Tag: Segurança Pública

  • Curso de Segurança Pública e Cidadã na Baixada Fluminense

    Curso de Segurança Pública e Cidadã na Baixada Fluminense

    Quase dez anos após a chacina da Baixada Fluminense e no meio de um furacão de notícias assombrosas sobre violência na região, a Casa Fluminense e o Fórum Grita Baixada planejam a criação de um Curso de Segurança Pública e Cidadã com foco na região da Baixada Fluminense, que é composta de 13 municípios, mas para tal precisam da sua/nossa colaboração. 

    Essa é uma ótima oportunidade para virarmos os holofotes para a nossa região e chamarmos a atenção para um dos problemas mais graves do nosso estado: as altíssimas taxas de homicídio nos municípios da Baixada Fluminense.

    Como pensar políticas de segurança pública que levem em consideração a realidade vivida pelo moradores da Baixada? Como agregar dados, informações e pesquisas que emponderem lideranças locais e estimulem a elaboração e reivindicação de soluções específicas para esses territórios? A ideia é iniciar um processo de formação e articulação de organizações locais, lideranças sociais e moradores da Baixada para fomentar a participação popular na discussão sobre as prioridades de segurança na região.

    Como acontecerá?

    Serão sete encontros entre março e abril de 2015, aos sábados, das 9h às 13h, no Centro de Formação de Líderes, em Nova Iguaçu. O curso é gratuito e serão abertas 40 vagas. Inscrições prévias serão requisito para a participação, mas também será possível assistir às aulas como ouvinte. Os convidados serão confirmados durante a campanha no Benfeitoria e os temas selecionados estão abaixo:

    1 – Desenho Institucional da Segurança Pública no Brasil. Renato Lima – Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP);

    2 – Políticas de Segurança Pública no Estado do RJ. Silvia Ramos – Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC);

    3 – Crimes e Violência na Baixada. José Claudio Souza Alves – Professor de Ciências Sociais UFRRJ / Fórum Grita Baixada;

    4 – Violência contra a Juventude Negra. Raquel Willadino – Observatório de Favelas;

    5 – Mecanismos de Justiça;

    6 – PEC 51 – caminhos para a Desmilitarização;

    7 – 10 anos da chacina da Baixada. O que mudou? Caminhos para a Segurança Pública e Cidadã na Baixada.

    Como ajudar?

    Ajude com qualquer valor através da plataforma Benfeitoria:  http://bit.ly/1FPCPMF, pois precisamos de sua colaboração pra fazer esse movimento acontecer!

  • DMA fala ao Jornal O Dia sobre a segurança pública na Baixada Fluminense

    DMA fala ao Jornal O Dia sobre a segurança pública na Baixada Fluminense

    Hoje (29) o rapper e líder comunitário Dudu de Morro Agudo foi entrevistado pelo Jornal O Dia para falar sobre a segurança pública na Baixada Fluminense.

    A matéria, que provavelmente será publicada no próximo domingo, foi uma indicação da Casa Fluminense, que tem uma parceria com o jornal. Tássia Di Carvalho foi a jornalista responsável pela entrevista, que segundo o próprio rapper foi bem dinâmica e as vezes até divertida por conta do fotógrafo Carlos, que é uma figura ímpar.

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    Linha férrea de Morro Agudo

    DMA reafirmou o que vem dizendo a tempos em suas palestras e nas redes sociais, que a Baixada Fluminense é ignorada pelo poder público. Que a abordagem da polícia na Baixada é diferenciada da abordagem da mesma polícia na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro. Que não acredita que UPP seja solução de política pública, principalmente porque não tem como fundamento proteger o cidadão, e sim os interesses do Estado.

    Muitas histórias reais acontecidas na Baixada Fluminense nos últimos anos ilustram as falas do rapper, que presenciou o carro de seu tio ser roubado na porta de sua casa à alguns meses.

    Atualmente bairros de Nova Iguaçu, que antes eram tranquilos, se tornaram campos de guerra, onde traficantes chegam quase que diariamente expulsos de suas antigas comunidades por causa da ocupação da polícia militar para a implantação das UPPs. Assaltos e mortes são frequentes na região, fato que tem deixado os moradores aterrorizados.

    Quando questionado sobre qual seria a solução para este problema, DMA rebate: – “Não sou eu quem tem que dar solução, eu sou cidadão”.

     

  • A sujeira debaixo do tapete!!!

    A sujeira debaixo do tapete!!!

    Não é novidade que as ações na área da segurança na capital do RJ, mesmo que sejam paliativas, estão criando um êxodo na criminalidade, que está procurando expandir seu espaço de atuação e por consequência aportando em nossa já sofrida e desmantelada Baixada Fluminense.

    A violência desenfreada tomou conta de nossa região em todos os níveis, mas nem mesmo esses números assombrosos parecem sensibilizar nossas “autoridades”, no sentido de solucionar o problema.

    A chapa tá quente em todos os bairros, e a merda acabou respingando nos bairros classe média alta de Nova Iguaçu, que até agora estava quietinha porque a pimenta não tinha ardido no fiofó deles, então foi uma choradeira generalizada, já que eles estavam em pânico.

    ScreenShot083A incidência de crimes como: Homicídios, latrocínios, roubo a veículos, assalto a pedestres, mais uma porrada de desgraças, teve uma escalada sem precedentes.

    As ações criminosas tem alterado a rotina dosa moradores de vários bairros que tem evitado circular a noite, afim de evitar problemas.

    Isso tem trazido à tona uma questão preocupante, muitas pessoas dizem sentir falta das milícias, porque segundo elas, se sentiam mais seguras, como fala uma moradora, dona Maria (nome fictício), do bairro Austin, em Nova Iguaçu: – “Quando a milícia tava aqui, num tinha bagunça não senhor, quem roubava na comunidade morria na mesma hora”.

    Tá achando pouco? Várias execuções estão acontecendo em plena luz do dia, enquanto o tráfico prolifera como baratas.
    Outra modalidade que vem assustando é o estupro. Nova Iguaçu está em 2º lugar, perdendo apenas para a capital do RJ, isso envolvendo adolescentes e crianças.

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    A prefeitura local diz que o conselho de segurança da cidade se reúne constantemente para resolver o problema, bom, só se for para tomar cafezinho e falar asneiras. Informam ainda que o Estado prometeu a instalação de um batalhão em Nova Iguaçu, e que segundo o prefeito, será instalado na estrada de madureira, numa área de 20.000m², já que o 20º batalhão, acreditem, com um efetivo de 650 policiais, precisa fazer a ronda ostensiva de: Nova Iguaçu, Mesquita e Nilópolis. Em Nova Iguaçu, Duque de Caxias e São João de Meriti, falam em monitoramento por câmeras.

    Dados do Ministério da Justiça apontam que o 20º batalhão vive a pior situação do estado em relação a seu efetivo, enquanto a média nacional é 431 habitantes por PM, esse batalhão apresenta uma média de 1.659 habitantes por PM, isso reflete mais de 284% da marca nacional, e se se fosse na zona sul do RJ?

    No Leblon são 157 habitantes por PM, Botafogo 451.

    Na Baixada Fluminense o número de vítimas é 13 vezes maior que na zona sul do RJ.

    O Estado se justifica dizendo que em todos os grandes centros urbanos é normal que haja mais segurança nas áreas turísticas. Então manda a família do governador vir morar aqui na periferia e depois me fale a repeito, e aquele discurso que todos são iguais perante a lei?

    Ah, tá, esqueci que nós da Baixada Fluminense, ainda não fomos incluídos no mapa oficial do RJ.
    Como este é um ano de eleições, vão tentar de todas as formas nos ludibriar, dizer que a mídia é tendenciosa e tal, mas a verdade está aí batendo em nossa porta, não tem meio termo, ou resolve efetivamente o continuarão a fazer o que são especialistas, ocultar a imundície.

  • Nova Iguaçu sitiada

    Nova Iguaçu sitiada

    Já tinha terminado o texto da minha coluna quando recebi algumas mensagens dizendo que estava havendo um tiroteio terrível em Austin – bairro aqui de Nova Iguaçu. Mudei minha coluna, que falaria de empreendedorismo na música, para escrever novamente sobre o aumento do índice de violência na Baixada Fluminense, pois considero importante essa discussão aos pés de uma eleição e aos pés de um evento internacional como a Copa do Mundo.


     Sou nascido e criado em Morro Agudo, Nova Iguaçu.

    Na minha adolescência era inimaginável a notícia que li hoje no site do G1: – Na ação foram apreendidos dois fuzis, uma metralhadora, um revólver, uma pistola, um veículo roubado, sete carregadores, três radiotransmissores, uma luneta (equipamento que é acoplado no fuzil) e um caderno de anotação do tráfico. O caso vai ser registrado na 58ª DP (Posse).

    Há cerca de dois anos, quando meu tio chegava em casa, foi surpreendido por três assaltantes fortemente armados, que levaram o seu carro. Isso aconteceu na minha rua, em frente a minha casa. Quando fomos atrás para saber o que havia acontecido, os policiais, que conseguiram prender os bandidos em Belford Roxo, disseram que eles eram de uma favela do Rio de Janeiro que acabava de receber uma Unidade de Polícia Pacificadora. Vieram para a Baixada, para roubar carros, fazer assaltos, conseguir armas e “tomar” uma outra favela de uma facção rival.

    Já naquela época eu acenava para um grande problema na região. Muitos disseram que eu estava exagerando.

    Há uns dois meses, quando eu estava na faculdade, minha filha me ligou dizendo que havia toque de recolher na comunidade, que era para eu voltar rápido para casa. Logo depois o Samuca Azevedo me ligou dizendo a mesma coisa. Em seguida recebi outra e outra ligação, de amigos preocupados com minha segurança. Eram bandidos que estavam na comunidade e queria implantar uma boca de fumo em uma comunidade próxima. A polícia chegou e houve tiroteio.

    Pra mim está claro que Nova Iguaçu – e toda a Baixada Fluminense – não é prioridade quando o assunto é Política de Segurança Pública. Não é que estamos em segundo plano, nós não estamos “no plano”.

    UPPs comparação com BPMs

    O que você sente quando lê uma matéria como a da jornalista Maria Inês Magalhães, para o Jornal O Dia, que diz o seguinte: – Áreas pacificadas têm mais PMs que toda a Baixada Fluminense. UPPs têm 4.360 policiais militares para 200 mil moradores. A Baixada Fluminense, região com 3.651.708 habitantes em 13 cidades conta com 2.910 agentes.

    Em outra matéria, o jornalista Leandro Prazeres, para o site UOL, diz o seguinte: – […] a Baixada Fluminense viu um aumento de 25% no número de homicídios dolosos, saindo de 1.381 em 2012 para 1.728 em 2013. O percentual é quase o mesmo das tentativas de homicídios, que subiram 26% entre 2012 e 2013.

    Hoje é apenas uma evolução do que já está sendo anunciado a alguns anos. Quando eu questiono a você sobre a Copa do Mundo, eu não estou surfando em uma onda do #NãoVaiTerCopa, estou querendo discutir as implicações que o evento traz pra nós. O legado que fica para nós é esse, porque o governador do Estado quando põe UPP nas favelas do Rio de Janeiro, em uma época pré-copa, não está preocupado com a população das favelas, ele está preocupado com a segurança dos gringos e com a imagem dele e do Estado. No final, tudo é por dinheiro.

    Os bandidos que trocaram tiro com a polícia hoje aqui em Austin, segundo informações que obtive, vieram do morro Chapadão e ocupara o Morro Mirando Leal. Pela manhã foram roubar a casa de um comerciante do bairro, que chamou a polícia e desencadeou a série de mortes e perseguição, deixando a população desesperada e sem um posição real do que está acontecendo.

    O saldo de hoje?

    • 01 policial morto (morador de Austin);
    • 01 policial ferido (meu vizinho, morador de Morro Agudo);
    • 04 bandidos mortos;
    • 01 bandido ferido (mas vai morrer, porque foi pro Hospital Geral de Nova Iguaçu);
    • 02 bandidos presos;
    • 804.815 pessoas amedrontadas.

    Como resultado:

    • A população que já tinha dezenas de problemas, agora tendo que se preocupar com a própria segurança;
    • Milicianos se aproveitando do descaso do poder público;
    • Candidatos (como o Garotinho) se aproveitando da situação e já tentando marcar reuniões com as lideranças locais.

    ESTAMOS NOVAMENTE NA MÍDIA, DAQUELE JEITO QUE SÓ AS MAZELAS SÃO MOSTRADAS:

     

  • Como o Rio de Janeiro vai votar?

    Como o Rio de Janeiro vai votar?

    Esse foi o tema discutido no Rio de Encontros, na última terça-feira (27). A equipe conseguiu reunir três convidados distintos para discutir com os jovens sobre “Como o Rio vota? Política, representação e redes sociais”. Como provocadores do debate, o cientista político José Eisenberg, o antropólogo Cláudio Gama, diretor do Instituto Mapear, e o jornalista político Alexandre Rodrigues, do jornal O Globo foram essenciais para esquentar essa troca de ideias numa terça-feira fria.

    A princípio de conversa, cá entre nós, me diga quantos jovens estão realmente interessados em falar sobre política neste atual momento que o Brasil passa? Estamos prestes à completar 1 ano dos protestos de Junho de 2013, um fenômeno que ainda não consegue ser entendido por boa parte dos cientistas sociais; e, às vésperas da Copa do Mundo, grande evento que acontecerá em nosso país, com ou sem protestos, onde os olhos de todo o mundo estão voltados para cá.

    Curtindo e compartilhando

    Alexandre Rodrigues abriu o bate-papo falando sobre a necessidade da sociedade em se comunicar com os candidatos, incentivar a participação e a interação; e que redes sociais como o Facebook são são ótimas para tal coisa, mas fica claro de que ainda existe a falta de entendimento de boa parte dos políticos para com essa questão.

    “As pessoas confiam no amigo do Facebook, o que abre a possibilidade de credibilidade. Por outro lado, há o risco da informação errada compartilhada desordenadamente”, afirma.

    Um bom exemplo dessa informação errada e ‘desordenada’ é o fato de muitas vezes, os políticos terem uma equipe que fica responsável por suas publicações nas redes e por falta de conhecimento de determinada coisa, acabam reduzindo essa credibilidade à zero. Isso me faz lembrar de uma foto compartilhada na página do Senador Lindberg Farias, em comemoração ao dia da Baixada Fluminense (30 de Abril), sendo que a foto em questão, tinha a igreja da Penha como plano de fundo… What a fuck? Após algumas pessoas que acompanham a página do Senador terem informado sobre o erro, o post foi deletado, mas você pode vê-lo clicando aqui, porque a zoeira não tem limites.

    Mudança de perfis

    Cláudio Gama se preocupa com o vazio dentro das discussões políticas entre a classe média que reside na Zona Sul, e ressalta que ainda não há interesse em saber o que está sendo feito e o que não está; mas na hora de criticar algo, há apenas uma retórica em criticar por criticar. Cláudio afirma com convicção de que essa ideia de que ‘formador de opinião’ é um grupo formado apenas por intelectuais de classes mais altas já foi por água abaixo. A prova viva é que os jovens que participam do Rio de Encontros, são formadores de opinião e, em sua grande maioria, são moradores da periferia do Rio de Janeiro.

    Papo reto

    Se tinha alguém dormindo durante o debate, tenho certeza de que acordou ao escutar José Eisenberg falar. Foi um choque de realidade em todos que participavam do encontro. Fazendo menção à Junho de 2013, José deixa claro, que o perfil das pessoas que participaram daquelas manifestações é formado por jovens universitários, em sua maioria; ficou claro que hoje o ensino superior está muito mais acessível do que há anos atrás para as classes não altas; mas no Brasil, maior grau de escolaridade ainda não é sinônimo de aumento de renda:
    “O prêmio salarial vem caindo e o acesso à educação não leva à mobilidade social através do mercado de trabalho Assim, de um lado, há a expectativa frustrada dos pais. Do outro, a frustração dos filhos”, afirma o cientista político.


    Beijinho no ombro

    José ainda afirma que o “Rio é recalcado”; e trás consigo um sentimento de que foi ‘abandonado’ quando deixou de ser a capital do país; e que não há uma ‘grande maioria’ que gosta de partidos no Rio, as pessoas se identificam com este ou aquele candidato; e José também ressalta as manifestações pelas ruas. Será que elas têm a função de distanciar a sociedade da política ou de distanciar a sociedade do modelo político vigente? Fica essa dúvida no ar.

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    Eu tirando uma fotinho da hora pra postar no Insta.

    Mas e a Baixada?

    Senti que o debate focou muito no município do Rio; e a Baixada Fluminense traz consigo uma forte expressão eleitoral; e que na maioria das vezes é uma das regiões, que decide boa parte das eleições. Tive a oportunidade de falar e afirmei que existe sim uma política de comabate ao tráfico de drogas nas comunidades, mas não existe uma pauta de políticas de segurança pública para o combate às milícias.
    Hoje milícias atuam em diversas regiões da Baixada Fluminense, trazendo consigo o retorno do ‘voto de cabresto’ e que, infelizmente o Estado parece não se preocupar e/ou não se importar; a não ser quando começa a doer no calo de alguém que esteja no poder, ponto.

    Em minha humilde opinião o debate foi esclarecedor e de extrema importância para refletir acerca do meu exercício de cidadania; além de me ajudar a pensar em quem irei votar.

    Concorda, discorda, ou disconcorda? Não deixe de comentar!

    Boa sexta,

    @marcaobaixada