Tag: professor

  • Quem não sabe, reprova!

    Quem não sabe, reprova!

    Tenho visto alguns professores a muito tempo fazendo um monte de besteira em relação a educação e me pergunto o seguinte? Pra que serve mesmo o professor? Pra ensinar os alunos? Então porque que alguns profissionais da educação nas Universidades cobram além do conteúdo que ministraram em sala de aula? Pior, cobram o que nem sequer falaram em sala de aula! Porque alguns ditos professores, ao inves de explicar o conteúdo o tornam turvo e nebuloso, como se fosse algo impossível de pessoas comuns entenderem o assunto?

    Para explicar isso, eu vou lhes contar uma história:

    Eu vivia fugindo da aula de filosofia porque eu só pegava professores que me deixavam ainda mais confusos, então eu disse pra mim mesmo: _ Isso não é pra mim!

    Um belo dia eu finalmente tive que fazer a disciplina e pequei o melhor professor do mundo, simplesmente tudo o que ele falava eu e os meus colegas de turma compreendiam perfeitamente, então eu o interpelei um dia, perguntando o seguinte:

    _ Professor, porque o senhor explica a matéria e eu entendo, mas quando eu tive essa mesma matéria com outros professores eu nunca aprendi?

    Ele me respondeu: _ Pode ter acontecido duas hipóteses: A primeira é que o professor não dominava o assunto, isso faz com que a matéria fique obscura, alguns até fazem isso de propósito, pois como eles são mestres ou doutores, certamente que ele não permitirá que você perceba que ele não domina o assunto, então ele torna as coisas mais complicadas do que é; a segunda hipótese é que algumas pessoas, seja por patologia ou por um distúrbio de personalidade, sentem um prazer mórbido em se mostrar melhor que as outras, e uma das formas de fazer isso é se mostrar entendedor de algo que é para a maioria das pessoas, incompreensível, por isso elas maquinam formas de fazer com que você ou não entenda ou, ainda, que você ponha em dúvida aquilo que você até então tinha certeza que sabia, sendo que as duas formas não são excludentes, ou seja, pode haver alguém que usa as duas formas ao mesmo tempo, pelos dois motivos, inclusive, logo, não sabem e ainda sentem prazer em serem melhor que os outros.

    Então eu perguntei a ele como eu poderia saber quando a culpa é minha ou do professor por não conseguir aprender algo. Ele me respondeu logo a seguir: _ É simples, se o problema é com alguns alunos, a culpa é dos alunos, se o problema for com a maioria dos alunos, a culpa é do professor! E concluiu: _ Quem sabe, ensina!

    Depois de ouvir isso eu sempre dou esse conselho para os meus amigos que vem reclamar comigo dos professores de merda que dão aulas pra eles:

    E essa é a minha lição mais importante sobre o ensino no bRASIL, independentemente do sistema de educação: QUEM SABE, ENSINA!

  • Entre o Real Querer e a Vontade Transitória

    Entre o Real Querer e a Vontade Transitória

    “Somente as lições dos séculos poderão proporcionar ou aquilatar o real querer da juventude, pois somente esta, com sua força empregada na construção da sociedade, poderão traçar o destino do porvir.”

    Me lembro como se fosse hoje da minha primeira greve geral, eu estava na primeira série do segundo gráu, quando entrou em sala uma senhora da coordenação da Escola Técnica João Luis do Nascimento em Nova Iguaçu, onde eu estudava (década de 80 – não me lembro bem a data). Com uma cara brava e um jeito completamente autoritário ela nos olhou de cima para baixo e com toda a arrogância que era peculiar daquela época aos chamados professores, decretou: _ A partir de agora não serão permitidos as meninas virem de saias curtas para a escola.

    Eu nem me lembro mais se ela proibiu de vez a saia ou se não podia vir apenas de saias curtas, mas sinceramente, não me interessava se as meninas viriam de saias curtas ou não, o problema era o autoritarismo predominante, isso era irritante. Eu que sempre fui tímido e reprimido até então, não consegui me conter, mandei a pergunta: _ E as professoras, poderão vir de saia?

    Nem sequer me preocupei com a professora que estava dando aula, eu me lembro bem dela (uma professora que tinha o desprezo geral da turma, mas eu gostava dela). A resposta foi tão seca e autoritária quanto a ordem anterior: _ As professoras poderão vir do jeito que elas quiserem, afinal elas já se formaram, vocês é quem precisam se submeter às nossas regras.

    A segunda pergunta então surgiu tão automática quanto a primeira: Quer dizer que a gente não pode mais ver as perninhas bonitinhas das meninas, mas somos obrigados a ver as pernas feias e cheias de varizes das professoras?

    Então a mulher autoritária deu um sorriso contido no canto da boca e disse: _ Sim, é isso mesmo, amanhã serão barrados todos os alunos que vierem sem o uniforme completo e as meninas que vierem de saia curta também!

    Logo que ela acabou de falar o que quis, nos deu as costas e foi embora, impondo-nos a sua marcha de marechal. Naquele momento, cresceu uma revolta no meu peito tão grande que eu não consegui me conter, uma revolta que não tinha nada a ver com saias e calças, mas com um autoritarismo repugnante. Levantei a voz e comecei a falar contra aquela atitude, logo, logo, outros alunos me seguiram e começamos um motim que começou nas turmas de primeiro ano e contaminou a escola toda.

    No dia seguinte ninguém entrou, fizemos um piquete na frente da escola, mas a coisa já tinha saído do meu controle, parece que existia alguma força política exterior que tinha organizado aquilo tudo, eu servi apenas para acender o pavio, então me retirei e me isolei. Quando acalmou tudo eu escrevi o manifesto acima, baseado em um texto que eu li não me lembro onde. Depois disso me chamaram diversas vezes para vários partidos na minha adolescência, mas apesar da Diretora da Escola me chamar descaradamente de petista, o que pra ela significava o mesmo que baderneiro, eu nunca havia me filiado a partido algum até então.

    O episódio passou, mas a vontade de mudar o mundo nunca saiu do meu coração e aquela revolta deu origem a uma reação em cadeia que me levou a estar aqui hoje escrevendo essas linhas, formou o meu caráter e minha personalidade acida e tácita, me fez trilhar caminhos diferentes da maioria das pessoas que eu conheci, até que eu consegui, finalmente conciliar o meu verdadeiro querer com a minha real vocação, acalmando o meu coração com reflexos em toda a minha vida (Ocupação, Religião e Família) – depois falaremos mais sobre essa base tripartite.

    Quanto ao manifesto da minha adolescência, trago-a a tona hoje para identificar duas coisas distintas, mas que para algumas pessoas parecem a mesma coisa. O “real querer” e a “vontade transitória”.

    Antes de iniciar qualquer empreendimento, sugiro a você que está acompanhando essa série sobre empreendedorismo cultural a buscar em seu mais íntimo querer, o que realmente você deseja. Pergunte a si mesmo, faça-se um interrogatório e demore o tempo que precisar, mas descubra o que realmente te inspira. Comece, investigando o que você mais gosta de fazer e tente associar isso ao mercado de trabalho, busque o que tem a ver com a sua área de interesse. Lembre-se, tudo o que fazemos com amor e inspiração, fazemos melhor, e se fazemos bem, podemos ganhar dinheiro com isso.

    Esse é o primeiro exercício para você que acompanha essa coluna, acredita em mim e tem verdadeiro interesse em montar o seu próprio negócio. Não comece o seu negócio pelo o que dá mais dinheiro, esse é um erro fatal que te levará diretamente ao tédio, ao enfado e ao desinteresse do seu próprio negócio, culminando em muitas das vezes com a falência, ou quando nada, a uma vida infeliz e sem realizações que te engrandeça. Comece o seu negócio, investigando a si mesmo, buscando o seu verdadeiro interesse nas coisas, capacite-se nisso, seja o melhor que você conhece na realização disso e o dinheiro virá naturalmente a medida em que você se auto-realizar naquilo que faz de melhor e se sente plenamente feliz e capaz.

    Vou terminar a explanação de hoje com uma coletânea de frases de internet sobre esse seu primeiro passo. Isso pode servir de inspiração e te ajudar a começar uma nova trajetória. Lembrando que o objetivo dessa colagem é apenas servir como fonte de inspiração e não ser um compêndio ou algo parecido que sirva de referência de coisa alguma, portanto eu não saí conferindo se as referências estão corretas e nem me preocupei de colocar links pra nenhum lugar, pois o objetivo aqui passa longe da investigação.

    Como eu creio que a fé é essencial para uma vida plena, fico com a frase do pastor Luther King das que eu elegí pra hoje, escolha a sua também.

    Continuamos na próxima semana.

    Paz e sucesso, sempre!

    Frases retiradas da Inernet.

    – Se você acredita que pode, você tem razão. Se você acredita que não pode, também tem razão. (by Henry Ford).

    – Tente Mover o Mundo. O primeiro passo será mover a si mesmo. (By Platão).

    – O primeiro passo para atingir o sucesso é acreditar que ele é possível (by Evandro Almeida).

    – Nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a vitória é o desejo de vencer (by Mahatma Gandhi).

    – Acreditar que pode acontecer é o primeiro passo para algo ser realizado (sem referência de autoria).

    – Não espere o incentivo dos outros, o primeiro a acreditar no seu sonho tem que ser você! (sem referência de autoria).

    – Parei de esperar que deem o primeiro passo em minha direção, se quero, vou eu de encontro ao desejo (by Cristina Deutsch).

    – Não fique contando as prováveis dificuldades que vai encontrar, pois é possível que desista antes mesmo de começar… (sem referência de autor).

    – O primeiro passo para chegar em algum lugar é decidir que você não quer ficar mais onde está (sem referência de autora).

    – Quando o caminho a sua frente parecer longo e difícil, lembre-se: As mais longas trajetórias começam com um primeiro passo (sem referência de autoria).

    – Acreditar é o primeiro passo para fazer acontecer (sem referência de autoria).

    – Dê o primeiro passo na fé. Você não precisa ver a escada inteira. Apenas dê o primeiro passo. (by Martin Luther King Jr.).

    – O primeiro paso é sempre o mais difícil ( sem referência de autoria).

     

  • Sepe apoia participação dos Black Blocks nas manifestações

    Sepe apoia participação dos Black Blocks nas manifestações

    Uma matéria interessante que assisti no Terra TV que trago aqui hoje para a nossa reflexão diz respeito à criminalização dos Black Bloc nas manifestações do Rio de Janeiro. De forma geral, tanto o Estado, através de seu aparelho repressor, neste caso, a polícia, vem vandalizando os grupos e coletivos de manifestantes, quanto alguns agentes da imprensa.

    No caso da POLÍCIA: São usados ARMAS que eles consideram não letais contra pessoas civis desarmadas e nesse âmbito, o que os Black Block fazem é jogar de volta as bombas, jogar pedra em quem atira neles com as chamadas balas de borrachas e sprays de pimenta. Os policiais que sempre estão de armadura e capacete contra-atacam com mais tiros, bambas, cacetetes e outros equipamentos de repressão de massas organizadas e os manifestantes ainda foram proibidos, pelo judiciário, até mesmo de usarem máscaras de protesto no rosto que não protegem eles contra os tiros e os sprays da polícia.

    No caso da IMPRENSA: A maioria da nossa imprensa marrom, vandaliza os manifestantes jogando a opinião pública contra eles dizendo que eles promovem quebra-quebra, quando na verdade, já estamos cansados de saber que existem vários policiais disfarçados de manifestantes fazendo esse trabalho, os chamados P2 que de vez enquando são identificados pelos próprios manifestantes e entregues ao vivo via Midia Ninja e outros narradores independentes que acompanham esses eventos e transmitem ao vivo pela Internet; Internet esta que, aliás, têm mostrado uma programação infinitamente superior à da TV enganadora, repressora e manipuladora da opinião pública. Uma boa alternativa pra quem não quer ficar nas mãos desses farçantes!

    Os professores estão gratos pela ajuda recebida dos Black Blocks e reconhecem a legitimidade de seus atos, apesar de não aprovarem a depredação de patrimônios como forma de protestos, mas, a fala dos mestres oprimidos no sentido de fazerem uma frente de defesa dos professores nas próximas manifestações me faz pensar o seguinte:

    _ Será que teremos a criação de um Teacher Block ou Black Teacher?

    Pena que os filhos do Paes e do Cabral não estudam nas escolas públicas, senão eles rapidamente se preocupariam em resolverem mais esse problema da nossa educação.

    Por último, mas não menos importante, quero fazer uma proposta: Os políticos, de forma geral, deveriam ser obrigados por Lei a usarem todos os serviços públicos, sem excessão, inclusive os colégios e os hospitais públicos e não usarem planos de saúde e escolas particulares. Dessa forma, creio que teríamos menos problemas nessas e em outras áreas, além de refrescar bastante o orçamento dos 3 poderes.

    Até breve.

  • Sobre os 12 Beneficiados do Mensalão e a Legalidade do Estado.

    Sobre os 12 Beneficiados do Mensalão e a Legalidade do Estado.

    Por mais que eu tente, não consigo entender a lógica da legalidade no Estado Brasileiro. É impressionante como se consegue tirar elefantes de uma cartola quando o objetivo é armar mais uma pra salvar e livrar certos condenados poderosos da cadeia, ou então como se consegue resolver rapidamente processos, fazer Leis e outros bichos mais pra punir o cidadão comum que deseja exercer o seu direito constitucional de se manifestar.

    A condição atual do Estado brasileiro é de total falta de decoro em todas as esferas de poder e representatividades no âmbito do executivo, legislativo e judiciário. As vezes eu acordo pessimista demais pra acreditar em alguma mudança significativa, mas luto contra esse câncer da inércia, da estupidez e da selvageria fatalista e me imponho uma repreensão sistêmica para abafar o mal e resplandescer a confiança em dias melhores.

    Mas, confesso que em relação à luta intensa com o meu ser interior, no campo da minha própria subjetividade, as coisas são bem mais fáceis de serem resolvidas. Ao contrário da nossa política, que depende de acordos, conchavos, articulações e concessões. Talves a pior parte dessa merda toda seja simplesmente aquele grão de feijão que é retirado, lavado, temperado e colocado no nosso prato para que comamos, e quando alguém descobre que há algo de errado, só conta pra geral se não derem um cala a boca adequado pra ele.

    Se cada povo tem os governantes que merecem, talves sejamos um dos piores povos do planeta, porque dessa corja que aí está no poder, o mais limpo está todo cagado.

    Vou aproveitar para dar uma de mãe diná e fazer algumas previsões sobre esse novo processo do mensalão. Dos 12 condenados apenas 2 cumprirão as suas penas em regime fechado, no primeiro momento apenas. [isso porque eu sou otimista!]

    Não, eu não tenho bola de cristal, não sou cartomante, quiromante, vidente etc e tal, não sou mago, bruxo, pai de santo e não tenho o dom da adivinhação. Sou apenas um cidadão comum que está cansado de ver coisas parecidas acontecerem o tempo todo nesse país do jeitinho brasileiro. [Jeitinho brasileiro é o nome engraçadinho que damos para a nossa própria corrupção]

    Sou apenas mais um zé povinho prevendo o fim de mais um espetáculo circence, teatral, cinematográfico ou seja lá o que se queira chamar.

    Se toparem, podemos fazer até um bolão.

    Alguém se arrisca?

    Vai de brinde o video do João Revolta sobre o assunto, que eu garimpei no Youtube.

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  • Anonymous + Militância + Repressão = Revolução

    Anonymous + Militância + Repressão = Revolução

    Estou ouvindo muita gente desesperada pelo o que está acontecendo com o Brasil, e não vejo motivos para tanto desespero. A causa é simples, os motivos são simples e a ação é simples.

    Me parece que só depois do dia 17 de Junho de 2013 que a maioria esmagadora da população se deu conta da gravidade do que está acontecendo no país. E o Governo agora está desesperado porque não tem uma explicação plausível, segundo eles, para tanto alvoroço, tanta mobilização, tanta força popular. As direitas/esquerdas até agora sempre viram as redes sociais como uma rede de desocupados, que só querem se divertir um pouco mais sem riscos. Agora eles estão acordando para aquilo que parece ser mais uma revolução do que uma ferramenta. Dentre os motivos, a principal causa de desespero deles é a falta de bandeiras e uniformes de militância nas manifestações. Os partidos e sindicatos, treinaram muito até que dominaram de vez a técnica de fazer política pelas ferramentas antigas, mas, essa nova tecnologia, eles não entendem nada, até mesmo porque perderam o tempo precioso deles fazendo e aperfeiçoando os métodos políticos da antiga forma.

    Uma vez eu fui em uma palestra do Wladimir Palmeiras (líder da antiga passeata dos 100 mil) e ele falou sobre a aversão da juventude aos partidos políticos e da forma como eles fazem política, e disse que eles (os partidos) ainda precisavam aprender muito sobre essa nova forma dos jovens verem a política, porque os partidos estão sendo esvaziados em sua militância. Os jovens preferem discutir política usando a cultura que militando por uma causa partidária.

    Eu faço militância cultural e cibermilitância a muito tempo e sempre me perguntavam o que era essa tal de militância cultural, eu sempre respondi dessa forma: Usamos a arte para atrair a juventude para discutir políticas públicas, principalmente a da nossa cidade. E quando me perguntavam o que era cibermilitância eu sempre respondia: É usar a internet para disseminar, propagar e discutir a militância cultural, orientando e criando novas formas de ser, agir e pensar.Me parece que esse discurso havia ficado velho, ou desgastado quando ninguém mais falava de cibermilitância e somente algumas organizações ainda usavam o termo militância cultural, mas a grande maioria, mesmo sem saber não somente usava, como faziam e fazem, e usam, tanto uma quanto a outra formas organizativas. Aquilo que os partidos sempre temeram, na verdade é simplesmente o efeito castata de uma série de coisas que se unem formando uma coisa só enorme e plural.

    Cabe ressaltar aqui que existe ainda uma militância autônoma que sempre foi feita em relação a apropriação de tecnologias, uma militância autônoma e sem rosto, muitas vezes, uma militância que está presente no mundo dos hakers e crakers, que são anônimos e por isso podem ser desde um garoto que nem chegou a sua puberdade, até um engenheiro bem posicionado na vida, que pelo simples motivo de não concordar de que tudo no mundo sempre tem que ter um dono, militam anonimamente por um mundo mais justo e melhor. Essa é a militância dos Anonymous, que no início começa com poucas pessoas e que pelo seu caráter desbravador e tomado de uma forte compreenção daquilo que é e de onde quer chegar, é capaz de traçar linhas claras, definidas e complexas sobre as suas diferentes formas organizativas, e por isso se espalha pelo mundo todo. No mundo anonymous não há rostos, nem nomes, apenas uma ideologia e uma política de convivência pacífica e de respeito ao indivíduo, sem detrimento da causa coletiva. Não há liderança claramente definida, as idéias que se somam aos ideais o fazem pela simples conexão natural com o objetivo final e se molda numa idéia comum. Desta forma, a luta fica mais forte, porque os objetivos, a meta e as diretrizes são claras na cabeça de cada anonymous e não precisam, de todo, ser verbalizada, mas quando precisa, tudo bem também, ninguém fica chateadinho porque a sua idéia não foi posta em prática pelo coletivo, simplesmente porque ninguém vai saber que a idéia foi sua, dessa forma não há melindres. O melhor é que se pode colaborar, sendo ou não um anonymous, mas nunca as regras são burladas, ninguém fica sabendo quem é você. Por causa dessa característica, alguns ficam aterrorizados com a idéia de que pode haver um manipulador que está levando as pessoas a fazerem isso ou aqui, mas essa idéia é um medo, como aquele medo do desconhecido que todos os animais tem. Não se justifica a medida em que todos sabem qual é o alvo e quais são as metas.

    Pra quem não conhece é aterrorizante, confesso, eu mesmo me senti confuso e repleto de medos que foram se dissipando a medida em que os objetivos e metas se colocaram e ninguém impõe nada a ninguém, se quiser fazer, faça, caso contrário, tudo bem, se quiser ficar, fique, caso contrário, tudo bem também.

    Muitos jovens que estão hoje nas universidades, foram formados por instituições e militantes culturais individuais que sempre discutiram politica misturada com a arte. E essa forma de fazer política, sempre nos pareceu a melhor forma, pois algum dia, a força dessa inquietação que estava sendo passada e repassada para essa geração iria se manifestar, só não sabíamos como. Até que uma série de eventos emergiram e nos favoreceu de forma supreendente. A antiga forma organizativa dos estudantes que sempre mobilizaram o nosso país começa a se articular, os anonymous se juntam para divulgar e fomentar a discução, os militantes culturais e cibermilitantes de diferentes vertentes se juntam e formam um bloco mais ou menos coeso, até que vem o tiro no pé dos políticos ignorantes, que não sabiam e não sabem ainda com quem estão lidando, e reprime os manifestantes, pronto, foi essa a maravilhosa gota d’agua que estava faltando para que a sociedade se levantasse, e com ela a mídia (que também foi reprimida), as pessoas comuns começaram a se perguntar:“Porque eu estou apoiando uma ditadura disfarçada de democracia?”. Sim, se perguntaram, porque houve uma reflexão do seguinte ponto de vista: “Se eu não faço nada eu dou força pra quem reprime, além disso o meu filho, o meu irmão, o meu amigo, o meu parente está tomando porrada da polícia e eu ainda que não queira ir tomar porrada também, como posso ajudar?”. A resposta é óbvia, e então começaram os milhões de compartilhamentos, pelas redes sociais, principalmente o Facebook, por uma série de fatores que não é  motivo dessa reflexão, e o movimento que era de estudantes, começa a ser de uma Nação, e as demandas estudantis, dão lugar as demandas de um Povo que está de saco cheio da “Política do Pão e Circo” utilizada pelos Romanos a séculos atrás e que sempre foi utlizada pelos políticos brasileiros maximizados pela dobradinha: Assistencialismo vs Grandes Eventos (BolsaFamília vs CopaDoMundo etc).

    Tem muita coisa errada no Brasil, e é preciso uma força descomunal para parar essa roda que gira num efeito vicioso para que ela gire ao contrário naquele tão sonhado efeito virtuoso. Muita coisa ainda vai acontecer, estão chamando precipitadamente esse movimento de Revolta do Vinagre, pois eu digo que não se trata de revolta, mas sim de uma REVOLUÇÃO e não tem nada a ver com vinagre, essa é a REVOLUÇÃO DEMOCRÁTICA MODERNA.

    Tópicos interessantes relacionados:

    Um texto interessante de alunos sobre o Anonymous – http://tocqueville.richmond.edu/digitalamerica/?p=1942

    Sobre o Anonymous brasil – https://www.facebook.com/AnonymousBr4sil/info

    Uma reflexão séria de um dos maiores pensadores do Brasil – http://www.luizeduardosoares.com/?p=1098

    Texto original