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  • Em memória e renovação, Vanessa Campos lança canção “Folha Seca” com voz de Felipe Silva Zion

    Em memória e renovação, Vanessa Campos lança canção “Folha Seca” com voz de Felipe Silva Zion

    Single póstumo de Felipe Silva Zion ganha vida com inteligência artificial e produção colaborativa, destacando a conexão profunda entre ciclos da natureza e o legado do reggae

    A cantora brasiliense Vanessa Campos, inspirada por influências do reggae e MPB, acaba de lançar seu segundo single, “Folha Seca”, uma canção inédita criada em parceria com Felipe Silva Zion, ícone do reggae brasileiro, falecido em 2019. Com produção musical de Miguel Bittencourt, e direção do DJ Fábio ACM, a música utilizou inteligência artificial para isolar e tratar a voz de Felipe, proporcionando uma conexão póstuma que amplia o legado do cantor.

    Assista ao videoclipe "Reflexões que ainda me tiram o sono".

    Para Vanessa, que tem uma forte ligação com a cena musical de Brasília e integrou o grupo cultural Batalá, “Folha Seca” se tornou uma experiência profunda desde o primeiro contato. Ela conta que recebeu uma versão inicial da música em voz e violão pelos DJs Fábio ACM e Lázaro Peloggio, grandes amigos de Felipe Silva. “Recebi uma versão de ‘Folha Seca’ em voz e violão através dos DJs Fábio ACM e Lázaro Peloggio, grandes amigos do Felipe Silva. Desde a primeira vez que ouvi, a música ficou comigo. Eu cantava ‘Folha Seca’ o tempo todo — em casa, dirigindo… Foi então que o Fábio sugeriu lançá-la oficialmente. Nunca tive a chance de conhecer o Felipe, mas toda a sua obra, desde os tempos do Monte Zion, me encanta e está sempre nas minhas playlists. ‘Folha Seca’ traz uma mensagem
    profunda sobre os ciclos da vida e o poder da renovação.”

    O papel da inteligência artificial

    Inspirados pelo recente lançamento dos Beatles, “Now and Then”, que utilizou inteligência artificial para resgatar a voz de John Lennon, a equipe de produção decidiu aplicar a mesma tecnologia para recuperar e tratar a voz de Felipe Silva Zion. O resultado traz uma autenticidade que emociona os fãs e permite que a essência de Felipe seja sentida em cada nota. DJ Fábio ACM compartilhou sobre o processo: “Assim como os Beatles fizeram, usamos técnicas de inteligência artificial para isolar e tratar a voz do Felipe. Decidi confiar a produção musical ao Miguel Bittencourt, que foi produtor do Felipe na época de sua morte, com a certeza de que ele entregaria um resultado fiel ao que Felipe desejaria. Miguel integrou a voz do Felipe de forma brilhante nos novos arranjos, e o resultado ficou incrível. Também convidamos Bruno Ras para gravar guitarras, teclados e back-vocais. Bruno foi membro da banda Monte Zion, fundada por Felipe e André Jamaica no final dos anos 90, no Rio de Janeiro.”

    Folha Seca: uma poesia sobre os ciclos da vida

    “Folha Seca” é uma canção introspectiva que aborda temas como renovação e transformação. A composição de Felipe utiliza a metáfora da natureza para simbolizar os ciclos de vida e mudança. No refrão, “Vento leva a folha seca / Ele sopra e ela vai”, a folha seca simboliza aquilo que é deixado para trás, enquanto o vento, com sua força transformadora, carrega consigo a promessa de novos começos. A letra ressalta que, embora a folha seca represente o final de um ciclo, o vento também leva a semente, que será plantada em outro lugar, simbolizando acontinuidade e o potencial de renascimento.

    A primeira estrofe, que fala sobre a folha verde ainda firme em seu galho, representa resistência e vitalidade. A folha verde oferece sombra e cura, uma figura de proteção e conexão entre humanos e natureza. Esse ciclo de renovação é intensificado pelo verso “Viva a fotossíntese, eu te dou ar”, reforçando a importância vital da natureza.

    Na segunda parte da letra, o vento ganha um papel ativo e dinâmico: ele move as árvores, traz a chuva e renova a paisagem, simbolizando a força de transformação e equilíbrio na natureza. O tom final da canção se ilumina com uma nota de celebração à vida, falando de um novo ciclo de felicidade com o nascimento de uma criança. Vanessa comenta que “Folha Seca” transmite uma mensagem positiva sobre o poder dos ciclos e da renovação, convidando o ouvinte a refletir sobre o equilíbrio da natureza e as lições que podemos tirar dela.

    Produção musical e sonoridade

    A produção de “Folha Seca” é marcada pela presença do reggae, estilo que sempre acompanhou tanto Felipe Silva quanto Vanessa Campos. O produtor Miguel Bittencourt, que colaborou com Felipe em vida, conseguiu dar à canção uma base harmônica rica e envolvente, preservando a essência do reggae raiz e explorando arranjos contemplativos. Além disso, Bruno Ras, antigo integrante da banda Monte Zion, adiciona camadas instrumentais com guitarras, teclados e back-vocais que enriquecem a atmosfera poética da música. A direção musical de DJ Fábio ACM, combinada com a experiência de Bittencourt, cria uma estética sonora única que complementa a letra profundamente simbólica de Felipe.

    DJ Fabio ACM, Felipe SIlva Zion e Lazaro Peloggio

    O legado de Felipe Silva Zion

    Nascido na Rocinha, no Rio de Janeiro, Felipe Silva Zion foi um dos grandes nomes do reggae brasileiro, admirado por sua conexão espiritual com a música e pelo impacto social de suas letras. Inspirado por Bob Marley e pela filosofia Rastafari, Felipe via o reggae como uma ferramenta de conscientização e transformação. Ele colaborou com artistas de renome internacional, como Pato Banton e Andrew Tosh, e foi o fundador da banda Monte Zion, junto a André Jamaica, nos anos 90.

    A morte de Felipe, em 2019, foi um choque para a cena reggae, mas seu legado continua vivo graças a suas gravações e ao trabalho dedicado de seus amigos e familiares. Bittencourt, que preserva o acervo musical do cantor, garante que as futuras gerações, incluindo o filho de Felipe, Inti, possam usufruir desse tesouro artístico.

    Disponível nas plataformas digitais

    O single “Folha Seca” já está disponível nas principais plataformas de streaming. Vanessa Campos e a equipe de produção esperam que a canção, com sua mensagem atemporal e profundamente humana, toque os corações dos ouvintes e leve adiante o legado de Felipe Silva Zion. Para aqueles que desejam explorar mais o trabalho de Vanessa e revisitar a obra de Felipe, “Folha Seca” é uma oportunidade única de ouvir uma colaboração inédita que conecta a sensibilidade dos dois artistas.

    Escute “Folha Seca” nas plataformas digitais:

    ● Spotify:
    https://open.spotify.com/intl-pt/album/5bzjnpwZgmtLclUjEannww
    ● You Tube:
    https://www.youtube.com/watch?v=UECNlJLXLWE
    ● Deezer:
    https://www.deezer.com/br/album/654889931
    ● Apple Music:
    https://music.apple.com/br/album/folha-seca-single/1773305138
    ● Amazon Music:
    https://music.amazon.com/tracks/B0DJTG22CR?marketplaceId=ART4WZ8MWBX2Y&musicTerritory=BR&ref=dm_sh_iiZwOPuIT5mmztT7U56k7ms3F

    “Folha Seca” é um presente ao reggae e uma homenagem a Felipe Silva Zion, trazendo à tona sua essência artística e sua visão sobre vida, natureza e renovação, em uma jornada musical que resgata o passado e celebra a continuidade.

  • De Kingston para o mundo: a trajetória do Studio One e o nascimento do reggae 

    De Kingston para o mundo: a trajetória do Studio One e o nascimento do reggae 

    Como o Studio One, sob a liderança de Clement “Coxsone” Dodd, moldou o panorama musical da Jamaica, transformando uma ilha recém-independente na capital mundial do reggae.

    O surgimento de uma nação e o despertar cultural

    No início dos anos 1950, Jamaica ainda era uma colônia britânica, conhecida principalmente por suas plantações de açúcar e seu papel no comércio do Caribe. Após a Segunda Guerra Mundial, a ilha começou a atrair turistas de elite, com sua exuberante costa e hotéis de luxo como Round Hill e Tower Isle. As praias paradisíacas de Montego Bay e Ocho Rios transformaram a ilha em um refúgio tropical desejado.

    No entanto, ao mesmo tempo que o turismo prosperava, Kingston, a capital da ilha, fervilhava com a energia criativa que logo mudaria o cenário cultural global. Em 6 de agosto de 1962, a Jamaica conquistou sua independência do Reino Unido. A celebração foi marcada pela visita da Princesa Margaret, representando a Rainha Elizabeth, e pelo entusiasmo de uma população ansiosa por definir seu destino.

    Sir William Bustamante, o primeiro-ministro, liderou o país em uma nova era de autogoverno. Com uma economia relativamente estável, a Jamaica se preparava para enfrentar os desafios e
    oportunidades que a independência traria.

    No entanto, a verdadeira revolução jamaicana não foi apenas política – foi cultural. Nas ruas de Kingston, uma geração de jovens começava a moldar uma identidade musical única que,
    em poucas décadas, dominaria o mundo.

    A verdadeira revolução jamaicana não foi apenas política – foi cultural.

    O cenário musical em transformação

    Nos anos 1950, o gosto musical da Jamaica estava em transição. A música tradicional, como o mento e o calipso, não conquistava o público local. Em vez disso, os jamaicanos eram atraídos pelo som vibrante do R&B e do boogie-woogie norte-americano, com artistas como Louis Jordan e Fats Domino dominando as pistas de dança. As grandes festas de Kingston, conhecidas como sound systems, eram o centro da vida noturna, e foi nesse ambiente que surgiu um dos maiores pioneiros da música jamaicana: Clement “Coxsone” Dodd (☆1932 ✞ 2004).

    Coxsone, como era amplamente conhecido, nasceu em Kingston e sempre teve uma paixão pela música. No início de sua carreira, ele importava discos de R&B e jazz dos Estados Unidos e os tocava em festas organizadas por sua equipe de som, Downbeat Sound System. “Naquela época, o que fazia sucesso nas pistas de dança de Kingston era o boogie-woogie e o R&B americano”, disse Dodd em uma entrevista de 1975.

    “As pessoas queriam ouvir aquela batida pulsante, e eu sabia exatamente quais discos trariam a multidão para o salão”. Mas Coxsone não estava satisfeito em ser apenas um DJ. Ele tinha uma visão maior: criar música jamaicana original que refletisse o espírito da ilha. Nos anos 1950, ele começou a experimentar gravar suas próprias produções, recrutando músicos locais talentosos e lançando discos sob seu próprio selo. Foi assim que nasceu o Studio One, o estúdio que se tornaria o epicentro da música jamaicana.

    Studio One: a fábrica de estrelas

    Fundado em 1954, o Studio One começou modestamente, mas logo se tornou uma verdadeira instituição cultural. Clement Dodd tinha um talento único para descobrir e
    desenvolver artistas. Sob sua orientação, muitos dos maiores nomes do reggae começaram suas carreiras no Studio One, incluindo Bob Marley e The Wailers, Dennis Brown, Alton
    Ellis, Burning Spear e Toots and the Maytals.

    “Quando entrei pela primeira vez no Studio One, era só um jovem com grandes sonhos”, lembra Bob Marley em uma entrevista de 1978. “Coxsone me deu a chance de mostrar meu talento. Ele não era só um produtor, ele era um mentor. Eu e os Wailers aprendemos tudo lá dentro – desde como construir uma música até como tocar para as massas”.

    Dodd também acreditava na importância de criar uma identidade sonora jamaicana. No início, ele e seus músicos misturavam o R&B americano com elementos de música tradicional da ilha. Esse processo experimental levou ao desenvolvimento do ska, o precursor direto do reggae. “Foi uma evolução natural”, disse Dodd. “Nós queríamos algo com uma batida própria, algo que as pessoas pudessem chamar de jamaicano. E foi assim que o ska nasceu”.

    O Studio One funcionava como uma escola de música. Dodd reunia uma equipe talentosa de músicos, como o saxofonista Roland Alphonso e o trombonista Don Drummond, que formaram a banda The Skatalites, uma das mais importantes da história do ska. Com sua liderança, o Studio One produziu uma sequência de sucessos que moldariam o som da Jamaica para sempre.

    A era do Ska e a chegada do Reggae

    Nos anos 1960, o ska dominava as pistas de dança da Jamaica. O ritmo acelerado, com seus metais vibrantes e batida marcada, refletia o clima de otimismo e agitação que
    permeava a sociedade jamaicana após a independência. As festas promovidas pelos sound systems de Coxsone eram lendárias. As canções gravadas no Studio One, como “Simmer
    Down” dos Wailers e “Carry Go Bring Come” de Justin Hinds, tornaram-se hinos de umanova geração.

    No entanto, à medida que a década avançava, o clima na Jamaica começou a mudar. A tensão social e política levou a uma desaceleração no ritmo da música. O ska deu lugar ao
    rocksteady, um estilo mais lento e introspectivo, que refletia o crescente descontentamento nas ruas. “O rocksteady veio do ska”, explicou Dodd. “Nós começamos a diminuir o tempo
    das músicas, colocar mais ênfase nas letras e nas harmonias”.

    Essa evolução abriu caminho para o surgimento do reggae no final dos anos 60. O reggae, com sua batida sincopada e mensagem de resistência e espiritualidade, tornou-se a voz de
    uma Jamaica em transformação. E mais uma vez, o Studio One estava na vanguarda dessa revolução.

    LINK:

    O impacto global do Reggae

    Nos anos 1970, o reggae explodiu no cenário internacional, em grande parte graças a artistas como Bob Marley, que levaram o som da Jamaica a audiências globais. O Studio One continuou a desempenhar um papel central na produção de novos talentos e na inovação sonora. Dodd, sempre à frente de seu tempo, começou a experimentar com o dub, uma técnica de remixagem que adicionava efeitos como eco e reverb às faixas de reggae, criando uma nova dimensão musical.

    “Quando começamos a brincar com o dub, foi uma revolução”, disse Dodd em uma entrevista. “O som ficou mais profundo, mais envolvente. Era como se a música tivesse
    ganhado outra vida”. Além disso, o Studio One influenciou diretamente a cultura dos sound systems. Esses sistemas de som móveis, operados por DJs e selectors, tornaram-se o centro da cultura
    musical jamaicana, levando o reggae e o dub a cada canto da ilha e, eventualmente, para o exterior. Dodd, com sua experiência em festas de som, sabia exatamente como moldar a música para que ela ressoasse com o público.

    As lendas do Studio One

    Ao longo dos anos, o Studio One lançou uma quantidade impressionante de músicas que se tornaram clássicos. Clement Dodd não apenas produziu grandes sucessos, mas também criou uma atmosfera onde os artistas podiam experimentar e desenvolver suas habilidades. “Coxsone sempre me dizia: ‘Você tem que sentir a música, deixar ela te guiar’“, disse Dennis Brown, um dos maiores nomes do reggae, em uma entrevista de 1981.

    Ele nos dava liberdade para criar, mas também sabia como nos direcionar”. O Studio One era mais do que um estúdio de gravação – era um espaço de colaboração e aprendizado. Músicos como Jackie Mittoo, Leroy Sibbles e Marcia Griffiths se reuniam ali para criar músicas que seriam ouvidas por todo o mundo. “Era uma verdadeira família”, recorda Griffiths. “Nós passávamos horas e horas no estúdio, experimentando novas ideias, tocando e aprendendo uns com os outros. Aquela energia criativa era única”.

    O legado de Clement “Coxsone” Dodd

    Clement Dodd faleceu em 2004, mas seu legado permanece vivo. O Studio One é amplamente reconhecido como um dos estúdios mais importantes da história da música. O impacto de Dodd na criação e disseminação do reggae e suas inovações no ska e dub deixaram uma marca indelével na cultura musical global.

    “Ele foi o grande visionário”, disse Alton Ellis em uma homenagem a Dodd. “Sem ele, a música jamaicana não seria o que é hoje. Ele abriu as portas para tantos de nós e nos deu uma plataforma para mostrar nossa arte ao mundo”.

    Hoje, o Studio One é reverenciado como o “Motown do reggae”, e seu catálogo é um dos mais influentes e amplamente reconhecidos na música popular. De Bob Marley a Sean Paul, as influências do Studio One podem ser ouvidas em praticamente todos os cantos da música contemporânea. Com milhares de gravações inéditas guardadas em seus cofres, o Studio One continua a ser uma fonte de inspiração para artistas e produtores em todo o mundo.

    LINK:

     

    “Real Rock”: o riddim que transformou o Reggae

    “Real Rock” é uma canção instrumental de reggae da banda jamaicana Sound Dimension. Gravada em 1967 e lançada como single em 1968 pelo Studio One, a faixa foi produzida por Clement “Coxsone” Dodd e contou com a participação de Eric Frater (guitarra), Boris Gardiner (baixo), Phil Callender (bateria), Denzel Laing (percussão), Vin Gordon (trombone) e Jackie Mittoo (teclados), que tocou o icônico riff de três notas no órgão Hammond.

    A importância de “Real Rock” vai além de ser apenas uma música instrumental. Ela deu origem a um dos riddims mais populares da história do reggae, sendo reinterpretada centenas de vezes por artistas de diversos gêneros, incluindo The Clash, KRS-One e 311. Em um artigo de 2004 do The New York Times, Clement Dodd afirmou que considerava “Real Rock” seu maior feito. “Real Rock é realmente forte. Está no topo”, disse ele com um sorriso. Na mesma entrevista, Dodd mencionou sucessos dos Wailers, como “One Love” e “Simmer Down”.

    O riddim de “Real Rock” se destacou por sua simplicidade hipnótica: uma nota de baixo seguida por uma sucessão rápida de notas mais leves, criando uma batida cativante e repetitiva. Gravada em uma tarde por Dodd com sua banda Sound Dimension, esse som único deu origem a um estilo de reggae conhecido como “rub a dub”, voltado para danças lentas e profundas, e rapidamente se tornou um dos riddims mais regravados na história da música jamaicana.

    “Real Rock” foi construída em torno de uma base sólida liderada pelo baixo de Boris Gardiner, com a contribuição de Phil Callender na bateria e Jackie Mittoo ao órgão. Mittoo, conhecido por seu talento visionário, inseriu acordes precisos no espaço antes da queda do baixo, definindo a estrutura hipnótica do riddim.

    A partir daí, “Real Rock” fez ondas na cena do reggae, sendo usada em diversos estilos, como dub, dancehall, punk rock e até hip hop. Sua influência foi tão abrangente que artistas de várias partes do mundo passaram a “versionar” o riddim em suas próprias canções.

    Entre as versões mais notáveis estão “Rockers’ Rock” de Augustus Pablo e “Keep In Touch” de Sizzla.

    Lista parcial de canções que usaram o riddim de “Real Rock”:
    1967 – “Real Rock” – Sound Dimension
    1973 – “Rockers’ Rock” – Augustus Pablo
    1978 – “Stop The Fussing & Fighting” – Dennis Brown
    1983 – Ababa John I (Father Majesty) – Don Carlos
    1990 – “The Real Rock” – Shinehead
    2003 – “Keep In Touch” – Sizzla
    2019 – Koffee – Raggamuffin

    Com o passar dos anos, “Real Rock” continuou a ser um pilar no reggae e em muitos outros gêneros musicais. Sua presença nas pistas de dança, nos Sound Systems e até em grandes palcos internacionais atesta sua relevância duradoura.

    Uma Ilha, Um Som, Um Mundo

    A jornada da Jamaica, de colônia britânica a nação independente, é inseparável da evolução de sua música. O Studio One, sob a liderança visionária de Clement Dodd, não apenas moldou o som de uma nação, mas também transformou a Jamaica em um centro global de inovação musical. O reggae, nascido das ruas de Kingston, ecoou pelo mundo, levando consigo uma mensagem de resistência, espiritualidade e unidade.

    “Não éramos apenas músicos”, disse Burning Spear, refletindo sobre seus dias no Studio One. “Estávamos criando algo maior do que nós mesmos, algo que uniu pessoas de todos
    os lugares. Essa era a magia do Studio One”.

    Referências:

    KENNER, Rob. ‘Real Rock’ Through the Ages. The New York Times, 23 de maio de 2004.
    BAKER, Stuart. Studio One Story [documentário]. 2003.

  • T-Remotto lança novo single “Click, Clack, Boom” e se prepara para o EP “Post Chaos”

    T-Remotto lança novo single “Click, Clack, Boom” e se prepara para o EP “Post Chaos”

    A banda iguaçuana T-Remotto acaba de lançar seu novo single, intitulado “Click, Clack, Boom”, em todas as plataformas digitais. Este lançamento é um aperitivo do que está por vir em seu próximo EP, Post Chaos, previsto para ser lançado ainda em 2024. Conhecida por sua mistura envolvente de Rap, Reggae e Rock and Roll, a banda está gerando grandes expectativas com essa nova fase.

    O vocalista Rogério Sylp revela que a faixa “Click, Clack, Boom” traz uma reflexão profunda sobre a violência. “A canção explora os efeitos devastadores de um tiro, simbolizando como a pólvora é cultuada como entretenimento e acaba gerando lucros para os ‘senhores da guerra’. É uma crítica ao ciclo de violência que parece nunca terminar”, comenta. Essa abordagem crítica não é nova para a T-Remotto, que tem suas raízes fincadas em questões sociais e políticas, sempre abordadas de forma visceral em suas composições.

    O novo EP, Post Chaos, segue uma temática densa, marcada pelos desafios do período pós-pandêmico, mas também carrega uma mensagem de esperança. “A continuidade é a melhor resposta para tudo aquilo que ainda nos assombra. Esse trabalho é um passo em direção ao futuro”, acrescenta Sylp, dando pistas sobre a proposta do novo projeto.

    Além de “Click, Clack, Boom”, o EP já conta com outra faixa disponível nas plataformas de streaming: a impactante “Heróis do Gueto”. Essa música também reflete a identidade única da banda, que sempre mescla sons urbanos e poderosos com letras que ecoam as realidades da vida nas periferias.

    A T-Remotto tem se consolidado como uma das principais bandas da cena independente de Nova Iguaçu, trazendo uma sonoridade autêntica e um discurso contundente. Com o lançamento de Post Chaos, a banda promete continuar quebrando barreiras e oferecendo ao público uma experiência musical única.

    Ouça “Click, Clack, Boom” na Plataforma de Streaming que preferir:
    https://onerpm.link/507397047840

  • Marginal Groove: Uma nova musicalidade e uma voz de resistência

    Marginal Groove: Uma nova musicalidade e uma voz de resistência

    Formada em 2019, a Marginal Groove surgiu com o propósito de acompanhar o rapper Dudu de Morro Agudo em sua apresentação no Rock In Rio. A banda, que inicialmente recriou roupagens para as músicas de Dudu, evoluiu para criar novas canções e uma sonoridade própria. Composta por Dudu de Morro Agudo, Rogério Sylp e Gustavo Baltar nos vocais, Ghille e Fábio Spycker nas guitarras, Dom Ramon no baixo, Rob na bateria e Dorgo como DJ, a banda é um coletivo de músicos talentosos e engajados.

    A sonoridade da Marginal Groove é uma fusão de influências diversas, refletindo as experiências musicais de seus integrantes. O resultado é uma mistura de rock, rap, funk, reggae e samba, com uma pegada que lembra bandas como Planet Hemp e Rage Against the Machine, mas vai além. Essa diversidade musical se manifesta em uma proposta única, marcada por letras politizadas e ácidas, abordando temas sociais e políticos com intensidade e autenticidade.

    O auge da trajetória da banda até o momento foi sua apresentação no Rock In Rio 2019, um marco para qualquer artista. Além disso, a Marginal Groove já se apresentou em locais icônicos como o Teatro Popular Oscar Niemeyer, em Niterói; o SESC Tijuca; a Praça de Morro Agudo; e o Quilombo Enraizados. Cada show reforça sua presença no cenário musical e seu compromisso com a arte e a sociedade.

    Apesar de ainda não terem lançado um álbum completo, a banda possui um vasto material disponível na internet, com registros ao vivo de suas apresentações. Os próximos passos incluem o lançamento de singles e videoclipes, , expandindo sua discografia e sua presença na cena musical, além da produção de um espetáculo especial para apresentar suas novas músicas, que promete ser uma experiência inesquecível para o público.

     

    A Marginal Groove é uma banda com uma forte inclinação política. Suas letras abordam temas como antirracismo, direitos das minorias e críticas à desigualdade social. A banda utiliza sua plataforma para expressar ideias e provocar reflexões, sempre com uma mensagem de resistência e empoderamento.
    Os shows da Marginal Groove são conhecidos por sua energia e interatividade. A banda não apenas toca suas músicas, mas também envolve o público em suas performances, criando uma atmosfera de diálogo e participação.

    Cada apresentação é uma experiência única, que vai além da música e se torna um ato de resistência e conexão.

    A recepção do público tem sido extremamente positiva. A participação ativa e o entusiasmo do público, mesmo com músicas ainda pouco conhecidas, demonstram o impacto que a banda tem nas pessoas. A Marginal Groove foi destaque no podcast “Ao Ponto”, do O Globo, onde o jornalista Bernardo Araújo a mencionou como uma das melhores apresentações do Espaço Favela, no Rock In Rio.

    A Marginal Groove mantém uma forte conexão com a comunidade de Morro Agudo e tem uma relação próxima com o Instituto Enraizados, uma organização de hip hop com 25 anos de atuação na região. Essa ligação com a comunidade se reflete na música da banda e em sua atuação social, reforçando seu compromisso com as causas sociais e culturais.

    Com uma proposta inovadora e uma voz potente, a Marginal Groove é mais do que uma banda; é um movimento que utiliza a música como ferramenta de transformação e resistência.

    SAIBA MAIS

    http://linktr.ee/marginalgroove

  • O mineiro Funez lança videoclipe da música Brasileiro

    O mineiro Funez lança videoclipe da música Brasileiro

    Funez é o codinome de Erick Funes. Mineiro, sempre esteve envolvido com a música, mas em 2016 decidiu sair de sua zona de conforto. No cenário musical atuando como baixista desde 2002, Funez optou por dar férias ao seu instrumento musical e assumiu a caneta, papel e o microfone para produzir seu primeiro trabalho autoral.

    Formado em jornalismo, Funez expressa suas ideias em figuras de linguagem como crônicas, ironias e metáforas em letras que abordam a desigualdade social, protesto e mensagens positivas em meios a beats, guitarras, violões e outros experimentos, fruto de suas influências musicais que passeiam entre os 3R´s (3 erres= Rap, Rock e Reggae).

    Para a produção deste trabalho, Funez contou com a contribuição do amigo e produtor musical Leandro Abreu, responsável também pela mixagem e masterização do trabalho.

    SAIBA MAIS
    Facebook: https://www.facebook.com/funezoficial

     

  • Dudu de Morro Agudo e Átomo liberam reggae love inédito

    Dudu de Morro Agudo e Átomo liberam reggae love inédito

    Dudu de Morro Agudo e Átomo desenvolvem o projeto DMÁtomo, onde produzem, escrevem e gravam músicas experimentais. A ideia do projeto é gravar um disco em uma semana. Já gravaram dois discos que não foram divulgados.

    Uma das músicas mais interessantes já gravadas é um reggae love chamado “Felisardas” cujo o nome faz referência ao nomes de suas esposas FErnanda e LISA Castro respectivamente. A música tem um tom engraçado onde os rappers insinuam que suas mulheres são mulheres de sorte por os ter conhecido.

    DOWNLOAD AQUI

    Eles também gravaram uma série onde em cada episódio contam como foi o processo de produção da música.

    Veja abaixo:

    https://www.youtube.com/watch?v=vZTxSDayrAM

  • Seletores de Frequência lançam EP instrumental

    Seletores de Frequência lançam EP instrumental

    Seletores de Frequência, a banda que acompanha o artista BNegão desde seu primeiro disco solo, Enxugando Gelo (2003), apresenta agora um novo show, instrumental e experimental. O grupo carioca compilou versões rearranjadas de canções que estão neste primeiro álbum e naqueles que o sucedem – o premiado Sintoniza Lá (2012) e o mais recente, TransmutAção (2015).

    O setlist também conta com alguns clássicos do groove escolhidos a dedo e temas inéditos que estarão no disco instrumental do grupo (ainda sem data de lançamento).

    Este disco é um desejo antigo dos Seletores, e vinha sendo planejado desde 2014. Mas o lançamento de TransmutAção pelo edital Natura Musical em 2015 acabou postergando os planos. Agora é hora de voltar ao plano original e instrumental, que está a cargo da banda formada por Pedro Selector (trompete), Fabiano Moreno (guitarra), Fabio Kalunga (baixo) e Robson Riva (bateria). E que conta com as participações especiais de Sandro Lustosa (percussão) e Marco Serragrande (trombone), parceiros de longa data.

    Mas atenção: a banda BNegão & Seletores de Frequência continua a todo vapor e com novo vinil na praça. Este lançamento instrumental é o nascimento de um novo projeto!

    No processo de criação das músicas que foram letradas por BNegão, o som sempre surgiu antes da palavra, ou seja, é natural que o grupo orquestre uma apresentação genuinamente instrumental, explorando ainda mais a inventividade de cada um dos músicos.

    Vale lembrar que todos os discos dos Seletores, lançados com BNegão, possuem músicas instrumentais. No primeiro, “No Hay”; no seguinte, “Na Tranquila”; e no terceiro, uma conquista: “Surfin’ Astatke”, composição de Pedro Selector, ficou em 10o lugar na lista das melhores músicas de 2015, pela revista Rolling Stone Brasil.

    Nas influências, tudo aquilo que está no DNA da banda: Funk, Soul, Reggae, Dub, Afro, Jazz, Samba. Mas, acima de tudo, a missão de fazer música livre, sem rótulos. Para o público afinar o passo no compasso desse groove, os Seletores estão lançando um EP com quatro músicas, somente na internet.

    Escute aqui: www.seletores.bandcamp.com

     

  • Afro Music 40º, dia 17 de janeiro, no Pelourinho

    Afro Music 40º, dia 17 de janeiro, no Pelourinho

    O projeto “Afro Music 40º”, faz a fusão do Reggae, Rock, Rap e Afro Beat, no dia 17 de janeiro (domingo), às 16h, no Largo Pedro Arcanjo, Pelourinho, com entrada gratuita. Nessa primeira edição a festa será agitada pelas bandas Noturnos no Paraíso, Verbo e Juízo, Afro Jhow,Lukas Kintê e discotecagem com Dj Branco.

    O projeto tem a proposta de resgatar as origens dos bailes black’s que aconteciam nos guetos jamaicanos na década de 60 quando surgiram os “Sound Systems”, e reunir no mesmo palco vários gêneros da black music, suas vertentes e sub-vertentes.

    O “Afro Music 40º”, é uma realização conjunta do #MaisRaggae, CMA Hip-Hop, MTE – Marketing, Turismo e Entretenimento.

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    SERVIÇO:
    Afro Music 40º
    Data: 17 de janeiro de 2016 (domingo), às 16h
    Local: Largo Pedro Arcanjo, Pelourinho
    Entrada gratuita

    Mais informações:
    E-mail: afromusic40@gmail.com

    – Dj Branco – (71) 99151-0631
    – Flavus Regis – (71) 99345-6217
    – Romilson Santos – (71) 99900-1964

  • Cabeça de Nego lança video com versão de “Como Nossos Pais”, de Belchior

    Cabeça de Nego lança video com versão de “Como Nossos Pais”, de Belchior

    Grupo Cabeça de Nego, da Baixada Fluminense, lança video com versão mais cabulosa da música “Como Nossos Pais”, de Belchior, que ficou famosa na voz da imortal Elis Regina.

    A parada ficou tão diferente que você vai ter que ouvir algumas vezes pra entender que os caras conseguiram fazer uma coisa única, tá numa pegada meio reggae, gostosa de ouvir e arriscar cantar junto.

  • Mashups ganham o Brasil!

    Mashups ganham o Brasil!

    Opa! Pera! O nome é diferente mas não leve na maldade!
    Mashup é uma canção criada com base em duas ou mais músicas que já existem e também podem ser chamadas de bootleg, meshmash upmash-up e outros nomes…

    Resumindo, misturam-se duas ou mais músicas para criar uma música totalmente nova; não é tão complexo quanto um remix; geralmente mistura-se o instrumental de uma música com os vocais de outra, ou com elementos de cada música ou a música inteira mesmo, como se estivéssemos no comando de um mixer, mesmo.

    Outro lance maneiro é o nome dos sons, já que as músicas se misturam, os nomes também!

    Um exemplo é esse mashup produzido pelo Jaloo, que se chama “Pretin Trouble”, que consiste junção das canções “Double Bubble Trouble”, da cantora M.I.A. e “Pretin”, da Flora Matos:

    [soundcloud params=”auto_play=true&show_comments=true&color=0ac4ff”]https://soundcloud.com/jaloo/flora-matos-x-m-i-a-trouble[/soundcloud]

    Festas do gênero

    A primeira festa 100% mashups no Brasil é a BOOTIE RIO, o label BOOTIE surgiu em São Francisco (EUA) em 2003 e hoje está em mais de 22 cidades. A versão carioca foi eleita a melhor festa no editorial “O Melhor do Rio” da revista Época de 2012/13.

    Essa semana o bonde da Bootie Rio lançou a mixtape 4:20, que reúne quase meia-hora com mashups de reggae

    [soundcloud params=”auto_play=false&show_comments=true&color=0ac4ff”]https://soundcloud.com/bootierio/mixtape-420-mashups-bootie-rio[/soundcloud]

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    Boa sexta!

    @marcaobaixada