segunda-feira, 14 outubro, 2024

DMA entrevista: Lindomar 3L

Lindomar 3LDudu de Morro Agudo: Porque você migrou de Minas Gerais (Uberaba) para São Paulo? Foi por causa do rap?

Lindomar 3L – Com certeza foi por causa do rap. Foi uma produtora chamada Ana Duarte, empresária do grupo Consciência Humana na época, que me trouxe para São Paulo. Cheguei em Sampa no dia 26 de novembro de 2010 e em março de 2011, rompi a parceria com a produtora e segui de forma independente na caminhada, fazendo os meus shows e desenvolvendo uma Oficina de Rap nas unidades da Fundação CASA.

Quais foram os frutos colhidos com o disco “Das Ruas Mineiras”?

O meu maior fruto, primeiramente foi o próprio disco, pois foi um grande sonho realizado, o de lançar o meu primeiro álbum. Entrei na programação do programa Espaço Rap da 105 FM, com a música “Tem Que Ser Humilde”, sem pagar jabá. Fui indicado a Revelação do Ano no Prêmio Hutuz. Apresentei-me no programa Manos e Minas com a banda Projeto Nave. E fiz shows por várias regiões que sonhava conhecer, como em Macapá por exemplo.

A alguns meses você disponibilizou na internet a música “O Novo Sempre Vem”, com uma pegada de rock, totalmente diferente de tudo o que você já havia feito. Fale nos um pouco sobre essa música.

Essa música inicialmente teria outra pegada, seria algo tipo “gospel”. Mas devido a uma sugestão de um produtor musical chamado Pita Araújo, veio à ideia de produzir algo mais “pesado”. Assim surgiu a ideia de fazer um rapcore. Essa música é a faixa título do meu 2° disco, que lançarei em breve, pela gravadora WML Records.

20140209-01-LindomarEssa sua música também tem participação do GOG, Fale-nos sobre essa parceria.

Essa já é a terceira música que componho em parceria com o meu padrinho GOG. A primeira foi a “Periferia Tem Talento”, lançada em 2006. E a segunda foi a “Tem Que Ser Humilde”, lançada em 2008. Desta vez, eu estava na casa do rapper Gato Preto, do grupo “A Família”, em Paraisópolis, no Jardim Colombo, quando a esposa do Gato Preto me passou o celular pra falar com o GOG, daí eu falei pra ele sobre o meu 2° CD e ele disse que gostaria de participar de alguma música e foi assim que a participação dele aconteceu.

E o documentário “O novo sempre vem”, fala sobre o que?

O documentário foi dirigido, produzido e editado pelo meu amigo Nildo Silva e registra o processo de gravação e produção do meu 2° álbum, que aconteceu entre maio e novembro de 2013, no estúdio da WML Records em São Paulo. O vídeo conta com depoimentos dos profissionais e artistas que estão participando da obra. Tem depoimentos do Dexter, GOG, Trilha Sonora do Gueto, Z’África Brasil, dos meus amigos da 3L Produções e de outros irmãos que estão fechados com nós.

20140209-03-LindomarE essa nova música, “Eu me sinto bem”? É uma pegada bem pista. Porque fez um som nessa pegada e o que espera com ela?

70% do álbum “O Novo Sempre Vem”, foi composto com a seguinte ideia: O meu amigo beatmaker Gedson Dias me enviava os beats e eu compunha em cima, seguindo o contexto que o próprio clima do instrumental me transmitia. Já esse beat do Gedson, é no estilo Trap Music, que é mais pista mesmo, mas a ideia da letra surgiu quando descobri que a mina que fala no sample que o Gedson usou, diz em inglês assim: Ah, como eu me sinto bem. Daí pintou o refrão e desenrolei a rima e o flow. Só espero que essa música toque, onde realmente deve tocar: Nos bailes, nos carros e nos corações das pessoas.

Quem quiser contratar o Lindomar 3L liga pra onde?

Pode ligar para (11) 2885- 9156 e falar com Luis Farias. Ou envie um e-mail para: contato@lindomar3l.com.br

Deixe um salve pra quem tá lendo sua entrevista no Portal Enraizados.

Primeiramente muito obrigado Dudu, pelo espaço e consideração de sempre. O salve vai para todos aqueles que ainda acreditam que o Hip Hop salva, pois tem muita gente curtindo rap hoje em dia, mas poucos são adeptos de verdade da Cultura Hip Hop, que me salvou e que ainda salva muitos irmãos e irmãs espalhados pelos guetos do mundo afora. O Novo Sempre Vem!

Sobre Dudu de Morro Agudo

Rapper, educador popular, produtor cultural, escritor, mestre e doutorando em Educação (UFF). Dudu de Morro Agudo lançou os discos "Rolo Compressor" (2010) e "O Dever Me Chama" (2018); é autor do livro "Enraizados: Os Híbridos Glocais"; Diretor dos documentários "Mães do Hip Hop" (2010) e "O Custo da Oportunidade" (2017). Atualmente atua como diretor geral do Instituto Enraizados; CEO da Hulle Brasil; coordenador do Curso Popular Enraizados.

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