Toda vez que eu deito a mente voa
Sempre na hora de dormir que os pensamentos vêm
Nem sempre eu tô pensando em coisa boa
Às vezes eu só quero é querer bem
Tô no rap, mas eu podia estar no canto
Assobiando ou quem sabe encantando alguém
Alguém que passa a vida inteira pelos cantos
Achando que não pode contar com ninguém
Só. Somente às vezes eu me basto,
Me acho em todos os incômodos de mim
Às vezes paro, pois só assim não gasto
Essas frases que há tempos vão afastando do fim
Eu fabrico lágrimas, saliva e suor,
Pois páginas molhadas não apagaram a nossa história
E acredito que o que há de melhor
ainda está no ponto escuro dessa nossa trajetória
Eu sei que o estigma machuca
Assombra os nossos sonhos e interferem em nossas lutas
Mas também sei, não importa o que façam
O meu caminho é vasto, olhares não me ameaçam
A caixa do presente está surrada
Na sociedade da imagem eu já não valho nada
A nota zero na planilha do avaliador
Me fez entender qual era a próxima jogada
Inacessível eu fico superficial
Super constrangido dentro desse elevador
Sou previsível com minha marca social
Onde a pele grita mais que meu diploma de doutor
A referência não se apaga como a vela finda
Pequenos pontos pretos já orbitam o meu mundo
Esperançar é promessa de coisa linda
Me arrastando pro futuro e movendo cada segundo
Como a dor de uma partida e a certeza de um profeta
Nossa mente se enche como uma mão calejada da lida
Se o tempo passa e essa ferida não fecha
É sinal que a nossa luta ainda não foi vencida
Eu sei que o estigma machuca
Assombra os nossos sonhos e interferem em nossas lutas
Mas também sei, não importa o que façam
O meu caminho é vasto, olhares não me ameaçam
SAIBA MAIS:
http://www.linktr.ee/reflexoes.enraizados