Tag: Racismo

  • Quanto vale? [Dudu de Morro Agudo]

    Quanto vale? [Dudu de Morro Agudo]

    Desde que me entendo por gente que eles matam a gente
    Violência na terra, fruto de negligência
    Criminalizam o corpo preto historicamente
    Não tem massagem é uma passagem só de penitência

    Nessa viagem eu sou o personagem da resistência
    Porque eu vejo potência no jovem preto desse lugar
    Não vão calar a nossa voz enquanto houver pendência
    Seja qual for o caminho a gente vai cobrar

    A bala que acha se encaixa no corpo mais fraco
    Se aloja na cor do Brasil
    A farda que mata procura o corpo do pardo
    Apaga uma história infantil
    Acorda!!! Amarraram mais quatro
    Pagaram o pato na cidade sem lei
    A corda burguesa que enforca o sonho do pobre
    Balança o filho do rei

    Quanto vale a vida? (Desse lado de cá!)
    Quanto custa a morte? (e quem pode pagar?)
    Segurança pública (Sangue de preto no chão)
    Segurança pública (Corpo preto na prisão)

    Essa violência é tanta e essa negligência espanta
    Tombamos como peças de dominós
    Nesse jogo aqui não tem mão santa
    Nosso grito entala na garganta
    Mas não afeta a esperança
    De nós em nós

    Ná ná ná ná ná ná (scratch)
    Ná ná ná ná ná ná (scratch)
    Segurança pública
    Segurança pública

    Quanto vale a vida? (Desse lado de cá!)
    Quanto custa a morte? (e quem pode pagar?)
    Segurança pública (Sangue de preto no chão)
    Segurança pública (Corpo preto na prisão)

  • Do microfone à militância: Hip Hop contra o PL dos estupradores

    Do microfone à militância: Hip Hop contra o PL dos estupradores

    Como a cultura Hip Hop se posiciona contra a criminalização do aborto e defende os direitos das mulheres em um contexto de crescente conservadorismo no legislativo.

    A aprovação relâmpago da urgência do Projeto de Lei 1904/2024, que equipara o aborto em certas circunstâncias ao homicídio, provocou um intenso debate no Brasil.

    Esse projeto, se aprovado, aumentará drasticamente as penas para médicos e mulheres envolvidas em abortos que não sejam em casos de anencefalia, tratando essas ações com a mesma severidade de homicídios. A votação foi marcada por controvérsias, com acusações de irregularidades no processo legislativo e protestos de parlamentares da oposição.

    O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), autor do projeto, contou com o apoio da bancada evangélica para impulsionar a proposta. Caso aprovado, ele vai alterar quatro artigos do Código Penal, transformando atos que atualmente não são crimes ou têm penas menores em crimes com punições severas, de seis a 20 anos de prisão.

    O presidente Lula criticou duramente o projeto, chamando-o de “insanidade”. Ele ressaltou a incoerência de punir uma mulher estuprada que realiza um aborto com uma pena maior do que a aplicada ao estuprador. “Eu sou contra o aborto. Entretanto, como o aborto é a realidade, a gente precisa tratar o aborto como questão de saúde pública. Eu acho que é insanidade alguém querer punir uma mulher numa pena maior do que o criminoso que fez o estupro. É no mínimo uma insanidade isso”, disse Lula.

    O deputado Max Maciel, do PSOL de Brasília, criticou duramente o “PL dos Estupradores”, destacando que a proposta não contribui para o combate à violência contra a mulher, mas sim para a sua criminalização. “O Brasil sempre inova e traz coisas que às vezes nem imaginaríamos”, disse.

    Maciel argumentou que o projeto de lei, ao invés de focar na identificação e punição dos agressores, acaba por punir as vítimas, destacando que muitas mulheres já enfrentam dificuldades em acessar o aborto legal e sofrem hostilidade. “Essa pauta moral conservadora não traz benefício nenhum para a sociedade. Esse não é um Brasil em que podemos acreditar“, concluiu.

    Este posicionamento reforça a necessidade de tratar o aborto como uma questão de saúde pública, refletindo a opinião de 87% dos brasileiros que acreditam que mulheres vítimas de estupro devem ter a opção de abortar, segundo pesquisa do Instituto Patrícia Galvão e Locomotiva.

    O papel do Hip Hop

    O Hip Hop brasileiro tem um histórico de se engajar em questões sociais e políticas, e a questão do aborto não é exceção. Em 2005, o projeto “Hip Hop Mandando Fechado em Saúde e Sexualidade” reuniu diversas lideranças do movimento para discutir os direitos reprodutivos das mulheres. Por meio do RAP, o projeto buscou introduzir reflexões sobre aborto, interferência religiosa, gravidez na adolescência e violência de gênero e sexual.

    Esse projeto, dirigido por mim, resultou em um álbum com 10 músicas, assinado por importantes produtores musicais da cena. Duas composições deste álbum merecem destaque pela forma como abordam o tema do aborto.

    Quem paga por isso?

    A canção “Quem Paga Por Isso?” de Cacau Amaral, Negra Rô, Mad e Paulinho Shock, critica as desigualdades sociais e raciais no acesso ao aborto seguro e legal.

    A letra destaca a realidade enfrentada por mulheres negras e pobres, enfatizando a necessidade urgente de mudanças nas políticas públicas.
    A narrativa contrasta as experiências de duas mulheres, Maria e Mariana, ilustrando a desigualdade social. Enquanto Mariana, de classe média, tem acesso a métodos seguros, Maria enfrenta condições precárias e perigosas. A música critica os governantes e o sistema de saúde pela falta de apoio institucional para essas mulheres.

    Relato

    A composição “Relato” de Rúbia Fraga (RPW) e Tyeli Santos narra o sofrimento de uma mulher que enfrenta as consequências de um aborto clandestino. A letra critica o sistema de saúde e a sociedade por sua falta de empatia e suporte às mulheres em situações vulneráveis, além de questionar o papel da igreja e do Estado na garantia dos direitos das mulheres.

    A música aborda a influência da religião e a culpa religiosa, destacando a pressão moral imposta pelas doutrinas religiosas. “Relato” levanta questões críticas sobre julgamento, culpa, direitos das mulheres e a responsabilidade do Estado e da religião em assegurar o bem-estar e a dignidade das pessoas.

    Desafio do Hip Hop em um cenário conservador

    Embora o Hip Hop historicamente tenha sido uma voz poderosa de resistência e conscientização, parte do movimento atual tem se mostrado conservadora e inerte diante dessas questões. No entanto, figuras influentes continuam a usar suas plataformas para se posicionar contra o PL dos Estupradores, defendendo a liberdade e os direitos das mulheres. Filipe Ret usou suas redes para se posicionar contra o PL dos Estupradores, defendendo a liberdade e os direitos das mulheres.

    Flávia Souza, atriz, diretora e rapper do Rio de Janeiro, critica duramente a hipocrisia em torno do debate sobre o aborto.

    “Esses caras aí que se dizem contra o aborto, quando é com as suas filhas, eles vão lá, fazem aborto num bom hospital, seguro e fica tudo bem. Quem mais sofre são as meninas e as mulheres negras, a população pobre, que é a maioria, a população negra, a gente não tem como negar isso. E mais, a gente sabe que é a mulher negra que é assediada até por ter um corpo mais volumoso. A gente já é assediada desde os cinco, sete anos, até por uma questão de uma estrutura de um país racista, que vê o corpo da mulher negra como um objeto de desejo. Então eu acho um absurdo essa PL. Quem acaba sendo criminalizada é a menina, que pode acabar sendo presa no lugar do estuprador e tendo que conviver com uma situação (de gravidez) que não cabe pela questão da idade. Então eu acho muito absurdo e bato na tecla que quem paga é a gente: a mulher.”

    Elza Cohen, fotógrafa, artista visual e ativista na cultura Hip Hop, também se posiciona contra o projeto de lei, destacando seu impacto desproporcional nas populações vulneráveis.

    “Nós mulheres não podemos aceitar esse passo atrás dessa PL do absurdo! Essa PL é criminosa e representa mais uma violência contra as mulheres e meninas. E o alvo maior já sabemos que são as meninas pobres, negras e indígenas. É um projeto que criminaliza meninas menores de idade, enquanto protege o estuprador, isso é repugnante! Quando nós mulheres, deveríamos estar lutando por mais direitos na sociedade, agora temos que lutar para parar esse retrocesso? Criança não é mãe, estuprador não é pai. Liberdade para as mulheres e meninas.”

    Claudia Maciel, da Construção Nacional do Hip-Hop, enfatiza a necessidade de acolhimento e não-criminalização das vítimas.

    ”Em um contexto em que se pretende equiparar o aborto a um crime de homicídio punindo meninas, adolescentes e mulheres que em sua maioria são negras, e que, a pena pela interrupção da gravidez é maior que a do estuprador, o Mulherismo AfriKana, as mulheres negras do Hip Hop compreendem que essas vítimas precisam ser acolhidas, escutadas e não-criminalizadas.”

    Gil Souza, editor do site Hip-Hop Bocada Forte, também expressa sua indignação.

    “Sou totalmente contra a PL, ela é um absurdo. É mais uma violência que se baseia no fundamentalismo religioso de pessoas que se dizem ‘cristãs’.”

    Enquanto a luta pela descriminalização do aborto e pela proteção dos direitos reprodutivos das mulheres continua, a cultura Hip Hop tem o potencial de ser uma poderosa ferramenta de resistência e conscientização, capaz de influenciar mudanças significativas na sociedade. Esta é uma causa que merece o apoio contínuo e a voz forte da cultura Hip Hop.

    Referências Bibliográficas:
    1. Projeto Hip Hop Mandando Fechado em Saúde e Sexualidade (CEMINA, REDEH e Secretária Especial de Políticas para as Mulheres – SPM).
    https://open.spotify.com/intl-pt/album/6grLeAELpt482Chl2Cizq9?si=k5x_z3gvSMCydEaOrE Geyg
    2. Percepções sobre direito ao aborto em caso de estupro (Locomotiva / Instituto Patrícia Galvão, março de 2022).
    https://assets-institucional-ipg.sfo2.digitaloceanspaces.com/2022/03/IPatriciGalvao_Locomot ivaPesquisaDireitoobortoemCasodeEstuproMarco2022.pdf
    3. PL 1904/2024 – Projeto que equipara aborto de gestação acima de 22 semanas a homicídio.
    https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=2425262&filenam e=PL%201904/2024

  • A Cultura Hip Hop apresenta: Diversidade Feminina

    A Cultura Hip Hop apresenta: Diversidade Feminina

    Inspirados pelo movimento do Rio de Janeiro, o Coletivo Vozes da Rua, junto à Comissão de Relações Étnico-Raciais (CRER), do Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais (CRP-MG subsede sudeste), e ao Kitembo, Laboratório de Estudos da Subjetivdade e Cultura Afro-Brasileira da Universidade Federal Fluminense (UFF), se insere no cronograma de atividades dos “21 Dias de Ativismo Contra o Racismo” e convida toda a população de Juiz de Fora e região, especialmente do bairro Santa Cândida, para conhecer, refletir e debater a DIVERSIDADE FEMININA NEGRA E PERIFÉRICA.

    As atividades previstas no evento são:

    • Lançamento dos livros “Lelia González: Primavera Para Rosas Negras” e “Beatriz Nascimento Quilombola e Intelectual: Possibilidade nos dias de destruição”, ambos organizados e editados pela União dos Coletivos Pan-Africanistas (UCPA);
    • Exibição do documentário “Ori”, de Raquel Gerber (com pesquisa e narração da intelectual Beatriz Nascimento);
    • Roda de conversa com a participação de mulheres negras influentes na cultura e na academia e demais mulheres ligadas à comunidade do bairro. A ideia é fazer a troca de conhecimentos e saberes distintos sobre a diversidade feminina, principalmente negra e periférica;

    Convidados:

    • Coletivo Ocupa Alemão: Favela/Quilombo (Complexo do Alemão/RJ)
    • União dos Coletivos Pan Africanistas (SP)
    • Lu Bsbgirl (Campinas/SP)
    • Jornalista Sandra Martins (UFRJ– Niterói/RJ)
    • Professora Claudia Lanhi (FACOM/UFJF)
    • Professora Daniela Auad (FACED/UFJF)
    • Além, é claro, dos membros do Coletivo Vozes da Rua, da Comissão Relações Étnico-Raciais na Psicologia Sudeste/CRP-MG e do KITEMBO.

    SERVIÇO

    DIA: 23 de março de 2019
    HORÁRIO: 15h
    LOCAL: Rua Jorge Raimundo, número 531, São Benedito, Juiz de Fora/MG (Escola Municipal Santa Cândida)
    LINHAS DE ÔNIBUS: 422 (desce no ponto final) e 411
    Evento no facebook: https://web.facebook.com/events/1150724725106076

  • A estória das pessoas vai fazer uma reflexão

    A estória das pessoas vai fazer uma reflexão

    Enquanto penso no que escrevo ouço sons de armamento pesado passando por minha janela. Parece ao leitor que escrevo uma obra de ficção, mas não, essa é a realidade dos meus dias nos últimos anos de minha vida. Não sei se escrevo baseado no que estudei até aqui ou apenas descrevo o que observo em meu cotidiano. Talvez faça os dois.

    A História tem juntamente com a Geografia me sustentado financeiramente nos recentes anos de minha carreira como professor. No último voo mais alto escrevi um capítulo inteiro sobre “A escravidão moderna”, tema que muito me chama a atenção e que venho pesquisando cotidianamente. Observo que por ser muito incômodo para boa parcela das pessoas a provocação sobre o modelo de vida que hoje levamos é uma interminável fonte de discussões acaloradas, mesmo entre familiares e amigos mais próximos.
    Afinal, a escravidão acabou?

    Muitos autores e amigos escrevem ou falam em suas aulas sobre o que seria a escravidão. Me dou ao direito de escolher algumas obras para embasar essa prosa de maneira mais simples e objetiva visando o fomento e não o engodo de uma boa conversa que possa ser proferida na mesa de um pé sujo ou no auditório da universidade. A fala acadêmica não me seduz nessa perspectiva, mas sim o saber expressado pelo pescador, como sugeria meu antigo professor Jorge Luiz Barbosa, quando eu era aluno da UFF.

    Lendo o professor Joel Rufino dos Santos aprendi a situar algumas coisas básicas que não organizava em minha cabeça. Compreendi que o Movimento negro sempre existiu desde que o sistema de Raças foi ideologicamente instituído para que ocorresse a vantagem obviamente financeira do sistema dominante vigente. Foram e são do movimento todos os que lutam pelo fim do racismo, como clubes sociais, sociedades secretas, quilombos, terreiros, os que lutaram pela abolição, os que lutaram contra senhores de escravos e feitores, contra os pombeiros e tumbeiros, todos esses, mantém o mais longo movimento social do país, o mais ativo, nem sempre tão organizado, mas nos últimos anos o mais combatido ao meu ver.

    77% dos jovens de 15 até 29 anos mortos no território nacional são pretos

    Afinal, o racismo é uma problemática muito naturalizada no Brasil. Alguns afirmam que ele não existe, outros acham que ele existe mas é um problema menor frente a pobreza e fraqueza de infraestrutura a qual a população mais pobre carece. Hoje no país de acordo com a Anistia internacional, 77% dos jovens de 15 até 29 anos mortos no território nacional são pretos, um genocídio incessante e lucrativo aos senhores de engenho contemporâneos com sua continuada “Guerra às drogas” iniciada na América do norte e espalhada por todo o longínquo continente norte-sul. Quando levantado numa conversa, o racismo logo é tido como um “Exagero” por algum participante, mesmo que de maneira introspectiva, velada, mutilada, mas sempre constante.

    Ser escravo no Brasil sempre foi ser uma mercadoria, um animal ou objeto de uso privado. Tudo constando em lei, legitimado pelo poder público e em épocas pretéritas pela igreja predominante. Aliás, ambas as instituições se prevaleceram da venda desta “mercadoria” através de impostos e ajudas em suas festas e afins. A divisão por classes sempre favoreceu aos que são complacentes com o dominador. O termo escravo foi mais brando em todo o mundo, exceto aqui. Aqui a relação foi mais brutal, o trabalho nas lavouras das grandes commodities exigia um sistema de torturas mais efetivo do que onde apenas havia a escravidão doméstica, em menor escala. Aqui o grande empreendimento necessitou de muita mão de obra, muitos instrumentos de tortura para uma massa gigantesca de escravizados, uma economia baseada em escravos. “Fosse comprado aos 15, morreria, provavelmente antes dos 30” , cita o professor Joel em “Nação Quilombo”, escrito em parceria com Nei Lopes e Haroldo Costa.

    O padre Antonio Vieira no século XVII já naturalizava e regulamentava a tortura submetida ao trabalhador escravo como sendo “uma fortuna…conformidade e imitação de divindade e semelhança” ao que sofrera Jesus Cristo, a fim de dignificar o trabalho. O que hoje nos parece hediondo também pareceu para alguns progressistas de outrora, mas se manteve como muitos outros problemas socioeconômicos de sempre.

    Logo o racismo é um dos artifícios para mantermos no Brasil o que temos de pior em termos econômicos. Ele mantém a desigualdade de classes em níveis cada dia mais absurdos com a ajuda de um Estado que sempre prezou em tirar dos mais pobres e dar aos mais ricos. A concentração de renda se faz presente com a ajuda de truques como a já citada “Guerra às drogas” onde a maior parcela de encarcerados e mortos é preto, nos “subempregos”, na educação pública deficiente, nos serviços de saúde precários, e em outros muitos espaços onde o preto não é convidado a entrar.

    E pra você, a escravidão acabou?

  • Resistência e empoderamento negro contra o racismo estrutural

    Resistência e empoderamento negro contra o racismo estrutural

    Há uma enorme crescente de debates sobre discriminação racial visto que por meio da internet os negros sofrem ainda mais preconceito e, graças a mesma, se unem, resistem e empoderam para que sejam feitas denúncias e os responsáveis pelos atos criminosos sejam devidamente punidos.

    No último ano houveram inúmeros acontecimentos que viralizaram com pessoas de diferentes classes, idades e nacionalidades. O que mostra que o racismo não é exclusivo de um povo ou de um só lugar, e sim historicamente do ser humano. Existem diversos casos conhecidos de segregação racial como o apartheid, nazismo e até mesmo a colonização do Brasil. Com isso conclui-se que está impregnado na sociedade a ponto das pessoas os encararem como um ato normal, decorrente do dia-a-dia.

    Pesquisas apontam que no Brasil, aproximadamente, 82 jovens são mortos diariamente, entre eles 77% são negros periféricos. Mesmo que ONG’s e Instituições busquem formas de mudar tais estatísticas, o jovem negro continua sendo vítima do genocídio que acontece nas favelas.
    É comum percebê-los sendo ligados à prática de bandidagem, pobreza, de forma pejorativa e com ar de inferioridade. No geral ainda há um espanto ao vê-los em meio a classe dominante como presidentes, protagonistas e de forma heroica.

    Por isso, apesar da notória evolução na conscientização humana, ainda há uma forte discriminação racial e a melhor forma de disseminá-la é acabando com a segregação socioespacial, política e cultural socialmente existentes, proporcionando protagonismo a fim de levar representatividade aos negros de todos os lugares.

     

  • Primeira sessão do Cine Tela Preta no Espaço Enraizados exibe o filme ‘Quanto vale ou é por quilo?’

    Primeira sessão do Cine Tela Preta no Espaço Enraizados exibe o filme ‘Quanto vale ou é por quilo?’

    Uma terça-feira quente. Dudu de Morro Agudo, Samuca Azevedo e Luiz Claudio conversam sobre como será o primeiro dia da sessão do Cine Tela Preta no Espaço Enraizados. Todos esperam cerca de 20 pessoas para assistir ao filme ‘Quanto vale ou é por quilo’.

    Dudu de Morro Agudo é o único que ainda não assistiu, pois quer ver junto com o restante do pessoal, mas Samuca e Luiz já assistiram, mas estão ansiosos para ver novamente.

    Às 18 horas eles começaram a arrumar as coisas para receber a galera. Dudu de Morro Agudo e Samuca foram buscar o telão e o projetor num bairro vizinho e chegaram perto das 19 horas e já começaram a instalar os equipamentos.

    Logo depois chega Antônio Feitoza e Cleber Gonçalves, que comprou salgados e refrigerantes pra galera.

    Estava tudo pronto e então as pessoas foram chegando. 15 pessoas no total.

    Luiz Claudio começou a apresentar o projeto e logo depois o filme começou a ser exibido.

    Silêncio total. Foram quase duas horas de filme num silêncio ensurdecedor.

    Assim que o filme terminou, Dudu de Morro Agudo deu o sinal para o Cleber Gonçalves assumir a liderança e tomar o papel de provocador, e assim foi. Aconteceu um bate papo muito interessante e intenso sobre os diversos pontos polêmicos do filme e abriram precedente para discussão sobre racismo, sistema econômico e político, classes sociais, SUS, etc…

    Já eram 23 horas quando todos deixaram o Espaço Enraizados com a cabeça fervilhando e já contando os dias para a próxima sessão.

    O Cine Tela Preta é um projeto do Instituto Enraizados que faz parte de um programa de formação política e cidadã.

    GALERIA

  • Coitada da minha filha

    Coitada da minha filha

    Vejo muitos embates a respeito da “solidão da mulher preta”. Não seriam estes alguns dos motivos para tal?

    01 – Homens pretos [tais quais as mulheres] crescem sem referencial, e geralmente preferem relacionar-se afetivamente com mulheres brancas.
    o2 – Homens brancos não querem compromisso com mulheres pretas.
    03 – Segundo dados do IBGE de 2014 existem 6,3 milhões de mulheres a mais do que homens.
    04 – Segundo a CPI do senado sobre o assassinato de jovens de 2016, morrem 63 jovens pretos por dia no Brasil [entre 15 e 29 anos].
    05 – Segundo o documentário “Olhos Azuis”, da professora e socióloga norte americana Jane Elliot, homens pretos morrem por várias doenças decorrentes do estresse traumático ocasionado pelo racismo.
    06 – Segundo dados do IBGE de 2013 a expectativa de vida das mulheres brasileiras é 7,3 anos maior que a dos homens.

    Ou seja:
    · Nascem mais mulheres que homens e ainda vivem mais.
    · Os efeitos do racismo nos leva a predileção por brancos [as].
    · Além das “mortes naturais” do homem preto causadas pelo racismo, morrem anualmente mais 23.100 assassinados [apenas jovens].

    Daqui a 20 anos haverá 462.000 homens pretos a menos

    Isto explicaria [em parte] a “solidão da mulher preta”, ou não?
    Matematicamente, posso afirmar que daqui a 20 anos [se nada mudar] haverá em média 462.000 homens pretos a menos disponível para um relacionamento.
    Coitada da minha filha que estará com 26 anos!

    Agradecimento as irmãs pretas que opinarão quando eu estava construindo esse texto.

  • Veja o que Akon fez com o racista que o jogou uma banana

    Veja o que Akon fez com o racista que o jogou uma banana

    Um vídeo em que o rapper Akon joga um racista de cima do palco viralizou rapidamente na internet.

    Aqui no Brasil quando um jogador de futebol é ofendido em pleno campo, a justiça demora a ser feita, e quase sempre o culpado paga meia dúzia de cestas-básicas e fica liberado pra praticar o ato racista novamente.

    Já com o rapper Akon, que não tem a “cordialidade” brasileira, o buraco é bem mais embaixo, ele costuma educar os racistas de uma forma diferente e como ele mesmo diz: – “Ei velho, você cometeu um grande erro!!!”

  • Spike Lee boicota Oscar por falta de negros indicados

    Spike Lee boicota Oscar por falta de negros indicados

    Pelo segundo ano consecutivo não há atores negros indicados ao Oscar, um prêmio entregue anualmente pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, em Los Angeles, nos EUA, que acontecerá este ano no dia 28 de fevereiro.

    Dois anos sem a indicação de atores negros, significa 40 atores brancos indicados. Isso foi a gota d’água para o diretor Spike Lee, que se pronunciou nas redes sociais: – “Como pode em dois anos consecutivos todos os 20 indicados nas categorias de atuação serem brancos? E nem vamos falar das outras categorias. Nós não podemos atuar? Que porra é essa?”.

    O comunicado de Spike foi divulgado no mesmo dia em que os Estados Unidos lembram o nascimento de Martin Luther King, em um feriado nacional em homenagem ao mais importante líder da luta pelos direitos civis no país.

    “Dr. [Martin Luther] King disse: ‘Chega um momento em que você deve tomar uma posição que não é nem segura, política ou popular, mas deve tomá-la porque a consciência lhe diz que está certa”, continuou Lee em seu post no Instagram.

    Faz questão também de afirmar que em momento algum quis desrespeitar o apresentador Chris Rock, o produtor Reggie Hudlin, a presidente Cheryl Boone Isaacs e a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, com sua posição, mas é preciso se posicionar em uma situação como esta, pois não é possível, pelo segundo ano consecutivo, todos os 20 candidatos na categoria de ator serem brancos.

    Lee ainda comenta que o problema começa nos escritórios executivos dos estúdios de Hollywood, e cutuca:

    – “É mais fácil para um afro-americano ser presidente dos Estados Unidos do que presidente de um estúdio de Hollywood”.

    Mais diversidade em Hollywood.

    Fontes:
    UOL e Agência Brasil

     

  • Artistas se unem contra o Racismo em Nova Iguaçu

    Artistas se unem contra o Racismo em Nova Iguaçu

    Durante a 7ª Conferência de Cultura de Nova Iguaçu, o ator e doutorando em educação pela UERJ, Marcos Serra, foi o personagem de um episódio que chocou toda a classe artística da cidade. O ator, negro, de dreadlocks, foi chamado de rato e favelado, pela funcionária da Subsecretaria dos Conselhos, Raissa Rocha, que também, por incrível que pareça, é vice-presidente do COMDEDINI – Conselho Municipal de Defesa do Direito do Negro, de Nova Iguaçu.

    Marcos Serra organizou, junto com outros artistas e militantes da cidade, um ato contra o racismo, no paço da prefeitura da cidade. Cerca de 60 pessoas se reuniram pedindo uma retratação pública por parte da prefeitura e a exoneração da funcionária.