Savana representando o rap feminino.

Savana, do “Enraizados na Arte” para o mundo

Minha entrevista de hoje é com uma menina de 16 anos, mas que já vai fazer aniversário no próximo dia 21 de novembro, está no 3º ano do ensino médio no C.E. Comendador Soares e… canta rap. Cleidelane de Souza Carvalho, mais conhecida como Savana, canta no grupo Dupla A.L.M.A. e participou do curso de rap na escola de hip hop Enraizados na Arte.

DMA) Porque você se inscreveu na Escola de Hip Hop Enraizados na Arte?
Savana – Rap sempre foi o gênero que mais gostei e além disso sempre compus, eu entrei na escola porque queria aprimorar o meu jeito de compor e porque sempre quis fazer parte de algo que eu soubesse que poderia ir mais além.

Savana durante o evento Favela Toma Conta, em SP

Como você conheceu o Movimento Enraizados?
Através de um amigo que já fazia parte da escola de hip hop e me comunicou que ia passar uma reportagem na TV, aí eu e minha mãe vimos e ela disse para eu me inscrever na oficina de rap, então eu me inscrevi e me apaixonei pelo o lugar.

O que mais te chamou atenção na escola de hip hop?

O que mais gostei é que lá eu fui livre, tipo eu era livre para botar no papel aquilo que me angustiava ou que me deixava feliz, sabe… nas escolas normais você tem que fazer o tema que o professor manda, todos fazem a mesma coisa. Na ENA (Enraizados na Arte) a matéria é a sua vida, o dever é tu escrevê-la de forma verdadeira – mas rimando é claro, mas se tu escrever algo deprimente, feliz, protestante, tudo bem, não vai valer nota, não sei bem como explicar, apenas sei dizer que lá eu aprendi a colocar tudo o que me rodeia, tudo o que sinto coloco no papel em forma de arte.

Você já tinha entrado em um estúdio de gravação antes?
Nunca!!! Antes de eu entrar lá no Enraizados, nunca tinha pensado na possibilidade de entrar em um estúdio.

Bonde do Enraizados na Arte se apresentando.

Já tinha subido em um palco?
Já… para dançar street dance, não era break, pois sou péssima dançando break.

Quantas músicas você gravou enquanto esteve na escola de hip hop?
Gravei seis músicas.
Foram: As minas no poder; Amizade; Proibido ficar de boca fechada e Deixa o tempo dizer;
Participei das músicas: Amor pela arte e combate.

Como foi ser uma das mestres de cerimônia da festa de formatura?
Foi uma experiência que me fez melhorar como MC, pois ainda ficava nervosa ao subir no palco, e quando eu tive que apresentar o evento a vergonha foi indo embora, pois fiquei mais do que uma hora falando lá na frente. Depois disso não sinto mais vergonha, ainda fico meio ansiosa, mas nada que me trave.

Depois do fim da escola você já deu início a sua carreira se apresentando em outros locais?
Sim, fiz algumas apresentações, porém a maioria das vezes eu me apresento quando o pessoal do enraizados me chama.

Como foi se apresentar no palco do Favela Toma Conta, em São Paulo?
Foi super legal, eu nunca havia saído do Rio de Janeiro, então quando saí pela primeira vez foi com meus amigos e ainda pra cantar. Então só tenho elogio em relação a isso.

O que pensa pro futuro?
Gravar um CD e realizar meu sonho de gravar um videoclipe.

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GALERIA

 Saiba mais:
www.enraizados.org.br/naarte

Sobre Dudu de Morro Agudo

Rapper, educador popular, produtor cultural, escritor, mestre e doutorando em Educação (UFF). Dudu de Morro Agudo lançou os discos "Rolo Compressor" (2010) e "O Dever Me Chama" (2018); é autor do livro "Enraizados: Os Híbridos Glocais"; Diretor dos documentários "Mães do Hip Hop" (2010) e "O Custo da Oportunidade" (2017). Atualmente atua como diretor geral do Instituto Enraizados; CEO da Hulle Brasil; coordenador do Curso Popular Enraizados.

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2 comentários

  1. Ôutz! Parabénz Savana, muito sucesso pra ti, luz pra vida!
    E claro:
    – essa iniciativa do Enraizados está arrebentando! Acho um passo realmente importante, que soma a Banca de Freestyle, aos laboratórios de mídia, a biblioteca, e os projetos que já vinham numa trajetória sólida!
    Patrocinadores: please! NUNCA abandonem o Enraizados na Arte!!
    __fundamental e tal__ – isso.
    Poeta Xandu
    [ZineØØ – B.Boy Press]

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