terça-feira, 19 março, 2024
Átomo, Fernanda Rocha, DMA e Samuca Azevedo

Sarau Poetas Compulsivos marcará o retorno das atividades no Quilombo Enraizados, em Morro Agudo.

No primeiro sábado do mês de maio o Sarau Poetas Compulsivos celebrará a volta das atividades presenciais no Quilombo Enraizados, em Morro Agudo.

O Sarau Poetas Compulsivos é um encontro de gerações que começou modestamente no ano de 2010, com o objetivo de criar um espaço onde as pessoas pudessem se descobrir e se reconhecer enquanto poetas/artistas, como por exemplo trabalhadoras e trabalhadores que produziam muitos escritos durante a vida, mas nunca mostravam para o público suas criações.

Assim nasceu o sarau, na antiga sede do Enraizados, em Morro Agudo. Nesses 12 anos de existência a atividade se reinventou diversas vezes e amadureceu. Durante o período que o Enraizados esteve sem sede, em 2014, o sarau migrou para a praça Armando Pires, no centro do bairro, logo depois foi para o Buteco da Juliana, onde ficou até o ano de 2019.

A atividade ganhou uma versão itinerante, onde os poetas residentes visitavam escolas e organizações culturais de todo o Rio de Janeiro, passaram pelo Quiosque da Globo, em Copacabana, por vários unidades do SESC e em muitos CIEPs; integrou de forma permanente o Festival Caleidoscópio, até que aportou de vez na nova sede do Instituto Enraizados, o Quilombo Enraizados, em março de 2020, mas foi abruptamente interrompido pela pandemia do Coronavírus.

O retorno das atividades

Foram longos dois anos de espera até que as atividades pudessem voltar, após algumas tentativas (sem sucesso) de retorno durante o período pandêmico. Somente agora, neste próximo dia 07 de maio, foi possível trazer de volta o sarau em sua essência, com todos e todas em segurança.

Certamente será um dia especial e cheio de significados, pois também é o dia da aula inaugural do pré vestibular comunitário que acontecerá também no Quilombo Enraizados durante o ano de 2022, fruto de uma parceria entre um grupo de professoras, o movimento negro Perifa Zumbi e o próprio Instituto Enraizados. O curso, que homenageia a Ialorixá Mãe Beata de Iemanjá, será um espaço de formação crítica, segundo Dudu de Morro Agudo, um dos coordenadores: – “Foram muitos meses pensando esse curso, e chegamos a conclusão que ele não pode se limitar em preparar o estudante para passar no ENEM, ele precisa ser um espaço de formação cidadã, de pensamento crítico”.

Coordenadoras(es) e docentes do Curso Popular Mãe Beata de Iemanjá.
Coordenadoras(es) e docentes do Curso Popular Mãe Beata de Iemanjá.

No último sábado, dia 30 de abril, dia em que se comemorou o Dia da Baixada Fluminense, aconteceu o primeiro encontro entre os coordenadores e os docentes do curso, foi um dia cheio de emoções, pois todos puderam se conhecer, além de conhecer de forma mais profunda a proposta do curso e das instituições que o promovem.

Nesta aula inaugural, será a primeira vez que todos estarão juntos, coordenadores, docentes e discentes. Para este dia está previsto uma oficina com a atriz Luiza Reis, do coletivo Nômade, além de exibição dos documentários A Revolução do Livro e o Custo de Oportunidade, que contam a história dos PVNC na Baixada Fluminense e da política de expansão do acesso ao ensino superior, respectivamente.

As atrações inéditas do sarau

A festa, que começa às 19 horas, tem apresentação de Lisa Castro e intervenções de Átomo Pseudopoeta, além de discotecagem com DJ Dorgo, todos residentes do sarau.

Nessa volta, os produtores e curadores escolheram a dedo um grupo seleto de convidados são inéditos, começando pela “Rainha do Verso”, como é conhecida Rejane Barcelos, a atriz com 27 anos de carreira, moradora da favela da Maré e estudante de letras da UFRJ, organizadora do SLAM Maré cheia e integrante do coletivo SLAM das minas.

Seguindo com Marcos Serra, que além de de ator é diretor teatral e professor de Artes Cênicas da educação básica, na Secretaria Municipal de Educação do RJ e na Secretaria de Estado de Educação do RJ, bem como docente universitário, onde lecionou na pós-graduação do LEAFRO-UFRRJ (Laboratório de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – Campus Nova Iguaçu) e na pós-graduação em Educação para as Relações Étnico-Raciais (ERER) da UCB (Universidade Castelo Branco – Campus Realengo/RJ).

Também estará presente o rapper AJANI, de 24 anos, nascido na Vila Cruzeiro e criado em Santíssimo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, cujo a musicalidade atravessa vários gêneros e linguagens que vão desde o R&B, passando pelo trap/rap até chegar ao afrobeat. Em seu trabalho, a territorialidade, a ancestralidade e a cultura periférica estão sempre presentes.

O dia tem tudo pra ser inesquecível.

SERVIÇO

Sarau Poetas Compulsivos
Quando 07 de maio de 2022
Hora: 19 horas
Onde: Quilombo Enraizados – Rua Presidente Kennedy, 41, Morro Agudo, Nova Iguaçu, RJ
Preço: A entrada é gratuita

 

Sobre Hulle Brasil

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