Tag: Mesquita

  • Mad: As histórias do hip hop da Baixada Fluminense

    Mad: As histórias do hip hop da Baixada Fluminense

    Eu sou nascido na Baixada Fluminense, nascido em Mesquita. Fui menino de Mesquita nos anos 70, com toda aquela dificuldade, da pobreza mesmo.

    A gente nos anos 70 e 80 era diferente, era muito pobre, todas as famílias eram pobres. A gente tinha uma dificuldade muito grande. Não que a gente não tenha hoje, mas é que as dificuldades eram outras.

    Tem essa questão de ter a família dividida. Num certo momento meu pai foi embora de casa, minha mãe ficou sozinha. Ficamos eu, meus dois irmãos e minha mãe, e nessa época me lembro que minha mãe trabalhava fora… trabalhava pra comprar comida, e a gente só não andava pelado porque minha mãe era costureira.

    Fala-se que a Baixada hoje é violenta, mas eu nunca vivi momento de paz na Baixada. A Baixada de hoje é violenta, mas a Baixada que eu vivi era muito violenta também, e era uma baixada onde existia a ignorância, onde as pessoas não respeitavam aquilo que tava fora do padrão, a mulher era muito desrespeitada, o gay era muito desrespeitado.

    Eu posso falar de Mesquita, da minha área, dos arredores da minha casa, mas acho que a Baixada toda tinha essa questão muito forte dos grupos de extermínio, e a população assinava embaixo.

    Tinha uma máxima que dizia que “ninguém more a toa”.

    Eu também participava dessa máxima. Morreu é porque devia.

    Muito tempo depois eu fui descobrir que isso tudo era mentira, que se morria por muito pouca coisa. Até de você usar um baseado era motivo pros caras te matarem, então era muito latente a violência na Baixada nessa época que eu fui garoto, que eu fui jovem, isso era uma coisa constante aqui.

    Hoje as pessoas romantizam muito… “ah que naquela época…”, naquela época era foda também, era muito violenta e a gente tinha que andar no sapato, porque o risco de morrer por qualquer motivo era constante.

  • Shu Rodrigues lança clipe ‘5521.exe’

    Shu Rodrigues lança clipe ‘5521.exe’

    Shu Rodrigues é rapper cria da BF e tá chegando pesado em 2018 como uma das grandes promessas do rap, prova disso é esse som porradeiro que acompanha o clipe que valoriza ainda mais a letra contundente.

    Em 2017 Shu participou do projeto Desafio RapLAB e lançou música e clipe em parceria com DJ Dorgo, Baltar, Passarinho e Dudu de Morro Agudo.

    Quem assina o vídeo é “Fabricio Calazans” e som foi desenvolvido pela rapaziadinha do Estúdio Núvem.

    Pra cima deles Shu, só pra mostrar que nóix tá vivo!!!

    SAIBA MAIS

    Facebook: https://www.facebook.com/shu.rodrigues

     

  • [11-ABR] Festival Afroxime-se, em Mesquita

    [11-ABR] Festival Afroxime-se, em Mesquita

    A “Semana do Hip Hop” é Léi em Mesquita desde de 2005, trazendo a cultura das ruas pra perto do povo.

    Esse ano será realizado na semana do Hip Hop o Festival ” Afroxime-se ” com a ideia de trazer de volta o envolvimento do Hip hop com as cultura “afro”, como era de origem. No festival haverá shows, palestras, amostra de vídeos, break, DJs e grafiteiros, pra tudo ficar completo!!

    A Batalha terá premiação de “Mil Reais” e promete fazer a diferença, pois em determinados momentos a batalha muda totalmente as regras e o estilo, uma inovação que está sendo buscada pra poder realmente descobrir o melhor MC presente.

    A Batalha contará com dois juizes pra decidir os melhores e no caso de empate a galera decide no grito e levantando a mão!

    “Regras da Batalha”
    A quebra de uma dessas regras abaixo implicará na eliminação do competidor.
    01 – Não tocar o adversário;
    02 – Não xingar;
    03 – Não divulgar marcas;
    04 – Não xingar nem oprimir o apresentador;
    05 – Rimar menos do que o tempo exigido de quarenta segundos ou mais de que o limite eliminatório de 50 segundos.

    A Batalha do objeto surge para trazer um novo conceito dentro do conceito comum de batalha. Na “Batalha do Objeto” a batalha acontece normalmente e no decorrer sofre mudanças, a batalha passa de confronto pra raciocinio puro, pois uma mesa repleta de objetos é apresentada ao competidor, um objeto é entregue a cada competidor que deve rimar o objeto em questão, a partir dai varios objetos serão entregues em sequência. Sendo Julgado por uma mesa composta de dois juizes, no caso do competidor deixar o juri empatado a galera decide com barulho, ou mão pro alto.

    SHOWS:
    Mc Marechal
    Kapella MC
    #Comboio
    Macarrão
    Poeta Soares
    Nossa Gangue
    Thales de Mileto

    DJs: DJ LM Lucas Mattos, DJ Kymbo, DJ Mental Jay BonEcko.

    Mestre de Cerimonia “Dom Negrone”

    SAIBA MAIS

    Confirme presença através do evento no facebook: https://www.facebook.com/events/1071582436190651

  • Afinal, o rap da Baixada “é ou não é” unido?

    Afinal, o rap da Baixada “é ou não é” unido?

    Após um post – no facebook – um tanto quanto polêmico do rapper Ualax MC, questionando amigos e fãs sobre a união do rap na Baixada Fluminense, decidi escrever esta coluna tentando aprofundar e problematizar ainda mais o tema.

    O post já rendeu cerca de 134 comentários e 69 curtidas até o momento, por isso resolvi fazer minha coluna sobre esse tema me baseando nos comentários mais interessantes que li.

    Minha opinião é uma só, e já deixei claro em meus comentários. Considero o rap da Baixada unido, talvez não considere o rap do Estado do Rio de Janeiro unido, muito menos o nacional, porque sempre vejo uma nota ou outra falando mal do Filipe Ret, da Cone Crew, Emicida, Projota e até do Racionais, mas nunca vi uma treta entre rappers da Baixada Fluminense. Sempre que acontece algo do tipo é apontando pra alguém que já tem uma projeção maior.

    Considero o rap da Baixada Fluminense unido porque sempre vejo os eventos cheios de MCs, bebendo, trocando ideia, participando um da música do outro, entre outras coisas, contudo algumas pessoas, assim como o Ualax, consideram o rap da região desunido. Vamos tentar entender o porque.

    Bhaman Melo, levanta uma questão instigante em seu cometário: – O que é união no rap (na visão do autor do post)?
    (Como eu disse acima, na minha visão união é não ter treta, e não tem treta, pelo menos eu não vejo, o que me é passado superficialmente é que tá todo mundo no mesmo barco e pro que der e vier).

    O MC Mateus Amoeba, levanta outra questão importante, quando objetiva ainda mais a pergunta: – Se unir em que ponto Ualax ??? musicalmente, financeiramente???
    ( É muito interessante quando o Amoeba faz esse questionamento, pois ele afunila o problema e nos coloca em uma bifurcação que nos leva a lugares totalmente distintos, pois se a união citada pelo autor do post é musical, a conversa não segue seu curso normal, pois as parcerias são diversas, desde sempre, o evento Dia da Rima, organizado pelo Movimento Enraizados, pro exemplo, proporcionou diversas destas parcerias musicais entre artistas da região. Porém se a pergunta nos leva para uma “união financeira”, a palavra união pode ser mudada para investimento ou patrocínio, e isso não acontece – pelo menos eu nunca vi – entre MCs de lugar nenhum do mundo, a não ser que os MCs sejam também empresários).

    O Marral Vasconcelos também vai por essa linha do investimento, mas de uma forma bem mais realista: – Não vinga porque a maioria não tem foco, não quer investir e acha que rap é brincadeira. Simples. O problema não é união, é falta de foco e profissionalidade. Se o cara mora na savana da Africa do Norte, tem talento e corre atrás do sonho, ele “explode”.
    (Concordo com ele, qualquer pessoa que invista em seu trabalho com mais seriedade certamente alcançará um resultado melhor do que os que não trabalham com profissionalismo).

    O Ualax Mc já acreditou que o rap da região poderia ser uma grande coorperativa, como ele deixa claro em seu post: – Já acreditei que fosse possível, mas hoje eu acho que a união geral é utopia.
    (Ele mesmo se corrige e diz que isso é utopia, essa também é minha opinião).

    E o Frávio SantoRua Antiéticos vai além e explica essa questão utópica comentada acima: – Se une quem possui os mesmos interesses. “União geral” é utopia. Mas, enquanto isso, para alcançarmos nossos objetivos, e para que não aja fragmentação em quem deseja estar junto, vamos todos na velocidade do mais lento!!
    (Aí sim, um vai ajudando o outro “na medida do possível”, sem onerar nenhum dos lados, contudo sempre estarão mais juntos os que têm algo em comum, os que tem uma proximidade natural maior, ou seja, interesses em comum).

    Pra finalizar, o  João Otávio faz um comentário que eu entendo como “quem está trabalhando tá unido” e quem não tá, tá falando: – Os de verdade, os verdadeiros, tão unido sim mano. Quem vem com essas fitas de intriga e desunião nem merecem fazer parte do movimento. O rap de verdade da Baixada, está unido sim e crescendo cada vez mais com novas uniões.
    (Eu não sou a favor desse negócio de rap de verdade, mc que representa, etc, porém eu consigo entender que há quase uma unidade de MCs trabalhando com vontade, produzindo. Os objetivos não são os mesmos, o investimento não é o mesmo e o talento não é o mesmo, mas estão quase sempre juntos no que eles tem de fundamental, o rap).

    O que fica para reflexão é o que cada um de nós está fazendo verdadeiramente para a evolução do rap na região? Quase sempre cobramos o que queremos que os outros façam por nós. A Baixada Fluminense é formada por 13 municípios, mas quando falamos de #RapBXD, quase sempre estamos nos referindo a Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Mesquita, Belford Roxo, Queimados e São João de Meriti. Mas e Nilópolis, Magé, Paracambi, Seropédica, Itaguaí, Japeri e Guapimirim? Quem tá fortalecendo esses MCs que tão na sombra da Baixada Fluminense?

    Chegou a hora de um MC parar de cobrar do outro e ambos cobrarem do poder público políticas públicas para a juventude. Alguém pode me explicar porque em Nova Iguaçu a “Semana do Hip Hop” não é lei? Alguém sabe me dizer em quais municípios da Baixada já existe essa lei? Alguem sabe como conseguiram?

    Talvez seja hora de parar de falar um pouco de maconha e buceta nas letras de rap e começarmos a entender o rap como ferramenta de exibilidade de direitos. Vamos na Câmara de Vereadores trocar essa ideia com os vereadores da cidade?

    Quem quiser entrar na debate pode comentar abaixo e quem quiser conferir o post original com outros comentários, basta clicar aqui http://on.fb.me/17HtNFP

  • Mesquita fecha a “semana do hip hop” com chave de ouro

    Mesquita fecha a “semana do hip hop” com chave de ouro

    No último domingo, dia 06 de abril, aconteceu o show de encerramento da Semana do Hip Hop do município de Mesquita e a festa foi em grande estilo, pois conseguiram reunir a nata do hip hop da Baixada, os caras da resistência e a molecada que tá chegando no cenário.

    Os integrantes do #ComboIO – Léo da XIII, Marcão Baixada e Dudu de Morro Agudo – se apresentaram separadamente, apresentando ao público músicas dos seus trabalhos solos.

    Também se apresentaram Slowdabf, WMC, Som Sagaz, MC China, Poetas Soares e o anfitrião Kapella, a apresentação ficou por conta do Dilek MC e as carrapetas ao comendo do DJ Marcelinho.

    Dentre os que marcaram presença pra fortalecer o evento foram o MC Einstein, da escola de hip hop Enraizados na Arte, que inclusive subiu ao palco com o Léo da XIII e o mano Sebá, do grupo Nove Balas, que prometeu voltar com o grupo e gravar uns sons novos.

    GALERIA

  • Marcão Baixada inicia as gravações do seu primeiro videoclipe

    Marcão Baixada inicia as gravações do seu primeiro videoclipe

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    Ontem (15), Marcão Baixada, militante do Movimento Enraizados e integrante do #ComboIO, iniciou as gravações do seu primeiro videoclipe, no bairro BNH, na cidade de Mesquita.

    “Escolhi o BNH como locação pras gravações; é o bairro onde cresci e acho importante mostrar minhas origens. Chamei os amigos da área e os companheiros de caminhada no rap pra participar, porque acompanham minha correria e apoiam meu trabalho”. -Destaca Marcão

    marcao-baixada-clipe
    Frame das gravações do videoclipe

    “Baixada Em Cena” foi a canção escolhida para ter um trabalho audiovisual. Escute:

    O videoclipe é uma realização de Marcão Baixada com a produtora Pitanga Audiovisual.

    [+] Marcão Baixada no Facebook
    [+] Pitanga Audiovisual no Facebook

  • Autonomia lança o EP “Ação E Reação”

    Autonomia lança o EP “Ação E Reação”

    E o rap da Baixada Fluminense não pára, quem chega na atividade é o grupo Autonomia, diretamente de Mesquita, que vem lançando sons na internet e se apresentando em alguns dos principais eventos da região e que apresenta ao público um EP de 5 faixas, intitulado “Ação E Reação”

    Na visão do grupo, o EP é uma reação contra todas as ações, do governo, de políticos, policiais e relatos vividos pelos próprios integrantes e visa levar a continuidade da informação á todos aqueles que escutam.

    Destaque para faixa “Farenheirt 789”:

    [soundcloud url=”http://api.soundcloud.com/tracks/103022636″ iframe=”true” /]

     

    Baixe o EP Completo

    [+] Curta Autonomia no Facebook

  • Setor BF movimenta Hip Hop na Baixada

    Setor BF movimenta Hip Hop na Baixada

    No dia 24 de fevereiro, quinta-feira, as lideranças do Setor BF retomaram os eventos em sua sede, em Mesquita. Fizeram um evento que reuniu MCs da velha guarda – inclusive eu – e novos talentos que vêm despontando no cenário carioca.

    Rapper Kapella, anfitrião da festa, a algumas semanas, convidou eu e o Léo da XIII para a festa, com a missão de nos apresentarmos. Léo esquematizou uma apresentação onde levamos o coletivo Clube dos Cinco.

    Muitos nomes de peso participaram da festa, como Cacau Amaral (5X Favela) e Slow da BF – que também se apresentou junto com o André Zovão, do grupo Antizona.

    Durante uma das conversas da festa, Cacau Amaral e Mad propuseram fazer o evento toda semana, uma vez em cada cidade. Como Mesquita, Nova Iguaçu, Duque de Caxias e na Lapa.

    Agora é só esperar. Você pode conferir as fotografias abaixo para sentir a viber da festa, mas também pode conferir todo o album no site www.InRaiz.com.br.

    GALERIA

  • Entrevista com Tiago do Novo Cinema Marginal

    Entrevista com Tiago do Novo Cinema Marginal

    O “Novo Cinema Marginal” é um Coletivo Audiovisual, de Mesquita, Rio de Janeiro, que vem fazendo intervenções culturais dentro e fora da Baixada Fluminense, produziu o filme “Tambores e Metais, é hora de verdejar”, documentário que traz um olhar diferenciado sobre o Complexo do Alemão, onde se vê a luta pela preservação de um lago que nasceu da exploração gananciosa de uma pedreira.

    O MC Marcão, de Mesquita, esteve presente na exibição e lançamento do documentário, no Centro Cultural Banco do Brasil, onde também foram apresentadas outras obras e entrevistou Tiago Araújo, diretor geral do Coletivo:

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