Dudu de Morro Agudo

Rappers de Nova Iguaçu fazem sucesso no Brasil e gravam no exterior

A timidez levava Flávio Eduardo Assis, de Nova Iguaçu, a expressar suas ideias através de poesias. Porém, uma pequena transformação fez com que a sua história tomasse um novo rumo, com direito até a mudança de nome.

— Um amigo fez uma viagem para Minas Gerais e trouxe uma fita cassete de rap para mim, do grupo Consciência X Atual. Gostei e comecei a fazer algumas poesias na métrica desse estilo — conta ele.

Com a inspiração, o rapaz assumiu uma nova identidade: há 18 anos é o rapper DMA (Dudu de Morro Agudo).

— Meu primeiro disco (Rolo Compressor) foi lançado em 2010, em Santiago, no Chile. Também fiz uma turnê pela França — conta Dudu.

A marca de seu trabalho, segundo ele, é a retratação do cotidiano de forma sarcástica. E é nessa linha que o rapper segue e pretende lançar o clipe da música “Final de Semana”, no próximo dia 19, na internet e na sede do Movimento Enraizados.

— A ideia do movimento é colocar em contato pessoas de todo Brasil que praticam rap, break, DJ e hip-hop — conta.

A letra fala da relação amorosa de dois rapazes de Morro Agudo com duas meninas da Zona Sul. Porém, antes que alguma mocinha sinta-se homenageada, Dudu revela:

— Não é a minha história, é ficção.

É do mesmo Movimento Enraizados que também faz parte o rapper e produtor Leonardo Santos, de 25 anos. Nesse universo ele é conhecido como Leo da XIII.

— Sou rapper desde os 12 anos. Hoje, dou aulas de rap e adoro o que faço — explica Leo, com a expressão de quem está bastante seguro sobre a afirmação.

Parceria de longa data

As vidas de Dudu de Morro Agudo e Leo da XIII se cruzaram 13 anos atrás. Aos poucos, foi adicionada à música uma pitada generosa de amizade.

— Aos 12 anos, o Leo me procurou e disse que queria aprender a fazer rap. Ele já escutava as meus trabalhos. Desde então, é meu parceiro na vida e na música — relembra DMA.

Ambos afirmam viver da música, atualmente, e se preocupam em destacar os caminhos que trilharam para chegar a esse ponto da carreira.

— A Baixada Fluminense carece de investimentos nos profissionais da área. Há muitos talentos

aqui, mas a galera é um pouco esquecida — avalia Leo, que deixa uma mensagem aos novos rappers: — Eles não devem desistir.

Dudu já apresenta novidades para um futuro bem próximo. Seu novo disco — “Tempo bom, sujeito à chuva” — deve sair do forno em fevereiro.

Paralelamente à carreira solo, Dudu reúne participações em nove coletâneas.

Sobre Dudu de Morro Agudo

Rapper, educador popular, produtor cultural, escritor, mestre e doutorando em Educação (UFF). Dudu de Morro Agudo lançou os discos "Rolo Compressor" (2010) e "O Dever Me Chama" (2018); é autor do livro "Enraizados: Os Híbridos Glocais"; Diretor dos documentários "Mães do Hip Hop" (2010) e "O Custo da Oportunidade" (2017). Atualmente atua como diretor geral do Instituto Enraizados; CEO da Hulle Brasil; coordenador do Curso Popular Enraizados.

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2 comentários

  1. Massa a matéria, seu Flávio Eduardo Assis.

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