terça-feira, 19 março, 2024

Polícia para quem precisa

As últimas semanas demonstraram bem o tamanho do problema e a falta de informação dos que estão a frente das secretarias que por dever necessitam prover aos cidadãos uma sensação de segurança e paz, só que…. meu parceiro o bagulho tá doido, se liga só nessa surreal pesquisa realizada entre os agentes de segurança.

Uma pesquisa feita com policiais de todo o país, lançada nesta quarta-feira (30) em São Paulo, revelou que a maioria diz ser a favor da desmilitarização da PM. Ainda segundo o estudo, um terço dos policiais brasileiros pensa em sair da corporação na qual trabalham.

O estudo foi realizado com 21.101 policiais militares, civis, federais, rodoviários federais, bombeiros e peritos criminais de todos os Estados. Os profissionais foram ouvidos entre os dias 30 de junho e 18 de julho.

A pesquisa “Opinião dos Policiais Brasileiros sobre Reformas e Modernização da Segurança Pública” foi promovida pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, pelo Centro de Pesquisas Jurídicas Aplicadas da Fundação Getúlio Vargas e pela Secretaria Nacional de Segurança Pública.

Perguntados sobre a hierarquia policial, 77,2% dos entrevistados disseram não concordar que as polícias militares e os corpos de bombeiros militares sejam subordinados ao Exército, como forças auxiliares, demonstrando que são a favor da desmilitarização da PM.

Se considerarmos apenas os policiais militares, 76,1% defendem o fim do vínculo com o Exército. O que é um sinal claro de que o Brasil precisa avançar na agenda da desmilitarização e reforma das forças de segurança”, afirma Renato Sérgio de Lima, vice-presidente do Conselho de Segurança do fórum e pesquisador da FGV.

De acordo com a pesquisa, 53,4% discordam que os policiais militares sejam julgados pela Justiça Militar. Para 80,1% dos policiais, há muito rigor em questões internas e pouco rigor em assuntos que afetam a segurança pública.

As polícias deveriam ser organizadas no Brasil em carreira única, integrada e de natureza civil. É o que aponta pesquisa feita pela Escola de Direito da Fundação Getulio Vargas de São Paulo e pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), divulgada na última quarta-feira (30/7). O levantamento ouviu 21,1 mil agentes de segurança pública de todo o país entre 30 de junho e 18 de julho.

A grande maioria respondeu a um questionário eletrônico porque já tinha cadastro na rede de ensino à distância da Senasp, e outros 1.800 entrevistados manifestaram interesse em participar. Entre os que responderam, 94% defendem a modernização dos regimentos e dos códigos disciplinares e 64% querem o fim da Justiça militar.

Como obstáculos para a eficiência da segurança pública, foram apontados baixos salários (99%), formação e treinamento deficientes (98%), contingente policial insuficiente (97%), falta de verba para equipamentos e armas (97%), leis penais inadequadas (95%) e corrupção (94%). Segundo 86% dos participantes, falta foco em resultado e sobra burocracia.

Para mais da metade dos entrevistados (51%), o Ministério Público não considera as dificuldades inerentes ao trabalho policial e cobra demais sem colaborar para gerar melhorias. Praticamente o mesmo percentual (50%) pensa o mesmo em relação ao Judiciário.

Arrependimento

Quase 35% dos respondentes afirmam que pretendem sair da corporação assim que houver uma oportunidade profissional e 39% afirmam que, se pudessem voltar no tempo, teriam escolhido outra carreira. Cerca de 60% disseram que já foram humilhados ou desrespeitados por superiores hierárquicos.
Enquanto 84% dos entrevistados digam que um policial que mata um suspeito deve ser investigado e julgado, 43% afirmam que esse mesmo agente deveria ser inocentado. É o mesmo índice atingido por quem acha que um policial que mata um criminoso deve ser premiado pela corporação.

Dos 21,1 mil agentes de segurança pública que integraram a amostra, 53% compõem a Polícia Militar, 22% a Polícia Civil, 10% a Polícia Federal, 8% o Corpo de Bombeiros, 4% a Polícia Rodoviária Federal e 3% a Polícia Cientifica/Perícia.

Veja a pesquisa na íntegra

Sobre Samuca Azevedo

O coteúdo deste texto não reflete a opinião do Portal Enraizados ou do Instituto Enraizados, e é de inteira responsabilidade do autor. Samuel Azevedo é ator e produtor cultural, atualmente é Presidente do Instituto Enraizados.

Além disso, veja

O desafio dos trabalhadores da arte na Baixada Fluminense no pós pandemia

Após um longo processo de descaso, a Baixada Fluminense toma fôlego e tenta se reestruturar …

Deixe um comentário