terça-feira, 10 dezembro, 2024

Abracem seus artistas locais

A Baixada Fluminense vem se mostrando um celeiro de jovens artistas de rap e com os holofotes voltados para a cena é comum vermos cada vez mais eventos de rap, cada dia nasce um MC pelos acessos da Baixada, agora, se ele vai se dedicar e continuar empregando a Profissão MC  é outra história, mas vamos focar nos ditos eventos.

As tão famosas rodas culturais geralmente funcionam no formato:

Mestre de Cerimônia + DJ sets + Batalha de MC’s + Pocket show.  

Porém enfrentamos um grande problema: O PÚBLICO. Sim, o público é alma da roda, o evento foi feito para ele, ele é o jurado das batalhas, grande parte do motivo daquela ocupação ser, na maioria das vezes, em um espaço público. Mas geralmente se a atração da noite é um artista local, a galera não presta a devida atenção no trabalho do amigo.

Todos pedem por uma intervenção artística, um evento fixo num local, e quando finalmente se movimentam nesse sentido, muitas das vezes, parte do público desrespeita os artistas envolvidos, muitos só estão ali para presenciar a batalha, o foco principal da noite, e quando o artista convidado vai se apresentar, se dispersam e o MC tem que doar sua energia para meia dúzia de pessoas.

Tudo depende do local, da vibe, mas é uma grande verdade que há um grande desrespeito com os grupos/MC’s desconhecidos da grande mídia que se apresentam em locais públicos. É comum presenciarmos um evento lotado e na hora do show, vermos menos da metade do público interagindo com o artista, isso ainda é triste. Não esperem que o trabalho do artista vire pra a partir de então passar a prestar atenção em seu trabalho, olhe agora, respeite aquele momento em que ele entrega seu trabalho para vocês. A partir do momento em que ele recita seus versos, a canção não é mais dele, retribuam com a energia necessária como um incentivo e façam daquele momento algo bonito, vocês verão os frutos a frente, lembrem-se, digo isso também enquanto artista.

Sobre Inbute

Rapper do coletivo Rxsa Gang, poeta e colunista nas horas vagas.

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01 comentário

  1. Sem querer pagar de velhinho do rap, mas na minha época quem assistia os shows era os grupos que iam se apresentar em seguida. Talvez por isso a galera ficava ali na frente incentivando, até mesmo porque sabia que logo depois seria o seu momento.
    Fazendo uma rápida análise, hoje percebo que o rap tem um público bem maior, ganhou de lavada em quantidade, porém a qualidade desse público sempre entra em cheque quando se aborda assuntos iguais ao da sua coluna.
    Esses e outros assuntos mais, como alguns de suas outras colunas, eram temas que eu queria abordar no Fórum de Hip Hop da Baixada Fluminense, que fracassou antes mesmo do seu início, mas dessa vez a culpa não foi do público.

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