse movimento, e o termo Black Power acabou que sendo associado ao estilo de penteado.

    A Copa das copas, está rolando aí, você sabe; e o que vejo são matérias de grandes tabloides e programas de TV enaltecendo os penteados afro, dos jogadores da seleção brasileira e de outras seleções. Mas parando pra pensar, não é comum vermos tantas pessoas adeptas do penteado afro sendo representadas e vistas nesses veículos de comunicação.

    O penteado afro ainda é visto com negatividade por boa parte da população, tendo em muitas das vezes, sua imagem vinculada à moradores de rua, usuários de drogas e bandidos.

    Quem não se lembra do caso do ator Vinícius Romão, que foi preso ao ser confundido com um ladrão que usava penteado afro? Quantos casos de preconceito com o penteado afro você já presenciou?

    A grande mídia e as classes mais altas querem falar da cultura dos pretos quando é conveniente pra elas falar; para que as classes mais baixas que servem de mão-de-obra e consomem seus produtos possam se sentir representadas e lhes render audiência e homenagem.

    Estilo? Beleza? Tendência? Isso é muito bacana, é muito legal ter seu estilo representado.

    Mas muito mais que tendência, o penteado afro é uma afirmação. Os cabelos duros, crespos, cacheados, encaracolados, não são bombril, não são ‘ruins’. E enquanto pretos, que lutam contra o racismo, precisamos assumir essa postura e dizer isso ao mundo. Nós não queremos apenas mostrar o quanto somos belos, o quanto nosso cabelo é style, mas queremos sim que igualdade entre as etnias seja real, nas práticas diárias e não algo que apareça nas TVs e nos jornais pra nos satisfazer por um período de tempo e, depois, tudo voltar a ser como era antes.

    Boa sexta,

    @marcaobaixada