quarta-feira, 9 outubro, 2024

DMA entrevista Baltar

Baltar, 21 anos de idade, começou observando a cena local e construindo uma rede de amigos, gravou a primeira track em casa e quatro anos depois  coleciona experiências em outras cidades, estados e países. 

Defensor da cultura da Baixada Fluminense, Baltar retrata em suas letras o cotidiano do local em que vive e luta pela valorização da cena na região. 

DMA – Quando começou a fazer rap?

Baltar – Comecei a escrever de 2011 pra 2012, mas era muito aleatório o que eu escrevia. Gravei minha primeira música em casa, no microfone do headset, contudo divulguei só pros mais chegados pra ver qual era. Então no fim de 2014 ganhei, numa batalha de MCs, duas gravações com o Claudio Ur, que meu mano Eli-oh me deu, e em janeiro de 2015 lancei o meu primeiro trampo que considero sério. Foi aí que me encontrei.

E lembrando de agradecer ao Léo da XIII, ao Dudu de Morro Agudo, ao Átomo USal, ao Marcão Baixada, ao Kall FBX e à todos que pisaram no Enraizados, graças à todos os que eu assisti, ouvi e aos que me ensinaram, que eu tive a coragem de botar a cara e pegar no mic.

O que aborda em suas músicas?

Bom, não tem uma diversificação muito grande de assuntos.
Costumo abordar algumas situações vividas no meu bairro. Creio que não são acontecimentos particulares daqui, acho que acontecem em outras regiões. Mas abordo questão relacionadas ao pouco valor que não à cultura da nossa região, temas relacionados à família, prego amor ao próximo, que é a chave de tudo.

Como enxerga a atual cena do rap no Rio de Janeiro?

Em questão de talento não falta, tem rap bom pra todos os públicos, porém falta um certo tipo de união e respeito pelo trabalho do próximo. Eu prezo pela liberdade de expressão no rap. Se eu gostei, eu escuto e faço meus elogios, caso contrário eu guardo minha opinião.

Como foi participar do projeto com os caras da Finlândia?

Foi algo que me acrescentou demais poder conhecer a cena de outro país e ver pouca diferença, e o melhor foi a interação que os rappers Paleface, Gracias MC e o beatmaker/produtor Tommi Suoknuuti tiveram com a gente.

Tivemos o prazer de mostrar nossas músicas, produções, fizemos vários freestyles juntos e apesar de eu não entender nada que eles falavam nos frees, foi épico. Mas na hora das conversações tinha um tradutor pra salvar a gente.

Estamos trabalhando em um projeto que tem a participação minha, do Dree (LaGang Rap), EricBeatz e o Lessa Gustavo (Banal) que em breve haverá mais informações. Quem quiser ficar ligado, só seguir nas redes sociais.

Qual a expectativa de fazer show fora do Rio. Como foi o lance em Minas?

Foi lindo demais, poder conhecer a cena de Belo Horizonte e graças ao meu Irmão Gabriel Mirral (Sigavante) e ao Felipe Arco, pude deixar minhas mensagens por lá no evento de Lançamento do livro 200 mil paçocas e infinitas poesias, do Felipe Arco.

Por lá fiz vários chegados, tive o prazer de conhecer dois dos caras que mais admiro no rap atualmente, que são o Felipe Inglés e o Neto (Sintese). Gravei uma track com meus irmãos do Grupo Sigavante (Em breve na sua playlist haha), além de ter visto a grande influência que o hip hop tem por lá, cada parede que você olha é um vestígio da cultura, tive o imenso prazer de ver em um final de semana os 4 elementos em verdadeira união e sintonia.
Foi lindo demais.

O que tem a dizer da Conexão ZOBXD, que faz intercâmbio de artistas da Baixada e da Zona Oeste, que você está participando.

Acho que é o que estava faltando aqui no RJ, expandir as zonas e acabar com algumas rinhas que rolam no rap daqui, como disse acima da falta de união. Isso é algo que ajuda demais nesse ponto, além de ser um imenso prazer pra mim poder levar o que tenho pra somar lá na ZO. Só tenho a agradecer por esse projeto e o rap também.

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Quando espera lançar seu disco?

Essa é a pergunta…
Então, das coisas que pude extrair quando estive em BH foi a questão do profissionalismo independente de questão financeira, você pode ser profissional com o que tem ou com o que lutar pra ter, porque as pessoas vão levar seu trabalho a sério e ver que realmente isso é seu trabalho apesar de ser também algo que nos satisfaz e é isso o que faz melhor.

Então eu estou programando um EP pra o fim do ano se der tudo certo, mas antes disso vou soltar mais 3 faixas. Duas solo e uma que já esta em andamento com a participação do Sigavante, de BH , nosso mano Jão beatz tá fazendo mágica nas produça e em breve estará dispónivel.

Quem quiser contratar o Baltar, como faz?

Pelo facebook é só clicar aqui: https://goo.gl/VwO2ri
Tel. e WhatsApp : (21)9.6860-0839

E aproveitando a deixa pra divulgar meu trampo…
SoundCloud, meus beats: https://goo.gl/cgC5Do
Youtube, meus sons: https://goo.gl/3erbx1

Sobre Dudu de Morro Agudo

Rapper, educador popular, produtor cultural, escritor, mestre e doutorando em Educação (UFF). Dudu de Morro Agudo lançou os discos "Rolo Compressor" (2010) e "O Dever Me Chama" (2018); é autor do livro "Enraizados: Os Híbridos Glocais"; Diretor dos documentários "Mães do Hip Hop" (2010) e "O Custo da Oportunidade" (2017). Atualmente atua como diretor geral do Instituto Enraizados; CEO da Hulle Brasil; coordenador do Curso Popular Enraizados.

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